domingo, agosto 31, 2008

UM ENGANO QUALQUER UM PODE TER...


Na última semana, o Ministério da Saúde emitiu 'vales cirurgia' com possibilidade de serem utilizados em hospitais que não realizam a operação determinada no próprio vale, a colocação de banda gástrica.

O DN falou com uma doente que passou por esta situação e está indignada com o erro. Utentes afectados vão voltar às listas de espera.

Catarina Alves está em lista de espera para colocar uma banda gástrica desde Fevereiro de 2007. Depois de três anos de consultas no Serviço de Endocrinologia no Hospital de São Marcos, em Braga, os médicos consideraram que a empregada de escritório de 28 anos cumpria os requisitos para realizar a cirurgia. Com 120 quilos quando começou a ser seguida - agora já está nos 107 -, Catarina explica que o peso excessivo agrava os seus problemas respiratórios e piora as dores na coluna, além de todas as limitações que impõe à sua vida diária. Assim, foi com desânimo que recebeu a notícia, há cerca de dois meses, que a última pessoa a ser operada no hospital se encontrava na lista desde Janeiro de 2006, conta.

Esta semana recebeu finalmente boas notícias: uma carta do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), com um "vale cirurgia" para efectuar a colocação da banda gástrica num de quatro hospitais privados à sua escolha. Seguindo as instruções da carta, Catarina entrou em contacto com o hospital seleccionado, onde lhe disseram que seria necessário deslocar-se à instituição, no Porto, para dar andamento ao processo. Entusiasmada com a possibilidade de resolver o problema, não perdeu tempo.

Mas no hospital esperava-a uma enorme desilusão. Dizem-lhe que não realizam este tipo de cirurgia, "porque ainda não foi assinada a convenção entre o Ministério da Saúde e os particulares", conta. Uma situação que se repete nos outros três hospitais referidos na carta do SIGIC. Indignada, recorreu à Unidade Regional de Gestão de Inscritos para Cirurgias, onde foi informada de que os vales não são válidos devido a um erro informático.

O Ministério da Saúde reconhece o erro e admite que desde 22 deste mês "foram emitidos vales com a possibilidade de serem utilizados em hospitais que não tinham capacidade para realizar o procedimento cirúrgico determinado no próprio vale". Segundo o ministério, as emissões destes vales têm sempre em conta os procedimentos oferecidos pelos hospitais convencionados (privados e sociais). Assim, em Julho, os hospitais foram notificados de que deveriam rever o seu conjunto de procedimentos, "de forma a garantir que não disponibilizavam intervenções que não tinham possibilidade de efectuar". No entanto, "algumas instituições não o efectuaram atempadamente". Assim, alguns utentes receberam vales para procedimentos para os quais não existe actualmente resposta no sector convencionado.

O ministério explica que os utentes afectados vão voltar ao hospital de origem sem perder a antiguidade na lista de espera e que já foram tomadas medidas para impedir novos erros deste género.



No entanto, para Catarina, esta foi uma situação "vergonhosa" porque criou "falsas esperanças". Por isso, vai escrever à ministra da Saúde a relatar o seu caso.

sábado, agosto 30, 2008

INEM DEBAIXO DE FOGO

Já não bastavam as notícias sobre o dinheiro gasto na formação de tecnicos paramédicos que depois não são contratados e sobre a contratação para cargo dirigente muito bem pago de uma srª engenheira florestal, eis que agora mais uma situação escandalosa vem à luz do dia...


Segundo o Correio da Manhã, há tripulantes das ambulâncias SIV – Suporte Imediato de Vida, do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica – que fazem turnos de 24 horas por falta de recursos. Outros são obrigados a trabalhar oito horas seguidas sem pausa para comer. Muitas vezes, trabalham sem estarem alimentados, porque os pedidos de pausa para comer são recusados pelo CODU –Centro de Orientação dos Doentes Urgentes (INEM). Quem não aceita a recusa é alvo de processo disciplinar.

O INEM garante que "não existe qualquer risco para as tripulações e populações" e que os turnos de 24 horas, de carácter excepcional, "também decorrem nos hospitais e não representam riscos".

