Ele Bem Quer Explicar Tanta Porcaria No Jornalismo... Mas Não Consegue!
Provavelmente a criança foi vítima de morte súbita e se isso acontecesse com as Urgências ainda a funcionar não sobreviveria, assim como eventualmente morreria uma criança de Lisboa, Porto ou Coimbra que morasse a dois minutos de um grande hospital central e que sofresse do mesmo problema.
Mas se, por acaso, o ministro se referia ao Correio da Manhã, não leu com atenção a notícia, porque o CM relatou factos verdadeiros: um bebé morreu à porta de uma Urgência fechada, 16 dias depois do ministro ter decidido o encerramento. Pode ninguém ter culpa desta tragédia, mas aconteceu e é dever dos jornais relatá-la, assim como é nossa obrigação ouvir as populações afectadas por decisões políticas. Uma criança que morra perto de uma Urgência fechada é notícia, tal como o são as crianças que nascem numa ambulância a caminho de uma maternidade mais apetrechada mas mais distante da casa da mãe. O ministro está a levar a cabo uma polémica revolução na Saúde e tem naturais dificuldades em fazer com que as pessoas a percebam. Mas não é por ter problemas na comunicação da sua política que tem de atacar os mensageiros das notícias de que não gosta.“
Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto do Correio da Manhã