sexta-feira, outubro 31, 2008

SAUDE 24: atitudes intolerantes, prepotentes, fascizantes...ou interesses pessoais e pluriemprego?

Presença de enfermeira considerada “inconveniente nas instalações da empresa”
Linha Saúde 24 suspende subscritora da carta à ministra Ana Jorge
31.10.2008 - 16h43 Margarida Gomes


O Conselho de Administração (CA) da LCS-Linha de Cuidados de Saúde, SA suspendeu ontem uma das enfermeiras supervisoras fundadora do serviço Linha Saúde 24 por considerar a sua presença “inconveniente nas instalações da empresa”.

A enfermeira em causa foi a primeira subscritora da carta que um grupo de oito supervisoras do call center de Lisboa escrevera há dias à ministra da Saúde, Ana Jorge, denunciando um conjunto de anomalias no funcionamento daquela linha de atendimento.


Ana Rita Cavaco, que foi adjunta do ex-secretário de Estado da Saúde, Carlos Martins, do XV Governo, chefiado por Durão Barroso, foi suspensa sem qualquer nota de culpa. Na carta, entregue pelo director-geral, Luís Alves, à enfermeira supervisora, afirma-se que o “Conselho de Administração da LCS deliberou instaurar-lhe um processo disciplinar, com intenção de despedimento com justa causa, bem como a sua suspensão preventiva, com efeitos imediatos, sem perda de retribuição, antes da nota de culpa, tendo em conta que esta ainda não pôde ser elaborada e que é inconveniente a presença de V.Exa nas instalações da empresa”.


Há uma semana, este mesmo Conselho de Administração elogiava e agradecia o apoio de todos aqueles que trabalham na Linha Saúde. Num comunicado interno, o CA registava e enaltecia “o apoio a todos aqueles que nestes 17 meses de actividade têm desempenhado com rigor, brio, dedicação e profissionalismo a sua função e que têm prestado um serviço de inequívoca qualidade”. “Este nível de serviço tem sido reconhecido por entidades exteriores de auditoria, pela atribuição do 1º lugar no prémio de boas práticas no sector público (...)” e “sem essa dedicação e profissionalismo dos srs. enfermeiros, farmacêuticos e restantes quadros da empresa este resultado não teria sido possível”, acrescenta a administração da LCS.

No documento, a Linha de Cuidados de Saúde lastimava, por outro lado, as notícias que a comunicação social tornou públicas sobre o “caos organizativo” em que funciona a Linha Saúde 24, e acusava os media de “prejudicarem o serviço, a empresa e quem nelas trabalha”.


Essas mesmas críticas são hoje retomadas pela administração da empresa através de um comunicado que faz publicar em dois jornais nacionais e no qual explica que as “notícias não são verdadeiras e têm origem num conflito laboral relacionado com a organização de horários de alguns supervisores da Linha Saúde 24”. “Para acumularem empregos, esses enfermeiros supervisores pretendem, no essencial, que os horários da Linha Saúde 24 se subordinem aos horários que têm de cumprir noutras instituições e às conveniências da sua vida pessoal”, acrescenta o texto. O Conselho de Administração da LCS, acusa ainda aqueles profissionais de, “visando manter o pluriemprego, não hesitam, designadamente, em proferir afirmações, veiculadas pela comunicação social, que fazem tábua rasa de um acordo homologado em tribunal, mediante o qual, por livre consenso entre as partes, foi posto termo ao conflito laboral. E não hesitaram, também, pelas referidas razões pessoais, em pôr em causa a imagem profissional dos cerca de 300 enfermeiros, farmacêuticos e restantes elementos da estrutura da LCS”.


A empresa que explora a Linha Saúde 24 sai em defesa dos utentes e do seu bom nome e deixa claro que não vai tolerar mais polémicas, anunciando que, “para além do recurso aos meios disciplinares, alguns dos quais já accionados face a ocorrências verificadas, a LCS agirá por todos os meios convenientes, à salvaguarda do interesse dos utentes deste serviço e à indemnização de todos os danos que forem causados”.

Este Post Tem 5-anos-5! Vejam Como As Televisões Evoluiram... Era O Blog Um Bebé!

Exposição Pública da Doença – Algumas Dicas Para a TVI (E Não Só!)
É o primeiro serviço público que este blog oferece!

E com muito orgulho. Aqui poderão as televisões procurar as doenças para as notícias que encerram os nossos telejornais.
Haverá doenças para todos os públicos.