O presidente do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência, Ricardo Rocha, está a par de tudo. Ao CM alerta para o risco que podem constituir os turnos de 24 horas, pela falta de descanso e de uma pausa para comer. Segundo diz, os elementos fazem os turnos, mas têm de assinar um documento a declarar que aceitam.
A razão para o esforço laboral "é a compensação de três dias de descanso e pagamento de horas extras".

A instituição agradece o voluntarismo, especialmente nos períodos de férias, quando há menos elementos a trabalhar, e nos períodos festivos, quando ocorrem mais acidentes de viação.

O CM sabe que duas técnicas de ambulância de emergência têm neste momento a decorrer contra elas um processo disciplinar, porque recusaram sair com a viatura de emergência quando receberam a chamada do CODU. Já iam com sete saídas. Sentiam-se extenuadas e famintas. Justificaram a recusa da saída alegando que não estavam em condições físicas para trabalhar e sentiam falta de açúcar no sangue (hipoglicemia). O INEM avançou com um processo.
Além deste caso ocorrido em Junho, em Lisboa, outro episódio envolveu um técnico no Porto. Ia na oitava saída e não tinha forças para responder a outra chamada do CODU. A recusa valeu-lhe um processo. Foi arquivado.

Tendo o INEM vastos fundos próprios provenientes da taxa que é aplicada a cada Seguro Automóvel e que para ele reverte, havendo tecnicos com formação específica dada pelo proprio INEM, não havendo falta de profissionais de enfermagem, esta situação agora revelada é inadmissível.

Mas também pouco abonatória dos profissionais, enfermeiros incluidos, que aceitam calados estas condições de trabalho...E se a coisa der para o torto, como se defendem?

Falta de rigor nos concursos põe em risco vacinação

Suspensa vacinação contra o cancro do colo do útero
O Estado é suspeito de falta de rigor na escolha da vacina e criou uma batalha judicial entre os laboratórios concorrentes. A selecção está agora dependente de uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Lisboa.
Vera Lúcia Arreigoso
18:00 Sexta-feira, 29 de Ago de 2008

A vacinação de 55 mil raparigas de 13 anos contra o papilomavírus humano - agente do cancro do colo do útero e de várias outras doenças genitais - está suspensa. A vacina deveria ser disponibilizada gratuitamente a partir de meados de Setembro mas a alegada falta de rigor do Estado no concurso de fornecimento criou uma batalha judicial entre os concorrentes.


Um dos laboratórios contesta a readmissão do concorrente após uma exclusão inicial ordenada pelo júri. Reagiu com uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Lisboa, que agora tem a responsabilidade de libertar o concurso, de milhões de euros para a farmacêutica vencedora.


Apesar do contratempo jurídico, o Ministério da Saúde continua a garantir que o calendário inicialmente previsto não sofrerá alterações. Contudo, as demais entidades públicas envolvidas no concurso têm opiniões diferentes.

sexta-feira, agosto 29, 2008

Vão-se os aneis, fiquem os dedos...


A crer no que é avançado pelo Diario de Notícias, a pretensão da sr.ª Bastonária da Ordem dos Enfermeiros de que nas Farmácias sejam colocados Enfermeiros para levarem a cabo a administração de vacinas, administração essa que começará a processar-se a partir de Outubro, é eminentemente pragmática...
Pois se grassa o desemprego na classe de Enfermagem ( fruto de uma desenfreada abertura de cursos de enfermagem propiciadora de lugares de docentes para alguns) há que aproveitar todas as oportunidades !

E uma vez que os Farmacêuticos ( licenciados em Farmácia ou também os ajudantes de farmácia ?) se preparam para reanimar doentes porque é que os Enfermeiros não hão-de também poder reanimar e medicar, como diz Maria Augusta Sousa?

quarta-feira, agosto 27, 2008

18 hospitais isentaram ilegalmente funcionários e familiares de taxas moderadoras


Dezoito de 74 hospitais do Serviço Nacional de Saúde isentaram ilegalmente os seus funcionários ou respectivos familiares de taxas moderadoras, indica o relatório de actividades de 2007 da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS)


