domingo, dezembro 31, 2006

Mais Uma Calinadazinha...

Na Sicnotícias, sobre transplantação hepática:

"risco de vida"

como não consegui perceber, presumo que se queriam referir a "esperança de vida".

sábado, dezembro 30, 2006

Porra! Admite-se Isto No Mundo?

O meu comentário:

1) A justiça dos vencedores.
2) A pena de morte é uma ilusão.
3) A frase hipócrita de Bush, de que a democracia iraquiana se alicerça com a morte deste homem (e com a de milhares de outros, mais do que este já matou, ex-aliado do Pai Bush!)
4) Como médico, defendo a vida e não a morte.

No Expresso on-line de hoje:

Saddam: advogado Najib Al Nueimi em entrevista exclusiva ao Expresso
"O enforcamento é a humilhação"
Henrique Cymerman, correspondente em Telavive

Para o causídico que o defendeu, o ex-ditador estava condenado à partida. «Quando a filha dele me contratou, disse-lhe: pedes-me que participe na execução do teu pai».

Como avalia o processo judicial?

Uma tragédia. Sabe que 26 assessores norte-americanos, incluindo um canadiano, acompanharam o julgamento, manipularam a ordem dos trabalhos e chegaram a inventar provas? Trouxeram testemunhas do Ministério Público que em 1982 eram muito pequenos, razão pela qual a lei não os aceita como tal. Pedi ao juiz que invalidasse esses testemunhos, o que não aconteceu. Vimos o juiz Rauf Abd el-Rahman (de origem curda) a expulsar o meu colega norte-americano Ramsey Clarck só porque exigiu que a defesa participasse nas últimas audiências do julgamento. Recordo que nos apresentaram uma lista de pessoas cuja execução tinha sido alegadamente ordenada. Procurámos e encontrámos testemunhas que afirmavam que um deles era seu primo, que estava vivo, e que se encontrava em Dujail. Outra disse que aquele era seu vizinho e que ainda ontem o tinha visto. Casos destes repetiram-se. Exigiram que o demonstrássemos e que fossemos a Dujail. Quero esclarecer que se o tivéssemos feito, não teríamos regressado porque teríamos sido executados pela população de lá.

O facto de se ter dado a conhecer a sentença neste preciso momento tem algo a ver com as eleições nos Estados Unidos?

Sem dúvida, os republicanos continuam a enganar o povo americano e a afirmar que salvaram o Iraque, que levaram a calma e a tranquilidade ao povo iraquiano e que agora haverá justiça no país.

É obvio que não há calma nem tranquilidade no Iraque. São os seguidores de Saddam Hussein os responsáveis por isso?

É quase seguro que não. Os seguidores de Saddam constituem apenas 10% do total da oposição iraquiana, maioritariamente composta por membros de grupos radicais islâmicos.

No caso de ser condenado à pena capital, Saddam Hussein já expressou o desejo de ser fuzilado. Porque é que a sentença fala de enforcamento?
Não querem permitir-lhe a glória de morrer como um militar, apesar do promotor público ter expressado o seu consentimento no fuzilamento.

É claro que o enforcamento implica a humilhação do presidente.

Quando é que será apresentado o recurso?

Esse direito caduca ao fim de 25 dias, pelo que, na próxima semana, entraremos com o pedido em tribunal. Mas tudo isto é uma tragédia, um tipo de representação montada, com injustiça e mau gosto. Não me parece, de todo, provável que anulem a pena capital do presidente Saddam Hussein.

P Saddam foi um ditador que fez muitos inimigos durante o tempo que foi presidente. Você como seu advogado já sofreu perseguições e ameaças de morte. Isso não o dissuadiu?

O advogado é o escudo da justiça. Nada poderá dissuadir-me de continuar a ser o defensor do presidente. Na verdade, além das ameaças telefónicas contra a minha vida e a da minha família, ao sair de uma das audiências um guarda iraquiano sacou a sua arma, apontou-a à minha cabeça e ameaçou-me dizendo que o meu final estava próximo. Num outro momento, quatro membros das forças de segurança iraquiana bateram-me porque eu tinha protestado pelo seu comportamento em relação a uma testemunha da defesa, a quem tinham também espancado selvaticamente. Esta é a ocasião para recordar o nosso companheiro, o advogado iraquiano Jamis ao-Obeidi, cruelmente assassinado por ser membro da defesa.