1) DISSECÇÃO DA AORTA – doença gira, em que a grande artéria do nosso corpo se auto-disseca. Pode ser uma urgência. Era uma grande “caxa” jornalística acompanhar a dissecção no seu percurso, desde o primeiro sintoma até à sala de operações.
2) COARCTAÇÃO DA AORTA – outra doença da nossa maior artéria. Será divertido entrevistar um doente coarctado e logo depois o cirurgião anti-coarctador (pois o tratamento é cirúrgico), de preferência o Prof. Manuel Antunes. Não esquecer as batas verdes.
3) DUCTUS ARTERIUS PATENTE – o nome em latim fica bem, em português poderá ser persistência do canal arterial. Se se contratar um bebé (ou os seus pais), com lágrimas dos avós, de permeio, durante a cirurgia, o share será máximo. Como é uma cirurgia programada, podem anunciar durante semanas!
4) ESTENOSE MITRAL – é uma doença banal, mas presidencial desde que o Presidente foi operado. Fica sempre bem dizer: tenho a doença do presidente.
5) ANGINA DE PEITO, DE PRINZMETAL e INSTÁVEL – três doenças semelhantes, com o mesmo sintoma. Dor no peito. Uma crise em directo, por exemplo num talk-show é uma ideia a não perder.
6) ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO – esta é uma sugestão para um programa do Herman. Convidar um intelectual fumador de três maços por dia, consumidor exagerado de álcool, com colesterol acima dos 400 mg/dL, hipertenso grave não tratado, obeso, com antecedentes familiares (aqui têm que ter um bom apoio das assistentes de pesquisa). Iniciar o programa com perguntas que lhe provoquem demasiada ansiedade e stress. É enfarte em directo garantido. A reanimação com uma equipa de uma VMER (já a postos nas bastidores) com entrevista durante a reanimação será um ponto alto do programa com vendas garantidas para outras televisões.
7) TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR PAROXÍSTICA – se filmada no paroxismo …
8) MORTE CARDÍACA SÚBITA – só contratando a Maya se poderá prever este evento. Mas será um êxito internacional. O programa poderá continuar na autópsia.
9) HIPERTENSÃO ARTERIAL / DIABETES – apesar de serem as doenças que provocam mais óbitos, não são muito telegénicas. Não será de apostar para o público em geral. Só actualizações no Canal Medicina.
10) DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA – mais conhecida por DPOC e muito ligada aos fumadores. Tossir permanentemente durante um talk-show, com uns cigarritos à mistura é uma boa propaganda ao tabaco.
11) ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO – se o corpo estranho for o processo da Casa Pia e for aspirado completamente por alguém, até desaparecer, não haverá médico que o consiga recuperar. A principal complicação da aspiração de corpos estranhos, com diagnóstico tardio, é uma infecção piogénica do órgão, com o aparecimento de abcessos purulentos, de difícil controle.
12) SÍNDROME DE CHURG-STRAUSS – é um boa doença para o maestro Vitorino de Almeida dissertar na SIC Notícias por analogia com o Strauss das valsas.
13) SILICOSE, ASBESTOSE e outras PNEUMOCONIOSES – são doenças dos trabalhadores. Portanto não se mostram ao povo. Mostram-se em grandes reportagens direccionadas para a classe média alta para poder dizer angustiada: coitadinho do nosso povo trabalhador! Uma mesa redonda seria invariavelmente moderada por deputados do PCP e BE.
14) APNEIA DO SONO – é a doença da moda (assim como a fibromialgia), mas esta é real e causadora de muitos acidentes de trabalho e de viação. Sucesso garantido.
15) DOENÇA DO REFLUXO GASTRO-ESOFÁGICO (DRGE) – é também uma doença recente, mas que não é televisiva. Não haverá muito interesse em filmar um doente com azia e pirose. Aliás, azia e pirose é o que mais se sente quando se ligam as televisões!
16) SÍNDROME DE MALLORY-WEISS – uma boa hematemese de sangue vermelho vivo, se apanhada em flagrante num ambiente encarnado, como por exemplo, uma conferência de imprensa do PCP ou nas recentes eleições do Benfica e expelida em direcção a um operador de imagem, seria um momento televisivo único.
17) SÍNDROME DE BOERHAAVE – também uma doença aguda dos alcoólicos. Por exemplo, um inquérito de rua na 24 de Julho: Sofre do síndrome de Boerhaave?
18) DOENÇA DE WIPPLE – para além de ter um nome engraçado, tem um sintoma que pode ser aproveitado para programas de Domingo à tarde: movimento rítmico contínuo dos músculos oculares com a mastigação ou por outras palavras, miorritmia óculo-facial-esquelética ou óculo mastigadora.
19) FISSURA ANAL – doença a passar na SIC Radical, com anuscopia ou rectosigmoidoscopia em directo, com a introdução do fibroscópio pelo próprio Rui Unas.
20) HEPATITES A B C D e E – seria interessante fazer um debate moderado pela Laurinda Alves e Júlia Pinheiro, duas apoderadas das medicinas ditas alternativas, com um portador de cada tipo: um jovem para a A, um ex-toxicodependente para a B, para a C a Pamela Anderson e um transplantado hepático, um da classe média para a D, um da alta burguesia representaria a E, ainda um ex-alcoólico para a hepatite alcoólica, outro para a medicamentosa e por último, um para a auto-imune.
21) SÍNDROME DE BUDD-CHIARI – só pelo nome deveria ser produzida para o futuro canal 2.
22) COLEDOCOLITÍASE, CATARATAS, COXARTROSES, GONARTROSES – entrevistar estas doenças e fazer um concurso cujo tema seria, quem mais demorou a entrar na sala de operações.
23) ASCITE – seria uma doença para abrir o telejornal da TVI, de preferência contratar o ascítico com o maior abdómen, em vésperas de drenagem, e que se candidataria ao Guiness Book of Records. Poder-se-ia chamar o Director de Programas para in loco confirmar através da palpação daquela barriga, que se estava na presença de um abdómen sob enorme tensão e aplicar a primeira agulha para a sua drenagem.
24) LEUCEMIAS – sejam crónicas, agudas, mieloblásticas, linfocíticas ou de células pilosas. Em qualquer canal, a qualquer hora, para qualquer público. A das células pilosas tem sido pouco explorada.
25) POLICITEMIA VERA – doença desconhecida de muita gente, tem um nome sonoro, que vende. Ainda se usam aqui as sangrias medievais. Em directo fica bem. A Vera Roquete poderia ser a entrevistadora.
26) LÚPUS ERITEMATOSO SISTÉMICO – LES – Como já ouvi hoje na RTP1, fica para uma segunda grelha.
27) SÍNDROMES MIELODISPLÁSICOS – como são doenças da terceira idade, tem pouca saída. Talvez na SIC Nostalgia.
28) MACROGLOBULINÉMIA DE WALDENSTRÖM e DOENÇA DE VON WILLEBRAND – estas doenças terão que ser divulgadas pela Bárbara Guimarães, nos seus programas culturais. Não são doenças generalistas.
29) ARTROSES – incluindo os bicos de papagaio, as artroses dos joelhos, das cruzes, etc. São doenças populares. São grandes fornecedoras do PECLEC. Indicadas para os programas da manhã, para o Goucha.
30) JOANETES – doenças vulgares. Programas da manhã. Esta pode ser para a concorrência. Mas, para o mesmo tema, no horário nobre, falar-se-ia hallux valgus, calçado, cabeça do metatársico, exostoses, bursites, etc. Poder-se-iam mostrar fotografias de joanetes célebres.
31) DPPCD – parece a sigla de um partido ou movimento, mas significa DOENÇA DE DEPOSIÇÃO DE PIROFOSFATO DE CÁLCIO DIIDRATADO. Só pelo nome merecia também um lugar ao Sol. Pode não abrir noticiários, mas pelo menos no novo canal 2.
32) POLIMIOSITE-DERMATOMIOSITE, SÍNDROMA DE SJÖGREN, POLIARTERITE NODOSA, VASCULITE DE CHURG-STRAUSS, GRANULOMATOSE DE WEGENER, ARTERITE DE TAKAYASU, DOENÇA DE BUERGER, SÍNDROMA DE BEHÇET, DOENÇA DE PAGET – grande furo jornalístico seria convidar os senhores Sjögren, Churg e Strauss, Wegener, Takayasu, Buerger, Paget e Behçet acompanhados dos seus doentes. Seria uma Grande Entrevista da RTP1 com os habituais comentadores.
33) POLIMIALGIA REUMÁTICA vs FIBROMIALGIA – seria um Prós e Contras com a deputada Elisa de um lado e um polimiálgico do outro.
34) GINECOMASTIA – um concurso de beleza para homens, apresentado pela Teresa Guilherme ou pelo Júlio Isidro.
35) OSTEOPOROSE, MENINGITES, GRIPE – são doenças que só aparecem com grandes padrinhos por trás. Divulgam-se quando os padrinhos julgam oportuno.
36) BÓCIO – das primeiras doenças a ser expostas pelas ruas e praças, com grandes massas no pescoço. Não é necessário re-aparecer nas TVs.
37) SÍNDROME DE CUSHING, DOENÇA DE ADDISON e DOENÇA DE PAGET – mais uma mesa redonda, moderada por um endocrinologista de nomeada.
38) HIPOGONADISMO MASCULINO, HIRSUTISMO e DOENÇAS VIRILIZANTES DA MULHER – será muito difícil convencer estes doentes a exporem as suas doenças para o público em geral. Em tempos faziam parte do circo.
39) DENGUE, MALÁRIA, FEBRE AMARELA – doenças dos países pobres. Só saiem grandes reportagens a altas horas, para sermos poucos a ter vergonha da sociedade que criamos.
40) SÍNDROME DE CHOQUE TÓXICO ASSOCIADO A STAPHYLOCOCCUS AUREUS – a famosa doença dos tampões OB, que quase ia destruindo esta indústria. Também não deverá haver muitas interessadas a mostrar os seus tampões. Talvez a SIC RADICAL pudesse pegar.
41) DOENÇA DA ARRANHADURA DO GATO – doença engraçada para terminar um telejornal. Uma casa simpática com o felino causador, de preferência siamês ou mais exótico ainda, no colo da vítima.
42) INFECÇÕES – à TV que conseguir concorrentes para um novo Big Brother, proponho uma nova concepção. Seria assim: depois de isolados os 30 concorrentes numa casa hermeticamente fechada, lançar-se-iam dezenas de milhar de Streptococcus, Pneumococus, Staphylococcus, Clostridiuns, Bacillus anthracis, Corynebacterium, Bordetellas, Neisserias gonorrheae, Haemophilus, Legionellas, Salmonellas, Shigellas, Campylobacter jejuni, Vibrio cholerae, Brucellas, Francisellas, Yersinias pestis, Calymmatobacterium. Quem não adoecesse seria o vencedor. Entretanto, filmar-se-ia em directo o desenvolvimento das diversas doenças, com explicações práticas para alunos de medicina pelos mais reputados infecciologistas e bacteriologistas. Uma segunda edição seria com vírus e uma terceira com carrapatos.
43) NOCARDIOSE – é causada pela Nocardia asteróides e Nocardia brasiliensis. Um Cross Fire entre o cientista Carvalho Rodrigues pelo asteróides e o Filipe Scolari pelo brasiliensis. Poderia passar na Sport TV.
44) PÉ DE ATLETA – esta popular doença seria exclusiva também da Sport TV.
45) DEMÊNCIA, DELIRIUM, OLIGOFRENIA, DEFICIÊNCIAS VÁRIAS, CEGUEIRA – tudo isto já está exposto no Big Brother.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Perguntar Não Ofende: O Pepino Terá Um Caso Com A Ana De Vinhais?


O Sr Pepino é jornalista do Correio da Manhã. A Ana é uma jovem, muito jovem diria, professora de Vinhais. 


Foi colocada há 2 meses em Santarém. Mas teve um abortamento em casa (o dono do espermatozoide não aparece na reportagem). 

Por vias do Aborto foi à Urgência do Hospital, mas queixou-se, presumo, de um ouvido.

Mandaram-na para casa repousar. Sim um Aborto é sempre um Aborto, espontâneo ou não. 

Por vias disso, foi ao Atendimento Complementar do CS de Santarém e disse para a médica-que-a-maltratou (o Pepino não esclarece se houve ou não vias-de-facto): QUERO uma "cradencial" para para fazer uma ecografia e outra para uma consulta do especialista dos "óvidos".

Segundo o Pepino, parece que a médica-que-a-maltratou não tolerou as exigências, pois a piquena e giraça Ana pensou que estava no supermercado a aviar credenciais...

E aos despois, a médica-que-a-maltratou disse: vou-te maltratar e maltratou-a. E prontus
A utente maltratada, saiu do consultório, dizendo, maltrataste-me, bolas, bolas. Vou fazer queixa de ti, médica-que-a-maltratou, e vais ver que o último a maltratar é o que maltrata melhor.