"No documento, hoje divulgado, é referido que foram identificadas as situações e os responsáveis, tendo terminado a totalidade dos casos ilegais.
A IGAS também indica que cerca de metade dos 21 centros de saúde visitados não tem registos ou monitoriza dados dos programas nacionais da Diabetes e de Prevenção e Controlo das Doenças Cardiovasculares, o que inviabiliza conclusões acerca das metas definidas.
Alguns centros de saúde não têm equipamento informático adequado e nem todos os gabinetes médicos têm acesso a sistemas de informação.
Foi, assim, registado um «problema de organização e de falta de uma cultura de responsabilização ou de avaliação de desempenho» e uma «má articulação dos centros de saúde com os hospitais de referência», que também inviabiliza a «existência de informação clínica atempada e actualizada sobre os utentes».
O relatório indica que em 71 por cento dos centros de saúde observados não existia uma consulta organizada do pé diabético e não dispunham de registos actualizados e fidedignos de utentes referenciados ou chamados para consulta de retinopatia diabética.
Metade das unidades não conseguiu contabilizar o número de hipertensos identificados entre 2004 e 2006 em função do sexo e idade, e 71 por cento também não souberam indicar o número de pré-obesos e obesos assistidos nos primeiros seis meses de 2006.


Quanto ao tratamento da dependência do tabaco, a maioria não tinha registos do número de consumidores e não monitorizou os fumadores referenciados para uma consulta especializada.
Acerca de planos para fazer face a incêndios ou catástrofes, o relatório refere que, em 96 hospitais do SNS, apenas 53 têm Plano de Prevenção e Combate a Incêndio.
Aprovados pelo Serviço Nacional de Bombeiros (actual Autoridade Nacional de Protecção Civil) estavam apenas 14 destes planos, enquanto 39 hospitais não os tinham aprovado ou nem dispunham deles. As restantes 43 instituições não indicaram se houve a aprovação legalmente requerida.
Três hospitais referem ter sido vistoriados pelos bombeiros e nove efectuaram simulacros de emergência interna contra incêndios.
Para fazer face a situações de catástrofe externa, o número decresce para 41 quanto a hospitais que elaboraram um Plano de Prevenção e Emergência.
Dezoito referem ter representação nas respectivas comissões municipais de emergência e 15 garantem ter os planos aprovados, mas na sua maioria apenas pelos seus órgãos de gestão. Cinco instituições dizem efectuar ou já ter efectuado simulacros."
Lusa/SOL


Dou os parabéns à actuação da IGAS. Actuação pedagógica e de alerta para o cumprimento das boas prácticas.


Aguardo daqui a uns tempos, que volte a fazer uma nova averiguação, a fim de verificar se foram corrigidas as infracções e se acaba o laxismo no SNS, não o sendo, que punam os responsáveis já que os identificaram.

Nem a dita excelência escapa ao besouro!


Insecto fechou bloco operatório do Hospital dos Lusíadas
12h49m
As salas do bloco operatório do Hospital dos Lusíadas, em Lisboa, foram encerradas devido à presença de um insecto e não por contaminação bacteriológica, garante o administrador desta unidade de saúde.


Em declarações à Agência Lusa, o presidente da administração da unidade, José Miguel Boquinhas, explicou que a paralisação do serviço cirúrgico não se deveu a qualquer contaminação bacteriológica.
"Não sabemos de onde surgiu a ideia. Este insecto, da família dos coleópteros e ainda a ser identificado
, foi detectado segunda-feira durante uma análise de rotina numa sala adjacente ao bloco e decidimos pelo encerramento por razões de estrita segurança", garantiu.
Segundo José Miguel Boquinhas, a segurança dos doentes "nunca esteve em risco" e todo o restante espaço do estabelecimento manteve o normal funcionamento.


Por concretizar ficaram 30 operações de rotina e "sem carácter de urgência", na sua maioria da área ortopédica, que voltarão a ser programadas.
A edição electrónica do semanário “Expresso” adiantou que as salas de operações foram fechadas, terça-feira, e que as cirurgias só deverão ser retomadas no final da semana. Um porta-voz dos Hospitais Privados de Portugal Saúde justificou esta decisão com a "detecção de valores anormais de índice bacteriológico".
O Hospital dos Lusíadas abriu ao público a 19 de Maio, dispõe de 160 camas e tem capacidade para 20 mil cirurgias e 400 mil consultas por ano.