Chamou-nos a atenção o facto de durante todo o processo judicial, Saddam Hussein ter na mão um exemplar do Corão. Mas ele nunca foi um muçulmano muito praticante. Porquê?

É verdade, esse livro tem uma história. Depois da sua detenção, o presidente Saddam pediu aos seus carcereiros, os soldados norte-americanos, que lhe permitissem sair a fim de se lavar e preparar para a oração. Eles acederam, e ao sair viu um exemplar do Corão no chão, rasgado, parcialmente queimado e atravessado por um tiro. Tomou-o nas mãos e os norte-americanos quiseram dar-lhe um livro novo, mas ele negou-se e disse-lhes: só podereis tirar-me este livro depois de morto. Tratava-se de um livro do seu palácio, que ele via como a sua salvação e amuleto.

Saddam escreveu as suas memórias? Quando serão publicadas?

Sim, escreveu as suas memórias e também escreveu poesia porque é um género que lhe agrada muito. Suponho que o que escreveu está em poder da sua família, e são eles que decidirão o que fazer.

Publicado na edição impressa em 11/11/2006

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Porra! Admite-se Isto Em Portugal!

Estou tão revoltado, como está revoltado aquele pescador que repete inúmeras vezes

"Admite-se Isto Em Portugal!"

Deixar morrer 6 pescadores a metros de uma praia, com uma base aérea a 5 minutos, com alertas desde as 7 da manhã. Não se pode admitir.

Tem que haver culpados! Tem que haver negligência!

Se alguma instituição de saúde estivesse implicada, já haveria ministros a prometer inquéritos e os media em coro, já se interrogavam: "Mas estará algum médico ou enfermeiro envolvido?" Temos que lançar a dúvida.

(Um dia antes já os ministros em coro afirmavam: "Vamos exigir ao Procurador da República um inquérito rigoroso ao Centro de Saúde e ao Hospital e à CPCJ!"

Uma educadora foi observando o desfilar de lesões numa criança ia, ia e só depois de muitos "ias" é que reportou há dias à CPCJ.

Umas lágrimas na TV e os ministros em coro vão para o inquérito geral. Alguém se lembrou de inquirir a educadora? )

No português mais vernáculo que ouvi dezenas de vezes quando em criança convivia com pescadores e assistia a manobras arriscadas, faço minhas as palavras deles:

"Foda-se, ide todos pró caralho.
Morreram seis pescadores a metros da praia e ninguém fez nada!

Puta que vos pariu a todos.

O caralho de um helicóptero demorou 2 horas a chegar.

Admite-se isto em Portugal.
Foda-se, foda-se, foda-se.

E ninguém faz nada? Algum ministro falou?
Alguma punheta d'um ministro disse que ia abrir um inquérito?

Algum cabrão do caralho de um jornal insinuou alguma coisa? Isto é tudo a mesma merda!

Ninguém tem colhões neste país!"

Corre-me o mar nas veias.
Cresci a ouvir histórias de pescadores.
Algumas gerações atrás, talvez quatro, tive um ascendente que sulcou várias vezes o Atlântico.

Não posso ficar indiferente à indiferença deste Portugal e destes ministros.

E mais 6 pescadores morreram, não foi em directo, porque os media também se atrasaram.

Ai se chegassem a tempo! Que grande espectáculo.

Afinal foram só seis pescadores, nenhum era médico.

Morreram...

Porra! Hoje É Qu'eu Ia P'os Anjinhos!

E tudo por causa de um genérico!

Dedo em riste, apontado para a cara do médico (a minha), debruçado na secretária (ainda eu sorria desejando-lhe um bom dia), explodindo cólera e atirando-me com uma caixa de um medicamento:

- "Nunca mais me faça isto! O que eu sofri por sua causa!"

Resumindo e concluindo: tinha trocado um determinado medicamento de marca por um genérico, por sinal o único no mercado. E como habitualmente, após avisar e ter o acordo do doente.

Mas o mais importante nesta história é que o doente tinha razão, isto é, pelos sintomas que me descreveu, era óbvio que houve falência terapêutica que diminuiu bastante a sua qualidade de vida.

Enfim, sobrevivi...

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Isto Está Bonito!

Do Jornal de Notícias do dia de Natal, por Jesus Zing.

(parece qu'é uma espécie de ... prenda!)

