quarta-feira, dezembro 31, 2008

Vem aí 2009 !


sábado, dezembro 27, 2008

CHEGA DE HIPOCRISIA !!!

Saúde
Número de utentes nas urgências é 30 por cento superior ao normal devido a epidemia de gripe

27.12.2008 - 13h12 Lusa


As urgências hospitalares atenderam, em média, na última semana, cerca de 13 mil pessoas por dia, mais 30 por cento do que é habitual nesta época, segundo dados da Direcção-Geral de Saúde (DGS).

Em declarações à Lusa, o coordenador do dispositivo da DGS que monitoriza a afluência às urgências explicou que este aumento se deve, sobretudo, a uma epidemia de gripe, que deverá prolongar-se, pelo menos, durante os próximos 15 dias. "A média [de afluência às urgências] da última semana está acima das 13 mil pessoas por dia, quando o valor esperado para esta época varia entre as oito e as 10 mil", afirmou Mário Carreira.



Só na passada segunda-feira, por exemplo, 15 mil portugueses foram às urgências hospitalares de todo o país, o que representa um aumento de 50 por cento em relação à média normal de atendimento. "Estamos perante uma epidemia de gripe que está a causar esta elevada afluência aos hospitais. É provável que se mantenha ao longo das próximas duas semanas, até porque só na semana que vem é que deverá ser atingido o pico da epidemia", adiantou o responsável.



A DGS não dispõe ainda de dados relativos à afluência às urgências registada ontem, um dia que foi particularmente crítico em muitas unidades hospitalares, como o Amadora-Sintra, que chegou a ter um tempo de espera de cerca de 12 horas, mesmo para casos classificados como urgentes e muito urgentes.

No Hospital de Santa Maria (HSM), em Lisboa, o tempo de espera não foi tão grande, mas registou-se igualmente um "aumento do número de utentes atendidos", situação que "foi acalmando ao longo da noite e que se encontrava normalizada esta manhã", segundo o director clínico, João Correia da Cunha. Segundo Mário Carreira, a elevada afluência não se verificou apenas na região da Grande Lisboa, mas "um pouco por todo o país".



No Grande Porto, por exemplo, o Hospital Pedro Hispano, de Matosinhos, tem estado a registar grande afluência de utentes devido à gripe, o que provocou atrasos de sete a oito horas no atendimento.

Já no São João e no Santo António, os dois hospitais centrais da região, o número de utentes atendidos sexta-feira foi considerado normal.



No Algarve registou-se também um pico de afluência, apesar de esta não ter ultrapassado os parâmetros normais para a época, segundo disse à fonte do Hospital Central de Faro.



É isso mesmo! Hipocrisia!



Porquê esta crise na Grande Lisboa?

Lembrem-se agora do golpe de rins que os muchachos de Correia de Campos (e nomeadamente o seu mentor, o seráfico mentor e ex-presidente da ARSLVT, de nome António Branco , e que as más línguas dizem ser o iluminado conselheiro) tiveram que dar face ao entupimento dos SU hospitalares depois do fecho de SAPs e similares, reabrindo serviços dos CS da Grande Lisboa!!!



Porque é que no Grande Porto isso não aconteceu o ano passado e igualmente este ano segundo relatos que nos chegam dos médicos da região?

Porque não me acredito que a taxa de vacinação antigripal fosse exorbitante assim como tenho dificuldade em acreditar que o pessoal do Nuorte e do Puorto seja assim tão rijo, vou mais para um publico reconhecimento do bom senso do conselho directivo da ARS Norte, que manteve a funcionar os cinco SASUs da região e ainda deu continuidade ao prolongamento de horario de uma ou outra USF !



Tem custos, pois tem...mas isto é o SNS!



quinta-feira, dezembro 25, 2008

Esteves, O Tal Jornalista Que Não Se Responsabiliza Pelos TÍtulos Dos Seus Artigos.

Este jornalista que por vezes passa por “este esgoto” sujou-se mesmol.

Leiam o parecer do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.

“REVISTA "SÁBADO" LEVA UM DEONTOLÓGICO PUXÃO DE ORELHAS

Na sequência de uma queixa formal do SIM ao Conselho Deontológico do Sindicato de Jornalistas, em Setembro deste ano, contra a publicação na revista Sábado de uma notícia escrevinhada por um tal Esteves e intitulada "Há médicos que agridem doentes nos hospitais" e que, por falsa e como tal pronta e liminarmente desmentida pela IGAS, se considera ofensiva para os médicos, recebemos a comunicação que pode consultar em anexo.
Destaque para que o autor da notícia declarou nos autos que escrevinhou o corpo da mesma mas deixou para alguém o título... profissionalmente brilhante... ou como se foge com o rabo à seringa…

Parecer do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.”

Para quê serem masoquistas e aturar médicos? Sirvam-se!










quarta-feira, dezembro 24, 2008

NATAL




segunda-feira, dezembro 22, 2008

Quantos mortos e estropiados nas estradas portuguesas ?

Risco de “aquaplaning”
Observatório de Segurança preocupado com “lençóis de água” nas estradas

22.12.2008 - 10h16 PÚBLICO


Um estudo em sete auto-estradas e via rápidas, do Observatório de Segurança de Estradas, concluiu que nenhuma foi pensada de modo a evitar os lençóis de água.



Esta situação leva esta organização a acusar, em declarações à rádio TSF, os construtores e o Estado de não estarem preocupados com a vida dos automobilistas.



O Observatório denuncia que a lei não está a ser cumprida e diz que, das vias analisadas (CRIL, A8, A5, A2, A12, IP 7, IC32), nenhuma foi construída de acordo com as regras previstas na legislação para evitar os lençóis de água, que todos os anos causam acidentes.



Segundo o presidente do Observatório, Nuno Salpico, todas apresentaram falta de sistema de drenagem para evitar a acumulação de água, o que poderá levar a situações de hidroplanagem (“aquaplaning”).Este responsável diz que a solução para este problema é económica e simples: “Localização adequada de drenos, de rachas, no pavimento que permitissem escoar a água das chuvas quando ela acontece.”

Quando as unhas são cortadas demasiado rentes os sabugos é que se amolam...

Nova tabela para médicos ameaça saúde no interior

CARLA AGUIAR e CATARINA GUERREIRORODRIGO CABRITA - ARQUIVO DN Saúde.


Os hospitais mais carenciados do interior antevêem uma crise com a fixação de preços máximos para os médicos tarefeiros. Directores dizem que, ao baixar os honorários para quase metade, deixa de ser atractivo para os profissionais. E urgências correm o risco de ficar vazias. Regras entram em vigor já em Janeiro


Os novos valores fixados pelo Governo para pagar a hora de trabalho dos médicos tarefeiros (máximo de 35 euros para especialista e 27,5 euros para clínicos gerais) ameaçam virar o feitiço contra o feiticeiro e deixar as urgências dos hospitais do interior do País sem médicos.

A razão está no preço, que, ao baixar para cerca de metade do que é pago actualmente, pode deixar de ser suficientemente atractivo para que os médicos se desloquem quilómetros até aos pontos mais carenciados. Essa é a leitura de directores de hospitais, médicos e sindicalistas ouvidos pelo DN de norte a sul, em reacção à circular emitida sexta-feira pelo ministério que entra em vigor em Janeiro.


"Se já era difícil atrair médicos para Bragança, agora ainda será mais", disse ao DN o administrador do Centro Hospitalar do Nordeste, que admite recorrer de forma regular a cerca de 15 médicos em regime de prestação de serviço. Embora as tabelas praticadas no seu hospital não costumem ir além dos 40 euros, Henrique Capela considera que "os hospitais do interior até deveriam ter uma margem de manobra de pagar um pouco mais além", sob pena de se tornarem muito menos atractivos do que hospitais que não exijam deslocações demoradas.


O mesmo receia o director do Hospital de Beja, Rui Sousa Santos, para quem perder médicos passa a ser um "risco real" da sua urgência. O administrador concorda com a fixação de limites nos preços que estavam descontrolados, mas apela à sensibilidade para as "especificidades do interior". "Vamos ver como o mercado reage a estas novas regras, para decidir o que fazer", esclarece o responsável do Hospital de Beja, que contrata tarefeiros por 65 euros por hora de várias especialidades, particularmente obstetras e anestesistas.


O Hospital de Portalegre também se sente ameaçado. Uma fonte hospitalar disse ao DN que a situação é "preocupante" uma vez que, por exemplo, na triagem todos os profissionais são contratados. A necessidade de recorrer a médicos tarefeiros está longe de ser um exclusivo do interior, sendo, pelo contrário, uma prática corrente em todos os hospitais, que reagem à novidade com igual preocupação.


"Ainda esta manhã médicos espanhóis tarefeiros me comunicaram que para ganharem 27 ou 35 euros à hora vão deixar de vir a Portugal porque não compensa", disse ao DN Isidoro Duarte, que ontem chefiava a equipa de urgência do Hospital de Portimão. Aquela unidade tem contratos de prestação de serviço com médicos que chegam de Ceuta, de Sevilha, de Lisboa ou de outros pontos do país. Segundo aquele clínico, cerca de metade dos tarefeiros são estrangeiros, com os espanhóis à cabeça, mas também ucranianos, moldavos ou brasileiros. Quanto aos portugueses de Lisboa que se deslocam a Portimão "é frequente virem trabalhar um fim de semana prolongado e, para tal, alugam uma casa". "Mas com os novos valores isso pode deixar de ser rentável e ficamos com um problema sério", acrescenta o médico.


Embora todos os profissionais ouvidos pelo DN reclamem a necessidade de regular este mercado à rédea solta, em que os preços/hora podem chegar aos 100 euros - como já foi pago pelo Hospital de Santa Maria a anestesistas - , a ideia predominante é que se veio "nivelar por baixo", estando desfasada da oferta e procura.


