quinta-feira, novembro 30, 2006

Francisco José Viegas: Em Que Mundo Vive?

Crónica de Francisco José Viegas no Jornal de Notícias, dia 29, intitulada "O governo ou o caos":

Uma das tentações mais medíocres do homem público consiste em queixar-se da imprensa. Acontece a todos e a lista de queixosos é vasta, desacreditada e, vá lá, está cheia de gente inutilizada pela política.

O senhor ministro da Saúde foi recentemente à televisão e, a meio, sucumbiu à tentação de falar dos seus inimigos ocultos ou com identidade duvidosa. Diante das câmaras da SIC Notícias, o senhor ministro da Saúde acusou os jornalistas em geral, bem como as televisões e os jornais, de receberem dinheiro da indústria farmacêutica a fim de publicarem ou difundirem as instruções, as notícias, as indicações e a opinião da mesma indústria. Eu, que li "O Fiel Jardineiro", de John Le Carré, muito antes do senhor Ministro, e que na extinta "Grande Reportagem" acompanhei as investigações em redor do "caso Pequito", sucumbi à revelação finalmente, alguém com elevadas responsabilidades políticas, como é o caso do senhor ministro da Saúde, permitia-se o luxo de fazer acusações na televisão. Não acusações tão vagas como mencionar a existência de uma conspiração, de uma rede de acordos obscuros, de uma máfia dos medicamentos e dos negócios hospitalares. Não. O senhor ministro da Saúde, com a sua habitual placidez, indicava dois inimigos brutais: os jornalistas e a indústria farmacêutica. Naturalmente, havia provas, havia dados, havia factos, havia demonstração clara de uma conspiração, de uma negociata e de uma barreira (até aí invisível, portanto) contra o sistema de saúde português.

Desilusão. Analisadas as declarações, bem vistas as frases, tratava-se apenas de uma acusação tão vaga como a de Santana Lopes contra os árbitros de Canal Caveira. O que diz quase tudo sobre a matéria.

Procurei no site do sindicato dos jornalistas uma reacção contra as declarações do ministro; nada. Visitei os blogues mais atentos ao assunto; nada. Procurei no site da digníssima Entidade Reguladora da Comunicação Social, tão sempre vigilante; nada. Um cidadão (embora ministro) faz acusações tão fortes e definitivas, acusando jornalistas de receberem dinheiro e a indústria de o fornecer com abundância - e ninguém liga ao assunto. Que desperdício.

No dia seguinte, porém, um assessor do ministro aparece para deslocar a acusação afinal, a indústria não paga aos jornalistas e sim às agências de comunicação que, a seu bel-prazer, publicam e difundem essas notícias junto da opinião pública. Sinceramente, é pior a emenda do que a asneira anterior: como a entidade "os jornalistas" é demasiado difusa, a assessoria do senhor ministro encontrou as agências de comunicação (às quais o governo e o ministério da Saúde recorrem abundantemente) como alvo, e as empresas de comunicação social como parceiros de mais "uma cabala".


Não compreendo a sua admiração (posso compreender a indignação!) perante aquilo que já é um lugar comum sobre a força, o poder e o dinheiro:

"A indústria não paga [SÓ] aos jornalistas e (sim) às agências de comunicação que, a seu bel-prazer, publicam e difundem essas notícias junto da opinião pública".

Paga a médicos, enfermeiros, farmacêuticos, associações de doentes (agora é a grande moda!), sociedades científicas, suplementos em jornais generalistas de referência, NOTÍCIAS, ENTREVISTAS, etc.

E não compra só a prescrição de médicos e enfermeiros (sim, também de enfermeiros!) ou a substituição de fârmacos nas farmácias:

- influencia estudos clínicos,
manobra guidelines,
compra artigos em revistas credíveis,
influencia até (há quem diga!) a poderosa FDA (Food and Drug Administracion),
inventa doenças para as quais tem o remédio certo,
etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc.

O grande problema é que a incansável avidez pelo lucro, também faz avançar a investigação científica, a descoberta de novos medicamentos, o aperfeiçoamento de outros.

Não tenhamos dúvidas. Se a Indústria não existisse, não seriam os Governos a aprofundar a investigação sobre o cancro, a sida, as doenças neurológicas, o Alzheimer, e por aí fora,

Enfim. É o capitalismo. O mercado. As duas faces da moeda...

domingo, novembro 26, 2006

De Acordo!

Na revista XIS do Público, de 25 de Novembro, por Marta Condesso, de Aveiro.



