sábado, julho 22, 2006

Gostava de Uma Análise Ao Perfil Psicológico Da Autora: "sou psicoterapeuta, investigadora, privilegiada"

No Público de hoje:

"Hospital de Santa Maria, 2006: a desumanização banalizada?

Clara Pracana

No meu caso, bastaram duas noites no SO de Santa Maria. E pertenço a uma classe privilegiada, sou psicoterapeuta, investigadora. Como é possível ser assim tão fácil retirar ao outro a qualidade de ser pensante? Negar-lhe a condição humana em tão curto espaço de tempo?

Acontece. Pode acontecer a qualquer um de nós. O que não devia acontecer a nenhum de nós, rico ou pobre, gordo ou magro, preto ou branco, saudável ou não, é o que passarei a relatar. Não está em causa a minha pessoa, mas a dignidade da pessoa humana. De todas as pessoas. E essa, valor que reputo fundamental, é mais fácil de se perder do que se pensa. É mesmo muito fácil. No meu caso, bastaram duas noites no SO de Santa Maria. E pertenço a uma classe privilegiada, sou psicoterapeuta, investigadora. Como é possível ser assim tão fácil retirar ao outro a qualidade de ser pensante? Negar-lhe por completo a condição de ser humano (que passa a ser apenas um bocado de carne) num tão curto espaço de tempo?
Tive o azar de, a 7 de Junho, ter um violento acidente de automóvel. Depois de horas de encarceramento, lá conseguiram extrair-me do monte de sucata em que o carro se transformara. Transportada para as urgências do Santa Maria, foram-me detectadas várias costelas partidas e três fracturas na bacia. Fui carregada para o SO.
Aqui entra em cena a personagem do dr. Zé Manel, como o designavam no SO. Desconheço o seu apelido, nem me interessa sabê-lo, não tencionando voltar a pôr os olhos em cima de tão repelente criatura. Mas neste caso o dr. Z. M. é mais que ele próprio uma criatura mal-educada, com impulsos omnipotentes e sádicos. Ele é o paradigma de todos os drs. Z. M., todos aqueles que pululam por Santa Maria como devem pulular por outros hospitais. Logo por azar, a minha cama no SO ficava mesmo em frente do local onde os médicos se reuniam durante a noite. Se por acaso as dores que eu tinha e os gritos do vizinho da cama ao lado me permitissem dormir, não conseguiria fazê-lo tal o nível de decibéis das risadas e da animada conversata entre os doutores (para não falar das luzes sempre ligadas). Ouvi falar de tudo, talvez até de mais: as questões laborais, os casos amorosos, as últimas anedotas, a questão das reformas, a nova legislação, etc. Na segunda noite que lá passei, um deles teve o seguinte desabafo: "Eh, pá, que chatice, hoje não há nada que fazer. Nem uma reanimaçãozinha!" (E pensar que pagamos nós a esta gente com os nossos impostos...)
Pois nessa noite dava-se justamente o caso de estar há duas horas a atentar chamar a atenção de alguém naquele SO. Apenas conseguia murmurar "por favor" e agitar o braço esquerdo, já que o direito pouco se movia. Que pretendia eu, pedaço de carne jacente numa cama? Apenas que me antecipassem por duas horas a ingestão do Omeprazole, já que o refluxo gastro-esofágico me estava a provocar uma tosse dolorosíssima, devido às costelas partidas. Levei duas horas até que alguém me ouvisse (e foi um enfermeiro), mas fiquei a saber muita coisa da vida dos médicos naquele hospital, dos drs. Z. M. e dos interesses que comandam aquelas vidas. E é aquilo o SO, onde os doentes são supostos estar sob observação...