Quando ia a chegar à rua, aparece o Pepino com um letreiro na testa: "Sou do Correio da Manhã, ganho à peça. As coisas da saúde valem mais. Procuro pessoas maltratadas."

E foi paixão à primeira vista. A Ana de Vinhais, segundo testemunhas oculares, vinha muito maltratada, o Pepino à procura de pessoas maltratadas. A Ana de Vinhais (confesso que tem um corpinho bem jeitoso) disse: Senhor Pepino, não chore. Eu fui maltratada agorinha mesmo. Posso servir de modelo. Não quer ir jantar a qualquer lado para lhe contar a minha história? Até lhe posso mostrar as nódoas negras, mas só a si. Estão por baixo da roupa.  No jornal não. é lá para em Vinhais perceberem como só precisou de 2 meses para ficar famosa...

O resto já se sabe, do casamento de ocasião, nasceu uma notícia que será provavelmente a notícia mais importante do nosso Serviço Nacional de Saúde nestes 30 anos de vida.

Para mais informações comprem o Correio da Manhã, umas manhãs atrás e explorem a notícia toda. Até podem fazer um recorte da foto da Ana e colocarem na mesinha de cabeceira, junto ao despertador... para recordar todos os dias de manhã antes do duche, de fazer a barba ou lavar os dentes...

Por Estar De Acordo, Pois Deviam Ser ZERO!

Com o devido respeito, transcrevo do blogue do jornalista Carlos Enes o seguinte post sobre o INEM.

Quando ouvi a resposta do INEM ao caso das chamadas perdidas, pensei: a minha Ministra tem que demitir todas as chefias do INEM.

Como é possivel alguém argumentar que um serviço de emergência fica satisfeito por "perder trezentas e tal chamadas". O objectivo mínino seriam ZERO CHAMADAS.

Mesmo aceitando que estatisticamente as "trezentas e tal chamadas" podem representar pouco, nunca saberei quantas pessoas morreram, se somar dia a dia as "trezentas e tal chamadas".

O IMEM, que já fui um seu defensor deveria acabar. Assim como a vertente da Saúde dos bombeiros.

Sobre as suas cinzas deveria nascer uma nova organização institucional, moderna e profissionalizada a 100%, independente dos hospitais com médicos e técnicos paramédicos preparados e constantemente actualizados.

O post de Carlos Enes:

"O INEM, ATRAVÉS DE FONTE OFICIAL NÃO IDENTIFICADA, ACABA DE DIZER AO JORNAL DE NOTÍCIAS QUE NÃO PERDE, OU DEIXA POR ATENDER, QUATROCENTAS CHAMADAS DE SOCORRO POR DIA. "SERÃO ANTES TREZENTAS E POUCAS".

Lê-se e não se acredita. Mas é sintomático de duas coisas. Uma política de comunicação inaceitável num organismo público e, muito mais grave, uma inesperada irresponsabilidade social.

Primeiro, vamos à política de comunicação. A TVI noticiou há uma semana que o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Lisboa do INEM, responsável pelo atendimento e accionamento de meios de socorro aos distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal, Évora e Beja, chega a "perder" centenas de chamadas por dia. A reportagem, que pode ser vista neste excerto do Jornal Nacional de 6.ª feira, 17 de Outubro, às 21:08, não foi feita nas costas do INEM. Fizemos, cara a cara, a pergunta necessária à Directora de Emergência Médica do INEM e pusemos no ar a resposta. Esta semana, antes da nova notícia , o INEM foi previamente questionado sobre tudo: o caso concreto do esfaquedado que ficou meia hora à espera, o caso concreto de uma segunda-feira negra, e o caso genérico de toda a informação financeira e operacional disponível sobre o sistema informático. Trata-se de informação pública por Lei, mas o INEM não respondeu a nada. Preferiu ficar sentado a ver o jornal da TVI para responder a seguir, ao Jornal de Notícias, que as chamadas perdidas foram "trezentas e poucas". Ridículo.

Agora, a irresponsabilidade social. Ao contrário do que informa a fonte oficial do INEM, já antes da instalação, em Março, do módulo de georeferenciação do novo sistema informático, que custou uma fortuna, era possível medir o número de chamadas perdidas. Mesmo que não fosse, basta perguntar à polícia, que encaminha as chamadas 112, ou aos bombeiros, que recebem activações com meia hora de atraso, se sempre foi assim. Mas nem sequer é preciso a quem manda no INEM dar-se a tanto trabalho. Basta alguém do Conselho Directivo ter a coragem de descer uns andares e perguntar directamente aos operadores que atendem as chamadas.

Sempre houve chamadas perdidas? Residualmente, talvez. Porque se os senhores que mandam souberem ler, podem consultar os relatórios de actividades de 2004 e 2005 da instituição que dirigem. Aí ficarão a saber que os operadores de atendimento respondiam a uma média de cinco chamadas por hora. E agora, que o número de operadores foi drasticamente reduzido, seguindo a espúria tendência da administração púbica para poupar em recursos humanos e aumentar proporcionalmente os milhões disponíveis para negócios de contratação externa, quantas chamadas atende cada operador por hora e quantas perdem eles todos em conjunto? Agora, que bancadas inteiras de postos de atendimento foram retiradas da sala do CODU de Lisboa, que chegam a estar seis ou sete pessoas para atender as chamadas todas de socorro de cinco distritos, como é?

Claro, o que é preciso é comprar helicópteros para salvar a reforma louca de um ministro que sabia de tudo mais do que toda a gente. O que é preciso é montar um majestoso "hospital de campanha" e estacionar um batalhão de ambulâncias na Avenida da Liberdade por causa de um carro de fórmula 1 que anda por lá a fazer publicidade, não vá o carro despistar-se para cima das pessoas ou da própria estátua do Marquês.

A minha segunda maior curiosidade é saber se a ministra da Saúde vai engolir mentiras ou exigir soluções. A maior curiosidade de todas é contar quanto tempo vai durar esta irresponsabilidade grosseira que pode matar pessoas e certamente já matou algumas."

terça-feira, outubro 28, 2008

Os juízes têm cada uma...mas a culpa até nem é deles...

Os juizes têm cada uma na avaliação e aplicação da lei... ainda está bem fresca na memória aquela decisão de mandar em liberdade o individuo que, em plena esquadra da PSP, atingiu com vários tiros outra pessoa.


Agora é esta decisão do Supremo que não considera a Interrupção Voluntária da Gravidez como um acto médico !


Supremo considera legal anúncio sobre clínica de abortos
28.10.2008, Pedro Garcias
Acórdão sustenta que IVG não é um acto médico, pelo que o seu anúncio não viola o Código da Publicidade

O Supremo Tribunal de Justiça negou provimento ao recurso apresentado pela associação Sabor da Vida para que fosse considerado nulo o contrato de publicidade estabelecido entre a Clínica dos Arcos e a empresa proprietária do jornal Correio da Manhã.

Em causa estava a publicação de um anúncio daquela clínica espanhola (conhecida por realizar abortos) com informação sobre os seus contactos e a frase "Interrupção voluntária da gravidez". Em primeira instância, o Tribunal Cível de Lisboa tinha dado razão à associação, que, na queixa apresentada em 22 de Outubro de 2003, havia invocado o artigo 19 do Código de Publicidade, segundo o qual é proibida a publicidade a tratamentos médicos e a medicamentos que apenas possam ser obtidos mediante receita médica.

Aquele tribunal considerou a interrupção voluntária da gravidez um acto médico que só pode ser executado sob prescrição médica e declarou a nulidade do contrato de publicidade, condenando a Clínica dos Arcos a abster-se de publicitar "anúncios abortófilos".

A clínica recorreu para o Tribunal de Relação e este julgou procedente o recurso, baseando a decisão no facto de não considerar a interrupção voluntária da gravidez um acto médico. A Relação defendeu que um tratamento implica uma doença e é para salvaguardar os consumidores doentes que existe o Código da Publicidade. "Ora, não sendo a gravidez uma doença, a sua interrupção não constitui um tratamento médico, nem está sujeita a receita médica, é antes uma terapêutica, entendida esta como arte, ciência de cuidar de doenças e doentes".

A Sabor da Vida recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça, mas os juízes responsáveis pelo acórdão, com data de 23 de Outubro, reiteraram as posições da Relação, considerando que, para efeitos do Código da Publicidade, a interrupção da gravidez não constitui um acto médico, pelo que o anúncio em causa não constitui publicidade proibida, nem tão-pouco é ofensivo dos bons costumes. O mesmo anúncio, ainda de acordo com oacórdão, também "não encoraja "comportamentos prejudiciais à saúde e segurança do consumidor".

