sexta-feira, agosto 31, 2007

O Custo De Um Valor Sem Preço!

De um visitante raro:


"Caro MEMAI

O Custo De Um Valor Sem Preço!

O JN titula na primeira página de hoje: "Hospitais dão prejuízo de 128 milhões de euros". Os subtítulos que chamam para o interior do jornal dizem: " Das 35 unidades com gestão empresarializada só oito tiveram resultados positivos" e "Aumento muito curto das receitas não chegou para compensar redução de custos". O título da página 5 é: "Hospitais EPE com resultado mais negativo que o previsto ".

Qualquer leitor pensará: O JN acha que os Hospitais não deviam dar prejuízo, que as unidades deviam dar resultados positivos e gerar mais receitas.

Será pedir muito que um jornalista dê a entender, com o mesmo realce com que faz estes títulos, que o custo de ter hospitais não é um prejuízo mas uma despesa do Estado e que é para esse tipo de despesas que pagamos os impostos?

Curiosamente, ou talvez não, a "Figura do dia" é Correia de Campos e o comentário do jornalista Paulo Martins acusa o Governo de a aposta dos Hospitais EPE assentar apenas em critérios economicistas. Ou seja, o Governo só quer resultados de económicos e não os consegue ter.

Será ser ingénuo pensar que um Governo, qualquer que seja, tem de reduzir despesas desnecessárias mas sempre terá "prejuízos" na Saúde?

Será isento o jornalista que chama a atenção para os custos e, ao mesmo tempo, em letras pequeninas, diz que o prejuízo foi este ano reduzido em 57%?

Será que se os Hospitais não tivessem passado a ser entidades que se regem por critérios empresariais, permanecendo na posse do Estado, se tinha conseguido essa redução?

Um visitante raro"

sexta-feira, agosto 24, 2007

Se Este Post Tivesse Título Não Seria Politicamente Correcto!

Segundo a OMS, no Público, por Eduarda Ferreira:


"Mais doenças surgem a cada ano no Mundo


A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou na noite de ontem o seu relatório anual e um apelo aos seus 193 Estados membros para que cooperem na redução dos riscos sanitários que ameaçam a Humanidade no século XXI. Esta agência das Nações Unidas considera que o Mundo está mais vulnerável, devido, nomeadamente, à grande mobilidade das populações.


Os novos riscos sanitários assinalados pela OMS incluem as epidemias transmitidas por vírus, alguns deles só recentemente identificados. Desde 1967, surgiram 39 agentes patogénicos, como o da sida e das febres hemorrágicas de ébola e de Marburgo. Sobre último investigadores da própria OMS e de alguns centros de doenças infectocontagiosas comunicaram há dias que a origem se situa num morcego da fruta com habitat no Uganda.


No relatório "Um Futuro Mais Seguro", a OMS indica os maiores riscos para os anos que aí vêm além de epidemias, acidentes industriais, desastres naturais e outras emergências. Acidentes ou ataques químicos, biológicos ou nucleares são listados entre os perigos, onde se inclui também a mudança climática. No que respeita às doenças infecciosas, a OMS lembra que a sua propagação rápida pode tornar global a ameaça, uma vez que os contactos são facilitados em horas entre regiões muito distantes. Por ano, cerca de dois mil milhões de pessoas viajam de avião.

Por outro lado, novas doenças podem continuar a emergir, dado que os microorganismos evoluem e as pessoas desenvolvem resistência aos antibióticos. Para tudo isto, A OMS afirma só haver algum remédio no empenho dos países em lutar contra a doença e no favorecimento de condições sanitárias às populações. A saúde para todos, defende a mesma organização, implica uma partilha do conhecimento, tecnologias e produtos, incluindo vírus e outras amostras laboratoriais necessárias à segurança global. A OMS alerta para que todo o esforço pode ser em vão, se as vacinas, tratamentos e meios de diagnóstico só forem acessíveis aos ricos.


Neste relatório é sublinhada a necessidade de todos os países se dotarem de eficazes sistemas de alerta e vigilância sanitária e de estabelecerem entre si comunicação sobre eventuais surtos de doença transmissível. Um novo Regulamento Internacional de Saúde, contemplando esta matéria, vigora há dois meses."

quarta-feira, agosto 22, 2007

Exemplar!

A frase é retirada dum post deste blogue - Timor Lorosae Nação. Mas refere-se a outro post de um outro blogue e assinado por Ângela Carrascalão.

Mas o verdadeiro autor da frase é o Povo de Timor!

"Nós, povo kiik, já abrimos os olhos; lutámos pela independência e essa já a conseguimos. Agora, a luta é pelas cadeiras. Os líderes querem cadeiras. Então eles que lutem por elas!

Três Médicos Da CUF Infante Santo Alvo De Processos Disciplinares.