Essa é, por exemplo, a leitura do director do serviço de urgência do Hospital de Guimarães, para quem a iniciativa do Governo "vai acabar por não alterar a prática, uma vez que se não houver médicos, os hospitais ou pagam mais ou os serviços não funcionam". Carlos Santos, que é igualmente dirigente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), está convencido de que "os hospitais vão acabar por invocar a cláusula do interesse público para pagar mais e aquilo que foi pensado para ser a excepção vai tornar-se a regra".


Fonte do Ministério da Saúde explicou ao DN que a intenção da fixação dos novos valores é sobretudo estabelecer um padrão de referência. Ou seja, admite-se que os hospitais mais carenciados do interior possam pagar um pouco mais para conseguirem atrair médicos. Mas nesse caso, e de acordo com as novas regras, tal tem de ser justificado pelo director de serviço, após esgotado o recurso à mobilidade, autorizado pela administração e publicitado na Internet.


Ou seja: o processo que justifica o pagamento acima da tabela é de tal modo moroso e burocrático que inviabiliza na prática uma solução, uma vez que manter abertos e funcionantes os serviços de urgência com um mínimo de qualidade e de quantidade não se compadece com estas delongas...


Já agora: qual é a tabela em vigor para os gestores públicos, da indústria á banca?

domingo, dezembro 21, 2008

Responsáveis da Unidade de Local de Saúde do Norte Alentejano apresentam demissão em bloco!

21 de Dezembro de 2008, 20:14
Portalegre, 21 Dez (Lusa)
- "O conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) apresentou a sua demissão em bloco à ministra da Saúde, Ana Jorge, revelou hoje à agência Lusa fonte hospitalar.
De acordo com a mesma fonte, os directores de serviços de médicos e de enfermagem do hospital de Portalegre e os directores de quinze dos 16 centros de saúde que compõem a ULSNA também apresentaram a sua demissão.
Esta tomada de posição, surge como forma de contestação por ainda não ter sido nomeado, por parte do Governo, dois elementos do conselho de administração para chefiar a direcção clínica e assumir o cargo de administrador delegado da ULSNA.
Este processo, segundo a mesma fonte, arrasta-se há dois meses.
A ULSNA, constituída a 01 de Março de 2007, integra os hospitais de Portalegre e Elvas e os 16 centros de saúde do distrito de Portalegre, depois de extinta a sub-região de saúde.
A mesma fonte hospitalar revelou à Lusa que, na sequência das demissões apresentadas à ministra da Saúde, os funcionários da ULSNA estão a promover um abaixo-assinado, que tem como objectivo mostrar a sua solidariedade para com os elementos demissionários.
O Ministério da Saúde anunciou hoje que está a preparar a criação de mais Unidades Locais de Saúde (ULS) para 2009, para juntar às cinco já existentes em Portugal.
O modelo de organização, que integra a gestão de várias unidades de saúde de uma região para optimizar a resposta dos serviços, foi iniciado em 1999 em Matosinhos e só a partir de 2007 voltou a ser aplicado.
Em Fevereiro desse ano foi criada a ULS do Norte Alentejano e, em Setembro de 2008, as do Alto Minho, Baixo Alentejo e Guarda."

HYT.
Lusa



Tanto alarido por tão pouco, (?) não me parece que seja este o motivo da demissão em bloco, do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, mas sim a gota de água, que fez transbordar o copo!

Alguém Me Pode Explicar Esta Notícia?

Leio o título: “Seis médicos investigados pela Ordem.

Leio o sub-título: “Receitas tramam clínicos.”

Mas parece que no corpo da notícia se fala em farmacêuticos e administrativos…

Não esclarecem os leitores sobre o que se passou, mas o que interessa é pôr “médicos” no título. Têm uma cotação superior à dos farmacêuticos.

É como a marca Benfica. Vende sempre, perca 0-1 ou se proponha ganhar 8-0.

Pobres jornalistas…

 

Leiria: Seis médicos investigados pela Ordem

Receitas tramam clínicos

Seis médicos da zona Centro estão a ser investigados pela Ordem por suspeita de terem passado receitas a utentes que não conheciam nem consultaram. As prescrições foram utilizadas numa burla que envolve três farmácias do concelho de Leiria e lesou o Estado em 277 mil euros.

Na investigação feita pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra, concluiu-se que os clínicos emitiram várias receitas em nome de pessoas que desconheciam.

Como não foi reunida matéria suficiente para os constituir arguidos, num processo que começa a ser julgado em Janeiro no Tribunal de Leiria, o Ministério Público mandou extrair certidão para remeter à Ordem dos Médicos (OM). No documento é referida a "conduta censurável" dos profissionais de saúde.

A denúncia seguiu para a Secção Regional do Centro da OM, que abriu um inquérito à actuação dos médicos. O CM tentou saber se as averiguações já estão concluídas mas não obteve resposta até ao fecho da edição.

Muitas das receitas emitidas pelos médicos em causa serviram para dar corpo a uma burla que durou dois anos.

O esquema, segundo a Acusação, envolveu uma funcionária da Sub-Região de Saúde de Leiria, um professor e três farmácias.

A funcionária retirava as receitas dos arquivos da Sub-Região de Saúde e entregava-as ao docente. Este canalizava-as para três farmácias do concelho de Leiria – Boavista, Castela e David – para serem processadas e apresentadas para nova comparticipação.

Os dados reunidos pelos investigadores da PJ de Leiria, sob supervisão do DIAP, referem que a funcionária retirou 4833 receitas dos arquivos, entre 2000 e 2002.

Deste lote, 1581 foram reapresentadas para segunda comparticipação do Estado. As restantes serviram para retirar as etiquetas dos medicamentos e colá-las em novas receitas.”

sábado, dezembro 20, 2008

A culpa é dos médicos

Este post de uma Colega e a sua denúncia só pode ter o meu aplauso porque há 25 anos atrás algo parecido acontecia comigo.
Não com todas mas com alguns desses colegas mais graduados... tive a sorte de alguns deles só passarem pelas brasas quando o sol nascia...
Parece que a coisa terá piorado...
Mas tal não invalida que devam existir limites ao trabalho extraordinário e que a sua ultrapassagem seja opcional...mais, não poderá aí ser invocado o excesso de trabalho e/ou o cansaço como justificação para eventual erro médico...

médicaquetambémexplica disse...

respondendo à perplexidade de um anónimo colega face à possibilidade de os médicos trabalharem tantas horas seguidas, a minha explicação é a seguinte: as coisas passam-se assim porque convêm a muitos, nomeadamente aos que ganham essas 24 sobre 24 horas fazendo muito pouco.fui interna de Medicina Interna num grande hospital do Porto há 10 anos e o que se passava era que uma boa parte dos mais graduados ganhava as suas horas extraordinárias sentada na sala dos médicos do SU, sendo a frente de ataque assegurada pelos internos gerais "chefiados" pelos internos de especialidade. especialistas a trabalhar de facto? havia, alguns, muito poucos. porque continuavam esses? não sei.ao fim de 6 meses de internato de MI, puseram-me sozinha a assegurar a noite (das 20 às 8), "chefiando" 4 internos gerais e com uma interna mais avançada supostamente na rectaguarda. morreram doentes enquanto eu batia, sem sucesso, à porta dessa interna mais graduada, de sono pesado.a partir dos 6 meses, puseram-me também a fazer 24 horas. 24 horas quer dizer das 8 até se conseguir serenar a secção de OBS, o que acontecia às 3, às 4, às 5 da manhã, dependia. mas, aí a partir da meia-noite, o pensamento começava a toldar-se-me e o que restava por fazer era feito cada vez mais devagar, como se estivesse a subir uma montanha cada vez mais íngreme.no dia seguinte, tinha a enfermaria à minha espera. doentes muito doentes, às vezes internados na urgência da véspera, à espera de um rumo. eu era das poucas que, não obstante, ia para casa dormir. não conseguia fazer de outra maneira. e ouvia por isso, mas nunca me cortaram no salário.e os especialistas que tinham passado a urgência de véspera sentados na sala dos médicos, ninguém os via também na enfermaria, em dia nenhum.não me estou a chorar enquanto médica porque acho que este estado das coisas é culpa dos médicos: dos que a ele se sujeitam (eu vim-me embora), e dos que, mal podem, passam ao degrau acima que lhes permite fazer cada vez menos, ganhando um pouco mais.isto era há 10 anos. não tenho a certeza se ainda é assim.
Sábado, Dezembro 20, 2008

Hoje Deprimi-me!

Sim, deprimi-me, não por causa dos SAP ou dos helicópteros, mas pelas nossas famílias. Aquelas tão lestas a protestar e aparecer nas páginas dos jornais quando levam os seus idosos às urgências e as coisas correm mal.

Ao programar as consultas para a próxima semana num lar de idosos da segurança social, preparava-me para agendar para o dia 24 de Dezembro um período de consultas.

Mas, lembrei-me que era véspera do Natal, da festa da família e disse à funcionária: "Se calhar este não deve ser um bom dia, pois é o dia da consoada e não deve estar cá ninguém!"

Ouço uma gargalhada e a resposta: "Oh doutor, talvez um não passe cá o Natal, os outros, terão muita sorte se os familiares se lembrarem de telefonar!"

Como sou ingénuo, retorqui, "Não acredito. Então não me diga que estes idosos, muitos viúvos e viúvas, não vão passar o Natal com os filhos? E muitos vivem aqui ao pé!"

"Já lhe disse, dos 5o que cá há, talvez um vá consoar com a família."

"Então, olhe venho eu no dia 24 dar as consultas e falar um pouco com eles."



Por favor, não me gritem mais aos ouvidos que o Natal é a festa da família!

Quanto muito será a festa dos oportunistas, do dinheiro, de tudo, menos do amor.