Entretanto, ao fim de cerca de 24 horas no SO, a minha cama foi colocada no corredor para ser levada para a Ortopedia, segundo alguma alma caridosa me informou (certamente uma enfermeira ou enfermeiro, porque eram os únicos seres educados, assim como muitos dos auxiliares). Porque ali não se informam os doentes. Ali, tal como no livro de Job, não se explica nada, nem se dão razões para nada. A omnipotência dos senhores doutores, cuja má-educação me continua a intrigar, intrigaria certamente o próprio Job: mas terão de ser todos assim? E porquê? Será resultado de défices narcísicos a precisar de um engrandecimento à custa do esmagamento do outro, da sua redução a um objecto? Será uma questão de escola? De cumplicidades tecidas no dia-a-dia? Protecções corporativistas? Não sei. Mas acho que o fenómeno desta grosseria básica (e bárbara) devia ser investigado, porque diz respeito a todos nós, e todos nós pagamos (nos dois sentidos da palavra) por isso.
Certo é que a esperança de sair dali para a Ortopedia durou pouco. Passado algum tempo, a minha cama foi puxada novamente para o SO, e eu lá voltei para o meu lugarzinho, a cama nº 7.
Nessa manhã, o dr. Z. M. passeava-se com um seu acólito pelo SO. Personagem rubicunda, de fraca presença, ostentava para compensar um ar imperial, pairando acima dos apelos, gritos e soluços dos pedaços de carne que ali, como eu, se encontravam. Tendo ele entrado no meu cubículo, pretendi saber porque não tinha sido ainda levada para a enfermaria da Ortopedia, se essa tinha sido a opinião do médico da especialidade cardiotorácica (tal como ouvira da boca do próprio, o único médico educado que encontrei, além de uma médica espanhola). O que fui dizer! "Intromissão nas decisões do hospital", foi o que o dr. Z. M., do alto do seu poder, chamou à pretensão de querer saber acerca da minha saúde e do que me esperava. Eu argumentei, na fraca voz que as costelas partidas me permitiam, que me parecia legítimo inquirir acerca do meu estado de saúde. Irritado com os argumentos que fui expondo, o dr. Z. M. não deu resposta, foi-se embora.
Muitas horas depois, de novo me surge o dr. Z. M., sempre com o seu acólito. Mandou-o tirar-me sangue. Eu, que já estava mais esburacada que um passador, perguntei em tom cordato se as três seringas de sangue que tinha tirado há duas horas não serviriam para as análises em causa. Resposta irada do dr. Z. M.: "Mas por que é que me disse que não lhe tinham tirado sangue?" Eu, que não me lembrava nada de ter dito tal coisa, respondi que não me lembrava de o ter dito, que talvez tivesse feito alguma confusão... "Ah!", exclamou o dr. Z. M. triunfante, com os pequenos olhinhos brilhando de alegria. "Pooooois!" E naquele "pois" estava todo triunfo dele sobre o ser ainda pensante que eu tinha sido antes. Agora, eu já nem sabia pensar. Era uma tonta, só fazia confusões, já nem sabia o que dizia, tinha perdido por completo a capacidade de ser pensante, ou seja, deixara de ser um ser racional, uma pessoa. A partir desse momento, perdi o direito à palavra. O dr. Z. M. tornou-se omnipotente.
Hannah Arendt escreveu muito, e bem, sobre a banalização do mal, sobre como medíocres homenzinhos como Eichmann se tornam capazes de assassinar milhões. E como é fácil as pessoas ditas "de bem", virarem a cara para o lado, limitarem-se a não ver. Primo Levi, que sobreviveu a Auschwitz, relata em tom desapaixonado o que passou nesse campo. Devíamos ler e reler a obra prima que é Se isto É Um Homem. E aprender como em poucos dias, ou mesmo horas, é fácil perder a qualidade de pessoa, quando se está entre seres para quem o triunfo narcísico passa pelo aniquilamento do outro. É sobre gente desta, os medíocres drs. Z. M. deste mundo, que se torna possível erguer os abusos à pessoa humana, instalar os totalitarismos de várias caras, instituir o processo de aniquilação do outro, a morte em vida. Quando começaremos a ser capazes de dizer não ao poder destrutivo do outro sobre nós? Quando seremos capazes de construir mecanismos civilizacionais que nos protejam de situações como estas? Quando seremos capazes de pensar, pensar a sério, nos mecanismos e nas motivações que estão por detrás dos nossos actos? Investigadora