"Às Médicas que assistiram o Meu Pai

Esperei, propositadamente, o passar do tempo, para que não questionassem a lucidez das minhas considerações. Sou filha de um doente oncológico, falecido há um ano. O que se segue não são, portanto, palavras precipitadas (de quem está "louco" com a dor de uma perda recente).

Venho, porque me impus este dever, convencida que estou de não falar só por mim, mas também em nome de muitas outras famílias. E na esperança (vontade séria e profunda) de que origine reflexão e mudança.

Venho pela distância (inaceitável). Venho pelo desacompanhamento. Venho pela inexistência de relação médico-paciente. Venho pelo sempre pouco tempo. Pela indisponibilidade manifesta. Venho pelo(s) silêncio(s). Venho por uma "parede" difícil de enfrentar (quando as forças eram precisas noutras "frentes"). Venho pelos monossílabos, "gelados", em que nos falavam: em voz baixa, de olhos postos nos papéis ou no écran do computador; depois de intermináveis momentos de indiferença à nossa presença (nunca desnecessária, abusiva, ignorante): nós, ali, ao alto; humildes e em sofrimento.

Venho porque ouvir o meu pai (juiz desembargador, portanto, "viciado" na racionalidade, moderação e contenção dos seus juízos) dizer "Eu não hei-de morrer a estas mãos!" foi terrível. E é grave.

Estou obviamente consciente do avultado número de doentes; da responsabilidade do vosso trabalho; da escassez do vosso tempo e da excelência do vosso saber científico. Mas não é isso, evidentemente, que está em causa. Falo da Dignidade na doença (da privação dela!), quando mais do que nunca ela é importante. Falo de um grau mínimo de exigência...

Refiro-me a toda uma (outra) atitude; a um outro uso do mesmo tempo em consulta: olhar (Olhar nos olhos) é fundamental e básico numa relação que se pretende de confiança; cumprimentar e despedir com um sorriso; revelar uma disposição e um ânimo atentos; transmitir disponibilidade e calma; mostrar interesse e empenho (em vez de um distanciamento terrivelmente constrangedor), não é "leviandade" nem nada tem a ver com a gravidade do problema ou com "falsas esperanças".

Exercer Medicina numa área particularmente difícil como é a vossa, em que difíceis serão sempre todos os pacientes (independentemente dos diagnósticos: mais felizes ou menos), só pode obrigar a um relacionamento especial: de mais comprometimento; mais exigente; mais sensível; mais entregue! Estabelecê-lo parece-me uma obrigação profissional. Melhorarem (melhorarem muito, na minha opinião): uma urgência.

Há uma percentagem no Sofrimento (todo) do meu pai, por que o vosso comportamento é responsável. E isto é difícil de esquecer... Acrescentar-se a tantos sentimentos "negros e fundos", que já suporta uma pessoa gravemente doente, a sensação de absoluto abandono, de solidão e frieza, em relação ao seu médico, será com certeza negligente.

Resta-me lamentar ainda que, com este não-envolvimento (no que respeita à dimensão humana — que tentei expor e que não pode considerar-se um "extra") percam a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, raras, maravilhosas (e perdoem-me a parcialidade de acrescentar: como o meu pai), que passam por essas salas (às vezes durante tanto tempo). É uma pena. É uma pobreza. Mas é, acima de tudo, profundamente injusto.

Despeço-me, com a tranquilidade do "dever cumprido": escrevendo, tento que não volte a acontecer com ninguém!

13 de Novembro de 2006
"

O que gostava de saber:

- A que nível de cuidados de saúde se passou?

- Qual a duração da doença?

- Como evoluiu a fase terminal da doença?

- A posição das médicas?

- Existiu o sentimento de impotência? Ou de desleixo? Ou de frieza?

- Não teriam faltado os cuidados paliativos ou continuados?

Condolências Ao Jornalismo Português.

sábado, novembro 25, 2006

Será Que É Solução?

No Expresso de hoje, por Ana Sofia Santos:

"Laboratórios cortam emprego

As principais empresas farmacêuticas já iniciaram a vaga de dispensas prevista dos delegados de informação médica
Alterar tamanho

Os delegados de informação médica (DIM) vivem dias difíceis, acossados pelo fantasma do desemprego. Fala-se na existência de uma estratégia concertada entre os principais laboratórios farmacêuticos, que actuam no mercado português, para aliviar os quadros de pessoal.