Não sendo acto médico pode ser feito por uma enfermeira ou uma qualquer habilidosa abortadeira ...ou praticantes das ditas alternativas...ou pela Miquinhas da Não-sei-quê!

Porque espera a Ordem dos Médicos (e o Ministério da Saúde é parte interessada) para retomar o processo de regulação do acto médico!

domingo, outubro 26, 2008

Mais Uma Descoberta dos Jornalistas do Público...

 

 

"Centro Hepato-Biblio-Pancreático e de Transplantação do Hospital Curry Cabral, em Lisboa"

 

Provavelmente o Eduardo Barroso introduz livros dentro dos figados. Pode melhorar a iliteracia dos jornalistas.

Obviamente!

Ana Jorge preocupada com tratamentos e materiais
Ministra diz que cabe à Ordem dos Dentistas garantir qualidade dos serviços

20.10.2008 - 16h20 Lusa

A ministra da Saúde afirmou hoje estar "preocupada" com o facto de existirem dentistas a utilizar materiais de "qualidade duvidosa", considerando, contudo, que cabe à Ordem dos Médicos Dentistas intervir nesta situação."

A qualidade dos serviços prestados (pelos dentistas) é uma competência da Ordem, espero que a colaboração da Ordem seja eficaz junto dos seus pares", afirmou a ministra aos jornalistas, no Porto, à margem da cerimónia de apresentação do relatório final sobre cirurgia de ambulatório. "Estou preocupada mas é de aguardar a intervenção da Ordem", concluiu Ana Jorge.

Mais do que uma competência é uma obrigação na medida em que as Ordens profissionais têm competência delegada do Estado nessas matérias !

Cabe-lhes apresentar uma queixa-crime e proceder ao encerramento dos tais prestadores!

sábado, outubro 25, 2008

Publicidade enganosa e despudorada


Num outdoor publicitário:


SABIA QUE SE LIGAR PARA O SAÚDE 24 QUANDO CHEGAR AO HOSPITAL JÁ ESTÃO À SUA ESPERA ?


Será que precisam de mais uns telefonemasitos para rentabilizar a parceria publicoprivada?

Mortocracias...

INEM não transporta cadáveres de doentes que morram nas ambulâncias
25.10.2008 - 09h49 Lusa


Se um doente morrer a bordo de uma carrinha do INEM, o veículo detém-se e o cadáver tem de ser transferido para um transporte alternativo porque formalmente não pode seguir viagem na mesma viatura.


Esta norma pode dar origem a situações em que um corpo demore cerca de uma hora a ser transferido de veículo, como aconteceu esta semana no distrito de Bragança.

De acordo com a Lusa, o caso aconteceu na passada quinta-feira quando uma vítima de AVC (Acidente Vascular Cerebral, vulgarmente conhecida por trombose) faleceu a meio caminho entre Torre de Moncorvo e Bragança, na zona de Caravelas, próximo de Bornes. Segundo várias entidades envolvidas na operação e ouvidas pela Lusa, o corpo da vítima esperou mais de uma hora na estrada nacional 102 até estarem concluídos os procedimentos para ser transportada para a morgue de Bragança.


De acordo com o primeiro-sargento Camilo, da GNR Mirandela, aquela força de segurança foi chamada ao local por volta das 17h20. Segundo contou, uma ambulância do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) estava a transportar o doente, tendo vindo ao seu encontro a VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação). O doente não resistiu a um AVC, acabando por falecer a meio dos cerca de cem quilómetros que separam Torre de Moncorvo de Bragança, tendo o óbito sido declarado pelo médico da VMER.


A partir do momento em que é confirmado o óbito, o INEM cessa a sua função e a ambulância pára, segundo disse Lusa fonte do Instituto sublinhando que "não é missão do INEM transportar cadáveres". Segundo explicou, quando ocorre o óbito é accionada a autoridade mais próxima, neste caso a GNR, que fica no local junto ao corpo até chegar o transporte alternativo.


A finalidade, de acordo com a fonte é "libertar os meios de emergência, nomeadamente as ambulâncias para a sua missão de socorro".

Porém neste caso, a VMER ficou imediatamente disponível, mas a ambulância do INEM que transportava o doente falecido manteve-se no local até chegar uma outra ambulância dos bombeiros de Mirandela que fez o transporte para a morgue de Bragança, onde chegou por volta das 19h30.


Delegado distrital de Saúde de Bragança discorda da norma


Os intervenientes admitem que este processo possa parecer "chocante", mas dizem que são as regras, de que discorda o delegado distrital de Saúde de Bragança. Victor Lourenço defende que "a ambulância em transporte do doente urgente deve seguir para a morgue", e não encontra qualquer justificação de saúde para este procedimento.

Para o delegado de saúde, a forma de resolver este tipo de situações e agilizar e libertar realmente os meios de socorro seria licenciar em Portugal os carros de transporte de cadáveres, à semelhança do que já acontece em outros países da União Europeia, nomeadamente na vizinha Espanha.

sexta-feira, outubro 24, 2008

Aqui nunca Correia de Campos foi ...


Mas devia... porque é a sua terra natal...
Poderia esperar aqui nesta sala para ser atendido...
E já agora... treinar aqui os lava-mãos que tanto o entusiasmou...

As fotografias amavelmente enviadas por um dos nossos leitores, devidamente identificado, utilizador do Centro de Saúde de Viseu - Extensão de Torredeita, valem mais do que mil palavras!
VERGONHA!

quinta-feira, outubro 23, 2008

O SIM não deixa de ter razão...

O SOL QUANDO NASCE NÃO É PARA TODOS?

O anunciado (Diário de Notícias) despacho do Ministério das Finanças a interditar aos quadros técnicos superiores (entre os quais os médicos) o recurso à mobilidade especial, que e recorde-se, permitiria a saída da função pública mantendo um vencimento menor mas acumulável com a remuneração por actividade no privado, é uma manifestação de requintada hipocrisia deste Governo!
Quando toca a cortar, inclusive nos direitos adquiridos e benefícios que em tempos foram apresentados como um atractivo, chamariz e mais valia, aí os médicos já são funcionários públicos como os outros…
Quando toca a deveres gerais da administração pública, aí também os médicos são funcionários públicos como os outros…Mas quando toca a algo de aproveitável e de positivo, aí a música muda de ritmo!
Assim não, meus senhores! As résteas de credibilidade são cada dia mais esparsas…

Baixa da única médica deixa aldeia alentejana de Albernoa sem cuidados médicos



23.10.2008 - 15h09 Público
"Os quase 900 habitantes de Albernoa, concelho de Beja, estão sem cuidados médicos na aldeia há quase dois meses, porque a única médica do posto de saúde está de baixa, disse hoje fonte autárquica.Após "uma presença irregular este ano, devido a várias baixas", a médica de família do posto de saúde "entrou de férias no início de Setembro e depois meteu baixa por doença", explicou a presidente da Junta de Freguesia de Albernoa, Sandra Margarida. Desde aquela data, "só têm sido prestados cuidados de enfermagem" no posto de saúde de Albernoa e os utentes, em caso de necessidade de cuidados médicos, "têm que se deslocar ao Centro de Saúde de Beja, a 20 quilómetros", lamentou a autarca. Devido ao "imprevisível" regresso ao serviço da médica de baixa e por "indisponibilidade de destacar um médico substituto para dar consultas em Albernoa", a direcção do Centro de Saúde de Beja "disponibilizou consultas diárias para os utentes" nesta unidade e "reforçou os cuidados de enfermagem" no posto de saúde da aldeia, disse Sandra Margarida. "Mas são alternativas que não resolvem as necessidades da população", lamentou, argumentando que os transportes públicos para Beja "são escassos" e "a maioria dos utentes", idosos, "tem dificuldades financeiras e de mobilidade para se deslocar a Beja". "É mais fácil deslocar um médico para dar consultas duas ou três vezes por semana em Albernoa do que obrigar vários utentes, a maioria idosos, a deslocarem-se a Beja", salientou. Grupo de habitantes organiza abaixo-assinado para entregar ao Centro de Saúde de BejaPor outro lado, "os cuidados de enfermagem são importantes, mas não substituem os cuidados de um médico". "A população não aceita as alternativas propostas pela direcção do Centro de Saúde de Beja e exige uma assistência médica em condições compatíveis com a realidade da aldeia", vincou Sandra Margarida. Segundo a autarca, a Junta de Freguesia de Albernoa já pediu uma reunião à direcção do Centro de Saúde de Beja para entregar um abaixo-assinado que, por "iniciativa de um grupo de habitantes", está a circular na aldeia para "reclamar um médico que assegure os cuidados médicos à população no posto de saúde" local. A Lusa contactou hoje o Centro de Saúde de Beja, mas os serviços informaram que as duas médicas responsáveis pela direcção estavam ausentes."