P.S. - Nesse mesmo dia decidir fazer tudo para ser transferida para outra unidade hospitalar. Assinei um termo de responsabilidade, já que a minha saúde corria considerável perigo na transferência e fugi do SO. Recuperei o direito à palavra, mas fiquei com o peso da culpa. Quantos podem fazer o mesmo que eu? Neste momento, entre quantos seres desapossados da sua dignidade, passeará o dr. Z. M. a sua mediocridade destrutiva e maligna? Ele, e todos os outros drs. Z. M., seus acólitos. E nós, quando acordaremos? Quando usaremos o direito à palavra? O direito à indignação? Ah, e não me venham dizer que nos meios hospitalares é quase sempre assim, porque são meios onde a morte está sempre presente. Essa é mais uma razão para não tolerarmos as grosserias e a violência de gente como esta sobre nós.
"

21 comentários:

Anónimo disse...

Parece-me que os seus argumentos neo-corporativistas aqui não pegam. Um discurso de alguém que passou dois dias num SO.
Percebe-se assim a prepotência da classe médica.
Uma coisa deixa-me feliz. A senhora não têm um só queixa para com os Enfermeiros. Há muitos anos tive hospitalizado, e se houve alguém que me tratou bem foram os enfermeiros.
Assistimos a um desiquilibrar da balança para o lado dos enfermeiros. Grandes profissionais que são os Enfermeiros Portugueses!!
Mas estou já à espera que alguém neste blog, diga que eu (torneiro de profissão) necessito de uma análise psicológica.

Médico Explica disse...

O post não foi escondido, foi aqui colocado sem constrangimentos. Há muitos dr Zé Manel por esse mundo fora. Mas também há o contrário. Há muita falta de desumanização nos serviços hospitalares, assim como muito comércio mafioso com as psicoterapias. Mas são necessárias e não enfio todos os psicólogis nesse saco. Mas é de mais para uma psicoterapeuta, investigadora e priviligiada. Provavelmente uma má psicoterapeuta, ou uma psicoterapeuta a precisar de psicoterapia. Aliás a própria sabe que escreve num momento de frágil equilíbrio psicológico. Teve um acidente de viação grave, que provoca SEMPRE um trauma psicológico, fragilizada pelas dores que as fracturas das costelas originam, e com tosse ainda mais e impotente para as debelar. Fragilizada por estar em ambiente estranho e rodeada de pessoas em sofrimento. Mas, bolas, criticar os médicos por se manterem ACORDADOS durante a noite, criticar os médicos por discutirem assuntos de trabalho, os amores e desamores na profissão onde entram também muitos enfermeiros e enfermeiras. Não, a senhora psicoterapeuta destilou ódio contra uma classe, não contra um médico com o qual teve uma péssima experiência e falta de paciência...

Anónimo disse...

Sem dúvida que é agradável ler as opiniões sobre os enfermeiros no primeiro comentário. Eu, enquanto enfermeiro que sou, só me posso sentir satisfeito.
Mas, infelizmente, também existem enfermeiros prepotentes e que modelam o seu desempenho de uma forma que, caso fosse descrita como paternalista, estaria a ser alvo de um eufemismo. Considero, porém, que são uma pequena minoria no universo dos enfermeiros portugueses. Ainda bem.
Quanto ao relatado pela "psicoterapeuta, investigadora, privilegiada", só posso classificar de grave e chocante. Isto, a ser inteiramente verdade claro...

Anónimo disse...

