sexta-feira, novembro 16, 2007

Pedras Falantes


Do Correio da Manhã, de 2007-11-116 2007-11-16


Decisão da CGA

Professora com cancro foi aposentada

A Caixa Geral de Aposentações (CGA) concedeu a reforma por incapacidade à professora Conceição Marques, vítima de três cancros, que tinha sido obrigada a regressar à escola, por ter sido considerada apta a dar aulas.


Conceição Marques ficou satisfeita com a notícia, que recebeu quinta-feira à tarde.



Em Agosto do ano passado, depois de uma baixa médica de 36 meses, a CGA recusou um pedido de reforma por incapacidade à professora, a quem tinha sido retirada parte da língua devido a um cancro. Com muitas dores e dificuldade em falar, Conceição Marques regressou à escola, mas muitas vezes tinha que interromper as aulas devido a hemorragias na boca.

Conceição Marques já antes tinha padecido de dois cancros que conseguiu vencer."



Já algumas das pedras falantes, médicos ou directores foram inspeccionados? Gostava de uma resposta....

Veio A Neta, Mas Sem Foto, Que Pena!

Segundo o Diário Digital, de hoje: "Morto convocado para ressonância magnética"

"Família está indignada e acusa hospital de "falta de respeito"

1º ponto: deveriam acusar o computador, o software, as TI, e o próprio morto que morreu antes do tempo previsto para ser chamado para fazer o dito cujo exame. Não estou em stand comedy, estou bem sentado e continuo a pensar que só se deve morrer quando tudo estiver bem preparado para a viagem final...

"José António Moutinho morreu há dois anos, mas o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA), em Portimão, chamou-o para fazer hoje uma ressonância magnética à coluna. A família está indignada e acusa a unidade de saúde de "falta de respeito", informa o Correio da Manhã.

"Foi no CHBA que o meu avô morreu. Tinha 70 anos e, durante 41, deu sangue ao Hospital de Portimão. Era, aliás, um dos dadores mais antigos desse estabelecimento de saúde, disse a neta do falecido, Sónia Cristina Cabrita Moutinho.

António Moutinho, reformado, que residia em Poço Santo, concelho de Silves, chegou a receber várias medalhas pelo tempo em que foi dador de sangue, registado no hospital algarvio.

"Nos tempos que correm, com os computadores, nada justifica o desconhecimento de que o meu avô está morto", sustenta a neta.

Segundo Luís Batalau, director do CHBA, o problema está precisamente no programa informático da radiologia, que não identifica os utentes em absoluto. São os funcionários que impedem mais repetições de situações semelhantes, ao introduzir nomes noutro programa quando têm suspeitas.

O idoso faleceu no CHBA às 8:10 de 24 de Dezembro de 2005. A certidão de óbito refere como causa directa da morte "insuficiência hepática", embora José Moutinho também estivesse com uma pneumonia. Tinha ainda sido operado a uma luxação cervical que sofrera um mês antes, em resultado de um acidente.

"O meu avô ia numa motorizada e despistou-se na zona de Lagoa, a 25 de Novembro. Foi operado no Hospital de S. José, em Lisboa, depois de ter estado dias a penar no Hospital de Portimão, o qual só passados dois anos sobre a morte se lembrou de o chamar para lhe fazer um exame à coluna", acusa a neta.

"O hospital pede desculpa à família e vai enviar uma carta nesse sentido", disse Luís Batalau."

Mas como o Diário Digital não deu a importância devida à neta Cabrita, também Sónia Cristina, e como já passaram 2 anos e já não sente a perda, este blogue oferece a possibilidade da Cabrita se expor. É só enviar uma foto.

Palavras de Pedro Nunes

Um acidente estúpido como o são todos, enlutou famílias, gerou tristeza onde antes havia alegria e mobilizou vontades para minorar os seus efeitos nefastos.


 

Em Castelo Branco, médicos, enfermeiros e outro pessoal, ao saberem da notícia acorreram ao Hospital e trabalharam sem qualquer remuneração ou compromisso de horário.


 

O Sr. Ministro da Saúde, numa atitude que se louva, tanto mais quanto rara em Governantes, deslocou-se ao local e não se esqueceu de elogiar o comportamento dos profissionais.


 

Não sabemos se no regresso, S. Ex.ª meditou no facto a que tinha assistido ou se simplesmente, dever cumprido, entrou noutro registo e fez a viagem entretido com algumas contas.


 

É que se tivesse meditado por uns instantes, por certo teria percebido que o mesmo impulso que levou os médicos naquela noite ao Hospital é exactamente o mesmo que os leva a pedir a demissão de responsabilidades em Faro quando se recusam a colaborar em maus-tratos aos doentes.


