sexta-feira, setembro 30, 2005

Rupatadina: um escândalo político? Um caso de polícia? Um caso de "laxismo"?

A rupatadina é a substância química de um fármaco à venda em Portugal.
A investigação é para os jornalistas...

segunda-feira, setembro 26, 2005

Rupatadina: um escândalo!

Senhores jornalistas, eis uma boa investigação de âmbito nacional...

sábado, setembro 24, 2005

Uma Resposta II

Questiona o colega o título do blog. Não é o primeiro. Mas é o primeiro médico a fazê-lo.

De certeza que concorda comigo: a iliteracia científica nas outras profissões intelectuais, em muitos casos é escandalosa. Há juízes, jornalistas, escritores, advogados e muitas outras profissões cuja cultura geral sobre a Ciência e em particular sobre a medicina ultrapassa negativamente todas as barreiras.

Por outro lado há médicos que são excelentes escritores, linguistas, artistas, que "aguentam" tertúlias com especialistas das áreas das Letras e das Artes. Infelizmente o inverso não é verdade.

Isto para clarificar duas minhas afirmações. (Que aliás ao longo dos dois anos de actividade do blog, várias vezes referi. É só ir pesquisar no arquivo.)

A primeira: o título.

Eu não quero ter a presunção de ensinar nada a ninguém. Mas julgo ter a obrigação como especialista de uma área das Ciências em explicar dúvidas que alguém possa ter.
E o colega acredite, que alguns jornalistas me escrevem! Assim como outros me odeiam...

A segunda: o facto de me considerar um não-intelectual.

Não tenho dúvidas de que a profissão médica é uma profissão intelectual. Apenas quero transmitir que não sou intelectual das Letras & Artes, não tenho capacidade para discutir literatura, linguística, arte e por aí fora.

Sou médico. Escrevo e falo do que sei. Do que aprendi e do que vou aprendendo.

Tento corrigir o que está errado de acordo com o actual estadio do desenvolvimento da Ciência.

Mas sei que não detemos a verdade absoluto...

Uma Resposta

Caro Colega

No meu tempo não havia "nota de acesso" entendida como hoje.

Fiz o velhinho exame de aptidão a Medicina e entrei com mérito.

Quanto à qualidade dos blogs, concordo consigo e inclusivamente com a sua apreciação sobre este. Já não é o que era! No início dedicava-me a escrever activamente. Agora, após algumas tentativas falhadas para desistir, escrever é quase uma obrigação...
Pois como sabe a vida de médico tem poucos momentos de lazer “absoluto” …

E sempre disse neste blog que não era intelectual…

(Nota: esta resposta será também publicada como post.)

quarta-feira, setembro 21, 2005

Horas Extraordinárias

Na fábrica ao lado do meu local de trabalho, também se fazem horas extraordinárias quando as ordinárias não chegam e depois de o seu dono colmatar as necessidades de produção com o recurso a pessoal indiferenciado que vai encontrando por aí.

No meu local de trabalho, quando as horas ordinárias não chegam, por mais que se vá à rua pedir ajuda para colmatar as falhas, não se encontra pessoal preparado. Há sempre a hipótese de se contratarem os praticantes das ditas medicias alernativas, mas não sei porquê, essas medicinas não servem para serviços de urgência.

Só mesmo médicos é que praticam medicina!

Para melhor esclarecimento de quem me lê, a explicação do porquê das horas extraordinárias neste comunicado de um sindicato.

O SIM explica umas coisas...


"SIM - Sindicato Independente dos Médicos
Jornal Virtual do SIM

MINISTRO REINCIDENTE

O Senhor Ministro da Saúde reincide na crítica às horas extraordinárias dos médicos e à sua eventual ilicitude. Desta vez plasmou a sua populista opinião no Jornal Expresso de dia 17 de Setembro, sempre com a mesma finalidade: criar na opinião pública a certeza de os médicos estarem bem pagos e irregularmente. Com a esperança, certamente pouco humilde, que o Senhor Ministro leia o nosso jornal virtual, mas sem esperança que aborde publicamente esta situação com verdade, o Sindicato Independente dos Médicos explica a situação ao Senhor Ministro:

1)Os Conselhos de Administração dos Hospitais são nomeados por V. Exa.

2)Os Directores Clínicos são nomeados por V. Exa.

3)Os Serviços de Urgência são mantidos por V. Exa., mesmo para além do racional

4)Os Médicos não têm problemas em defender tecnicamente o encerramento de Urgências, mesmo contra a opinião dos autarcas. E V. Exa?

5)Os Médicos fazem as horas extraordinárias que lhes mandam fazer e, por incrível que pareça, são obrigatórias

6)Se os Médicos não fizessem horas extraordinárias os portugueses morriam sem assistência nas Urgências

7)Se os Médicos não fizessem horas extraordinárias, em montantes para além do terço do seu vencimento, as Urgências encerravam e os Internamentos ficavam sem assistência médica

8)Como V. Exa. bem sabe, a Saúde está, legal e obviamente, excluída da regra de não exceder um terço da remuneração base em Urgência, dado o interesse público

9)Os Médicos não controlam o numerus clausus das Faculdades de Medicina e assistem incrédulos à exportação de estudantes de Medicina e à importação de Médicos sem qualificação

10)Os Médicos não partilham responsabilidade com V. Exa. no risco acrescido de horas extraordinárias em Urgência


20 de Setembro de 2005"

sábado, setembro 17, 2005

Não Há Antídoto Que Resista

Uma jornalista aplicava o termo "antídoto" à vacina da gripe. E várias vezes. Num horário nobre, numa televisão primeira.
Não descortino antídoto para esta iliteracia científica instalada nos meios jornalísticos, nem vacina para a prevenir!

Uma jornalista da SIC-Notícias, apresentando um trabalho que realizou sobre depressão na adolescência (trabalho interessante, sem dúvida!) quando entrevistada para falar sobre a sua reportagem, fez uma palestra sobre depressão, generalizando conceitos, confundindo os telespectadores, quando deveria dissertar sobre a reportagem, as suas dificuldades, a ética de falar com doentes, os prós e os contras da publicidade ao suicídio, etc. Para falar sobre a doença, contratavam um médico.
Um jornalista é um jornalista, percebe de jornalismo, um médico é um médico, embora muitos queiram que não o seja.

Poça (para não ser mais agressivo). Não sei que fazer!

domingo, setembro 04, 2005

Hellas

Estou num evento cientifico europeu, na Grecia.

Com apoio da industria farmaceutica, confesso.

Mas com inscricoes a 700 euros, qual o medico portugues que se pode deslocar individualmente pagando do seu ordenado a inscricao, a viagem e a estadia?