"Ortopedistas contratados falharam Urgência do Hospital de Aveiro nas últimas horas

O serviço de Urgência do Hospital Infante D. Pedro, de Aveiro, não teve ortopedistas de serviço durante todo o dia de ontem, situação que se prolongou até às oito horas da manhã de hoje, segundo soube o JN.

Os dois ortopedistas contratados exteriormente pela administração do hospital para assegurarem o serviço da Urgência não apareceram ao serviço, obrigando a que os doentes que entraram na Urgência aveirense com problemas do foro de ortopedia tivessem que ser transferidos para o Hospital da Universidade de Coimbra (HUC), situação que a meio da tarde tinha já acontecido em cinco casos.

A contratação de uma empresa de fornecimento de mão-de-obra médica para fazer face à carência de ortopedistas no serviço de Urgência do hospital de Aveiro, levou a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), recentemente, a considerar desastrosa a política do Ministério da Saúde de retirar "o justo pagamento das horas extraordinárias pela tabela máxima".

O presidente da SRCOM, José Manuel Silva, afirmou em comunicado que o serviço de Ortopedia do hospital de Aveiro, "que tinha um funcionamento modelar e sem lista de espera, foi destroçado".

"O facto de os ortopedistas do Hospital se verem obrigados a operar na rotina os doentes traumatológicos desorganizou todo o serviço interno do serviço, com o disparar de uma lista de espera que, até então, não existia", afirmou José Manuel Silva.

A lista de espera na ortopedia do hospital de Aveiro disparou desde Setembro passado, atingindo hoje 100 doentes, e com tendência a agravar-se, segundo apurámos.
O JN tentou mas não conseguiu ouvir ontem o administrador do Hospital, Luís Delgado."

P.S. Só não compreendo os critérios das maiúculas...

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Disparate No Jornal De Referência: Público.

A pedido de um leitor (que não solicitou o anonimato, mas preservei a sua privacidade) e a quem agradeço a colaboração, concordando em absoluto com as suas afirmações:

"From: xxxxxxx [mailto: ...fundao@yahoo.com.br]
Sent: quarta-feira, 20 de Dezembro de 2006 11:09
To: memai@sapo.pt
Subject: disparate no Público de 20/12/2006


No Público de hoje , vem um disparate tremendo que eu epilético me indignei .

Nesta noticia
http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=12&d=20&uid=&id=113189&sid=12493

o jornalista Ricardo Dias Felner diz a certa altura


"Dedicada à produção de cerâmica, a ARFAI-IGM tem sido reconhecida por integrar nos seus quadros três trabalhadores com deficiências, ainda que ligeiras:

um com deficiência auditiva,

outro com epilepsia e

outro ainda com incapacidade numa das pernas e um problema crónico nos rins"

Para citar no seu blog..

Cumprimentos"

terça-feira, dezembro 19, 2006

Em Tempos de Solidariedades Bacocas E Exploradoras...

Não posso deixar de lembrar este poema de António Gedeão (biografia do Instituto Camões) sobre o Natal. E ainda corria o ano de 1961 quando foi publicado ...

Não posso deixar de lembrar o espectáculo Dança Comigo deste último Domingo, bom, sob o ponto de vista televisivo, mas subliminarmente escandaloso:

- Porquê pedir dinheiro para os serviços do SNS, a quem o não tem ?

- Porquê para o Serviço de Pediatria do IPO ?

- Porquê um Serviço de Pediatria e não um de Geriartria ?

- Porquê o IPO, um hospital EPE e rico (e de onde saiu Maria de Belém para o BES...) ?

- Porque não o Centro de Saúde de Fornos de Algodres ou o Hospital de Seia, muito mais carenciados ?

- Quem lucrou com 12 horas seguidas de promoção: a RTP? A embaixadora Catarina Furtado? Os outros participantes?

- A imagem de Catarina Furtado saiu reforçada para novas publicidades? O seu "preço" subiu?

- O mesmo com a RTP com aumento do share, se é que o houve?

- Porquê passar a mensagem subliminar do consumismo ao escolher uma empresa de crédito fácil e rápido ? Quantas chamadas foram feitas para essa empresa nesse dia ? Com quanto contribuiu essa empresa ?

- Onde foram depositados os milhares "sugados" aos sentimentos nobres de quem participou?

- Quem vai gerir? Quem vai controlar ?

- E os bancos e os seus gestores, também deram a sua contribuição?

- Afinal, quem mais lucrou com as 12 horas seguidas de promoção? E a publicidade que a RTP angariou?

O poema de António Gedeão... para reflectir!