Obviamente, Aquele que nasceu em Belém, não tem culpa.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

11 SAPs = 1 HELICOPTERO ...NOVES FORA NADA!

SAP da Guarda com os dias contados Onze serviços encerram no primeiro semestre de 2009

Onze Serviços de Atendimento Permanente (SAP) do distrito da Guarda vão mesmo fechar as portas durante o primeiro semestre do próximo ano, em troca de um helicóptero que chegará a Aguiar da beira e que pretende colmatar a falta dos serviços entretanto extintos.

Assinalados já há quase um ano pelo Ministério, os SAP da região vão mesmo encerrar numa altura em que, no entender da ministra Ana Jorge, já existem condições para que tal se verifique, eliminando assim «um consumo de recursos sem benefício para a população.
Em Julho passado, durante a abertura dos Centros de Saúde de Gouveia e Manteigas, Ana Jorge admitiu que 11 SAP do distrito seriam encerrados, garantindo, no entanto, que o fecho só aconteceria «quando houvesse condições para tal».
Em entrevista ao semanário Expresso, Ana Jorge garantiu que é necessário «criar condições para acabar com os períodos nocturnos, dado que estes «reduzem o tempo de consultas durante o dia», pois implicam a presença dos profissionais de saúde em locais onde o número de doentes a partir da meia-noite «é diminuto».

A extinção dos 11 SAP servirá como moeda de troca para a atribuição de um helicóptero, que ficará sedeado em Aguiar da Beira, algo que tem sido criticado pelos autarcas da região que entendem que esta é mais uma medida para «prejudicar a população envelhecida do interior».
João Mourato, presidente da Câmara da Mêda, acredita que tal medida trará desvantagens para a população que vai ficar «desprovida de atenção e assistência médica», lembrando ainda que a actuação do helicóptero poder vir a ser condicionada por factores climatéricos, «como o nevoeiro, sobretudo à noite».
O presidente da Câmara de Almeida, Baptista Ribeiro, vai ainda mais longe, tendo mesmo sublinhado que irá opor-se «de forma intransigente» à reformulação, ameaçando repetir a proeza de reunir em protesto cerca de «metade dos habitantes do concelho», refere o Portugal Centro.

Ou a nova versão de "com papas e bolos se enganam os tolos"

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Por uma Europa Social onde se trabalhe para viver e não se tenha de viver para trabalhar

Parlamento Europeu proíbe excepções à semana de 48 horas de trabalho
18.12.2008, Isabel Arriaga e Cunha, Bruxelas

O Parlamento Europeu (PE) exigiu ontem que o tempo de trabalho nos Vinte e Sete seja limitado a 48 horas por semana e que os períodos inactivos de banco dos médicos nos hospitais sejam contabilizados neste cálculo.

Esta posição, votada por uma esmagadora maioria dos eurodeputados de todas as famílias políticas, contraria a decisão assumida em Junho pelo conselho de ministros da União Europeia (UE), onde estão representados os governos. O desacordo entre as duas instituições, "co-decisoras" nesta matéria, impõe agora a abertura de um processo de conciliação com vista à obtenção de um compromisso.

Por 421 votos a favor, 273 contra e 11 abstenções, os deputados rejeitaram a possibilidade de o tempo de trabalho semanal poder chegar às 65 horas, a título de derrogação para os trabalhadores que o aceitem a título individual, como fora decidido em Junho pelo conselho, exigindo o fim desta excepção três anos depois da entrada em vigor da nova legislação.
Entre os Vinte e Sete, o acordo não tinha sido unânime, já que vários países, como a França ou Bélgica, tentaram, sem sucesso, acabar pura e simplesmente com quaisquer derrogações à semana de 48 horas.

O ponto mais polémico parece ser, no entanto, a contabilização do tempo em que os médicos estão de banco no hospital sem estarem necessariamente a exercer a profissão: uma maioria ainda mais significativa de deputados considera que estes períodos devem ser considerados tempo de trabalho, ao contrário dos governos, que só admitem essa possibilidade, se estiver expressamente prevista na legislação dos Estados.

Com esta posição, o Conselho de Ministros tentou ultrapassar um imbróglio jurídico aberto com dois acórdãos do Tribunal de Justiça da UE, em 2000 e 2003, que determinaram que, à luz da legislação que vigora desde 1993, os períodos inactivos de banco devem ser contabilizados no limite das 48 horas.
Este veredicto colocou a esmagadora maioria dos Vinte e Sete em situação ilegal, dando simultaneamente aos médicos o direito de pôr os governos em tribunal.

Segundo Alejandro Cercas, esta disposição afecta 2 milhões de médicos na UE.Os governos queixam-se de que, para cumprirem a jurisprudência, correm o risco de abrir um rombo nos seus orçamentos da segurança social porque serão obrigados a contratar e formar um sem número de médicos suplementares. Esta situação coloca-os numa posição de alguma fragilidade nas negociações com o PE. Ao invés, o conselho de ministros procurará convencer os deputados de que a nova legislação é melhor do que a actual, que permite que a derrogação ao limite das 48 horas semanais chegue às 78 horas nos países que decidam aplicá-la. Actualmente, esta derrogação é utilizada sobretudo no Reino Unido, onde perto de 4 milhões de pessoas trabalham mais de 48 horas.

terça-feira, dezembro 16, 2008

Activaram a cavalaria !

Hoje à tarde
Helicóptero do INEM pousa na A42 para assistir feridos ligeiros e obriga ao corte da via
16.12.2008 - 19h16 PÚBLICO


Um helicóptero do INEM pousou hoje à tarde na Auto-estrada 42, sentido Alfena-Paços de Ferreira, não muito longe da capital do móvel, para prestar assistência a quatro feridos ligeiros. A manobra obrigou ao corte total da via durante cerca de meia hora.


Tudo começou quando, pouco depois das 14h30, um automóvel ligeiro embateu na traseira de um pesado, ocupando a faixa da direita da estrada. Depois deste choque, um outro acidente teve lugar na faixa da esquerda da mesma via, envolvendo um ligeiro de mercadorias e um ligeiro de passageiros.


Segundo fonte da Brigada de Trânsito (BT) do Porto, dos dois sinistros, resultaram quatro feridos ligeiros, o bastante para pedir auxílio a um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que pousou na A42 algum tempo mais tarde.

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Os Médicos são mais duros de roer que os Professores...

A coisa parece que pode vir a aquecer...
E as coisas podem tornar-se muito complicadas, mas mesmo muito complicadas, para o Governo...

Com alguma serenidade mantida até agora no mar revoltoso da contestação social ás impetuosidades de um governo impante da sua maioria parlamentar, os médicos parece que se sentiram afrontados com as primeiras propostas governamentais de adaptação das Carreiras Médicas à nova legislação das carreiras e vínculos da função pública , sendo eles regidos por um diploma regulamentador que foi fruto de uma árdua concertação social com os sindicatos médicos em 1990 e que ainda hoje constitui uma das mais avançadas regulamentações laborais, na área medica, da Europa Social.


Veja-se o que diz o Sindicato Independente dos Médicos, atraves de um artigo de opinião no jornal Tempo Medicina, premonitoriamente ou não intitulado de "A Morte do Talvez" e da autoria de um dos seus dirigentes nacionais com maior visibilidade pública, aliás reproduzido integralmente no site daquele sindicato médico ...



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Os documentos recebidos pelos parceiros sociais para negociação, e já disponíveis para consulta pública quer no site do SIM quer no da FNAM, enfermam de irremediáveis erros conceptuais e pretendem, a serem aprovados, levar a cabo uma gravosa inversão de 30 anos nas condições laborais dos médicos .

Pretende o Ministério da Saúde dissociar na prática, através de projectos de diplomas distintos (Carreira Médica e Qualificação Médica), a qualificação técnica do conteúdo funcional e remuneratório, pretende separar médicos em RCTFP e médicos em CIT com implicações jurídico-laborais diferentes e de negociação colectiva distinta, pretende unificar as carreiras médicas existentes numa só carreira, pretende paradoxalmente abdicar de capacidade de regulamentação que lhe era própria.



Revogando os artigos 20º a 22º do Estatuto do SNS, o governo pretende impossibilitar aos médicos do SNS o exercício de funções privadas, numa forma encoberta de impor sem contrapartidas a exclusividade de funções!



Revogando o Decreto – Lei 73/90 e legislando desde logo em matérias sensíveis do foro laboral, assim condicionando à partida qualquer processo de negociação colectiva futura, o governo pretende de uma só penada acabar com direitos arduamente negociados e conquistados pelos médicos portugueses, descaracterizando as carreiras médicas já existentes e impor alterações gravosas das condições de trabalho, com a inevitável repercussão para a segurança dos cidadãos



É assim que se pretende impor por via legislativa e no prazo de 90 dias o fim do horário de tempo completo (35 horas) passando o horário normal a ser de 40 horas semanais (ainda que mantendo os já existentes horários de 42 horas), é assim que se pretende eliminar a possibilidade de trabalho a tempo parcial, é assim que se pretende aumentar a idade de dispensa de serviço de urgência nocturno para os 55 anos (podendo os médicos que aos 50 anos usaram dessa possibilidade terem agora que voltar a fazer serviço nocturno), é assim que se elimina a possibilidade de dispensa de serviço de urgência diurno a partir dos 55 anos (podendo os médicos que aos 55 anos usaram dessa possibilidade terem agora que voltar a fazer serviço de urgência), é assim que se pretende acabar com a redução de uma hora semanal por cada ano de serviço a partir dos 55 anos a quem tem um horário de 42 horas semanais (e refazer o horário a quem agora já usufrui dessa redução), é assim que se pretende eliminar para os médicos os limites à prestação de trabalho extraordinário previstos no Código do Trabalho, é assim que se pretende descaracterizar a carreira médica de clínica geral acabando com as horas não assistenciais e o subsidio adicional de fixação, é assim que se condiciona na carreira médica de saúde pública a atribuição do complemento por disponibilidade permanente, é assim que se pretende impor o regime de prevenção sem que tal dependa do acordo prévio do médico, é assim que se pretende instituir categorias sem concursos garantidos e mediante graus atribuídos exclusivamente pela OM, e ignorando-se as necessárias carreiras de Medicina do Trabalho e de Medicina Legal.