terça-feira, agosto 26, 2008

Em 2015 haverá mais mortes que nascimentos na UE


26.08.2008 - 14h51
Por Lusa
Daniel Rocha
Em Portugal, a população com mais de 65 anos será de 24,9 por cento em 2035. Um em cada quatro portugueses terá mais de 65 anos em 2035, segundo um estudo do Eurostat divulgado hoje, que refere que 25,4 por cento dos europeus serão idosos dentro de 27 anos. O instituto de estatística europeu aponta também o ano de 2015 como o momento em que a taxa de mortalidade deverá ultrapassar a da natalidade, estando na imigração a "única solução para este problema" de decréscimo da população. De acordo com as projecções publicadas hoje sobre os 27 países da União Europeia, em 2035 a população europeia atingirá 521 milhões de pessoas, ou seja, mais 26 milhões que as registadas no início deste ano. Dentro de 27 anos, 25,4 por cento da população europeia terá mais de 65 anos, contra os 17 por cento actuais. No caso de Portugal, as estatísticas apontam também para o envelhecimento: os 17,4 por cento da população actual com mais de 65 anos passará a 24,9 por cento em 2035 e 30,9 por cento em 2060. O Eurostat afirma, no entanto, que o envelhecimento deverá ser uma preocupação de todos os países, mas a níveis diferentes. Os casos mais dramáticos vão registar-se na Alemanha, que terá 30,2 por cento da população com mais de 65 anos, na Itália (28,6 por cento) e na Eslovénia (27,4 por cento). A Irlanda e o Chipre serão os países com as populações mais jovens, com uma percentagem de população idosa de 17,6 e 19 por cento, respectivamente. Outras das novidades divulgadas no relatório diz respeito à previsão de a taxa de mortalidade ultrapassar a taxa de natalidade em 2015, sendo a imigração o "único factor" de crescimento da população europeia. No entanto, a partir de 2035 a população europeia deverá começar a decair, "por falta de imigrantes suficientes", atingindo os 505 milhões de habitantes em 2060. No caso de Portugal, também haverá uma curva ascendente seguida por uma descendente: os 10.617 portugueses actuais vão passar a 11.395 em 2035, mas em 2060 serão apenas 11.265. Um outro estudo apresentado na semana passada em Berlim já alertava para este fenómeno de a imigração ser a única forma da população europeia se manter estável e não diminuir. Segundo as contas feitas no estudo do Instituto Berlinense para a População e o Desenvolvimento, sem a presença de imigrantes, a população total da UE diminuiria em 52 milhões de pessoas e ficaria reduzida a 447 milhões em 2050. Depois dos anos 50, a população da UE apenas conseguiu manter o seu importante lugar entre a população mundial através da entrada de novos estados-membros. Um outro relatório demográfico do Departamento de Referência da População (EUA) divulgado no mesmo dia confirmou a conclusão do documento alemão, revelando que actualmente os países pobres concentram praticamente todo o crescimento da população mundial e que a imigração leva ao ligeiro aumento de habitantes nas regiões mais ricas. Os dados do Departamento de Referência da População (EUA) indicam que, em 2008, a população mundial ascendeu a 6.700 milhões de habitantes, 1.200 milhões dos quais vivem nas regiões mais desenvolvidas e os restantes nas zonas mais pobres. Em 2050, prevê-se que esta disparidade aumente, quando 86 por cento dos 9.300 milhões de habitantes mundiais residirem nos países menos desenvolvidos, frente aos 82 por cento actuais. De acordo com o relatório, os 191 milhões de imigrantes mundiais contribuíram para o crescimento da população nos países desenvolvidos, concentrados na sua maioria na Europa, América do Norte e nas regiões da antiga União Soviética.



Será que este relatório do Eurostat irá ser distribuído pelos Ministérios portugueses?


Aguardo com interesse a política de saúde, assim como os programas de saúde necessários para fazer face a esta situação, já que nesta data ainda estarei vivo, pressuponho!

segunda-feira, agosto 25, 2008

OTS de Odemira...


Parece que as prometidas SUB ( Serviço de Urgência Básica) já eram !

E que agora o que há, por exº em Odemira ( lembram-se de ter sido tão falada no passado recente pelas mortes sem socorro adequado e atempado?), é uma OTS ( Outro Tipo de Serviço)


Esta é a denuncia feita hoje no Diário de Notícias por um seu leitor identificado, Sr. Jesus Navarro Paniagua, cujo desabafo se reproduz aqui parcialmente:


O Serviço de Urgência Básico de Odemira foi provávelmente "desclassificado" e passou a ser "Outro Tipo de Serviço", já que deixou de ter dois médicos a atender os utentes. Essa tarefa passou a ser executada sómente por um elemento clínico.