DIA DE NATAL (escrito em 13 de Janeiro 1960)

Dia de Natal
Hoje é dia de era bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprado.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

(retirado daqui.)

domingo, dezembro 17, 2006

Maria de Belém: O Exemplo Deve Vir De Cima.

Não me vou alongar muito.

Maria de Belém tem qualidades, espero que o BES a tenha escolhido por esse motivo e não por outros, mas, para a mulher de César...

Mas, a filosofia do legislador não se aplica também ao que se está a passar com a ex-ministra, actual deputada e presidente da Comissão Parlamentar de Saúde?



O Despacho nº 289/06, de Correia de Campos:

1- O exercício efectivo de funções de coordenação e direcção, independentemente da sua natureza e forma jurídica, em instituições privadas prestadoras de cuidados de saúde, por profissionais pertencentes a instituições integradas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sujeitos, ou não, ao regime da administração pública, deve ser sempre considerado incompatível.

2- Devem os conselhos de administração das ARS e instituições integradas no SNS proceder em conformidade e, em caso de dúvida, solicitar esclarecimentos à Secretaria-Geral do Ministério da Saúde.

3- Os órgãos referidos no número antecedente procedem à avaliação das situações actuais uniformizando-as com o presente despacho.

A notícia do Tempo Medicina de 18 de 12 de 2006:

No despacho assinado por Correia de Campos, a que o «TM» teve acesso, justifica-se o impedimento com a necessidade de salvaguardar o interesse público.

«O exercício de funções dirigentes em entidades privadas prestadoras de cuidados de saúde, por profissionais de instituições integradas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), independentemente da sua natureza jurídica, é passível de comprometer a isenção e imparcialidade com o consequente risco de prejuízo efectivo para o interesse público», pode ler-se.

Mais à frente, determina-se que «o exercício efectivo de funções de coordenação e direcção, independentemente da sua natureza e forma jurídica, em instituições privadas prestadoras de cuidados de saúde, por profissionais pertencentes a instituições integradas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sujeitos, ou não, ao regime da administração pública, deve ser sempre considerado incompatível».

A opinião do bastonário:

«É um suicídio, em termos de SNS, dizer aos médicos que se querem trabalhar no privado não podem trabalhar no público. Ao obrigar os médicos a optar entre o público e o privado, arriscamo-nos, num momento em há muita falta de médicos, a descapitalizar o serviço público e a fazer retornar a Medicina portuguesa ao tempo em que havia os hospitais públicos para os pobres e os hospitais privados para os ricos», no Tempo Medicina.


A notícia do SOL de 15 de 12 de 2006:

O Sol anuncia o que já se sabia: Maria de Belém, deputada socialista e ex-ministra da Saúde, é avençada do Grupo Espírito Santo, para a área dos cuidados continuados. E não só para esse banco, mas para outros.

A interrogação:

Legalmente é compatível. Não discuto.

A independência dos deputados?

Os lucros acintosos da Banca?

O Capital ainda não está satisfeito com os milhões?

Com o aumento da esperança de vida, os cuidados continuados vão ser uma actividade lucrativa.

Já foram misericórdias para indigentes,
já foram asilos para pobres,
lares para a terceira idade
e agora cuidados continuados supostamente para todos e suportados pelo Estado.

Por isso os bancos já se preparam para o ataque.

Quem tem dinheiro, tem Saúde e bem-estar, quem não tem, continua a ter Saúde, mas com listas de espera, médicos estrangeiros de qualidade duvidosa, instalações degradadas, desumanização, será a "gadização" da medicina...

Afinal alonguei-me. Não gosto de bancos. São os predadores da raça humana.

Como cliente, cumpro os meus compromissos...

sábado, dezembro 16, 2006

O Símbolo Religioso Actual

No blogue Small Brother o símbolo religioso mais idolatrado da quadra, aqui.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Choro Convulsivo!

Este post deveria ter sido colocado há cerca de um mês.

Mas eu próprio me senti "sentido" e só hoje decidi postá-lo com um "P grande".

Fui procurado telefonicamente por um doente que habitualmente sigo no consultório insistindo que necessitava de falar urgentemente comigo.

Sabia quem era e lembrava-me que o tinha referenciado a uma determinada especialidade para ser sujeito a uma ...scopia que pressupunha uma posição inabitual.

A suspeita já de si era grave.

Lá conseguiu ser observado num dos melhores (ou maiores) hospitais públicos do país e lá se agendou o exame.