Aqui temos a realidade do meio rural interior, falta de acessibilidades, serviços básicos, enfim um sem nº de coisas.

Por enquanto ainda vai havendo médicos, a maior parte à beira da reforma.

Mas em situações de doença os recursos escasseiam em todo o lado.

Quando a manta é curta, ficam os pés ou a cabeça de fora!

segunda-feira, outubro 20, 2008

Crime! à atenção também do Ministério da Saúde e da IGAS



Há dentistas a utilizar materiais de "qualidade duvidosa" e a poupar na esterilização dos equipamentos para compensar os preços baixos impostos pelas seguradoras.

O alerta foi dado pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e o problema já está sob a investigação da Entidade Reguladora da Saúde. "A situação está a degradar-se imenso em Portugal. Começa pelos materiais de menor qualidade e pelo sobretratamento, o que significa fazer tratamentos que não são necessários, continua pelo tempo menor dedicado ao doente e vai por aí fora até à degradação total da qualidade, incluindo a esterilização", afirma o bastonário da Ordem, Orlando Monteiro da Silva.

Em declarações à agência noticiosa Lusa, o médico dentista explica que vários seguros de saúde oral reduziram significativamente os preços dos tratamentos, "dando-se até ao desplante de proporem aos médicos dentistas actos gratuitos", sem ter em conta os elevados custos subjacentes a qualquer consulta, como a esterilização dos equipamentos.

A Lusa consultou as tabelas de preços de sete grandes empresas de seguros, que impõem a gratuitidade de actos como a destartarização e até a extracção de dentes, por exemplo, não atribuindo aos médicos, nestes casos, qualquer tipo de comparticipação ou pagamento.

Mesmo sendo muito desvantajosas em termos de honorários, centenas de clínicas dentárias acabam por aceitar estas convenções para aumentar o número de pacientes, uma vez que muitas se encontram "quase às moscas" devido ao excesso de oferta. "As seguradoras, cujo único objectivo é o lucro, fazem-se valer do excesso de oferta para reduzir os valores que atribuem aos actos, mas os honorários propostos, alguns deles gratuitos, são um convite à fraude.

Quando os actos médico-dentários não são pagos convenientemente, obviamente a corda vai roer pelo lado da qualidade", adverte o bastonário. Com montantes que não chegam para cobrir todos os custos de uma consulta, há dentistas que começam a recorrer "a expedientes inaceitáveis em termos éticos, deontológicos e, sobretudo, em termos de qualidade", com elevados riscos para a saúde pública, nomeadamente no que diz respeito à transmissão de doenças, diz Orlando Monteiro da Silva.

Nos últimos dois anos, 87 consultórios e clínicas de todo o país tiveram a actividade suspensa e cinco foram mesmo encerrados por falta de condições de higiene e exercício ilegal. "Foram detectadas situações de insalubridade, falta de condições gerais para consultórios de medicina dentária, falta de higiene, falta de meios de esterilização e de condições de limpeza das instalações.

Mas o que é detectado é apenas uma pequena parte. A pirâmide é muito maior", garante.

Na sequência das "várias queixas" transmitidas por dentistas, a Ordem denunciou a situação à Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que já abriu um inquérito sobre a situação, à Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), Instituto de Seguros de Portugal (ISP) e provedor de Justiça. Lusa

Foi você que falou em desdenhar ?


Sem comentários:


Direcção-geral de Saúde rejeita críticas
Supervisores da linha Saúde 24 denunciam "caos organizativo" deste serviço

20.10.2008 - 10h36 PÚBLICO, com Lusa
Oito fundadores e supervisores da linha Saúde 24 800 24 24 24, lançada há ano e meio, escreveram uma carta à ministra Ana Jorge denunciando aquilo que consideram ser “o caos organizativo” em que este serviço caiu.


Segundo a notícia avançada hoje pelo “Correio da Manhã”, a carta, com 15 pontos, os subscritores apontam falhas na plataforma de atendimento, que chega a estar inoperacional por várias horas, dizem que há utentes que ligam para a linha mas que não são atendidos e que há falhas na comunicação com os serviços de emergência.


Na carta, a empresa responsável, regida numa parceria público-privado com a operadora LCS, SA, do grupo Caixa Geral de Depósitos, é ainda acusada de alterar regras no atendimento para poder ganhar mais dinheiro e das triagens dos doentes nem sempre serem eficazes e rápidas como era esperado.


Os supervisores alertam ainda para o facto do director do centro de atendimento ter pedido que as transferências para o INEM sejam imediatas, mesmo antes de uma avaliação correcta das reais necessidades do doente, porque “o Estado só paga se 95 por cento das chamadas forem tratadas e transferidas em menos de 10 minutos”, diz o documento, citado pelo “Correio da Manhã”.


A LCS foi alvo de uma providência cautelar interposta por cinco dos enfermeiros supervisores, que viram os seus horários de trabalho alterados unilateralmente e que se queixam ainda de terem sido impedidos de entrar no local de trabalho e de terem acesso ao sistema informático.


Contactada pela Lusa, a Direcção-Geral de Saúde rejeitou as críticas de falta de eficácia e "caos organizativo" da linha telefónica Saúde 24, alegando que a qualidade do atendimento e o interesse público estão salvaguardados. "É natural que haja interesse da operadora em ter lucro. Nós, Direcção-Geral da Saúde (DGS), marcamos a diferença no cumprimento da qualidade do serviço público. Asseguramos que a qualidade e o interesse público estão acima de qualquer outro interesse", afirmou à agência Lusa o responsável da DGS pela linha, enfermeiro Sérgio Gomes. Face às denúncias de falhas no atendimento, a Direcção-Geral da Saúde responde que a taxa de eficácia tem níveis superiores a 95 por cento. Assim, em 100 chamadas realizadas, menos de cinco ficarão por atender, sublinha Sérgio Gomes, lembrando ainda que a linha Saúde 24 atende uma média de 1600 chamadas diárias. O balanço ao final de um ano apontava para 125 mil horas de atendimento e 106 mil idas às urgências evitadas.

quinta-feira, outubro 16, 2008

BATDENTES

Havia aquela história dos insignes deputados da Nação implicados em esquemas de despesas de viagem falsas ( os deputados Batman) para os quais a culpa morreu solteira e um deles chegou inclusive ao poleiro partidário, lembram-se?

Havia a história dos Laboratórios de Analise que fabricavam e cobravam ao Estado prescrições de exames analiticos, com a conivência de elementos da classe médica, e que desapareceu de cena, lembram-se?

Outras histórias havia de receitas falsificadas do SNS, envolvendo farmacêuticos e elementos da classe médica, também caída no esquecimento...


Brandos costumes, dir-se-á...

Indivíduo(a)s atrevido(a)s e imaginativo(a)s não faltam


Agora é esta que volta a público com o início dos procedimentos judiciais....

Estranha-se a bondade do titulador da notícia, que deixa de fora os responsáveis da clinica dentaria...


Fraude de quase 200 mil euros na Águas do Porto leva 63 funcionários a julgamento
16.10.2008, José Augusto Moreira e António Arnaldo Mesquita
Clínica dentária emitia falsos recibos. Comparticipação da ADSE chegou a superar o vencimento mensal de uma das funcionárias acusadas


Os dois responsáveis por uma clínica dentária do centro do Porto e 63 funcionários dos ex-Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) do Porto estão acusados pela prática de crimes de burla qualificada e de falsificação de documentos. A acusação do Ministério Público (MP) decorre das investigações levadas a cabo pela Polícia Judiciária, depois da fraude ter sido detectada no interior daquele serviço camarário há cerca de três anos (ver caixa).


O esquema funcionou durante vários anos e consistia na apresentação de falsos recibos relacionados com serviços da clínica dentária, fazendo com que os SMAS - que deram lugar à actual Empresa de Águas do Município do Porto, EM - tivessem desembolsado quase 200 mil euros de comparticipações resultantes do sistema de apoio social aos funcionários públicos, que é conhecido pela sigla ADSE.


A investigação cingiu-se ao intervalo entre os anos de 2001 e 2005, período em que os SMAS pagaram um total de 195.305 euros de comparticipações, sendo que pelos serviços efectivamente prestados era devido apenas o montante de 13.676 euros.


Em muitos dos casos, os recibos eram inflacionados de forma a que os montantes da comparticipação acabassem por cobrir o preço da totalidade dos serviços prestados, mas casos houve em que os beneficiados eram pessoas não abrangidas pelo sistema de apoio da ADSE.

Noutros, era a natureza dos próprios actos clínicos que não permitia beneficiar de comparticipação.