E foi a Ordem, a tal corporativa para muitos, a instaurar o processo por queixa de uma jornalista.

"O Conselho Disciplinar Regional do Sul da Ordem dos Médicos instaurou processos disciplinares a três médicos do Hospital da CUF Infante Santo, em Lisboa, na sequência de uma queixa de negligência médica apresentada por uma jornalista, por os clínicos não terem diagnosticado devidamente um enfarte do miocárdio à sua mãe, que faleceu um mês depois."


In "Tribuna Médica" de 21 de Agosto.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Pêlos Públicos!?

De certeza que se trata de uma gralha ou de falha de revisão, mas que tem piada tem, trocar os pêlos púbicos pelos públicos. E não foi no jornal Público mas no Diário de Notícias de 16 de Agosto de 2007.


Era um artigo sobre os partos naturais nos hospitais públicos e referiam que as cesarianas tiveram "até uma diminuição de 32 para 29,6 %".

Na véspera outro jornal referia que as cesarianas nos hospitais privados continuavam a crescer


"No Hospital S. João, por exemplo, os procedimentos de rotina para os partos de baixo risco estão a ser alterados. À entrada, explica a enfermeira-parteira Elisa Santos, a mulher não é imediatamente colocada a soro. Já não há rapagem dos pêlos públicos e, se quiser, a parturiente pode caminhar pelo corredor do bloco durante o trabalho de parto. A episiotomia - corte do períneo para facilitar a saída do bebé - já só é feita quando necessária e não por prevenção em todos os casos. A política hospitalar prima ainda pela redução dos toques vaginais (usados para avaliação do progresso do trabalho de parto) e há também uma adopção de protocolo que quer diminuir o número de cesarianas realizadas."


Assina: Elsa Costa e Silva

quarta-feira, agosto 15, 2007

Viva A Inspecção Geral de Saúde! Viva A Jornalista Joana Ferreira da Costa!

E digo "viva" porque estamos no Verão, é dia abençoado e os médicos e todos os intervenientes na cadeia de uma emergência e da saúde em geral devem ficar satisfeitos com os resultados positivos de inquéritos a uma das actividades mais vigiadas do país.

Não é cunha à ex-IGS porque sou anónimo e ninguém me conhece (?!) e muito menos à jornalista que também não conheço.

Em relação aos inspectores da ex-IGS dos que conheço tenho boa opinião, na isenção e na tentativa de fazerem um trabalho de investigação exaustivo, quer nas suas auditorias, quer em relação aos inquéritos.

O "viva" para a jornalista deve-se ao facto de fazer uma notícia sem provocações subliminares anti-médico como é habitual nos media actuais.


Julgam eles, os media, que conseguem denegrir a imagem positiva da profissão, mas enganam-se como mostra o recente inquérito europeu, onde se demonstra que as campanhas anti-médico atingiram apenas os próprios médicos e não a população em geral, originando nesta camada profissional um efeito de ricochete na imagem dos jornalistas na classe médica e nos outros profissionais da saúde, por vezes com algum exagero, como eu por vezes demonstro.


"Inspecção diz que mulher que morreu na ambulância dos bombeiros em Vendas Novas foi bem assistida


A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) concluiu que não houve falhas na polémica assistência a uma mulher de Vendas Novas, que morreu na ambulância dos bombeiros a caminho do Hospital de Évora. Defende ainda que o fecho nocturno do atendimento permamente (SAP) no centro de saúde da localidade "não teve influência na assistência prestada, nem no desfecho".
Nas conclusões da investigação ao caso - pedida pelo ministro da Saúde, Correia de Campos - a IGAS afirma que os bombeiros voluntários de Vendas Novas chegaram junto da doente dez minutos depois do alerta de emergência . A mulher de 51 anos, com antecedentes de problemas vasculares, "estaria em paragem cardio-respiratória" e foi transportada "sem perda de tempo" para o hospital, lê-se no comunicado de imprensa enviado pelo gabinete de Correia de Campos.

A essa hora, pouco antes das dez da manhã, o centro de saúde estava já a funcionar em pleno, mas as orientações dos serviços do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) do encaminhamento da doente para a unidade de Évora foram as correctas. A ambulância dos bombeiros era a única disponível, já que a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Évora "estava a assistir um doente com enfarte e edema pulmonar agudo".
"Ainda que o SAP de Vendas Novas se encontrasse aberto 24 horas por dia, dada a situação clínica da doente, que corresponde a uma emergência, seria altamente improvável a sua sobrevivência [numa unidade deste tipo]", acrescenta. A IGAS conclui que não encontrou "qualquer comportamento infractório, ou menos correcto" na "actuação de todos os envolvidos na assistência à vítima", pelo que decidiu arquivar o processo.