Quando o doente entrou no meu consultório, inicia um choro convulsivo que me emocionou. É um homem que já passou por muito, incluindo a injusta guerra.

Pensei: Confirmou-se o pior, tem cancro e vê a sua vida que ainda está a meio, a reduzir-se muito.

Deixei-o chorar, e quando acabou diz-me, soluçando:

- "Não pode ser! Não pode ser!"

- "Fui tratado como gado naquele hospital."

- "Puseram-me mais de uma hora naquela posição, ao frio, sem me ligarem, passada essa hora chega o médico, com maus modos, com muitas enfermeiras atrás, tudo na galhofa, trata-me mal, pergunta-me o que estou ali a fazer, agride-me verbalmente reafirmando que não deveria estar ali. Para ir para o hospital da minha terra e que não havia nada a fazer."

- "Não pode ser senhor doutor. Foi aquele médico que depois de me observar me mandou para aquele hospital e depois diz que estou ali a mais, depois de me deixar mais de uma hora numa posição incómoda, própria de mulheres. Não pode ser!" Reiniciando o choro convulsivo.

Propus-lhe que fizesse uma reclamação. Não quis. O seu objectivo não era esse. Era mesmo só falar.

(A)moral da história: história sem moral.
Há ALGUNS médicos que deviam ser porqueiros (porqueiro: homem que guarda porcos.)

terça-feira, dezembro 12, 2006

Banca lucra 6,6 milhões por dia !!?? (Não Haverá Engano?)

No Jornal de Negócios de hoje.

"No primeiro semestre de 2006.


Os bancos a operar em Portugal tiveram um lucro diário de 6,6 milhões de euros nos primeiros 181 dias do ano. De acordo com os dados revelados pelo Boletim Informativo da Associação Portuguesa de Bancos (APB) referentes ao primeiro semestre de 2006, o resultado líquido da Banca ascendeu aos 1,2 mil milhões de euros. A maioria dos lucros decorreu de juros e de comissões sobre serviços.
"

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Pois É! Cá Para Lá Caminhamos...

No Diário Económico de hoje, por Sofia Lobato Dias

"Bush sem soluções para controlo de custos

Médicos da Flórida fogem com medo de processos.

Nos Estados Unidos, a factura das despesas coma medicina defensiva chega aos onze dígitos, batendo todos os recordes possíveis.

São quase 77 mil milhões de euros, entre processos judiciais, honorários com advogados, companhias seguradoras e toda uma parafernália de exames, análises e cirurgias desnecessárias. Os números foram recentemente revelados pela própria administração Bush, alarmada comas proporções que o fenómeno está a atingir, não só ao nível financeiro mas também ao nível da Saúde
”.

domingo, dezembro 10, 2006

Nesta Data

Relembro o meu colega Salvador Allende que trocou a medicina pela política.

Afinal Somos Bons!

No Diário Digital de hoje:

"Unicef: Portugal é dos países com menos mortalidade infantil


Portugal é um dos países do Mundo com mais baixa taxa de mortalidade infantil ao registar, no ano passado, cinco mortes em cada mil crianças, revela um relatório da UNICEF hoje divulgado.

De acordo com o relatório «Situação da Infância 2007», do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Portugal é o 13º país (em mais de 180) com a mais baixa taxa de mortalidade infantil.

Suíça, Eslovénia, Finlândia, Itália, Japão, Liechtenstein, Noruega, República Checa, Suécia, Andorra, Singapura, Islândia e San Marino são os países que aprestam uma taxa de mortalidade infantil mais baixa do que Portugal.

Segundo o documento da UNICEF, em 1990 registaram-se em Portugal 14 mortes por cada mil crianças, enquanto em 2005 o número de mortes desceu para cinco em cada mil.
O mesmo relatório indica ainda que em 2005 nasceram em Portugal 111 mil bebés e morreram mil crianças até aos cinco anos de idade.

O documento acrescenta ainda que nesse ano, oito por cento dos bebés em Portugal tinham baixo peso (menos de 2,5 quilos) quando nasceram.

A UNICEF destaca que a taxa de natalidade no país tem vindo a diminuir, tendo-se apenas registado um aumento de 0,3% da população entre 1990 e 2005.

O relatório indica igualmente que Portugal é um dos países do mundo com a esperança média de vida mais elevada, 78 anos.