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Mas o que se exige agora aos médicos portugueses, e sobretudo aos que exercem a sua actividade no Serviço Nacional de Saúde, é que cada um e todos se definam.



Agora já não dá para subterfúgios e silêncios dúbios. O tempo é de cerrar fileiras e limpar as armas.A vantagem do tempo presente é que só dá direito a duas posições/resposta - sim ou não.



O talvez morreu.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Quando Não Há Negligência, Conta-se Uma Anedota.

Diz a Ana Palma, jornalista, que a Clínica trocou relatórios. Digo eu: a doente (com foto e tudo) não leu o seu nome correctamente e não devia ler o relatório, embora nada o impeça.

Um médico olha sempre, primeiro, para o nome que encima qualquer exame, porque sabe que pode haver sempre trocas.

“Faro: Clínica trocou relatórios de doentes

Mamografia era de outra mulher

O desespero invadiu Maria Teresa Sequeira ao receber, há uma semana, o relatório da mamografia feita na véspera na Clínica de Ressonância Magnética do Algarve (Clínica de S. Francisco), em Faro: padecia de um carcinoma mamário. Horas depois percebeu que, afinal, o exame era de outra mulher. Um erro que considera "inadmissível" e que, diz, lhe poderia "ter provocado a morte", pois sofre de "insuficiência cardíaca, angina de peito e de diabetes".

"Mal li o relatório, fiquei em pânico, pensei que ia morrer", conta. "Não sei como conduzi até casa, em S. Marcos da Serra. Fiz o caminho todo a chorar". Ao chegar, foi logo ao Centro de Saúde e foi aí que lhe disseram que o nome no exame não era o dela. "Nem queria acreditar que um engano destes pudesse ter acontecido", diz.

Face à gravidade do relatório, Maria Teresa, de 55 anos, reformada da CP por invalidez, decidiu voltar à clínica para buscar o seu exame e devolver o que não lhe pertencia. Lá, acabou por se encontrar com a doente em causa, o que ainda a transtornou mais.

"Fiquei muito sensibilizada com tudo isto, pois vi a morte à frente, embora saiba que estes casos se tratam. Tenho muita pena daquela senhora", adiantou.

O CM contactou a clínica, mas, sobre o assunto, "não há declarações a prestar", limitaram-se a responder.

Ana Palma”

Os Sentimentos Dos Médicos.

A resposta a um comentário do post anterior que se emancipou para post principal.



Claro que tudo o que o NA disse neste e nos outros comentários está correcto. Mas, há sempre uma nesguinha por onde espreita a generalização e as ideias preconcebidas, que todos inconscientemente vamos bebendo aqui e acolá e para atacarmos as outras profissões, e a que mais está na berra é a minha. E quem não se sente, não é filho de boa gente.

Nestes comentários já várias vezes se disse que os médicos não têm coração, compaixão, não sentem a morte, etc, etc.

Nada de mais errado, mas o que aprendemos na Faculdade é que não nos podemos envolver sentimentalmente nem afectivamente com os doentes.

Eu posso sentir a tristeza mais profunda com o doente das 9:45 (mas guardo-a para mim) porque lhe tenho que dizer que tem um cancro já metastizado, sendo aparenteente saudável, e só tem 40 anos e logo a seguir, ao doente das 10:20, posso dar a mais alegre das notícias pois tudo se encaminhava para uma doença cancerosa, mas a segunda biópsia veio negativa. Não me posso por aos saltos de alegria, porque a seguir pode entrar outro que nunca entenderia a minha alegria, pois sabe que está em fase terminal. Não é fácil, não.

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Do Lado Da Doente: Houve Erro de Diagnóstico.

Gosto de ler estas notícias do Correio da Manhã sobre os minutos de fama que paga a quem lhe denuncie casos de eventual negligência médica.

São notícias que se sobrepoem linha por linha, dia a dia.

Os médicos, para o Correio da Manhã, nunca erram. São sempre negligentes…

Agora as baterias abatem-se sobre Strech Monteiro, conhecido obstetra.

Lendo a notícia, fácilmente se compreende que não foi diagnosticada uma infecção no pós-operatório, nosocomial e portanto sempre com bactérias muito mais resistentes aos antibióticos.

Mas gostava de conhecer as razões científicas que levaram à cesariana. Foi pressão da mãe? Pressão do médico? Inevitabilidade científica?

Foi um risco que se correu. Fica a dúvida…

Ah, e mais um erro: nãe é “histeroctomia” mas histerectomia…

Também é giro como o jornalista, transforma um drama e tragédia em história de amor sentimental. Ah grande  João Carlos Malta.

 

Eis a notícia:

“Bragança - queixa apresentada à Inspecção-geral das Actividades de Saúde

Negligência pós-parto deixa mãe internada

Rodrigo tem seis meses e nos primeiros tempos de vida pouco pôde estar com a mãe, Filipa Madeira. A jovem, de 26 anos, deu à luz em Maio, e desde então tem estado quase permanentemente internada, segundo ela devido à negligência dos médicos no Hospital de Bragança. Actualmente, está na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Santo António, no Porto, e não há data prevista de alta. Só uma certeza: não poderá ter mais filhos.

Há uma queixa enviada em Junho à Inspecção-Geral das Actividades de Saúde (IGAS), estando a decorrer um processo de averiguação.

O calvário de Filipa começou depois do parto de cesariana, altura em que foi transportada para enfermaria cheia de dores, o que a impedia de pegar no filho ao colo.

Quatro dias depois entra de serviço o médico Strecht Monteiro, que lhe dá alta de imediato. Na queixa ao IGAS, a jovem descreve a situação da seguinte forma: "[...] arrancou-me o penso e, sem me fazer qualquer desinfecção, disse-me que a ferida precisava de andar ao ar e... que aquilo não era nenhum hotel. Já estava a fazer muita despesa ao Estado e que era melhor ir embora porque se me acontecesse alguma coisa deixava de ser responsabilidade do hospital".

Fez 80 quilómetros até casa, em Vila Flor, onde um dia depois teve de ser assistida porque a febre não passava. Foi-lhe diagnosticada uma infecção na ferida da cesariana. O antibiótico que lhe foi receitado de nada serviu.

Dois dias depois volta ao Hospital de Bragança, ainda com febre, e "a Dr.ª Adelaide Abrantes, de urgência, ordenou à enfermeira que fossem retirados os agrafos e começaram a espremer, abrindo-me a ferida, para que o líquido saísse, e colocaram-me um dreno. Sofri muito ao ponto de gritar".

A jovem afirma ter estado quatro dias "com a barriga aberta", sem realização de qualquer exame. Ao fim de quatro dias é operada, mas a dimensão da infecção já era muito grave. Teve remover o útero.

Contactada pelo CM, fonte do Hospital de Bragança afirmou estar a colaborar com o IGAS para o "esclarecimento da verdade".

"QUERIA VER O FILHO A CRESCER"

"Além de todo o sofrimento a que tem sido sujeitada, Filipa desejava, sobretudo, ver o filho a crescer. Até ao momento teve poucas oportunidades para estar com ele", disse ao CM o marido, Vítor Pereira.

A situação clínica da mulher levou também a que Vítor mudasse a sua vida, mas o pior é em muitas situações ver o desânimo da esposa. "Às vezes está mais deprimida, outras encontro-a com mais força", disse.

A revolta do marido de Filipa fica-lhe estampada na face quando relembra o tratamento dispensado à esposa no Hospital de Bragança. "Quatro dias, sem que lhe fizessem nada, nem um exame. Se fizessem um trabalho sério, isto não atingiria as proporções que está a ter agora, com seis meses de sofrimento. Nunca me disseram porque é que não a operaram logo", afirmou Vítor Pereira.

SEM DATA PREVISTA PARA A ALTA

Após a histeroctomia — remoção do útero – esteve até 25 de Maio nos Cuidados Intensivos em Bragança. A situação começou a agravar-se cada vez mais e foi transferida para o Porto. " A minha vida estava em risco, fui numa ambulância do INEM acompanhada por um médico e anestesista, fui entubada, pois estava com problemas respiratórios e com anestesia geral para que pudesse fazer a viagem", descreveu na queixa à IGAS. Desde aí já teve de ser submetida a três intervenções cirúrgicas.

Até Setembro passava quinze dias no Hospital e quinze em casa, mas nessa altura apanhou um outro vírus e a infecção levou outra recaída, que lhe afectou os intestinos, os rins e os pulmões. Voltou ao internamento na Unidade de Cuidados Intensivos e ainda não tem data prevista para a alta.

 

João Carlos Malta”

sábado, novembro 29, 2008

Precisamos de Um Juiz Garçon Português!

A Saúde é, também, o bem-estar psíquico e social. E eu assim não ando bem!

Com as medidas do Governo conhecidas, que nos impinge várias ideias de que salvar estes bancos (onde os milionários portugueses depositaram o seu dinheiro) é salvar a imagem de Portugal, cada vez me distancio mais dos nossos políticos.

O que eles (do Governo e sua entourage PS-PSD) querem salvar são os seus depósitos nesses bancos, remunerados a juros muito superiores e rendimentos de negócios em off-shores com compras e vendas de empresas falidas.

Entretanto a CGD que nos bombardeia com encargos, comissões, juros, muitos deles são um perfeito abuso, presta-se para salvar as fortunas de Balsemões, Nogueirões, e outros “tudo bons rapazes”.