Os nomes ventilados são: Pfizer, Glaxo Farmacêutica, Sanofi Aventis, Solvay Farma, Wyeth Lederle, Merck Sharp & Dohme, Bristol-Myers Squibb e Serono. Serão à volta de centena e meia os delegados que já aceitaram rescindir o contrato de trabalho e aqueles que foram contactados para negociar a sua saída. Numa altura em que a especulação se espalha como um rastilho de pólvora, consta mesmo que na calha está a eliminação de mil postos de trabalho, nos próximos meses.

Aliás, corre que existe um acordo informal entre o Governo e a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), para reduzir em 23% o total de DIM que existem actualmente (7887, segundo o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento), até 2008. O objectivo é refrear as vendas de medicamentos e o consequente aumento da despesa pública com comparticipações.

Fonte oficial do Ministério da Saúde afirma desconhecer qualquer acordo que estabeleça uma meta deste tipo. E a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) nega peremptoriamente a existência de um compromisso oficioso. A porta-voz da associação confirma a onda de despedimentos no sector e remete a culpa dessa situação para o Executivo. “É o resultado das sucessivas baixas nos preços dos medicamentos impostas pelo Governo”, atira, acrescentando que a indústria farmacêutica em Portugal atravessa um período de “recessão”, que a está a obrigar a proceder a reestruturações nos quadros de pessoal. O aumento da concorrência dos medicamentos genéricos é outro factor de pressão.

A Glaxo não comenta o assunto, mas o Expresso apurou que o laboratório rescindiu com 21 trabalhadores, aos quais foram oferecidas condições acima da lei. Houve casos de delegados que ficaram com o carro e o telemóvel de serviço e que continuam a usufruir do seguro de saúde, ainda durante algum tempo. O mesmo terá acontecido com 20 colaboradores da Wyeth, que contactada pelo Expresso respondeu: “as recentes mudanças na nossa organização fazem parte da nossa estratégia de liderança, que por ser confidencial não pode ser comentada em detalhe”.

Na Pfizer deverão ser dispensadas 25 pessoas. Grassa um sentimento de insegurança entre os delegados deste laboratório, face aos rumores de despedimento colectivo. “No quadro de condicionantes imposto pelo Estado é natural que tenham lugar processos de reestruturação. A Pfizer também está confrontada com a necessidade de lidar com este tipo de situação, o que fará, como é seu hábito, avaliando e procurando minimizar o seu impacto social”, garante a farmacêutica.
Quanto à Solvay Farma, o seu director-geral, Álvaro Rosa, afirma que o laboratório “não faz despedimentos”. Embora admita que a empresa está em reestruturação (comprou recentemente a Fournier Farmacêutica), nega a existência de qualquer saída de pessoal. No entanto, ao Expresso chegou a informação que houve rescisões amigáveis na Solvay (6 a 8) e que há contratos da Fournier que não serão renovados (12).

A Merck e a Sanofi (a reestruturação da segunda implica 70 baixas) também não comentam e, até ao fecho desta edição, não houve respostas por parte da Bristol-Myers e da Serono.
"

quarta-feira, novembro 22, 2006

Tributo

"Boa Noite

É uma honra para mim ter na caixa de correio uma mensagem sua. Da jornalista Rita Marrafa de Carvalho.

Mas infelizmente não a posso ajudar porque deve haver um qualquer engano: não assisti ao acidente que descreve!

Continuação do seu óptimo trabalho.

Com jornalistas como você, este blogue não teria necessidade de existir
!"

-----Original Message-----

From: Rita Marrafa de Carvalho [mailto: @rtp.pt]
Sent: terça-feira, 21 de Novembro de 2006 13:50
To: memai@sapo.pt.
Subject: Reportagem

Boas-tardes,

sou jornalista da RTP e blogger activa. Foi por aí que
tive acesso à informação de que o Dr. teria assistido e
acompanhado Daniel, um menino de 13 anos cujos pais
morreram num acidente no IP4. .../....

Gostaria de saber se tem disponibilidade, caso esta
informação se confirme, para conversar um pouco comigo.
Obrigada,

Rita Marrafa de Carvalho

..................................
Rita Marrafa de Carvalho
Jornalista


R.T.P.
Avenida Marechal Gomes da Costa
217947000
"

Notícia Que Desejo A Todos

Exame macroscópico:

Já fixados, fragmentos de tecido irregulares, membranáceos, rosa esbranquiçados, tendo no conjunto o diâmetro de 0,4 cm. Inclusão total.