A esperança média de vida só é mais alta na Suíça, Suécia, Noruega, Nova Zelândia, Finlândia, Holanda, Islândia, Itália, Israel e Luxemburgo.

O relatório da UNICEF refere ainda que em Portugal há um maior número de raparigas matriculadas no ensino secundário do que rapazes.

De acordo com o documento, menos de dois por cento da população portuguesa vive com menos de um dólar por dia (cerca de 80 cêntimos).
"

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Para Os Fundamentalistas Do Relógio de Ponto!

Paulo Mendo, médico e ex-ministro da saúde no Primeiro de Janeiro de hoje.

Fui muito prejudicado quando o dr Paulo Mendo foi ministro. Só o Tribunal me deu razão, mas concordo com este seu artigo.

"Pontualidade e livro de ponto

Noticiaram, há dias, os jornais e a televisão que nos hospitais públicos a presença do pessoal passaria a ser feita por controlo informático biométrico. Disso será pioneiro o Hospital de Matosinhos onde esse método acaba de entrar em pleno funcionamento.

Julgo que o processo é mais ou menos o seguinte: o funcionário chega, digita o seu passe, põe o dedo onde a máquina manda e a sua presença e hora é registada.
Método que a tecnologia tornou simples e eficaz e que naturalmente saúdo. Mas, com a experiencia de quarenta anos de vida hospitalar, já vi e vivi não sei quantos processos de controlo das presenças, sem que lhes possa atribuir uma qualquer influência no verdadeiro funcionamento dos serviços.

Lembro-me que o relógio de ponto era usado no controlo das presenças médicas no Hospital de S. João, quando este foi inaugurado. Quem entrava marcava o ponto e o mesmo fazia à saída. Simplesmente, como é óbvio, não era o ponto que controlava o que o médico fazia entre a entrada e a saída devidamente registadas. Por isso, qualquer um podia sair, ir à sua vida extra hospitalar e quando tinha tempo, lá para o fim da tarde, vinha marcar o ponto de saída, ficando comprovado o seu dedicado trabalho, tantas vezes para além das horas contratuais!

Foi esse processo abandonado e durante a minha vida profissional conheci variadas tentativas de exercício deste controlo. Assim no Hospital de Santo António, quando ainda era administrado pela Misericórdia do Porto, existiu, durante um período longo, um livro de ponto que íamos assinar ao Gabinete do Director, havendo assim um controlo visual e hierárquico sobre as entradas.

Mais tarde passou a assinar-se o livro de ponto nos serviços, com, escrita pelo interessado, a sua hora de entrada e de saída, sendo posteriormente, esse livro, que permanecia no serviço, substituído por folhas de ponto, que eram recolhidas pelos serviços centrais administrativos, pouco tempo depois do início do horário de trabalho. E confesso que nunca vi que esses vários processos fossem mais do que tentativas falhadas para controlar a produtividade do pessoal, nomeadamente dos médicos.

E, isto, porque a única forma de garantir a presença funcional de alguém é fazê-lo indispensável para que o trabalho se processe. Nos grupos de funcionários trabalhando em equipas, onde cada qual é responsabilizado perante o grupo e onde a sua falta intempestiva bloqueia todo o trabalho, a marcação da entrada não passa, quando muito de uma necessidade administrativa, sendo completamente inútil para avaliação da produtividade do funcionário.

Se o funcionário não está responsabilizado perante os outros, se não tem tarefas marcadas, se não tem horários a cumprir, então o registo de entrada para nada serve, por que não será esse registo que o impedirá de nada fazer, de permanecer no bar a ler o jornal ou mesmo, eventualmente, a sair, definitivamente, ou regressando para marcar o ponto de saída se a isso é obrigado.

Se o processo agora incrementado é uma simples e talvez necessária acção burocrática, nada nos diz da eficiência dos “controlados”, se não assentar numa organização do trabalho em que seja nítida e conhecida a responsabilidade de cada qual face aos outros.

E existindo isso o controlo de entrada e saída é, funcionalmente, inútil.
Muito mais importante seria uma permanente luta contra a falta de pontualidade, doença crónica deste país, que ocasiona ritmos de trabalho lentos, início de acções programadas com atrasos inadmissíveis e representa uma falta de respeito pelos outros, que seria intolerável, se não fosse um pecado que todos aceitam, porque quase todos praticam

Conto uma história passada há dias com um amigo meu.