Entretanto ninguém salva as famílias que têm visto as suas residências penhoradas e vendidas em hasta pública, apenas porque não conseguiram liquidar as suas presatações em tempo devido. Será que não sobram uns milhares dos milhões oferecidos aos ricos?

Enquanto aguardamos o aparecimento de um Juiz Garçon português, leiam isto do economista Eugénio Rosa:

“O GOVERNO NACIONALIZOU O BPN PORQUE ESTÁ FALIDO

Na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, depois de muito pressionado por nós, acabou por dizer que os prejuízos acumulados no banco BPN atingem 700 milhões de euros.

De acordo com o Relatório e Contas de 2007 deste banco, que se encontra disponível no seu “site”, o Capital Próprio do BPN era, em 31.12.2007, de apenas 369,2 milhões de euros. Isto significa que os prejuízos acumulados já são superiores em 330,8 milhões de euros (700-369,2) a tudo aquilo que os seus accionistas possuem em acções e outros meios acumulados neste banco. Por outras palavras, o valor do Passivo (as dividas) do BPN é já superior ao valor do seu Activo (aquilo que o banco possui e tem a receber) em 330,8 milhões de euros. Isto significa que o BPN está tecnicamente falido.

É este banco falido que o governo de Sócrates nacionalizou. Esta decisão vai custar muitos milhões de euros à CGD e aos contribuintes portugueses.

Para tornar o quadro ainda mais completo interessa recordar que mesmo depois de ter sido detectada a situação de gestão danosa e de falência , que o governador do Banco de Portugal diz ter sido apenas em Junho de 2008 embora fosse de conhecimento publico muito antes, a CGD e o Banco de Portugal canalizaram para este banco 450 milhões de euros e que, de acordo com os órgãos de comunicação social, a Segurança Social depositou 500 milhões de euros. Embora o 1º ministro tenha negado este ultimo facto o certo é que se recusou a fornecer à Assembleia da República provas disso. Para além disso, se Miguel Cadilhe obteve deste banco, como noticiaram os jornais de 5.11.2008, um PPR de 10 milhões de euros, que contribuiu também para aqueles prejuízos pois foi pago pelo BPN, agora esse PPR terá de ser pago com dinheiros públicos se não for anulado.

Embora a segurança dos depositantes seja uma questão fundamental é preciso recordar que mesmo sem nacionalização os depósitos até 100.000 euros em qualquer banco estão garantidos mesmo que se verifiquem problemas financeiros como tem repetidamente afirmado o governo.

O GOVERNO TERÁ DE INVESTIR MAIS DE 836 MILHÕES DE EUROS SÓ PARA ANULAR OS PREJUIZOS E RACAPITALIZAR O BANCO BPN

O ministro das Finanças afirmou na Assembleia da República que o governo vai obrigar a banca a cumprir um rácio de solvência de 8%, para assim garantir a solidez das instituições financeiras e defendê-la de qualquer ataque predador de grandes bancos estrangeiros. Isto significa que os Capitais Próprios de cada banco, ou seja, aquilo que pertence efectivamente aos seus accionistas, tem de corresponder a 8% do seu Passivo. É evidente que esta norma também terá de ser respeitada pelo BPN que agora foi nacionalizado.

Em 31.12.2007, o Passivo do Banco BPN era de 6.315,3 milhões de euros, portanto 8% corresponde a 505,2 milhões de euros. Assim, o Estado para anular os prejuízos do BPN que não são cobertos pelo Capital Próprio dos seus accionistas (330,8 milhões de contos) e para garantir uma taxa de solvabilidade de 8% (505,2 milhões de euros) terá de capitalizar (entrar com dinheiro fresco) o banco BPN, pelo menos, em 836 milhões de euros ( 330,8+505,2). E dizemos pelo menos, pois pode acontecer que o valor a que estão contabilizados muitos dos activos do BPN no seu Balanço não sejam reais, podem estar sobreavaliados. A reforçar esta conclusão é o facto de que na própria proposta de lei apresentada pelo governo constar textualmente o seguinte: “ No âmbito da acção inspectiva do Banco de Portugal foram detectadas uma série de imparidades que deram origem a averiguações e à instauração de vários processos de contra-ordenação e denúncia junto da Procuradoria-Geral da República”. Isto significa que existem muitos activos cujo valor se delapidou e que não foram constituídas as necessárias provisões. Para além disso, o ministro das Finanças, numa reunião da Comissão de Orçamento e Finanças, acrescentou que a situação de liquidez do BPN, em Outubro de 2008, era negativa e atingia -800 milhões de euros. Isto significa que a CGD ou o governo, ou ambos terão de entrar para o BNP agora nacionalizado com muitos mais recursos financeiros públicos do que o referido anteriormente. Para além de tudo isto, à medida que os dias passam, e os media têm divulgado isso, mais falcatruas são identificadas no BPN, o que poderá determinar que o “buraco financeiro” a cobrir com fundos públicos possa ser muito mais elevado que o inicialmente previsto.

TUDO ISTO TERÁ DE SER SUPORTADO PELA CGD, PELO OE2009 E PELOS CONTRIBUINTES

Só existem duas formas de resolver o “buraco financeiro” criado com a nacionalização do BPN: ou ser “buraco “ ser absorvido pela CGD que determinará que os lucros previstos a transferir para o Orçamento do Estado não tenha lugar ou então através da entrada de dinheiro do Estado, aumentando a divida pública. Em 2009, está previsto que a CGD e o Banco de Portugal transfiram, para o OE2009, 411 milhões de euros, sendo a maioria da CGD. Se esta transferência não tiver lugar, o OE não receberá este montante, e terá de obter essa receita de outra forma. E essa outra forma só poderá ser através de impostos pagos pelos contribuintes.

MAIS 4000 MILHÕES DE EUROS DO ESTADO PARA REFORÇAR CAPITAIS DA BANCA

Como já não fossem suficientes os 20.000 milhões de euros aprovados para dar avales à banca, o governo apresentou na Assembleia da República uma outra proposta – a Proposta de Lei 229/X – que visa dar mais um outro gigantesco apoio à banca, agora no montante de 4.000 milhões de euros.

De acordo com o nº2 do artº 4º daquela proposta de lei, os 4.000 milhões de euros serão para ser utilizados, pelo governo, para adquirir acções, para fazer aumentos de capital, e para adquirir outros valores representativos de capital e contratos de associação em participação com a banca. E segundo o nº3 do mesmo artigo as acções a adquirir pelo Estado podem ser: (a) Acções preferenciais sem voto e acções que conferem direitos especiais; (b) Acções ordinárias.

É esclarecedor dos interesses que se pretende defender o facto de o governo apresentar uma proposta de lei em que se prevê que, em troca de meios financeiros públicos, receber acções sem direito a voto, portanto acções sem poder para defender o interesse público. E mesmo o nº 4 deste artigo que dispõe “o direito ao dividendo prioritário” não representa grande compensação pois se não existir lucros não há distribuição de dividendos mesmo que eles sejam prioritários.

NÃO HÁ DINHEIRO PARA INVESTIR NEM PARA CRIAR EMPREGO, NEM PARA DEVOLVER AOS REFORMADOS OS 28 MILHÕES DE EUROS QUE O GOVERNO RETIROU INJUSTAMENTE DAS SUAS BAIXAS PENSÕES MAS JÁ HÁ 24.000 MILHÕES DE EUROS PARA APOIAR A BANCA

O investimento público previsto no PIDDAC passou, entre 2005 e 2009, de 6.724 milhões de euros para 4.641 milhões de euros, ou seja, diminuiu em 31% em valor nominal, porque em termos reais a baixa é muito maior. Para além disso, do total previsto para 2009, apenas 1.671 milhões é financiado pelo Orçamento do Estado. Enquanto se verifica isto a nível de investimento público, tão necessário neste momento de grave crise para dinamizar a economia, criar emprego e reduzir os efeitos negativos da crise no campo social, em relação à banca os apoios financeiros do Estado não têm limites, pondo em perigo a própria estabilidade financeira do Estado.

O comportamento deste governo em relação a 40.000 reformados a receberem, na sua maioria, pensões inferiores ao salário mínimo nacional, a quem foram retirados injustamente em média 55 euros por mês, e que só agora o governo pretende corrigir com um atraso de quase dois anos sem, no entanto, devolver o que lhes retirou, representa um contraste chocante com o comportamento deste governo em relação à banca.

Também é esclarecedor que na chamada lei quadro das nacionalizações que este governo apresentou na Assembleia da República – Proposta de Lei 230/X - de uma forma insólita, em anexo à lei que nacionaliza o BPN, no seu nº4 do art.º 5º disponha que aqueles que tenham tido “praticas lesivas dos interesses patrimoniais” em empresas que foram objecto de nacionalização, práticas essas confirmadas por decisão judicial continuem a ter direito à indemnização se a situação patrimonial liquida da empresa ainda for positiva.

