quarta-feira, agosto 31, 2005

Ureter vs Uréter

Uréter - Cândido de Figueiredo e Lello (edições antigas), Academia das Ciências.

Ureter - Academia das Ciências.

Google (páginas de Portugal)

Ureter - 124 citações.
Uréter - 35 citações.

Portanto a dúvida fica. Mas não fica a pressão do jornal e do jornalista na influência exercida junto do marido da doente para apresentar queixa, já se sabe, por negligência.

Ao ler a notícia, independentemente de faltas menores e não querendo estar a defender os "barões da medicina" ou quaisquer outros "barões, mesmo do jornalismo, que também os há", o que aconteceu foi uma complicação previsível da cirurgia e entre uma morte escusada por choque hemorrágico ou a laqueação errada do ureter, prefiro a segunda.

Isto não invalida que a paciente não seja indemnizada pela instituição.

Os seguros existem para isso...

terça-feira, agosto 30, 2005

O Caso do Ureter Laqueado

Segundo o Correio da Manhã, n' O Caso do Ureter Laqueado esta "Paciente pondera queixa" (sic) já há algumas edições atrás.

Pressuponho que o jornalista ganhe por notícias enviadas para o Correio da Manhã e nesse caso a ponderação sempre tráz uns cobrezitos a mais.

Mas ainda ninguém explicou ao senhor jornalista que se escreve ureter e não uréter com acento?

segunda-feira, agosto 29, 2005

Eu Quero Descansar, Mas A Iolanda Não Deixa

No Correio da Manhã de hoje esta notável peça jornalística assinada por Iolanda Vilar sobre

"O Nódulo Gigante do Testículo do Senhor"
(título meu)

Em negrito os pontos que entendo como manipuladores das consciências de quem lê a notícia.

"Saúde: doente desespera por operação há seis meses
Ignorado pelos médicos
[título da Iolanda]

O doente de Armamar já não sabe o que mais há-de fazer para ver concretizada a operação cirúrgica

Um doente de Armamar espera há seis meses por uma intervenção cirúrgica a um nódulo num testículo. O Hospital de Viseu diz que faz a operação se receber informação da urgência do caso do médico de família. Este, por seu turno, afirma que há situações mais urgentes e o paciente já não sabe como ultrapassar a situação.


José Jesus Silva, de 58 anos, natural de S. Cosmado, tem visto agravar-se o seu estado de saúde e teme perder as forças para trabalhar, antes que o problema seja resolvido, “através de uma cirurgia simples.”

“Mal consigo trabalhar e desespero de noite para poder dormir ou até sentar-me à mesa para comer”, lamenta o doente, serralheiro de profissão, a quem o médico de família diagnosticou um pequeno nódulo no testículo esquerdo e elaborou uma primeira carta enviada ao Hospital de Viseu, dando conhecimento do caso, e que até agora não obteve qualquer resposta.

“Na última visita ao Centro de Saúde, o médico diagnosticou-me também uma infecção nos rins e outros problemas, que me impedem de exercer o meu trabalho”, conta José Jesus Silva, que despende por mês mais de 100 euros em medicação. “Como não tenho dinheiro para pagar uma cirurgia privada, sou obrigado a esperar meses e meses para acabar com este sofrimento”, diz, lamentando o facto de “descontar muitas dezenas de euros para a Segurança Social e quando é preciso não ser atendido de forma eficaz”.

O director clínico do Hospital de S. Teotónio, em Viseu, Cílio Correia, considera “infundadas” as críticas deste paciente e explica que o médico de família tem duas vias para resolver o problema do doente: “Não se pode descartar do problema e esperar simplesmente que o paciente seja chamado para cirurgia. Caso haja agravamento do estado de saúde, deverá renovar o pedido de consulta ou cirurgia, referindo o seu carácter de urgência, de modo a ser atendido no Serviço de Urgência deste hospital. Ou faz um contacto telefónico ou por carta com o Director de Urologia ou o médico de serviço, solicitando uma observação urgente”.

Mas, o médico de família considera que “estas não são as vias mais correctas para resolver a questão”, referindo que “caso solicitasse por essas vias uma observação ou cirurgia, estaria a ultrapassar pacientes com problemas oncológicos, que obviamente têm prioridade.”

FALTAM UROLOGISTAS

No contexto actual, as situações com carácter oncológico têm prioridade e o seu atendimento depende da avaliação de um conjunto de patologias e características do doente, explica o director clínico do Hospital de Viseu.

Segundo Cílio Correia, actualmente o Hospital de S. Teotónio presta cuidados de Urologia a meio milhão de pessoas e dispõe de quatro urologistas, um número considerado “insuficiente para dar resposta a todas as patologias”.

A partir de Setembro, garantiu, o Sistema Integrado de Gestão Nacional vai permitir alertar os doentes colocados em lista de espera cirúrgica, quando atinjam 75 por cento de um ano do prazo. “Nessa altura será avaliada a condição de saúde do paciente e a necessidade de transferi-lo para outro hospital”.


Nota do Explicador: se algo se pode depreender da leitura desta história é que não há razão para a frase "Ignorado pelos médicos".

Resta-me uma dúvida, a senhora jornalista viu e palpou o nódulo?