Convocado para uma junta médica às dez e meia da manhã, aí chegou, cumpridor e responsável como sempre foi, um pouco antes da hora.
Depois de esperar mais de meia hora, vê sair os elementos da junta que vão tomar um “cafezinho” a meio da manhã, interrompendo o seu trabalho, desprezando quem na sala de espera aguardava a sua vez e provavelmente nem lhes passando pela cabeça que estavam a fazer qualquer coisa de inadmissível.
E o mais grave é que nesta nossa terra ninguém protesta, tal é a aceitação da entrada nas consultas com duas horas de atraso, do início das conferências sem respeito pelos horários programados, da chegada às reuniões muito depois das horas marcadas e que sistematicamente o “maldito trânsito” justifica.
E, como verificou uma equipa que recentemente fez um estudo sobre este nosso defeito (congénito?), todos os entrevistados se queixaram da falta de pontualidade dos outros, mas todos, ou quase todos, se afirmaram praticantes de uma pontualidade exemplar.
Talvez por isso seja tão difícil uma pedagogia da pontualidade!
E essa sim é que deveria poder ser sujeita a permanente monitorização informática generalizada."

quarta-feira, dezembro 06, 2006

É Por Isto Que O Meu Voto É Pelo Sim

Apenas por isto. Com o SIM salvo vidas.

Sem mais comentários.

No Diário de Notícias de 25 de Novembro.

"Complicações por aborto afectam cinco milhões

Os números fazem lembrar os de uma epidemia. Mas, ao contrário das epidemias que são provocadas por vírus, esta tem causas muito humanas. De acordo com um estudo publicado na revista científica Lancet, cinco milhões de mulheres de países em desenvolvimento têm que ser anualmente hospitalizadas por complicações de saúde, na sequência de abortos realizados em condições de segurança ou de higiene deficientes. E, destas, 68 mil acabam mesmo por morrer. A Organização Mundial de Saúde calcula que todos os anos são feitos 19 milhões de abortos no mundo.

Em comparação, "nos países desenvolvidos, as complicações de saúde por abortos são raras", escreve a autora, Susheela Singh, do Instituto Guttmacher, em Nova Iorque, sublinhando a diferença de padrões de vida.

Segundo esta médica e investigadora, os números mostram que as consequências destes abortos feitos em condições deficientes geram um enorme problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, com impacto nas famílias e na própria economia.

"A melhor maneira de eliminar esta causa altamente evitável de doença e de morte das mulheres, seria tornar seguro e legal o acesso a serviços para interrupção voluntária da gravidez", afirma Singh, sublinhando que um outro objectivo imediato para evitar gravidezes indesejáveis seria "implementar o uso de métodos contraceptivos". Estes objectivos, diz Susheela Singh, são prioritários e críticos nestes países.

A investigadora analisou dos dados de 13 países em desenvolvimento (do Egipto ao Brasil, Chile ou Uganda), relativos às admissões hospitalares de mulheres com idades entre os 15 e os 44 anos, em consequência deste problema.
"

Gralha? Incúria? Ai Senhores Jornalistas Um Pouco Mais De Respeito Pelos Leitores

Jornal de Notícias de 5 de Dezembro, por Helena Norte e Reis Pinto.

São duas notícias numa, mas a segunda é este "case study":

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"Internato e doutoramento

Os médicos que desejem fazer o doutoramento em simultâneo com o internamento de especialidade poderão fazê-lo, já a partir do próximo ano. O ministro da Saúde anunciou, para breve, a aprovação da legislação que altera o regime de internamento e que permitirá acoplar a vertente de investigação clínica à da especialização. O programa de doutoramento em Medicina Clínica integrado no internato de especialidade deverá ser aprovado, nas próximas semanas, em Conselho de Ministros e resulta de uma colaboração entre os ministérios da Saúde e da Ciência, Inovação e Ensino Superior, explicou Correia de Campos, no Porto, depois de ter presidido à apresentação do Infocancer. O objectivo desta medida é "recuperar o atraso" nesta área e proporcionar aos jovens médicos, interessados em fazer investigação científica, a oportunidade de fazerem o doutoramento durante o internato, que terá uma duração mais longa, visto parte do tempo ser ocupado com investigação."


Em que ficamos: internato ou internamento?

terça-feira, dezembro 05, 2006

Mas Não Pode Mesmo?

A notícia foi repescada do Jornal de Negócios de Setembro, dia 4:

Inteiramente de acordo com esta acção da IGS.