O dito desabafo vai mais longe, referindo que, de acordo com a explicação da médica de serviço, esta situação é do conhecimento dos responsáveis locais e sub-regionais não estando a desenvolver os esforços necessários para a solucionar.

terça-feira, agosto 19, 2008

Igualdade... pois então!

Método não foi popular, mas pode ser mais usado se acesso for facilitado
As mulheres portuguesas vão ter acesso a preservativos femininos gratuitos nos hospitais e centros de saúde.

De acordo com Beatriz Casais, membro da Coordenação Nacional para a Infecção VIH/Sida , "está a decorrer um concurso até Outubro para que o preservativo feminino possa integrar as compras do Estado". O número de preservativos a fornecer às diversas unidades depende "dos pedidos feitos por cada Administração Regional de Saúde", refere Jorge Branco, presidente da Comissão Nacional da Saúde Materna e Neonatal. O prazo de apresentação das propostas por parte dos fornecedores termina em meados de Outubro, esperando-se "que os preservativos já estejam a ser distribuídos em 2009", acrescenta.

O preservativo feminino não teve sucesso quando foi comercializado em Portugal, não só por ser mais difícil de colocar, e implicar prática, mas também devido ao seu custo elevado. Com este concurso, "pretende--se que os preservativos possam ser distribuídos em grandes quantidades nos hospitais e centros de saúde, tal como acontece com os preservativos masculinos", diz Beatriz Casais.

Até 2003/2004 eram comercializadas "duas marcas nas farmácias, mas este negócio não se revelou rentável". Também Jorge Branco refere que esta sempre foi uma técnica pouco utilizada e impopular, aplicada em algumas situações especiais e restritas".

A coordenação nacional, segundo Beatriz Casais, distribuiu este ano 50 mil preservativos femininos "nas ruas, sobretudo para proteger as mulheres que se prostituem. Mas agora queremos alargar a distribuição a todas".
Para que seja reintroduzido no País este método anticoncepcional e de protecção contra as doenças sexualmente transmissíveis (DST), a coordenação vai desenvolver uma campanha para as mulheres. "Em Dezembro vamos promover o uso do preservativo feminino e voltar a recolocá-lo no mercado. A existência em exclusivo de preservativos masculinos torna a mulher mais vulnerável, porque é ao homem que cabe geralmente adquiri-los. Assim, a mulher torna-se independente e determina o seu uso", frisa Beatriz Casais.

Um dos objectivos da coordenação é promover junto do sector privado a atractividade do produto. "Nós garantimos a sua divulgação e as empresas tratam da sua introdução no mercado". Tal como aconteceu com os preservativos masculinos, em que o retalho baixou os preços de acordo com uma política de responsabilidade social, é possível que sejam negociadas medidas semelhantes. "As empresas deviam baixar os preços e fazer campanhas a promover o uso destes produtos". Os métodos de protecção contra as DST são de fácil acesso e gratuitos no Serviço Nacional de Saúde, uma das razões que pode estar a reduzir as vendas.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Que a culpa não morra solteira se isso for o caso

Morreu ao embater com ambulância do INEM
Dúvidas levantam-se quanto ao cumprimento da sinalização luminosa em Cedofeita
JN
MANUEL VITORINO
Um motociclista morreu, sábado, após o embate contra uma ambulância do INEM em serviço que, segundo testemunhas, terá passado um sinal vermelho. A PSP apenas admite que viatura "iria em marcha de urgência".


A potente Honda 600 era um monte de ferros retorcidos e ficou pintada de vermelho, junto aos semáforos do cruzamento das ruas de Aníbal Cunha, com Sacadura Cabral, a poucos metros da igreja de Cedofeita, no Porto. No chão, estava um cadáver, restos de órgãos, uma enorme poça de sangue do jovem Rui Miguel Ferreira, 23 anos, morador na Rua de Miguel Bombarda, em Cedofeita. Junto à vistosa máquina, capaz de atingir 280 quilómetros, uma ambulância do INEM com a porta direita destruída, pára-brisas estilhaçado e muita gente emocionada perante o triste e macabro cenário.