Eugénio Rosa”

edr@mail.telepac.pt

5.11.2008

quinta-feira, novembro 27, 2008

Exames médicos mais rápidos sem credencial do SNS

27.11.2008, Alexandra Campos, Público
"Associação detectou enormes disparidades nos preços praticados em 12 tipos de exames. O custo de uma colonoscopia oscila entre os 90 e os 350 euros
Já se sabia que os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), quando fazem exames de diagnóstico, são por vezes discriminados nas unidades privadas a favor dos que se dispõem a pagar os testes do seu bolso. A Entidade Reguladora da Saúde investigou recentemente quatro queixas, fez recomendações e alertou para o problema. Mas a associação de defesa de consumidores Deco demonstrou ontem que este tipo de situação continua a ser relativamente frequente - ocorreu em 15 das 180 marcações que colaboradores da associação efectuaram, de forma anónima e pelo telefone, com o fim de confirmar este fenómeno. Uma clínica propôs-se reduzir de 187 para 12 dias o tempo necessário para fazer uma colonoscopia, caso a pessoa pagasse a totalidade do exame (150 euros) em vez de usar a credencial do médico de família. "Os prazos encurtam de tal maneira que é escandaloso", comenta Teresa Rodrigues, coordenadora do estudo.A Deco constatou ainda enormes disparidades nos preços de 12 exames em 529 hospitais e clínicas privados. Por exemplo, uma colonoscopia pode custar entre 90 e 350 euros, enquanto o preço de uma mamografia oscila entre os 30 e os 101 euros; o electrocardiograma mais barato fica por 3,87 euros, enquanto o mais caro custa dez vezes mais. Por isso, a Deco recomenda às pessoas (sobretudo aquelas que vivem nos centros urbanos e têm um grande leque de escolhas) que façam uma pesquisa antes de agendar um exame (
www.deco.proteste.pt). "A disparidade de preços é alucinante. Parece não haver uma regra", nota Teresa Rodrigues. Lisboa, Faro e Angra do Heroísmo (Açores) são as cidades onde a generalidade dos 12 exames estudados fica mais cara. O Sul do país é mais caro, em quase todos os exames considerados. A publicar na edição de Dezembro da Proteste, o estudo permitiu também perceber que cerca de um quarto dos locais visitados não afixavam as tabelas de preços.Sem mostrar surpresa pelos resultados da investigação, o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Teófilo Leite, explica que as unidades convencionadas com o Estado são obrigadas a ter "um critério no agendamento" dos exames. "Os hospitais têm que gerir a sua carteira de clientes, dando espaço proporcional para cada convenção", justifica. Estabelecendo quotas, portanto? "Não gosto dessa palavra, prefiro falar em regras de agendamento", responde. Fechado há dez anos, o regime de convenções está a ser revisto, processo que se arrasta há meses."


Nada que não se saiba para quem trabalha no SNS, já que recebemos as queixas dos utentes.

Obrigado à DECO "por ter posto a boca no trombone", aguardamos que na sequência deste estudo, faça a devida participação formal na IGAS, para futura correcção do problema.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Ordem dos Farmacêuticos desaconselha recurso ao Saúde 24


24 de Novembro de 2008, 15:38
Lisboa, 24 Nov (Lusa) - A Ordem dos Farmacêuticos (OF) desaconselhou hoje o recurso à Linha Saúde 24 porque não reconhece a validade das informações prestadas pelo serviço em matéria de medicamentos.
"Desaconselhamos o recurso da população a este serviço enquanto a entidade gestora não proceder à contratação de profissionais com formação e competências adequadas", lê-se num comunicado hoje divulgado.
A linha Saúde 24 foi criada em 2007 para dar assistência em cuidados de saúde, fazendo triagem e aconselhamento dos utentes, tendo em vista evitar que estes se desloquem aos hospitais e centros de saúde sem necessidade.
A OF alerta que este aconselhamento terapêutico não tem sido supervisionado por um farmacêutico e que "é efectuado por colaboradores sem qualificações para o efeito", o que constitui não só uma infracção ao Estatuto da Ordem, como ao próprio contrato de concessão estabelecido entre a Direcção Geral da Saúde e a Linha de Cuidados de Saúde, SA.
De acordo com aquele estatuto (decreto-lei 288/2001) é da exclusiva responsabilidade dos farmacêuticos a informação e consulta sobre medicamentos de uso humano e veterinário e sobre dispositivos médicos, sujeitos e não sujeitos a prescrição médica, junto de profissionais de saúde e de doentes.
"As recentes notícias vindas a público sobre o funcionamento deste serviço, e os testemunhos de alguns colegas farmacêuticos que nele trabalharam, reflectem, aliás, alguma desorganização no serviço e comprovam os receios da OF em relação às informações que são disponibilizadas à população", acrescenta no comunicado.
A OF adianta que já solicitou uma reunião com a entidade gestora do serviço para analisar este "incumprimento do acto farmacêutico" e resolver um problema que considera "grave" e que "poderá inclusivamente colocar em causa a saúde e qualidade de vida" dos doentes e as terapêuticas que lhes formam prescritas.
"Até ao regular funcionamento deste serviço, a OF sugere aos doentes que dissipem as suas dúvidas em matéria relacionadas com medicamentos junto dos cerca de seis mil farmacêuticos que diariamente se encontram nas farmácias portuguesas", anuncia.
A ordem anuncia ainda a intenção de se manter "vigilante" em relação a informações sobre medicamentos que são disponibilizadas ao público em geral "neste como em outros serviços".
VP.
Lusa


Portugal no seu melhor e vamos assistindo a este medir de forças!

Mais uma vez sem se saber, quem é quem? e quem faz o quê?

domingo, novembro 23, 2008

sábado, novembro 22, 2008

Excesso de Antibióticos: A Culpa é de Todos, Médicos, Enfermeiros, Farmacêuticos, Laboratórios, Doentes, Comunicação Social e Estado!

Pois é!

Ninguém quer assumir a culpa, mas a culpe existe e é de todos.

Um facto: eles vendende-se em abundância. Há milhares de exemplos de que a culpa é de todos. Ninguém pode fugir, nem sacudir a água do seu capote.

Este autor confessa que prescreve presentemente muitos menos antibióticos do que o que prescrevia há anos. Pratico a chamada "prescrição desfasada": a mãezinha leva duas receitas, a do antibiótico será para aviar meia duzia de dias depois se não melhorar

Até o Estado tem culpa. Não regula, abstém-se e tolera que se encontrem a vender em ambulatório antibióticos que só deveriam ser usados em ambiente hospitalar.

Todos são culpados e todos sofreremos por este excesso...

Oh Sr. Comandante! Com que então falhas de comunicação?

Sismo/Simulacro: INEM desmente que tenha esgotado capacidades em 21 horas
19h51m
Lisboa, 22 Nov (Lusa) -


O Instituto Nacional de Emergência Médica esclareceu hoje que os seus meios não foram esgotados em 21 horas no simulacro de um sismo na Grande Lisboa, tendo apenas tomado uma decisão operacional para garantir o socorro aos sinistrados.


Fátima Roque, responável do INEM no simulacro do sismo, disse aos jornalistas que o INEM decidiu pedir ajuda à Direcção Geral de Saúde para o transporte de doentes, função que é da responsabilidade da instituição, porque decidiu que os elementos que intervêm no exercício deveriam dedicar-se apenas ao socorro pré-hospitalar.


Participam no exercício entre 110 e 120 elementos do INEM, mas, se o cenário fosse real, os meios humanos duplicavam.
Na tarde de hoje, Gil Martins, comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil, disse em conferência de imprensa, que o INEM tinha esgotado em 21 horas todos os meios no terreno e que as autoridades de saúde tiveram que solicitar apoio às Forças Armadas para o transporte de doentes e meios hospitalares, como equipas médicas e camas.


Após o esclarecimento do INEM, Gil Martins reconheceu que houve uma falha de comunicação com os jornalistas.

quinta-feira, novembro 20, 2008

PM toma antibiotico na gripe

Aí está o PM a fazer a apologia do bom tratamento no sindrome gripal com o uso de antibioticos

Já não se lembram das declarações do Primeiro Ministro ?




Questionados sobre se consumiram antibióticos no último ano, 44 por cento dos portugueses responderam que sim, valor só ultrapassado pela Grécia e a Espanha, afirma Cristina Costa, responsável da Direcção-Geral de Saúde (DGS), com base num inquérito de 2002-2003.


Hoje, pela primeira vez, assinala-se o Dia Europeu dos Antibióticos, uma iniciativa da União Europeia que visa alertar para o consumo excessivo destes fármacos que, se forem mal administrados, criam resistências.


Nesta altura do ano chegam as constipações e as gripes; há quem não dispense um antibiótico, que é desapropriado na maior parte destas situações, sublinha Costa.

Por outro lado, há quem os deixe de tomar quando se sente melhor e não durante os dias prescritos, nota. Resultado? "Os antibióticos estão-se a tornar ineficazes [no combate a algumas infecções] e não se estão a produzir novos. Temos que os preservar." Outro problema são os próprios médicos, a quem a DGS quer dar mais formação.


Pois pois... a memória é curta!


Já não se se lembram das declarações do engº Sócrates quando, regressado do Peru e num voo de avião envolto em polémica por causa dos cigarritos fumados, e a caminho de um encontro com militantes socialistas em Braga, o sr. Primeiro Ministro declara às câmaras da SIC que se tinha deslocado ao Hospital de Santo António porque estava com um síndrome gripal e que o médico lhe tinha receitado um antibiotico e até já estava muito melhor!


A Direcção Geral de Saúde e o sr. bastonário da Ordem dos Médicos não se lembraram deste episódio senão...


segunda-feira, novembro 17, 2008

A jornalista viajou a convite de...

E está tudo dito....

Mas não seria de esperar alguma atenção deontológica e/ou competência da dita jornalista e supervisão dos responsáveis redactoriais do jornal (DN)?

Nunca se viu um efeito tão rápido de uma vacina!

Ficamos todos à espera de uma lista dos nomes das 42 felizes contempladas....e até pode ser que alguma delas tenha direito a uma entrevista pelo Pepino do CM !

DIANA MENDES, em Nice

Prevenção. 216 casos evitados em mulheres que compraram a vacina

Mais de 30 mil mulheres vacinadas fora do plano nacional

Pelo menos 42 mortes por cancro do colo do útero já terão sido evitadas com a vacinação.
Entre Fevereiro de 2007 e Setembro de 2008, 30 100 mulheres optaram por receber a vacina que protege contra quatro tipos do papilomavírus humano. Tendo em conta os dados da patologia em Portugal, é possível calcular os ganhos para a saúde. Além das mortes, terão sido evitados 216 casos de cancro.