E a IGS não terá também autoridade para obrigar o Estado a pagar o que deve aos seus profissionais? E é tanto...


Título: "Inspecção-Geral recuperou mais de um milhão euros na Saúde."

Sub-título: "Mais de um milhão de euros que estavam por cobrar ou tinham sido indevidamente pagos a profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) foram recuperadas pela Inspecção-Geral da Saúde em 2005, segundo o relatório de actividades deste organismo."

"Mais de um milhão de euros que estavam por cobrar ou tinham sido indevidamente pagos a profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) foram recuperadas pela Inspecção-Geral da Saúde em 2005, segundo o relatório de actividades deste organismo.

De acordo com o documento, a que a Agência Lusa teve acesso, a Inspecção-Geral da Saúde (IGS) foi chamada a intervir em 19.693 situações no ano passado.


No mesmo período, a actuação deste organismo resultou na recuperação de 1.177.802 euros, dos quais 957.030 euros foram relativos a remunerações, 95.502 euros a horas extraordinárias, 46.765 euros a senhas/taxas moderadoras e 78.505 euros a outros valores pagos indevidamente.


Os 1.177.802 euros recuperados representam a esmagadora maioria dos 1.396.919 euros que a IGS apurou terem sido pagos indevidamente ou se encontravam por cobrar.
A acção da IGS com incidência financeira resultou ainda na instauração de oito processos de natureza disciplinar.


Uma das acções desenvolvidas pela IGS no ano passado foi o acompanhamento da inspecção às "Remunerações e outras regalias dos dirigentes e gestores dos estabelecimentos e serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".


Esta intervenção teve por objecto as remunerações e outras regalias dos dirigentes máximos e gestores dos estabelecimentos e serviços do SNS.
Foi abrangida a totalidade dos estabelecimentos hospitalares e organismos regionais de saúde, envolvendo a avaliação dos aspectos remuneratórios e outras regalias, de mais de 300 dirigentes e gestores do SNS.


A IGS estimou em 1.196.287,58 euros o valor das importâncias a repor, uma vez que foram "indevidamente processadas". Deste montante, "mais de 80% do valor apurado já foi regularizado ou encontra- se em vias de regularização", ou seja, 957.030 euros.
Além da devolução dos montantes, decorrem "26 procedimentos de natureza disciplinar (inquéritos e processos disciplinares) para melhor esclarecimento e apuramento de eventuais responsabilidades disciplinares".


Em relação às horas extraordinárias, a IGS recuperou em 2005 95.502 euros, tendo realizado nesse período o acompanhamento das medidas tomadas pelos órgãos de gestão das Administrações Regionais de Saúde (ARS), em articulação com os coordenadores sub-regionais de saúde e com os órgãos de gestão dos hospitais, para promover a análise e implementação das recomendações emitidas pela IGS, em 2003 e 2004, nos relatórios das inspecções temáticas sobre as horas extraordinárias nos estabelecimentos hospitalares do SNS.


Já em 2003, a IGS tinha apurado que "o grupo de pessoal médico é responsável por cerca de 77 por cento dos encargos com o trabalho extraordinário e o serviço de urgência absorve, na totalidade ou na quase totalidade, os custos com as horas extraordinárias, destacando- se naturalmente e de novo o grupo de pessoal médico, uma vez que, em vários hospitais, o total dos encargos com trabalho extraordinário do pessoal médico se refere ao serviço de urgência, e, nos restantes casos, traduz sempre valores percentuais elevados".


No ano passado, a IGS procedeu ainda ao acompanhamento do cumprimento das recomendações emitidas numa intervenção anterior que visou garantir a regularidade dos procedimentos administrativos e a fiabilidade dos registos contabilísticos relativos à cobrança de taxas moderadoras, bem como a regularidade das situações de isenção do seu pagamento.
Nessa intervenção, a IGS apurara que 70% das isenções às taxas moderadoras concedidas pelos centros de saúde eram ilegais, fazendo com que o Estado perdesse anualmente milhões de euros.


A auditoria da IGS apontou ainda para uma falta de controlo total, por parte dos centros de saúde e das sub-regiões às quais pertencem, das verbas cobradas.
De acordo com o relatório das actividades desenvolvidas em 2005 por este organismo fiscalizador, nesse ano foram recuperados 46.765 euros relativos a senhas/taxas moderadoras.


Em 2005, a IGS contou com 37 inspectores e 37 elementos de outro pessoal."