Foi ontem, cerca das 18, 30 horas. "Temos dados que testemunham a ausência de excesso de velocidade. O tacógrafo não mente", adiantou, ao JN, um dos enfermeiros do INEM.

Quanto ao eventual desrespeito do condutor da ambulância do INEM diante do sinal vermelho e sinalização da marcha - questão fundamental para avaliar a responsabilidade do embate -, a mesma fonte optou por não responder.

"Tudo indica que a ambulância estaria em marcha de urgência", afirmou, mais tarde, ao JN, o oficial de serviço ao comando da PSP do Porto, que evitou fazer mais comentários, uma vez que não são conhecidos os resultados das perícias feitas. "O caso será entregue ao Ministério Público. Houve uma morte. Vamos averiguar", disse.


"Só o excesso de velocidade do condutor da moto poderá justificar tal grau de violência. Ele arrancou e espetou-se contra a ambulância. Foi tremendo o estrondo", garantiu um homem de meia-idade, que evitou alongar-se.

No entanto, e segundo o JN apurou, duas outras testemunhas apressaram-se a fornecer as suas identidades à PSP no sentido de apontar responsabilidades ao condutor da ambulância do INEM, cujo porta-voz (e apesar das diligências feitas ao longo da tarde pelo JN) esteve sempre indisponível para comentar a ocorrência.


"Foi um estrondo enorme. A ambulância ainda tentou desviar-se, mas não conseguiu evitar o choque. Quando cheguei, vi os médicos do INEM e um cadáver no chão", contou Fernando Cardinal. "Era uma jóia de rapaz. Não merecia este fim", dizia José Vidal. Chega, entretanto, a companheira, mais amigos da vítima. "Ainda hoje [ontem] vi-o a andar de mota. Devia ir para o café". Por perto, os bombeiros limpavam os destroços, chapa, restos do volante. E os ténis que trazia calçados.


O que diz o decreto-lei (Artigo 65º)
No que concerne à cedência de passagem, os condutores devem "ceder a passagem aos condutores dos veículos referidos no artigo anterior ". No outro ponto do articulado, afirma-se: "sempre que as vias em que tais veículos circulem, de que vão sair ou em que vão entrar se encontrem congestionadoas, devem os demais condutores encostar-se o mais possível à direita, ocupando se, necessário, a berma". Exceptuam-se os casos em que "as vias públicas onde existam corredores de circulação" ou "auto-estradas e vias reservadas a automóveis e motociclos, nos quais os condutores devem deixar livre a berma"


Secção IX, artigo 64º
Quanto ao trânsito de veículos em serviço de urgência, a lei diz que "os condutores de veículos que transitem em missão de polícia, de prestação de socorro ou de serviço urgente de interesse público assinalando adequadamente a sua marcha podem, quando a sua missão o exigir, deixar de observar as regras e os sinais de trânsito, mas devem respeitar as ordens dos agentes reguladores do trânsito". Além disso, "os referidos condutores não podem, porém, em circunstãncia alguma, pôr em perigo os demais utentes da via, sendo designadamente, obrigados a suspender a sua marcha".

sexta-feira, agosto 08, 2008

É Isto Que Se Passa Nas Urgências!

Hoje consultei uma doente que teve necessidade de recorrer a uma urgência nocturna de um nosso  hospital.


Se tivesse ligado para o 112 ou Saúde 24 talvez tivesse sido melhor atendida.

O interesse deste post não é criticar os meus colegas de outras nacionalidades, mas para alertar para outros casos possíveis.

Durante o dia transportou vários garrafões de água. O minimercado fica longe e a idade já não perdoa.

Durante a noite, as suas dores lombares obviamente exacerbaram-se a tal ponto que teve que recorrer a uma urgência hospitalar.

Foi atendida por um  médico de língua estrangeira (para além do país!) de dicção difícil.

Verdade seja dita que o colega bastante se preocupou em saber se a comunicação estava a ser profícua, pois, quase entre cada frase perguntava se "A senhora compreende-me?"

Mas o principal motivo que me leva a escrever relaciona-se com os erros graves a que estas condições podem levar:

1 - Foi prescrito etoricoxib 120 mg 2 x dia, alterando a medicação que a doente já fazia - etoricoxib 60 mg SOS.