A morte da doente de Vendas Novas causou uma enorme controvérsia, por ter ocorrido menos de um mês após o ministro ter posto fim ao atendimento nocturno no centro de saúde.
O presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, José Figueira, acusou mesmo o ministro de ser responsável pelo desfecho trágico, por ter desrespeitado a ordem do Tribunal Administrativo de Beja, na sequência de uma providência cautelar interposta pela câmara para travar o fecho do SAP. "

in Publico, 15-08-2007.


segunda-feira, agosto 13, 2007

Afinal Em Que Ficamos: Há Ou Não Há?

A notícia é do Correio da Manhã de 19 de Julho de 2007 e confirma aquilo que já se disse neste blogue.

Interessante, pois não ouvi nada na comunicação audiovisual. Opções!

Em conclusão: em Portugal não médicos a mais para a nossa população.

Começam é a haver faculdades a mais…

"Portugal supera Reino Unido

Médicos acima da média em Portugal


O número de médicos por mil habitantes (3,4) é superior à média dos países da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (3.0). De acordo com um relatório ontem divulgado, o País supera o Reino Unido (2,4) ou o Japão (2.0).

Quanto às remunerações, o mesmo relatório refere que os médicos especialistas portugueses recebem mais do que os da Suécia ou os da Noruega."

O Publico também "postou" nesse mesmo dia, por Alexandra Campos:

"Portugal dispõe de mais médicos do que a média dos países da OCDE.

O número de médicos aumentou substancialmente nos últimos 15 anos e Portugal não é excepção.

Segundo um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento) ontem divulgado, em 2005 havia 3,4 médicos por cada mil habitantes em Portugal, o que nos colocava ao nível de países como a França e a Alemanha e acima da média da organização (3 clínicos por mil habitantes).

A OCDE ressalva, porém, que os dados portugueses se referem ao total de clínicos inscritos na respectiva ordem profissional, não referindo os que se encontram efectivamente em actividade, ao contrário do que acontece com outros países. A profissão médica é "uma indústria em crescimento", nota a organização em comunicado, lembrando que, nos últimos 15 anos, o acréscimo foi da ordem dos 35 por cento e que hoje estão no activo cerca de 2,8 milhões de clínicos. Na maior parte dos países, este aumento deveu-se sobretudo ao crescente número de especialistas - o acréscimo registado entre os clínicos com especialidades foi de 50 por cento contra um aumento de apenas 20 por cento dos chamados generalistas.

À semelhança do que vinha acontecendo em anos anteriores, em 2005 Portugal o peso das despesas com a saúde aumentou, passando para 10.2 por cento do PIB (Produto Interno Bruto), acima da média da OCDE (9 por cento). Um em cada quatro países da OCDE gastam agora mais do que 10 por cento do seu PIB com a saúde, nota a organização. Os dados indicam que, entre 1990 e 2005, em Portugal as despesas com a saúde quase duplicaram, passando de 5,9 para 10.2 por cento do PIB. Na OCDE, em média, o crescimento foi bem menor, de 6.9 (em 1990) para 9 por cento do PIB (em 2005).

Uma explicação para este fenómeno é a de que o PIB português não tem crescido ao mesmo ritmo do dos outros países. De facto, os gastos em saúde per capita, no ano de 2005, colocavam Portugal nos últimos lugares da tabela (2033 dólares), bem abaixo da média da OCDE (2759 dólares)."

domingo, agosto 12, 2007

Promiscuidade crescente!


 

Esta notícia tem um mês, foi publicada num jornal regional, As Beiras em 03 de Julho de 2007 e mostra a promiscuidade (que já existe!) entre associações científicas, médicas e não médicas, de profissionais, de doentes, etc. e a indústria farmacêutica.


 

É apenas um pequeno exemplo, mas dá para pensar.


 


 

"Rastreios gratuitos aos pés

A Associação Portuguesa de Podologia, em parceria com o Lamisil 1, promove rastreios gratuitos aos pés, no dia 5 de Julho, das 11H00 às 17H00, na Farmácia S. José e na Farmácia Estádio, em Coimbra, com os objectivos de sensibilizar os portugueses para a saúde dos pés e fazer o despiste precoce das doenças podológicas, como o pé-de-atleta que afecta mais de dois milhões de portugueses.
Para prevenir as doenças dos pés o podologista, Manuel Azevedo Portela, presidente da Associação Portuguesa de Podologia, recomenda que se deve secar sempre bem os pés, especialmente entre os dedos, trocar de calçado diariamente, não andar descalço em locais públicos, usar meias de fibras naturais, como seda ou algodão, manter os pés limpos, usar chinelos em instalações públicas como piscinas e balneários e, fundamentalmente, examinar regularmente os pés.
As acções vão decorrer na Farmácia S. José, na Alameda Calouste Gulbenkian e na Farmácia Estádio, na Rua D. João III."