Numa das situações detectadas foram emitidos recibos de 1124 euros em nome de um funcionário que não fez qualquer tipo de tratamento, mas há também situações em que para actos médicos totalizando cerca de 369 euros foram emitidos recibos no valor de 7685 euros.


Caso curioso é o de uma funcionária a quem a utilização do esquema fez com que chegasse a receber num mês um montante de comparticipações que ultrapassava o do seu vencimento, destacando também a acusação a situação de duas outras funcionárias às quais foram creditados montantes de comparticipações anormalmente elevados, para o que recorriam à utilização de cartões da ADSE de vários outros colegas, de forma a contornar os limites legalmente estipulados. Numa das situações, a funcionária (descrita como uma das principais utilizadores de recibos forjados) apresentou documentos totalizando 23.130 euros, quando tinha feito tratamentos que não passavam dos 1100 euros. Noutro caso, a funcionária beneficiou de serviços que custavam 2576 euros, mas apresentou recibos de 17.717 euros. A acusação conclui que, no primeiro caso, a funcionária obteve ilicitamente 15.538 euros de comparticipações, enquanto na segunda situação esse montante foi de 11.841 euros. Há também um caso em que o arguido não efectuou qualquer tratamento, mas, relata a acusação, optou por não entregar as quantias que lhe foram creditadas ao colega que utilizou o seu cartão.


Como mentores principais do esquema, o MP responsabiliza o odontologista que dirigia a clínica e a responsável pelo funcionamento da mesma, que é a sua mulher. Seria esta quem estabelecia a "grelha" de pagamentos de forma a que os funcionários acabassem por não desembolsar qualquer quantia, sendo que em vários casos os recibos começaram a ser emitidos ainda antes de ter sido efectuado qualquer tratamento.

Dentro do pessoal da empresa municipal, o lote de acusados envolve gente de todas as categorias, incluindo motoristas, canalizadores, cobradores, pessoal administrativo e também quadros superiores.

Entre estes há pelo menos três juristas, sendo que um deles ocupou já vários cargos de direcção na empresa e é também deputado municipal, eleito em representação do PS.

Apesar de concluir que a situação detectada implicava um esquema de corrupção dentro da empresa, o MP entende que não foi possível, para já, coligir elementos de prova que permitissem uma acusação por tal tipo de crime. As mais fortes suspeitas apontam para uma funcionária que diz não ter reparado na grande quantidade de recibos rasurados que ao longo de vários anos lhe foram passando pelas mãos.

quarta-feira, outubro 15, 2008

APELO

Meus caros comentadores

É com alguma preocupação que assistimos nos últimos dias a algumas intervenções em que o verniz estala...

Daqui um apelo a alguma auto-moderação ...

Obrigado

Linha Saúde 24 lança serviço de triagem e encaminhamento de diabéticos


15.10.2008 - 14h26 Lusa
"A Linha Saúde 24 apresentou hoje, em Lisboa, o serviço de triagem, aconselhamento e encaminhamento a diabéticos, apoiado por mais de 300 profissionais, para esclarecer dúvidas e optimizar a qualidade de vida de todos os que sofram da doença."Este novo serviço tem como objectivo principal auxiliar todos os diabéticos que apresentem descompensações próprias da sua doença", nomeadamente episódios de hipoglicémia (tonturas, tremores, suores e fraqueza) e hiperglicémias (dor abdominal, náuseas, vómitos e hálito acetónico), no sentido de os orientar, de uma forma segura, para a melhor solução, segundo uma nota da linha de apoio divulgada aos jornalistas.Segundo o mesmo texto, o serviço hoje apresentado conta actualmente com "mais de 300 profissionais de saúde capacitados para aconselhar e encaminhar os doentes [da diabetes] consoante cada um dos tópicos de triagem, nomeadamente no que diz respeito às complicações agudas" que necessitam de "cuidados de saúde específicos".A novidade, além do apoio a diabéticos, consiste no envio de um fax para as unidades hospitalares, nos casos de maior urgência, no sentido de alertar as equipas para um atendimento mais rápido e orientado do doente, explicou o Coordenador do Programa Nacional de Controlo e Prevenção da Diabetes, João Boavida.Considerada como "uma das principais causas de morbilidade crónica e de perda de qualidade de vida dos portugueses", há a previsão de que "nas próximas décadas a incidência da diabetes aumente exponencialmente e seja responsável por uma elevada frequência de consultas e internamentos hospitalares", segundo os responsáveis da Linha Saúde 24. No sentido de diminuir a incidência e os custos que advêm desta doença crónica, João Boavida defendeu que importa promover uma maior compreensão, tanto para doentes como para familiares, que agora vão poder esclarecer dúvidas a qualquer hora com agentes especializados.A linha Saúde 24 "permite responder a uma situação de aflição com uma palavra especializada e orientada", no sentido de "dar segurança" sobre a atitude e medidas que a pessoa que a contacta deve tomar, esclareceu João Boavida. O "call center" é considerado uma "telemedicina" que permite reduzir as idas às urgências dos hospitais, na medida em que esclarece dúvidas e detecta situações de potencial risco, encaminha as pessoas para os cuidados mais adequados e contribui para uma melhoria da qualidade de vida, destacou João Boavida."



Resta-nos saber se este novo serviço está em perfeita consonância com os "normais profissionais de saúde" que acompanham os doentes diabéticos no seu dia a dia.


Pela parte que me cabe soube da "coisa" pelo jornal.


Na sequência da notícia fiquei a saber que a Linha Saúde 24 já evitou mais de 129.000 idas desnecessárias à urgência.


Para mim que sou curioso, decidi fazer as contas e verifiquei que afinal, este número dá uma média de mais ou menos 1,5 utentes por dia. Será que é uma média para a Saúde 24 ficar empolgada?

segunda-feira, outubro 13, 2008

Padre Faria

O post sobre as vacinas, enfermeiros e farmacêuticos, com os médicos sentados a verem, tem recebido um significativo nº de comentários ( temos que ir ao início de 2007 para um nº mais elevado - Prof José Manuel Silva a Bastonário e Vidas Desperdiçadas - cunnilingus)

Destes destaca-se o de um distinto bloguista da saúde, o Mario S. Peliteiro, e que aqui chamo a primeiro plano:


Domingo, Outubro 12, 2008
Mário de Sá Peliteiro disse...
Caro MEMaI,


Já nos conhecemos há muito tempo - também eu sou seu leitor fiel e admirador bloguista - e portanto aceito perfeitamente que nem sempre as ironias nos saiem pelo melhor.


Sobre a administração de injectáveis por farmacêutico e a possibilidade de ocorrência de reacção anafilática (convém saber que é mais provável sofrer uma RA ao comer um amendoim ou ao ser ferrado por uma abelha), em nome pessoal quero dizer:


1- Aprendi sobre a administração de injectáveis na cadeira de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e não numa Escola de Macedo de Cavaleiros ou Póvoa de Lanhoso.


2- Tenho larga experiência com agulhas. Apliquei muitos injectáveis, muitas vacinas da gripe a médicos, enfermeiros e farmacêuticos. Amanhã de manhã colherei cerca de 1 L de sangue (também executo outros actos invasivos, também sei manobrar o espéculo).


3- Domino e consigo efectuar todos os procedimentos de SBV das Guidelines da European Resuscitation Council forResuscitation.


4- Tenho todos os requisitos necessários para a obtenção da CPR certification da American Red Cross.


5- Domino e consigo efectuar todos os procedimentos preconizados pela Direcção Geral da Saúde em caso de reacção anafilética, a saber (vou aqui enunciá-las porque há muita gente a falar de cor, imaginado que estão numa daquelas séries da TV)::


a) Pedir ajuda e telefonar para o 112 para transporte do doente para o Serviço de Urgência mais próximo.


b) Deitar o doente com os pés elevados (posição de Trendelenburg, se possível).


c) Manter as vias aéreas permeáveis, usando um tubo de Guedel, se necessário.


d) Administrar O2 por máscara com reservatório a 15 L/min ou, na sua falta, por cânula nasal até 6 L/min.


e) Administrar adrenalina aquosa a 1:1 000 (1 mg/mL), na dose de 0,01 mL/kg (máximo 0,5 mL), por via intramuscular na face anterior da coxa, preferencialmente com auto-injector. Esta dose pode ser repetida em intervalos de 10 a 30 minutos, se necessário, até 3 doses.§ A administração de adrenalina IM é prioritária se as outras medidas não puderem ser completamente executadas.


6- Caso falhem os procedimentos de SBV empreendidos e não chegue entretanto o INEM o que faria eu? Faria o que faria outro Dr. Faria ou Enf.º Faria qualquer num Centro de Saúde ou USF qualquer: chamava o Padre Faria - telf 938201610.Um abraço.


