Sobre O Humanismo Dos Médicos
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Caso - Ucraniano teve alta em 2001 e só agora voltou a casa
Carlos Barroso
Internamento terá custado um milhão de euros
Um cidadão ucraniano sem recursos económicos que estava há cinco anos internado no hospital de Caldas da Rainha, apesar de ter tido alta clínica em 2001, regressou finalmente ao seu país. O hospital pagou as despesas que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Embaixada da Ucrânia sempre recusaram assumir.
O caso só foi desbloqueado no dia 4 deste mês, quando o Centro Hospitalar de Caldas da Rainha (CHCR) pagou o bilhete de avião do imigrante, que foi acompanhado por um enfermeiro, pois está imobilizado do pescoço para baixo.
A viagem revestiu-se de um transporte especial, ocupando vários lugares e implicando o isolamento dos restantes passageiros. Daí o tarifário elevado: mais de cinco mil euros.
A administradora do CHCR, Maria do Rosário, revelou que o ressarcimento vai ser pedido ao SEF. “As despesas necessárias ao abandono do País que não possam ser suportadas pelo estrangeiro deverão ser suportadas pelo Estado, inscritas no orçamento do SEF”, argumentou.
A administradora estima que os cinco anos de internamento terão custado ao Estado perto de um milhão de euros. E foi menos uma cama no serviço de medicina física e reabilitação, com apenas 12 camas. “Foi um autêntico processo de hotelaria”, criticou.
Vitaliy Kulik, de 31 anos, tinha autorização de permanência em Portugal e foi encontrado caído na EN 360, em Junho de 2001. Terá sido atropelado. Entrou em coma com lesões graves a nível crânio-encefálico.
Seis meses depois, em estado vegetativo, recebeu alta do CHCR, pois o corpo clínico entendeu que não havia recuperação possível, devendo o doente ser entregue à família. Só agora regressa a casa.
Começo a pensar que estou com a "mania da perseguição"...
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