 

Tal impulso não radica em qualquer emoção nem traduz qualquer interesse mesquinho de agradar ao Ministro, ser melhor remunerado ou subir os degraus do carreirismo. Tal impulso nem sequer é um impulso – é um acto pensado e assumido que resulta de um compromisso implícito ou explícito com uma Ética milenar.


 

O louvor do Ministro levanta assim problemas incontornáveis. Ou bem que acreditamos na Ética dos Médicos, aceitamos quando ela é incómoda e respeitamos os códigos que dela derivam ou bem que queremos impor ao grupo os consensos da Sociedade global e estamos preparados para pagar todos os preços.


 

O que não é possível é esperar que em caso de acidente os médicos acorram aos hospitais sem remuneração, horário de trabalho ou recompensa prospectiva e esperar que os mesmos médicos aceitem ser tratados como mangas de alpaca a quem se impõe o relógio de ponto biométrico e se acredita poder fazer pôr os interesses da empresa à frente dos interesses dos doentes convenientemente transformados em clientes.


 

É que quem louva os médicos de Castelo Branco por acorrerem ao Serviço de Urgência sem escala ou obrigação contratual, tem inexoravelmente de estar preparado para estabelecer com esta estranha gente que não se move só por dinheiro uma relação adulta baseada no respeito.


 

Tal relação não admite qualquer tentativa arrogante e prepotente de fazer alterar códigos de conduta ou qualquer convite a pactos de silêncio baseados no interesse do empregador e solidariedade de empregado.


 

Quem louva gente que põe o homem e as suas fragilidades à frente dos interesses, mesmo quando são os seus próprios interesses, não pode justificar o inaceitável com o argumento cínico de não estar pior que com anterior governo.


 

É que para os médicos, quando a Ética os move, é indiferente qual o Governo, qual o Partido ou qual o Ministro. Para os Médicos a questão coloca-se entre doentes, as suas carências e meios disponíveis e a capacidade de prestar serviços, desenvolvimento técnico e adequação às necessidades. Quem é o dono da loja é quem menos conta.


 

Em suma o que está em causa nas acções estranhamente coevas da última semana é mais que a circunstância, a tradução de um profundo conflito cultural. Conflito que, como todos, para ter fim implica escolhas e tomadas de partido.


 

Escolhas explícitas que nada impede que sejam baseadas no que mais convém à Sociedade. O que não é possível, mais uma vez, é ter


 

...o Sol na eira e a chuva no nabal...

sábado, novembro 03, 2007

Apelo Do Portugal Profundo.

É o segundo e-mail que recebo no espaço de um mês.

Publico a mensagem e cada um decida o que fazer.


From:
João Adélio M. Trocado Moreira [mailto:joao.adelio@mail.telepac.pt]
Sent: sábado, 3 de Novembro de 2007 13:53
To: João Adélio M. Trocado Moreira
Subject: Ajudem os habitantes de Avis - 2 de Novembro de 2007 - segundo crash da Internet que já dura há 3 dias...

(Nota: Peço desculpa pelo segundo envio, mas a situação torna-se intolerável.)

Apelo

Este mail é enviado (se chegar ao destino) de uma pequena comunidade rural do Alto Alentejo - vila e concelho de Avis, a sede com cerca de 2 000 habitantes, para muitos dos quais a Internet é um meio de comunicação por excelência, quer nas suas vertentes de lazer, profissional ou de serviço público.

A grande empresa que é a Telepac, com o SAPO, desde início de Outubro que mantém o serviço de Internet inoperacional ou melhor com uma operacionalidade que poderá rondar os 10%. Não será por negligência, nem por incúria, mas por certo, por desrespeito para com o interior do país, onde apenas existem centenas de assinantes e não milhares ou milhões como nas grandes cidades.

O subscritor, que trocou a cidade pelo campo há mais de 25 anos, e todos os outros habitantes de Avis, têm com a Internet, a vida ao seu lado.

Por favor, ajude-nos a que este apelo chegue aos ouvidos dos administradores da TELEPAC e ultrapasse a barreira do Call Center, verdadeiro empecilho quando o problema é regional e não localizado na nossa mesa de trabalho.


João Adélio Marinho Trocado Moreira (joao.adelio@mail.telepac.pt)

Médico de família e director do Centro de Saúde de Avis

P.S.

Podem ser acrescentados subscritores, se o desejarem.

P.S.

O objectivo é reenviarem para toda a lista de contactos, sempre em Bcc para que os endereços de e-mail não sejam usados para fins obscuros.