Estudo histológico:

Retalhos de mucosa ……. parcialmente revestidos por epitélio transicional com presença de pequenos ninhos de V….. B….. Lâmina própria com ligeiro edema e vasos congestivos.
Não se observam aspectos suspeitos de lesão tumoral
.”

quarta-feira, novembro 15, 2006

Ontem Na RTP ...

... pela voz de um dos mais credíveis jornalistas portugueses foi dada a conhecer uma nova doença oftalmológica:

a AMBLIO.

A Idade Do Álcool

No Primeiro de Janeiro de 12 de Outubro:

"Consumo de álcool apenas aos 18 anos


O director do Centro de Alcoologia do Centro defendeu, em Coimbra, o aumento da idade permitida para consumir álcool dos 16 para os 18 anos.

“A permissividade é muito grande. Não tem havido vontade política para intervir rapidamente nesta área”, afirmou Augusto Pinto, à margem de uma sessão em que alertou a população universitária coimbrã para os perigos do consumo.

De acordo com o director do CRAC, o aumento justifica-se porque a educação para a saúde e a prevenção não são suficientes para evitar o aumento do consumo entre os jovens.

“São produtos baratos e acessíveis, pelo que tem de haver uma redução da oferta com intervenção rápida a nível de estratégias de limitação do acesso”, preconizou, lembrando que os 18 anos vigoram em grande parte dos países europeus e só Portugal, França e a Itália apresentam os 16 como limite mínimo para a aquisição e consumo."


Só não compreendo a notícia. Há dezenas de anos que se sabe que a capacidade regeneradora das células hepáticas mortas com a ingestão de álcool só está perfeitamente desenvolvida lá para os 18 anos...

Tem sido mais um lóbie nefasto...

domingo, novembro 12, 2006

HIV/SIDA: Prevalência - 0,4%...

Estamos em era de mudança.

A SIDA já não é o que era. A doença transformou-se em doença crónica, as mortes vão diminuindo e aquelas imagens de há uma década de doentes moribundos nas camas dos hospitais (e por isso nasceram as várias associações de apoio) já escasseiam.

O HIV/SIDA é uma doença "normal", de baixa prevalência, de conhecida prevenção e de bom controlo a longo prazo, caro, é um facto.

O lóbie da SIDA vai-se ressentindo.

É natural que algumas associações comecem a não ter doentes para apoiar, pois estes já podem fazer a sua vida integrados na sociedade.

É, portanto, tempo de canalizar o orçamento disponível para a medicação crónica e deixar de subsidiar associações que já não tem razão de existir.

As guidelines internacionais assim apontam...

Três associações que trabalham na área da sida em Portugal afirmam que estão “à beira da ruptura” por falta de financiamento e “na eminência de fechar as portas aos projectos já aprovados”. Acusam o Estado de não ter capacidade nem vontade de ajudar quem precisa.

As associações Abraço, Positivo e Sol, num comunicado conjunto, reagiram ontem às recentes declarações do Coordenador Nacional para a Infecção VIH, Henrique Barros, que no passado domingo admitiu o falhanço do programa de prevenção e combate a este síndroma.

“Os resultados mostram claramente que sim”, respondeu Henrique Barros quando questionado sobre se o programa ainda em curso tinha falhado.

Perante esta afirmação, decidiram tomar uma posição conjunta, na qual atribuem à falta de diálogo com as associações, “que se encontram no terreno há mais tempo e que melhor sabem sobre esta matéria”.

As denúncias estendem-se à situação da Comissão Nacional da Infecção pelo VIH (CNIVIH): “A CNIVIH encontra-se, do ponto de vista administrativo e financeiro, literalmente sem técnicos, pois os contratos de trabalho dos mesmos não foram validados atempadamente”. Para as associações, “quem fica a perder” é “o comum cidadão que não tem voz activa”.

As três associações alertam para o facto de “reencaminhar para o Governo todos os utentes que o Estado não tem capacidade, nem vontade de ajudar”, declarando que estão “à beira da ruptura” por falta de financiamento e “na eminência de fechar as portas aos projectos já aprovados”.


Nota de roda-pé:

As mortes em Portugal estacionaram,não aumentando. Nos restantes países a taxa de mortalidade continua a diminuir desde o aparecimento dos novos fármacos há uma década.

sexta-feira, novembro 10, 2006

A Letra De Médico...

TM 1.º CADERNO de 2006.10.11

"E ESTA?
Receita para analfabetos
De vez em quando, lá vem a «letra de médico» para animar a difícil relação dos prescritores com as farmácias. Aqui, nesta secção, ainda há bem pouco tempo remoçámos o assunto, com o recurso aos dados de um estudo da agência americana do medicamento — FDA — e com o alerta de que já há médicos condenados, nos Estados Unidos, por causa da ilegibilidade da escrita.