Ah! Estas guerrinhas entre profissionais de saúde por assuntos de lana caprina apenas prejudicam... os profissionais de saúde.

domingo, outubro 12, 2008

Médicos Especialistas Para Quê? Isto Está tudo obnubilado, há muito!

De um blogue médico, contra-a-corrente, anti-situacionista, anti-establishment, no fundo escrevendo as verdades que ninguém quer acreditar. Mas é disto que a blogosfera precisa...

E sobre um assunto já aqui escrevinhado nestes anos de existência deste blogue: os perigos de se recorrer aos "bancos de urgência" portugueses...

Com a devida vénia, pois não solicitei autorização, leiam e meditem...

"Dentistas nesta Escandinávia à Beira-Mar Plantada

Houve um certo sururu quanto a um Sr. Dr., por sinal aposentado, militar de carreira, que seria Estomatologista e que, para pasmo da Sociedade distraída que é a nossa, prestaria serviços de Urgência/Emergência num posto de saúde qualquer do Alentejo.

Demorei algum tempo, confesso, a perceber a natureza do problema.

Afinal, eu, médico diferenciado numa especialidade hospitalar, clínico com formação em Intensivismo, certificado com os cursos de Suporte Avançado de Vida, de Advanced Trauma Life Support, de Sepsia Severa, de Fundamental Critical Care Support, entre outros menos "badalados", passei a minha vida, de instituição em instituição, a constatar o que vai sucedendo pelas Urgência por esse país fora.

E estou cansado de saber que tudo vai parar às Urgências, tanto nos pequenos "postos" como também nas grandes Urgências, dos Hospitais Centrais, e nas das instituições privadas mais publicitadas também.

Sim, meus senhores, desde Estomatologistas, ou nem sequer isso, médicos que acabaram o curso (tal como aqueles) e que depois não se especializaram em nada (nem sequer em Estomatologia...), fazendo carreira de "banqueiros" (pagos, em geral, a peso de ouro, estratosfericamente acima de todos os demais pertencentes aos quadros das instituições, e das várias especialidades), e até internos que estão em formação nesta ou naquela especialidade, para descanso dos mais graduados que assim se esquivam muitas vezes aos seus deveres, delegando nos mais novos a troco de gratidão, formação e uma nota melhor no final do ano.

Mas agora já sei qual é o problema. O "povo" não sabia. Não sabia que a esmagadora maioria dos médicos que os atendem nas Urgências não tem qualquer formação, nem sequer vocação, em Medicina de Urgência, ou em Emergência médica.

E agora já sabe.

Mas não bastava terem perguntado?"

sábado, outubro 11, 2008

Médicos para quê? Mas isto está tudo obnubilado?


Vacinas: reunião entre enfermeiros e farmacêuticos termina sem acordo
10.10.2008 - 21h07 Lusa


A reunião entre as ordens dos Farmacêuticos e dos Enfermeiros sobre a administração de vacinas nas farmácias terminou hoje sem acordo entre as partes, tendo as duas entidades defendido a capacidade dos seus profissionais em administrar vacinas em segurança.


Em declarações aos jornalistas no final da reunião, que durou aproximadamente duas horas e decorreu na Ordem dos Farmacêuticos, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) voltou a defender que a administração de vacinas em farmácias tem de ser feita por um profissional qualificado, ou seja, por um enfermeiro. Maria Augusta Sousa lembrou que a OE divulgou na semana passada um comunicado a aconselhar a vacinação só por profissionais qualificados, procurando apenas farmácias onde houvesse enfermeiros "que foram contratados para garantir que estes serviços fossem administrados com a máxima segurança".

No entanto, a bastonária garantiu igualmente que como já ficou marcada uma nova reunião entre as duas Ordens para dia 23 de Outubro não irá, para já, avançar com "outros mecanismos", porque espera "chegar a um consenso". Poderão haver vários e nós faremos tudo para que isso não aconteça, mas pode haver desde providências cautelares, acções", adiantou, sublinhando, no entanto, que para a Ordem dos Enfermeiros "não é essa a via para a solução dos problemas".
Maria Augusta Sousa esclareceu ainda que a posição da Ordem dos Enfermeiros não tem que ver com interesses corporativos, mas antes com a defesa dos interesses dos cidadãos.


Na mesma altura, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF) também defendeu que a segurança dos cidadãos está salvaguardada porque a classe tem formação e capacidade profissional para administrar vacinas em segurança. "Os farmacêuticos são profissionais de saúde qualificados e também eles estão preocupados com a segurança e a qualidade do cidadão, com a acessibilidade ao medicamento e com a garantia de que o medicamento é dado, em termos da conservação, nas melhores condições", assegurou Elisabete Faria.


Nesse sentido, a bastonária da OF assegurou mesmo que em caso de choque anafilático (reacção alérgica intensa que ocorre minutos após a exposição a uma substância causadora de alergia), os farmacêuticos têm todas as condições e conhecimentos para lidar com a situação. "Sabemos bem, no caso de um choque anafilático, administrar aquilo que for preciso e temos exactamente à disposição, como um enfermeiro, os meios normais e convencionais para socorro", garantiu.


No entanto, Elisabete Faria acabou por admitir, no final, que fica ao critério de cada farmacêutico ter formação específica para a administração das vacinas, uma vez que, tal como explicou a bastonária, a formação académica dos farmacêuticos é já de si suficiente. "O farmacêutico não precisa de ter esse curso [de formação pós-graduada em vacinação], poderá ter ou não. Fica ao critério do farmacêutico. Se entender que essa é a melhor via para prestar um melhor serviço entenderá que fará, mas a formação não é obrigatória", concluiu.


Oh Senhora Ministra e Senhor Secretário de Estado da Saúde ( ambos médicos): Ir ao Uruguai e a Cuba contratar médicos para quê? Peça-se a esta bastonaria que indique farmacêuticos, quiçá contratados como auxiliares de acção médica ( sempre fica mais barato) e ponham-nos naquelas carrinhas amarelas de pirilampos azuis no tejadilho...eles até sabem como actuar num caso de choque anafilatico!

terça-feira, outubro 07, 2008

Ministra afirma que vacina contra a meningite não é eficaz!


"A maioria das crianças portuguesas recebeu a vacina contra a meningite pneumocócita, mas esta não se revelou eficaz, segundo a ministra da Saúde, que sugeriu que, enquanto pediatra, não prescreveria a Prevenar
«Cerca de 60 por cento das crianças foram vacinadas e apesar disso não houve uma mudança [na prevalência da meningite pneumocócica conjugada heptavalente]. Essa é uma das razões pelas quais a vacina não foi incluída no Plano Nacional de Vacinação», explicou a ministra Ana Jorge no Parlamento.
Questionada pela deputada do CDS-PP Teresa Caeiro sobre se, enquanto pediatra, já tinha prescrito ou poderia prescrever a vacina, Ana Jorge abanou a cabeça em sinal negativo, sugerindo que nunca o tinha feito.
«A comunidade de pediatras em Portugal recomenda a vacina, aliás como a própria Organização Mundial de Saúde. Hoje perguntei à ministra se, enquanto pediatra, já tinha prescrito ou poderia prescrever a Prevenar e a ministra fez que não com a cabeça, sugeriu que não a prescreveria. Não compreendo», disse à Lusa a deputada do CDS-PP, partido que propôs a introdução da vacina no Plano Nacional de Vacinação.
De acordo com a ministra da Saúde, está actualmente a decorrer um estudo para a identificação dos serotipos que prevalecem em Portugal.
«Esperamos que haja a curto-prazo vacinas com mais serotipos para se estudar a sua inclusão no Plano Nacional de Vacinação», afirmou a responsável.
Na Assembleia da República, a ministra adiantou ainda que os grupos de risco a quem deverá ser administrada a Prevenar «estão muito bem identificados», abrangendo «as crianças imuno-comprometidas, com doenças crónicas».
A decisão de não incluir a vacina contra a meningite designada pneumocócica conjugada heptavalente (Pn7) no Programa Nacional de Vacinação (PNV) foi conhecida no passado dia 26 de Setembro.
A decisão levou em conta vários elementos, entre os quais o facto de «o impacte positivo na saúde pública» da introdução desta vacina ser «questionável».
Outro elemento que foi tido em conta pelos especialistas foi o custo desta introdução: 15 milhões de euros em 2009
.
Em Portugal, foram vendidas nos últimos quatro anos mais de um milhão de embalagens da Prevenar, num total de 81,2 milhões de euros, segundo dados da consultora IMS Health disponibilizados à Lusa.
De acordo com o parecer técnico sobre a introdução desta vacina, o impacte na saúde pública é «questionável» porque «os estudos portugueses existentes sobre a doença» são «limitados», podendo «não reflectir, com rigor, a realidade nacional».
O documento refere ainda que «a percentagem de portadores de neumococos em alguns infantários do distrito de Lisboa, antes e depois da vacina, é sensivelmente a mesma, o que está de acordo com o esperado e confirma dados de estudos internacionais».
Os especialistas alegam, assim, que «o estudo realizado em Portugal pela empresa que comercializa a vacina não demonstrou custo-efectividade favorável à sua introdução no Plano Nacional de Vacinação».
A vacina tem um custo total de venda ao público a rondar os 300 euros."
Lusa / SOL 2008/10/07




Mas afinal ficamos sem perceber. A não inclusão da vacina no PNV, é devido a um problema económico ou a um real problema de falta de impacto na saúde pública?