Um doente que acabou de receber um tratamento médico de ponta é capaz de sair revoltado com o hospital porque o pequeno almoço nesse dia veio atrasado ou o médico foi mais antipático. Interessante como a avaliação que as pessoas fazem dos cuidados de saúde não tem nada a ver com a qualidade técnica dos cuidados, apenas com a simpatia ou a atenção que receberam por parte dos funcionários. E podem ter toda a razão, geralmente têm!Por outro lado, muitas vezes tb acham que estão num hotel com direito a médico e enfermeiro 24h por dia! Já para os médicos estas questões são meros pormenores (não deveriam ser), dada a gravidade dos casos e o esforço técnico que fazem para os resolver. Claro que aqui tb depende a personalidade do médico e a sua simpatia intrínseca! É com base nesta diferença de valores que se multiplicam as queixas dos doentes em relação aos médicos e hospitais, raramente de má-prática, mas quase sempre de má comunicação. Culpa de todos, dos médicos, dos doentes e das estruturas. Por isso enquanto as queixas desta psicoterapeuta forem a de ter apanhado um médico antipático, a de não lhe terem explicitado todos os pormenores dos exames ou da sua estadia de 2 dias (presumo que não tenha perguntado), ou de os médicos se estarem a rir (tb são humanos), ou de não lhe terem dado o omeprazol à hora por si exigida... acho que teve muita sorte! E não tem o direito de generalizar os maus cuidados que acha que foi vítima para todas as estruturas hospitalares. Porque felizmente ainda não sabe o que é a desumanização nos hospitais! Ana

Anónimo disse...

O problema dessa personalidadezita que escreveu aquele texto é que, tal como o tuga médio, preferiu escrever alarvidades a propósito de uma classe que não conhece, ao invés de se queixar, e assim desejavelmente punir, um fulano que lhe terá prestado mau serviço.

Ou seja, preferiu a cobardia, não do anonimato mas sim da generalização, ao invés da coragem de se atirar a quem a maltratou (segundo a sua interpretação, eventualmente correcta).

Mas os tugas do costume gostam é disso mesmo. Do labrego ao catedrático....

"Eles" são todos umas bestas. Abaixo "eles".
Quanto "àquele", o tal, não lhe vai acontecer nada.
Que belo hino à coragem!

É a vida....

AV

Anónimo disse...

acho curioso, e não digo que seja o caso desta senhora, enfim, mas que num país onde todos sabemos os serviços ou salas de observação que temos; e onde vi na Tv uma reportagem sobre um dos pavilhões do Hospital de Evora QUE NÃO TEM CLIMATIZAÇÃO (imagine-se um internamento no verão) se levante o mulherio porque não pode ter os filhos à porta de casa mas ninguém abre o bico sobre estas coisas... e eu sou medica... enfim... idiossincrasias de um povo... Quanto a este caso em particular, não sou propriamente corporativista e "eles andem aí, os ZM da medicina". Mas também se vão encontrando coisas boas. Valha-nos isso. Senão o que nos restava?CFernandes

Anónimo disse...

e ainda continuo... estamos num país onde de repente todos estão cheios de direitos... agora deveres, está quieto.
para quando o livro dos deveres dos doentes???
Cfernandes

Anónimo disse...

"personalidadezita". Cruel. Principalmente vido de um medicozeco-badameco qualquer que gosta de passear o estetoscópio ao pescoço...

Anónimo disse...

Ele há cad um (a)...
a CFernandes disse ser médica????
Nunca viu a dita "Carta" pois não???
È que se chama mesmo "Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes", um documento da DGS.

naoseiquenome usar disse...

Como não sou psicóloga, vou "deslocar" o comentário que devia estar inserido acima, para aqui.

Devo dizer que o retrato público deixado por CP corresponde grossomodo ao retrato que a maioria dos doentes faria, se para tal tivesse voz, dos nossos SU´s. Por mais desagradável que seja aos bons profissionais, que os há, ouvir tal.
Claro que existem instituições aptas a receber e tratar as queixas desta índole. A CP, alegadamente, não foi por aí, e eu vejo duas ordens de razão:
- a CP como tanta gente, se pudesse, resolveu o seu problema e, se puder também não mexer numa história que lhe causou angústia, tanto melhor. Esta coisa de moralizar o sistema à custa das nossas marcas e angústias é um pau de dois bicos. As marcas e angústia permanecem mas mais marcadas, ainda que supostamente vingadas e, o efeito moralizador/sancionatório,feito a partir de um indivíduo, como é sabido, rapidamente se dilui.
- Mas o enfoque (perdoe-se-me o estrangeirismo mal-amanhado) que pode ser dado ao texto de CP, pode ser bem outro: não o de alguém comodamente instalado na vida que do alto do seu poder decide tornar pública a sua indignação em vez de recorrer às instituições que poderiam actuar e, aparentemente generalizando a toda uma classe, que se sente ofendida (e dizem que quem não se sente não é filho de boa-gente), mas,