Os dados foram divulgados pela Sanofi Pasteur, que produziu a vacina Gardasil, actualmente integrada no Programa Nacional de Vacinação, e que tem 97% do mercado. Mas estes dados apenas são referentes aos casos de mulheres que decidiram adquirir a vacina. Fonte do laboratório avançou que esta opção permitiu ainda prevenir "1951 condilomas genitais".A vacina é gratuita para as adolescentes de 13 anos, esperando-se que a incidência de cancro venha a cair entre cinco a dez anos. Graça Freitas, subdirectora-geral da Saúde, diz que foram vacinadas entre 18 a 20 mil jovens até agora, números abaixo das contas apontadas pela ministra Ana Jorge para a primeira semana, ou seja, cerca de 23 mil.

Antes do congresso de ginecologia, decorreu, em Nice, o Fórum de apresentação da Women Against Cervical Cancer, uma plataforma composta por mais de 30 organizações europeias dedicadas ao cancro do colo do útero e que conta com a participação da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).Os objectivos são fundamentalmente informar as mulheres sobre a doença. Durante o fórum concluiu-se que há cada vez mais mulheres a ter acesso a informação. No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer. Daniel Pereira da Silva, director do serviço de ginecologia do IPO de Coimbra, disse que basta viver para se estar em contacto com o vírus. "Não é preciso ter comportamentos de risco, porque se transmite facilmente por contacto sexual". Se o preservativo não evita a transmissão, têm de se fazer citologias regularmente para que as lesões de baixo grau e pré-cancerosas sejam tratadas precocemente.

Campanha vai arrancar
Em Espanha, uma em cada cinco mulheres não sabe para que serve uma citologia e 50% não sabe o que é o papilomavírus humano. Apesar de ainda não haver números em Portugal, Vítor Veloso, o presidente da LPCC, diz que há muito a fazer para informar. E anunciou uma nova fase da campanha "Passa a palavra", que começa hoje a ser divulgada em vários meios."Já temos vacinação, mas entendemos que ainda há muito a fazer pela informação da mulher e ao nível do rastreio, que ainda não está generalizado". O responsável frisa que a ausência de um rastreio é a principal razão para que Portugal tenha o dobro dos casos de cancro do colo do útero (três por dia) e o dobro das mortes (uma por dia) de Espanha.

A jornalista viajou a convite da Sanofi Pasteur MSD

segunda-feira, novembro 10, 2008

A cura de todos os males!


Hoje na minha "aldeola", uns indivíduos num carro topo de gama, munido de aparelhagem sonora, divulgaram a cura de todos os males!
Dona Mara!!
Apelando para o baixo nível de conhecimento da população alvo, lá foram deitando papéis pela janela fora e esclarecendo/enganando, presuponho, quem os interpelava.
Explorando a crendice, de quem de boa fé se entrega nas suas mãos, vivem à margem de qualquer lei, executando actos sem escrupúlos criando de facto, reais doenças a quem tratam, assim como, o alívio das suas carteiras e contas bancárias.
Será isto possível no século XXI em Portugal, ou esta é, mais uma das coisas que não devia acontecer neste jardim à beira mar?

domingo, novembro 09, 2008

"É HORRÍVEL DIZER QUE NÃO"

Falta de meios
Cuidados paliativos estão a recusar doentes incuráveis por falta de camas

09.11.2008 - 09h14 Catarina Gomes


Na primeira unidade de cuidados paliativos do país, a funcionar no Hospital do Fundão, "o aumento enorme de doentes a precisar de cuidados paliativos" tem levado a que alguns sejam recusados. "A capacidade está esgotada em termos de internamento", diz o director do Serviço de Medicina Paliativa da unidade, Lourenço Marques. Muitas vezes, quando voltam a ter lugares, "o doente morreu, ou já não se consegue contactar". O médico, que gere um serviço com dez camas, conta que 25 por cento dos doentes ali internados chegam menos de cinco dias antes de morrerem. "É de terceiro mundo. Quando estão moribundos, é que vêm", diz. "Alguns morrem a caminho, na ambulância.


"Os cuidados paliativos servem para aliviar o sofrimento físico (com o uso de fármacos) e emocional (a equipa inclui psicólogos) de pessoas com doença incurável e progressiva. Os principais destinatários são quem sofre de cancro e de doenças neurológicas degenerativas e graves, entre outras."É horrível dizer que não"Lourenço Marques sublinha que um doente que nunca foi tratado para a dor já não responde facilmente às terapêuticas. "Os sintomas ficam totalmente descontrolados e sofrem até ao final.


Estes doentes não surgem de repente. A responsabilidade é da equipa de saúde que os assiste", defende, criticando os casos de "obstinação terapêutica e abandono" que diz existirem. "A continuidade de cuidados é obrigatória." Só este ano, morreram no serviço 100 doentes. Desde a sua criação, em 1992, morreram 1200, a que se juntam outros 100 que estavam a ser seguidos por apoio domiciliário.O responsável diz que o hospital é "a única solução" em cuidados paliativos na área de Castelo Branco e Guarda. Neste momento, calcula que tenham oito doentes à espera de iniciar cuidados paliativos.


Jorge Maria Carvalho, médico coordenador da equipa domiciliária de cuidados paliativos da Santa Casa da Misericórdia de Azeitão, no distrito de Setúbal, tem o mesmo problema: "Temos imensos pedidos mas não temos capacidade para mais." Esta equipa, que faz parte da Rede Nacional de Cuidados Continuados, dá apoio a um máximo de 30 pessoas mas tem muitas vezes que dizer que não - "é horrível dizer que não".Aos doentes que ficam de fora resta-lhes ir às urgências quando se agravam os sintomas, ficam "numa situação de pingue-pongue".

O objectivo da equipa domiciliária da Santa Casa que junta médicos, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas é prestar apoio para que os que queiram possam morrer em casa.


Listas de espera

Adna Gonçalves, directora da Unidade de Cuidados Paliativos do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, refere que "o serviço está sempre cheio" e só é possível dar resposta aos doentes do hospital. Mesmo assim, as 20 camas disponíveis não são suficientes e, no IPO, há doentes a receber cuidados paliativos noutras enfermarias. "Um terço dos que morrem com cancro beneficiaria com cuidados paliativos." Nos doentes que entram pela consulta externa, "há algumas semanas de espera".


Emília Fradique, enfermeira da equipa intra-hospitalar de suporte em cuidados paliativos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, sublinha que, além de "as ofertas não serem assim tantas e haver listas de espera, nos hospitais também se sentem outros problemas". "Há falta de sinalização dos próprios médicos" quanto aos doentes a precisar de cuidados paliativos, alerta. A profissional de saúde refere-se a " clínicos que praticam obstinação terapêutica". "Investem mal nos doentes até ao fim. Estão preparados apenas para curar e não percebem as necessidades evidentes destes doentes e familiares."


Luís Capelas, professor do Instituto Superior de Ciências da Saúde da Universidade Católica, fez estimativas baseadas nas mortes em Portugal em 2007 e chegou à conclusão de que a cobertura nesta área não chega a um por cento das necessidades. "A grande falha no sistema são as equipas comunitárias móveis que vão às casas e aos lares. No que toca apenas ao número de camas, a cobertura é maior e chega aos dez por cento: existem cerca de 80 camas, seriam precisas 800. Cerca de 21 por cento das mortes em Portugal são por cancro e 60 por cento terão necessidades de cuidados paliativos", nota o especialista.


A coordenadora nacional da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (que inclui os paliativos), Inês Guerreiro, diz que na rede há 71 camas para paliativos. Até ao final do ano aponta-se para 150 camas de internamento e quer-se que todos os centros de saúde venham a ter equipas domiciliárias que também darão apoio nesta área. Para Inês Guerreiro, contudo, mais importante do que ter unidades específicas é levar a cultura dos cuidados paliativos a todo o sistema - com todos os profissionais empenhados no alívio de sintomas e apoio emocional. Por isso, estão a apostar na formação.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Português premiado nos Estados Unidos por investigação na área das Neurociências

05.11.2008 - 17h59 Público Andrea Cunha Freitas
"O investigador português Ricardo Gil da Costa quis saber mais sobre o cérebro dos macacos e percebeu que estes animais e os humanos usam áreas idênticas quando se trata de comunicar e, mais precisamente, interpretar a linguagem. No próximo dia 17, na reunião anual da Sociedade de Neurociências que se realiza em Washington, recebe o Donald B. Lindsley, prémio que serve para reconhecer os melhores trabalhos desenvolvidos em todo o mundo na área da Neurociência Comportamental.Os resultados da pesquisa do cientista, publicados há já algum tempo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences e na Nature Neuroscience, já lhe tinham valido, no início deste ano, o prémio ISPA de Investigação em Psicologia. Desta vez, é a comunidade científica internacional que premeia o mérito de Ricardo Gil da Costa. O investigador dedicou os últimos anos ao estudo das funções cerebrais associadas à linguagem recorrendo à imagiologia para concluir que os macacos interpretam os sons dos seus semelhantes activando áreas idênticas às que estão associadas à linguagem (Broca e Wernicke) no cérebro humano. O prémio que lhe será atribuído este mês refere-se aos trabalhos desenvolvidos durante o doutoramento do investigador. Ricardo Gil da Costa foi doutorando do Programa Gulbenkian do campo da Biologia e Medicina. A pesquisa que serviu para a sua tese foi o resultado de uma colaboração entre o Instituto Gulbenkian de Ciência, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, a Universidade de Harvard e os Institutos Nacionais de Saúde. ..."


Como podem verificar e na continuação do post anterior, quando não temos condições cá dentro brilhamos lá fora.

Mas pergunto-me.