Aguardando as próximas cenas, espera-se que haja uma conclusão!

sábado, outubro 04, 2008

Redução de custos a quanto obrigas...


Faltaram as fraldas em serviço dos HUC
00h07m
CARINA FONSECA

Na última quarta-feira, o serviço de Medicina II, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, ficou sem fraldas.
Quem o garante é Luísa Carolino, que encontrou a avó com um resguardo de cama e um lençol a servirem de fralda.

"Fiquei indignada. Pensei: no final da vida somos tratados assim, como coisas. Parecia impossível que um hospital tão grande não tivesse fraldas", conta Luísa Carolino, lembrando o sucedido quando, na tarde de quarta-feira, foi visitar a avó àquele serviço dos HUC.
Alertada por uma auxiliar para o facto de as fraldas estarem a acabar, Luísa Carolino tomou a iniciativa de ir, ela mesma, comprá-las. Mas, quando voltou ao hospital, pelas 19.30 horas, viu a avó embrulhada num resguardo e num lençol, com a idosa da cama ao lado nas mesmas condições. "Os utentes estavam embrulhados como se não fossem humanos", diz.
Garante ter sido informada, por uma auxiliar, de que não era a primeira vez que as fraldas se esgotavam. Agora, Luísa Carolino promete ir ao Gabinete do Utente dos HUC protestar contra uma situação que considera "de desumanidade".

O conselho de administração dos HUC confirmou ontem, em comunicado, que "num dos serviços de medicina dos Hospitais da Universidade de Coimbra se verificou, no dia 1/10/2008, uma ruptura do stock de fraldas, situação que foi colmatada". De acordo com a mesma nota, assinada pelo presidente Fernando Regateiro, "está reposto o regular abastecimento deste material em todo o Hospital", além de que "o sistema de aprovisionamento dos HUC já foi objecto de estudo, estando identificadas as alterações a introduzir, no sentido de evitar que situações como a presente se repitam".

O caso não surpreende Ricardo Matos, do Movimento Utentes pelos HUC. Ele explica porquê: "Há muito se tinha alertado para a questão de os profissionais não terem materiais como luvas. Há outros problemas, podem é não se notar tanto". Para ele, vigora um "ponto de vista economicista" sobre a saúde, pelo que se impõe a questão: "A economia de alguns tostões é mais importante do que a dignidade humana?".

Discurso idêntico tem o coordenador da Direcção Regional de Coimbra dos Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Paulo Anacleto garante que "a falta de material de consumo clínico diário é recorrente". No seu entender, trata-se de uma realidade comum a outas instituições de saúde, que reflecte "um desinvestimento completo no Sistema Nacional de Saúde".
O conselho de administração dos HUC preferiu não comentar estas afirmações, informou a assessora, Salomé Marques.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Ensaio sobre a cegueira


A Justiça não é cega...há casos em que é obtusa !


"Risco de contágio é absolutamente remoto"
03.10.2008, Catarina Gomes


Responsável da associação de doentes Positivo considera que decisão vai levar a que mais pessoas se resignem quando perdem os seus empregos


O presidente do colégio de especialidade de infecciologia da Ordem dos Médicos, António Sarmento, não comenta a decisão do Supremo, mas diz que "um cozinheiro seropositivo devia continuar a trabalhar". "O risco de contágio é absolutamente remoto", tão remoto como "haver agora um tremor de terra enorme, abrir-se uma brecha e eu cair no centro da terra". Para o médico, é errado o pressuposto de que a saliva, o suor e as lágrimas podem transmitir o HIV/sida.


Comentando a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), o deputado do Bloco de Esquerda (BE) e médico João Semedo considera "que não é justa uma sentença que se fundamenta numa relação de causa e efeito que não tem sustentação técnico-científica". "É uma Justiça que não é justa", diz Semedo, que, na sequência da notícia do PÚBLICO sobre a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa desfavorável ao cozinheiro, conhecida em Novembro do ano passado, apresentou um projecto de lei contra a proibição da discriminação de portadores de HIV/sida que acabaria por ser chumbado na Assembleia da República.

João Semedo não percebe que o STJ passe ao lado "daquilo que importa, o conteúdo, que é o abuso e prepotência contra um doente", assinando "por baixo um acto de discriminação de um doente" e "dando aval a um disparate técnico-científico". "Os portugueses têm dificuldade em perceber isso. Custa que por motivos de ordem processual a substância do que está em causa não possa ser corrigida.


"Amílcar Soares, presidente da associação de doentes Positivo, que primeiro recebeu o caso do cozinheiro e o encaminhou para o advogado, considera que a decisão do STJ vai contra todos os dados "de organismos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde e a Organização Internacional do Trabalho". O responsável teme que este tipo de decisões ajude ainda mais "a diabolizar" quem tem HIV/sida, que haja "cada vez menos pessoas que apresentem publicamente a sua seropositividade" e trabalhadores que se resignem a perder os seus postos de trabalho "porque a Justiça não funciona".


Para o jurista do Centro de Direito Biomédico (Coimbra), André Dias Pereira, a decisão reforça a necessidade de "os médicos de trabalho respeitarem o dever de guardar o sigilo profissional" e "põe em evidência a necessidade de o colégio de especialidade de Medicina do Trabalho criar orientações sobre as profissões para as quais ser-se portador de HIV/sida pode constituir risco". Ao mesmo tempo, defende que no campo jurídico "compete investigar mais em que consiste o dever de reorientação profissional". Mesmo que entendessem que não tinha condições para ser cozinheiro, "era dever da empresa dar-lhe formação [para exercer outra função]", considera.

André Dias Pereira coloca também uma questão: por que razão a Ordem dos Médicos veio dizer que era seguro um cirurgião infectado com HIV continuar a exercer e não fez o mesmo aqui? "Os médicos têm grande responsabilidade social e têm que exercê-la", diz, questionando: "O cozinheiro é mais perigoso que o cirurgião" ou há aqui uma questão "de classe"? "Para uns, há perigo, para outros, não há perigo", acrescenta o jurista.


Para provar que o risco de um cozinheiro transmitir HIV/sida "é apenas teórico", a Associação Médicos pela Escolha organizou, no ano passado, em Lisboa, um almoço confeccionado por cozinheiros infectados. Vasco Freire, médico e presidente da associação, diz que se queria demonstrar que a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa não tinha fundamento. O clínico considera agora "surpreendente, do ponto de vista médico e científico", que o Supremo tenha confirmado a decisão. "Contraria todos os pareceres científicos de infecciologia. É inacreditável e profundamente injusto que situações destas aconteçam.


"O Conselho Superior da Magistratura não se pronuncia "sobre a bondade ou não das decisões judiciais", refere a juíza-secretária Maria João Faro, não comentando o facto de a decisão assentar em pressupostos que a comunidade científica contesta, como o facto de o HIV se poder transmitir através de saliva, suor e lágrimas.

quinta-feira, outubro 02, 2008

Vai uma aposta em como a culpa vai morrer solteira?

Só excepcionalmente tenho postado sobre assuntos extra - Medicina... este é um desses casos, tal o insólito e grave da situação:

Terreno é de piso sintético e não tem videiras desde 1998
Estádio tinha benefícios para produzir vinho


O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) acabou agora com o benefício à produção de Vinho do Porto, que estava atribuído ao terreno onde foi construído o Estádio Municipal de Murça.
Até agora a área onde está o equipamento, de piso sintético, estava considerada como vinha integrando a Região Demarcada do Douro e com direito a produzir vinho. Já não tinha um pé de videira desde 1998.
O Estádio pertence à Câmara Municipal de Murça, cujo presidente João Teixeira garantiu ao CM que "a instituição não sabia se o mesmo tinha benefício ou não".


O IVDP vai agora abrir um inquérito, estando já a decorrer um processodecontra-ordenação. Só este ano, o Instituto já encontrou na região do Douro cerca de 700 situações irregulares semelhantes a este caso.