2 - Foram-lhe entregues duas receitas emitidas para outros doentes ... (Uma até acontece com mais frquência do que deveria ser desejável, mas agora entregar-lhe duas prescrições de outros tantos doentes...)

(Disse-lhe outra companheira das urgências, após ter perguntado baixinho: É brasileiro? Não, respondeu a outra. É desses países de mais longe!)

quinta-feira, agosto 07, 2008

"Pílula À Borla."

Foi assim que a SICNoticias resumiu a sua reportagem sobre as consultas de PLANEAMENTO FAMILIAR nos centros de saúde.


Mesmo que quisesse focar apenas o facto dos centros de saúde disponibilizarem anticoncepcionais orais às mulheres que o desejem, o título escolhido é do mais popularucho possível e não adequado ao estatuto que a SICNotícias ainda mantêm.

Será que o tal jornalista que apelidou este blog de "cano de esgoto" se transferiu para a redacção da SICN. É que, infelizmente, muito có-có continuam os autores do blogue a canalizar para aqui, e acredito que por vezes o blogue cheire um pouco mal...

quarta-feira, agosto 06, 2008

Vítimas de violência doméstica isentas de taxas moderadoras a partir de hoje

05.08.2008 - 17h25 Lusa

As vítimas de violência doméstica ficam a partir de hoje isentas do pagamento de taxas moderadoras nas unidades de saúde, segundo um despacho do Ministério da Saúde publicado em Diário da República.

Segundo o texto, a isenção é aplicada "sempre que alguém declare nos serviços de admissão de uma urgência em estabelecimento de saúde ou declare perante pessoal técnico dessa urgência ser vítima de maus tratos e desde que apresente sintomas ou lesões que sustentem com alguma probabilidade tal alegação".

Em Fevereiro, o PCP e deputados do PS questionaram o Ministério da Saúde sobre as orientações dadas quanto ao pagamento de taxas moderadoras por vítimas de violência doméstica.

A pergunta do deputado do PCP João Oliveira aconteceu depois de notícias, no início do mês, segundo as quais foi cobrada uma taxa moderadora de 8,70 euros, pelo Hospital de São Marcos, em Braga, a uma vítima de violência doméstica.

O deputado comunista alertou que essa taxa moderadora não era legalmente aplicável, face ao decreto de 2007 que isenta as vítimas de violência doméstica, mas que o hospital alegou a falta de regulamentação.

Deputados do PS, como Maria do Rosário Carneiro e Afonso Candal, questionaram as medidas tomadas para garantir que as vítimas de violência doméstica não pagam taxas moderadoras nos hospitais.

Os deputados referiam que, de acordo com a Lei de Bases da Saúde, "as vítimas de violência doméstica enquadram-se no grupo populacional beneficiário da isenção da taxa moderadora". Por isso, e tendo em conta "a existência de interpretações díspares quanto ao acesso ao direito da isenção do pagamento de taxa moderadora nas unidades de saúde por parte das vítimas de violência doméstica", os socialistas pedem esclarecimentos ao Governo acerca do que está a ser feito.

domingo, agosto 03, 2008

Assunto: é fantástico!

De: Rosalvo Almeida [mailto:rosalvo.almeida@gmail.com]
Enviada: sábado, 2 de Agosto de 2008 22:13
Para: Memai
Assunto: é fantástico

"Caro Médico

Não sei se o assunto interessa ao MEMAI mas hoje irritei-me com o que li no JN e ouvi na RTP.

Talvez o MEMAI possa explicar!

Dizem que uma senhora idosa (com 88 anos) se candidatou ao Complemento Solidário para Idosos. Que o governo dará a diferença para quem receba menos de 400 euros. Essa senhora de Famalicão tem uma pensão de 299 e candidatou-se. Recebeu uma carta da SS a dizer que ia receber 1 euro por mês... Parece impossível! Malandros! Para onde vai a diferença?

O JN não diz mais nada. A RTP, depois das perguntas, diz, em voz baixa e como que não tivesse importância nenhuma, que o Ministério da Segurança Social, interrogado, informou que a diferença se deve a outros rendimentos da senhora.

Ah! Fantástico!

Também dizem que vão ser colocados voluntários nos Centros de Saúde a explicar a coisa aos idosos. Malandros!"

Caro Rosalvo de Almeida, muita injustiça gostaria que me explicassem...