ao facto de ser possível - até a uma privilegiada na área do conhecimento do outro, na interacção com o outro, no descortinar de razões que escapam à grande maioria dos mortais; uma psicoterapeuta, investigadora - "retirar a qualidade de ser pensante".
Obviamente tal afirmação deve ser contextualizada. Muita dor, sofrimento e desconforto à mistura com um alegado deficiente atendimento, altura em que uma "boa palavra" poderia fazer toda a diferença.

E não merecerá tal consideração sobre a "perda da qualidade de ser pensante" por uma privilegiada - que tem quase por obrigação manter activo e flexível o pensamento, mesmo perante grandes adversidades - e confessa que fracassou, a nossa reflexão?

Su disse...

dum modo geral a carta está de acordo com o que diariamente sucede a nivel hospitalar..
infelizmente...
enfim basta ser o doente.....
é experimentar.:)

naoseiquenome usar disse...

Hoje apetece-me fazer uma citação.
"Todos concebem claramente o direito e o dever: o direito para si e o dever para os outros"

Voltour

Anónimo disse...

tanto c orporativismo junto.qual é o problema de uma psicoterapeuta, investigadora, se sentir priveligiada em... TODA A GENTE SABE que quando nos dirigimos aos hospitais ou conhecemos lá alguem (nem que seja o maqueiro ou outro técnico qualquer)ou devemos começar a dizer mal da nossa vidinha.O dr. enf. limpou-se logo a dizer que a culpa era dos médicos.estes por seu lado dizem não ter mal passarem a noite na galhofa desejandouma reanimaçãozita talvez para não perderem o jeito e fazerem boa figura quando de serviço em qualquer Hospital particular (a propósito já repararam que nenhuma das classes acima referidas fazem greves no Particular?). O azar de tudo isto é que esta gente se julga intocável.e age mesmo como tal

Anónimo disse...

Foi por acaso que aqui cheguei, porque procurava as referências de um dos livro que Clara Pracana escreveu sobre a questão do líder,e, particularmente duma personagem muito controversa, o acólito arquiteto de Hítler.

Conheci há alguns anos Clara Pracana, antes de ser psícóloga/psicoterapeuta era economista/gestora de empresas. Posso dizer que a conheço bem. É uma pessoa de forte personalidade e duma grande inteligência, e, aquilo que ela descreve, na sua carta, como sendo uma experiência abominável devido à arrogância e falta de humanidade da maioria dos médicos nos serviços hospitalares.
Não fui vitima de acidente, mas caí num serviço de cirurgia em urologia e a minha experiência é muito semelhante. Há 4 anos que padeço duma operação renal mal feita. Muitas vezes os serviços de urgências não são melhores e diria mesmo piores.
Há alguns anos que não vejo Clara Pracana, entre outros motivos, por causa dos meus problemas com os médicos e serviços de saúde.
Portanto, não venham com a história do post-traumático, que pudesse explicar um delírio ou coisa do género. Então, e, eu, não fui vítima de acidente; onde está o post-trumático no meu caso ? E tenho muitompara contar, asseguro-vos.
Acrescento, em abono da verdade, que os enfermeiros são muito melhores profissionais e mais humanos.

Anónimo disse...

o relato de CP é bem real e não me parece nada que ela queira generalizar, não vale a pena vir com essa conversa de tomar o todo pela parte. todos sabemos que é só uma parte, mas é uma parte bem visível e significativa.

quanto à questão médicos vs enfermeiros, talvez seja verdade que a parte má será um pouco menor nos enfermeiros já que estes têm hierarquias bem definidas e um sistema de carreira que não permite a impunidade que permite a carreira médica.

Médico Explica disse...