Na sequência, um leitor atento recordou ao «TM» uma saborosa estória de uma Lisboa distante, a dos alvores dos anos 40. João Armando de Aragão e Rio, assim se chama o médico que nos escreveu, conta que um dia um trabalhador das obras se despediu da sua empresa para rumar a um novo emprego, no Porto. Pediu, então, uma carta de apresentação — elogiosa, já se vê — para o seu futuro patrão. Mas o problema é que tão analfabeto era o empregado como o patrão, que de forma desenrascada, rabiscou uma folha de papel e meteu-a dentro de um envelope.

O trabalhador, legitimamente curioso, terá pedido a um polícia que lhe lesse a carta, mas o cívico, também analfabeto, remeteu o homem para a farmácia próxima, onde decerto lhe atenderiam o pedido. E assim foi. Depois de uma espera na fila, lá chegou o trabalhador à sua vez. Num ápice, o homem da farmácia pegou no papel rabiscado, desapareceu no interior e trouxe uma receita aviada, com a solene indicação de que deveria ser tomada três vezes ao dia…
E esta?

D.C
."


0612111C12406DC41A

A Saúde vs A Doença vs O Financiamento vs O Lucro

No Diário Económico de 2006-10-13:

Comissão para a reforma do sistema de saúde considera que SNS é viável

A Comissão que estuda o financiamento do SNS não vai defender grandes alterações ao actual modelo. Na opinião dos peritos, a sustentabilidade do sistema passa apenas pela melhoria nos pontos críticos.”

No Público de 2006-10-13:

Maior clínica privada do país abre em Cascais


Nova unidade do Grupo Português Saúde
vai criar 200 novos postos de trabalho

A Clínica Unimed Cascais, uma unidade de saúde privada que é a maior do seu género no país, vai abrir na primeira semana de Novembro com um total de 27 especialidades destinadas a servir 750 mil pessoas dos concelhos de Cascais, Oeiras e Sintra.
A unidade pertence ao Grupo Português Saúde (GPS) e representou um investimento superior a 20 milhões de euros, prevendo-se que venha a criar 200 novos postos de trabalho directos...
por Alexandra Reis”

1999

No Público de 12/10/2006.

"Médicos dos centros de saúde usam manual de 1999

Os médicos de família necessitam de mais informação sobre a resistência aos antibióticos, disse Alberto Pinto Hespanhol, revelando que os profissionais nos centros de saúde dispõem apenas, para se guiar na prescrição, de um Manual de Práticas Terapêuticas Antimicrobianas feito por especialistas espanhóis em 1999.

Para o director do Centro de Saúde de S. João e professor da Faculdade de Medicina do Porto, a estratégia para diminuir o uso de antibióticos e os níveis de resistência antimicrobiana passa pela "monitorização do seu uso associada à vigilância dessa mesma resistência".

Em teoria, os médicos de família devem preferir os antibióticos menos tóxicos, de espectro reduzido e os mais económicos.

Mas os estudos sobre a sua utilização nos cuidados primários até à data realizados "têm demonstrado um aumento do uso dos novos antibióticos, os de largo espectro, como a associação amoxicilina/ácido clavulânico", em detrimento do "uso dos antigos antibióticos, os de espectro reduzido, como as benzilpenicilinas e as cefalosporinas de primeira geração", lembrou.

Uma realidade diferente é a da utilização de antibióticos no contexto hospitalar. António Sarmento, infecciologista do Hospital de S. João (Porto), destacou a importância da melhoria das medidas de higiene e do controlo da disseminação dos microrganismos, nomeadamente através do isolamento dos doentes que estão infectados com bactérias multi-resistentes. A.C."

domingo, novembro 05, 2006

Blog De Um Médico Contra A Administração Do Seu Hospital

O Hospital é o Amato Lusitano, em Castelo Branco.

O médico é Vasco Rolo, director demissionário do Serviço de Estomatologia.

Está aqui: Hospital? Amato Lusitano.

E este post intitulado: "LULAS MINHAS QUERIDAS MANAS" e que assim termina, é uma pérola:

"O mesmo tenho a certeza não fez a administração. POR ISSO CUMPRAM AS AMEAÇAS e veremos quem pagará.

Se não gostam do que escrevo melhor, quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.

Deste humilde choco

Vasco Rolo
"