Será que posteriormente, os saberemos aproveitar, com estas mais valias cá dentro?

quinta-feira, novembro 06, 2008

Prémios Pfizer distinguem investigação nas áreas do HIV e da oncologia

Equipas de cientistas de Rita Cavaleiro e de João Barata distinguidas

06.11.2008 - 17h51 Público, Vera Monteiro

"As equipas de cientistas de Rita Cavaleiro e a de João Barata ganharam os prémios Pfizer de Investigação Clínica e Investigação Básica, respectivamente. Os prémios, de 20 mil euros cada, foram ontem atribuídos na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.O grupo de Rita Cavaleiro, da Unidade de Imunologia Clínica do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, realizou descobertas na área do HIV2, de modo a que seja possível futuramente intervir no “sistema imunitário, nomeadamente ao nível dos monócitos, de modo a reduzir esta activação do sistema imunitário e dessa forma reduzir o ritmo de progressão da doença”, explicou Cavaleiro.Já o trabalho da equipa de João Barata, também do Instituto de Medicina Molecular, dirigiu-se ao estudo da inactividade de proteínas, que impedem a progressão de tumores. Os investigadores descobriram que a proteína PTEN, importante para travar a progressão tumoral, está inactiva nas leucemias T. Segundo Barata, a proteína está lá, mas “adormecida, e portanto os tumores podem entrar”: “Verificámos também que ao caracterizarmos estes mecanismos, podemos impedir a progressão” do tumor.Foi também atribuída a bolsa Pfizer de Investigação, no valor de 60 mil euros, à equipa de Manuel Pestana, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. O projecto financiado irá incidir sobre o aumento do risco cardiovascular nos doentes com HIV, já que os acidentes cardiovasculares são uma das principais causas de morte nesta população."


MEMAI, dá os parabéns a estas duas equipes pelo esforço e trabalho desenvolvido em prol da saúde.

Por aqui se vê, que a investigação portuguesa pode vir a ter futuro, se forem criadas as condições para que ela se possa desenvolver.

quarta-feira, novembro 05, 2008

O 5º poder ao serviço do regime ?

Ou como um título jornalistico pode fugir do essencial, fazendo a propaganda desejada...para que serve dizer que uma estrutura prestadora servirá até 10.500 utentes ?

Não tem mais médicos interessados em lá trabalhar? Ou esse centro de saúde não tem (milagre!) utentes sem médico de familia?
Só falta equipar os profissionais com o espectacular Magalhães ( pois...se até os assessores do nosso Primeiro o usam...)!


Nova unidade de saúde servirá até 10500 utentes
"Espaço Saúde" de Aldoar vem colmatar falta de médicos de família
LILIANA FIGUEIRA


A mais recente Unidade de Saúde Familiar "Espaço Saúde", de Aldoar, no Porto, abriu e já começou a atender os primeiros dos 5250 utentes previstos. A qualidade dos cuidados é a aposta deste "projecto novo".


Depois da criação das unidades de Serpa Pinto e de Ramalde, esta é a terceira USF do Centro de Saúde de Aldoar a abrir, e que vem resolver a situação de alguns utentes que estavam sem médico de família. Como explicou, ao JN, a coordenadora da unidade, Cristina Sousa, trata-se de um "projecto novo, com autonomia funcional e organizativa".
Segundo a responsável, a prestação de cuidados "vai funcionar de uma forma diferente, que se acredita ser a mais eficaz e dar a melhor resposta às pessoas". Neste sentido, a unidade está a trabalhar com três médicos, quatro enfermeiros e quatro administrativos. Uma equipa pequena que, na opinião de Cristina Sousa, "vai ser mais flexível na organização e vai conseguir adaptar-se às mudanças necessárias".


No futuro, e por estar numa zona que, em termos populacionais, está em crescimento, a coordenadora da unidade prevê que a equipa aumente. "Estamos preparados para duplicar a capacidade de atendimento, visto que temos boas condições para atingir, no máximo, os 10500 utentes", garantiu.

Outra das potencialidades apontadas por Cristina Sousa refere-se ao facto de os utentes serem sempre atendidos: "Na falta de um dos profissionais, é assegurada a intersubstituição".

A nova USF vai prestar os serviços tradicionais de um centro de saúde, ao nível médico e de enfermagem. Haverá, por exemplo, consultas domiciliárias e específicas para determinados grupos, como as crianças e os idosos.


Para a directora do Centro de Saúde de Aldoar, Maria dos Anjos Reis Lima, "este modelo é óptimo. São profissionais que se conhecem, o que facilita o trabalho em termos de humanização e de comunicação".
A qualidade do atendimento é, aliás, a grande aposta do "Espaço Saúde", como refere uma das enfermeiras, Marilene Silva. "Não é preciso ir a um médico privado para haver bons cuidados. Nem tudo o que é público é mau", afirma a jovem. Maria Nunes, de 70 anos, utente da USF, confirma: "Estas novas unidades são óptimas e funcionam lindamente. Quem me dera que o privado fosse tão bom como é isto!".

sábado, novembro 01, 2008

Insulina Através Das Calças?

"Hoje no suplemento Saúde Pública do Expresso meteram uma foto de um rapariga a injectar insulina através dos jeans na sua coxa!

MEMAI, explica isto a intelectuais! já que os outros não verão nisso senão uma coisa muito prática e "simplicíssima"...
Um leitor ocasional
"

 

Sabemos que esse suplemento é essenciamente comercial, diria, comercialíssimo. Usa um termo caro na terminologia da Saúde: Saúde Pública.

Alegre: Tens Todo o Meu Apoio Para A Triste Situação!

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E não é que eu penso exactamente assim!

Sempre que acesso ao meu extracto bancário e leio mais uns encargos comissões, impostos do selo ao milionésimo cêntimo, taxas por tudo, e tudo sem uma explicação ou um sentido. (Está tudo afixado no balcão do banco!).

Ladrões! Predadores da Sociedade! E começam a controlar a Saúde!

Preparem-se para pagar o cócó e as mijinhas que dão no hospital, o ar que lá respiram, tudo, mas tudo irá cair no bolso dos banqueiros...

sexta-feira, outubro 31, 2008

SAUDE 24: atitudes intolerantes, prepotentes, fascizantes...ou interesses pessoais e pluriemprego?

Presença de enfermeira considerada “inconveniente nas instalações da empresa”
Linha Saúde 24 suspende subscritora da carta à ministra Ana Jorge
31.10.2008 - 16h43 Margarida Gomes


O Conselho de Administração (CA) da LCS-Linha de Cuidados de Saúde, SA suspendeu ontem uma das enfermeiras supervisoras fundadora do serviço Linha Saúde 24 por considerar a sua presença “inconveniente nas instalações da empresa”.

A enfermeira em causa foi a primeira subscritora da carta que um grupo de oito supervisoras do call center de Lisboa escrevera há dias à ministra da Saúde, Ana Jorge, denunciando um conjunto de anomalias no funcionamento daquela linha de atendimento.


Ana Rita Cavaco, que foi adjunta do ex-secretário de Estado da Saúde, Carlos Martins, do XV Governo, chefiado por Durão Barroso, foi suspensa sem qualquer nota de culpa. Na carta, entregue pelo director-geral, Luís Alves, à enfermeira supervisora, afirma-se que o “Conselho de Administração da LCS deliberou instaurar-lhe um processo disciplinar, com intenção de despedimento com justa causa, bem como a sua suspensão preventiva, com efeitos imediatos, sem perda de retribuição, antes da nota de culpa, tendo em conta que esta ainda não pôde ser elaborada e que é inconveniente a presença de V.Exa nas instalações da empresa”.


Há uma semana, este mesmo Conselho de Administração elogiava e agradecia o apoio de todos aqueles que trabalham na Linha Saúde. Num comunicado interno, o CA registava e enaltecia “o apoio a todos aqueles que nestes 17 meses de actividade têm desempenhado com rigor, brio, dedicação e profissionalismo a sua função e que têm prestado um serviço de inequívoca qualidade”. “Este nível de serviço tem sido reconhecido por entidades exteriores de auditoria, pela atribuição do 1º lugar no prémio de boas práticas no sector público (...)” e “sem essa dedicação e profissionalismo dos srs. enfermeiros, farmacêuticos e restantes quadros da empresa este resultado não teria sido possível”, acrescenta a administração da LCS.

No documento, a Linha de Cuidados de Saúde lastimava, por outro lado, as notícias que a comunicação social tornou públicas sobre o “caos organizativo” em que funciona a Linha Saúde 24, e acusava os media de “prejudicarem o serviço, a empresa e quem nelas trabalha”.


Essas mesmas críticas são hoje retomadas pela administração da empresa através de um comunicado que faz publicar em dois jornais nacionais e no qual explica que as “notícias não são verdadeiras e têm origem num conflito laboral relacionado com a organização de horários de alguns supervisores da Linha Saúde 24”. “Para acumularem empregos, esses enfermeiros supervisores pretendem, no essencial, que os horários da Linha Saúde 24 se subordinem aos horários que têm de cumprir noutras instituições e às conveniências da sua vida pessoal”, acrescenta o texto. O Conselho de Administração da LCS, acusa ainda aqueles profissionais de, “visando manter o pluriemprego, não hesitam, designadamente, em proferir afirmações, veiculadas pela comunicação social, que fazem tábua rasa de um acordo homologado em tribunal, mediante o qual, por livre consenso entre as partes, foi posto termo ao conflito laboral. E não hesitaram, também, pelas referidas razões pessoais, em pôr em causa a imagem profissional dos cerca de 300 enfermeiros, farmacêuticos e restantes elementos da estrutura da LCS”.


A empresa que explora a Linha Saúde 24 sai em defesa dos utentes e do seu bom nome e deixa claro que não vai tolerar mais polémicas, anunciando que, “para além do recurso aos meios disciplinares, alguns dos quais já accionados face a ocorrências verificadas, a LCS agirá por todos os meios convenientes, à salvaguarda do interesse dos utentes deste serviço e à indemnização de todos os danos que forem causados”.