Não acredito que a maioria dos médicos sejam como os que a Clara Pragana descreve. Ela dá a entender que quando mudou para a privada, os médicos foram melhores. Nem no público nem no privado.
Quanto à generalização, é um defeito de muita gente. Basta ler o artigo...

BLUESMILE disse...

O artigo poder ter laivos de generalização abusiva , mas a pronta reposta corporativista deste blogue, bastante cáustica, também. parece que quelqer doente ue se queixe publicamente de mau atendimento merece ser "catalogado" de ...

Infelizmente a boa assitência médica não vem para os jornais nem é notícia da TVI. Ainda ontem uma jovem recém saída de uma unidade hospitalar do SNS ( onde foi submetida a uma intervenção cirúrgica) me dizia, com um misto de perplexidade e incredulidade:
- Nunca pensei que houvesse um nível tão bom de cuidados de saúde nos hospitais públicos!!
Pois, acho que é isso que falta. Informação.

Anónimo disse...

Boa Tarde,
O meu pai teve um violentissimo acidente de bike à 15 dias. Foi atropelado por uma condutora que, disse que o meu pai vinha distraido! Por isso atropelou-o( estou a ser sarcástica?), e tem as costelas do lado direito todas partidas, além dos pulmões magoados. Está ligado ao ventilador e mais uma data de máquinas.
Sim, está lúcido...
Mas a equipa de enfermagem e a equipa médica tem feito tudo!
Estão sempres disponiveis para os doentes.
PArece que o meui pai teve sorte nos profissionais que o acompanham...
Agora só nos resta esperar...desesperando pelas melhoras.
Mas existem mutis Zés m por aí, nos centros de saúde e nos centros hospitalares.
Ninguém dúvida...

Hugo disse...

Também gostava de uma análise ao perfil psicológico de alguém que diz "sou psicoterapeuta, investigadora, privilegiada". Que frustrada... Não passa disso mesmo! Uma frustrada que provavelmente queria ser médica mas não conseguiu!

Anónimo disse...

A mim parece-me que foram escritos aqui vários comentários de médicos que se sentiram "atingidos"...

Su disse e muito bem, experimentem ah!! mas não se identifiquem como médicos senão era batota ;)

eu sou da mesma opinião de que há muitos ZM's por aí, já vi vários e também já vi vários médicos bastante incomodados com esses ZM's, que muitas vezes até lhes custa a acreditar nas atitudes dos seus colegas de tão desumanas que elas são, isto passa-se não só com médicos, passa-se com várias classes de profissionais, mas claro que quando estamos internados num hospital e é a nossa saúde que está em risco... haja paciência... é mesmo de desesperar. Não basta a situação em que nos encontramos ainda somos tratados como "pedaços de carne" é verdade sim senhor, há muito disso por aí, muitos "senhores" de nariz empinado... quem disse que eram todos? Só se deixa atingir por este texto quem quiser... a mim pareceu-me um desabafo e acho muito bem que se desabafe e se exponha o que se vai passando porque é verdade que isso se passa, para quê negar???? bah

Anónimo disse...

Acho que muitos profissionais medicos em serviço nos hospitais tem como garantido o seu serviço.Independente de o realizarem bem ou mal,com ou sem destreza.deveria haver uma comissão de avalição continua com comentarios analizados dos pacientes.Havendo repercursoes a nivel de remoneração e de categoria,assim como de responsabilidades civis no caso de desumanização ou de ma pratica medica.SE não são educados deverião-no ser, pois tantos anos a tiraren um curso medico e suas especializaçoes,assim como congressos e o continuo estudo que tem de realizar perante as suas carreiras.Dveriam ter em consideração o sofrimento dos seus pacientes;pois quem sabe nao poderão cair na desgraça acidental ou nao de um estado clinico igual ou pior.Caros medicos deste pais tenham em especial atenção que mais tarde ou mais sedo podem ser responsabilizados a nivel de ma pratica ou conduta.O processar neste pais não é uma recorrencia; neste pais de desgraça economica, mas tirem elações de paises visinhos.demonstrem que temos bons profissionais, que os temos.