quarta-feira, agosto 30, 2006

F******: Denunciem A Máfia Dos Livros Escolares

Um dia de folga (as férias ainda por gozar!), uma garrafa de vinho branco fresquinho do Alentejo, uns amigos, uma jantar, uma denúncia!

Há muitas máfias organizadas e legais em Portugal. A dos livros escolares é uma delas!

Há também médicos mafiosos, para que não me acusem de "corporativista"...

24 comentários:

Anónimo disse...

a partir de agora aliás deve acrescentar-se, a cada opinião "ah! Mas o médicos são corporativistas".
Exemplo:
"isto do preço da gasolina é um lobby..mas os médicos são corporativistas!"
ou ainda:
"Aquele Alberto J.Jardim é um troca tintas do caraças. Mas podia ser pior... se fosse médico era corporativista..."

percebem a ideia???

CF

Anónimo disse...

Há gente que não se enxerga mesmo!
O facto de os outros TAMBÈM serem isto ou aquilo, retira alguma verdade à existência de lobies na saúde e ao corporativismo dos médicos????

Credo!

Anónimo disse...

Os chaços sô querem moer tolas e trocar papel prô mais mercadoria, nã hé!!!

Anónimo disse...

è, é!

Anónimo disse...

olá Credo!
Claro que não.Aliás isso ainda
vem reforçar mais a ideia de que os médicos são, de facto corporativistas.
Tal como os policias, os professores, os trabalhadores da CP,os enfermeiros, os contabilistas, etc e tal.
CF

Anónimo disse...

e esqueci-me. Os editores de manuais escolares também são corporativistas...
CF

Anónimo disse...

E os profs. do secundário?
Ai Jesus!
Aqueles que não entraram em mais nada, que há 20, 30 anos,..... são prof's HOJE ........... tadinhos............!
ai... ai...
Sâo a Pior corja analfabeta que conheço.........
Bem-haja hoje, depois do "conhecimento" aos professores primários. Os do secundáro são mesmo o "restolho" ........tadinhos, não tiveram outrs hipótese........... Mesmo com maridos/mulheres, médicos....... essses que ninguém pode atacar..............

Anónimo disse...

e a p.q.t.p....

Anónimo disse...

O Banco Comercial de Beijos notifica k foram depositados mil beijos na sua conta, Pede-se o favor de os ir levantar com carinho.

Anónimo disse...

pqtp é mesmo pqtp? francamente dr..

Médico Explica disse...

Depois de tantos beijos da "outra mais outra que a outra imaginária" vem você insinuar que o comentário "pqtp" é do autor do blog? Não. Está enganado. O autor comenta e assina.

Anónimo disse...

por acaso, se nada se fizer, a máfia dos livros escolares (leia-se das relações editoras/professores) pode bem chegar ao nível da máfia das receitas (leia-se das relações médicos/indústria farmacêutica).

só que não bem como na máfia: na máfia todos os intervenientes sabem que são mafiosos. mas na questão das receitas, não: muitos médicos crêem que são puros, que nada do que os delegados lhes tentam impingir lhes será de facto impigido, encarando mesmo a visita do delegado com um pungente espírito de sacrifício. claro que a indústria farmacêutica dispõe de dados que lhes assegura que o dinheiro que gasta com delegados e com berliques e berloques e simposiums e free lunchs lhes são imensamente lucrativos.

Médico Explica disse...

Exactamente. A indústria farmacêutica cada vez mais se comporta como um polvo. Até estudos que julgamos independentes, não o são. É o capitalismo puro e duro. O que me entristece, é que é essa avidez pelo lucro que tem feito a ciência médico-farmacêutica avançar!

Anónimo disse...

eu peço desculpa em discordar... É para mim bem claro que as visitas de DIM são tudo menos inocentes e efectuadas com espirito de sacrificio...e os brindes. as canetinhas, os almoços... enfim: a economia lá diz que não há almoços degraça. Quanto aos estudos muitos são claramente manipulados. Mesmo a forma de apresentação dos resultados é manipulada.

Claro que será graças a isto que a medicina pula e avança.

Mas também não será graças a lucros que nem nos passam pela cabeça que certos campos da medicina não o fazem? se calhar os medicamentos usados são tão caros e as situações se tratamentos alternativos que não interessa mudar os status quo.
É triste.
CF

Médico Explica disse...

Cara (o):
Não sei em que discordamos. Os DIM são perfeitamentente dispensáveis. Até os laboratórios/indústria são dispensáveis se os Estados se responsabilizassem pela investigação ao serviço da população e não ao serviço dos lucros de alguns. Só que para mim isto tem um nome: CAPITALISMO. Mas também lhe digo que todas as alternativas a este sistema económico fracassaram... Portanto terá que emergir um sistema talvez híbrido.

Médico Explica disse...

E cara(o) colega, talvez eu seja mais radical.
Convido-a a visitar este site "http://www.nofreelunch.org/ " cuja palavra de ordem é ", just say no to drugs reps", isto é, diga não aos dims.
Mas garanto-lhe que quando me convidam vou almoçar. Não sou eu que vou mudar o mundo e a vida é limitada e já vou a meio dela. Limito-me a denunciar e divulgar ideias. Os Estados e Governos que tomem as iniciativas de mudar de política.

Anónimo disse...

já conhecia o site. Esteve uns tempos desactivado
CF

Anónimo disse...

sou sócia do nofreelunch (desde então deixei de me sentir uma aberração) mas pratico: não recebo DIM nem almoço de graça. pior: se quero ir a um congresso, pago (100, 200, os euros que custar a inscrição).

é que de facto não há mesmo almoços grátis e eu não estou disposta a pagar (ou a fazer os doentes pagar, que é o mais preverso desta questão) um cêntimo pelos da IF.

CF: eu falava com ironia mas de facto muitos colegas no meu local de trabalho, que não perdem uma caneta (quanto mais um almoço)simulam um espírito de sacrifício verdadeiramente pungente para com a visita dos DIM. quero acreditar que a maioria é apenas ingénuo ou ignorante.

Médico Explica disse...

Acredito na sua sinceridade. Mas a partir do momento que prescreve, está a dar lucro às farmacêuticas. Por outro lado, quer vá ou não almoçar, o "budget" da indústria já está determinado.

Anónimo disse...

eu sei... mas de facto concordo com a medicaquetambemexplica... mais vale pensar que os colegas ou são ingénuos ou ignorantes.

Digo "quero" mas não consigo....


CF

Anónimo disse...

desculpem-me: o correcto seria "quero pensar que os colegas"... mas não consigo
CF

Anónimo disse...

a IF merece ter lucro, não são instituições de solidariedade social. e tb lhe é legítimo fazer a publicidade que a deixarem fazer. deveriam ser os médicos ou, na sua falta, a tutela, a fazer com que a prescrição se baseasse na evidência e não na publicidade. teria de começar por haver guidelines, depois auditorias aos perfis de prescrição, eu defendo mesmo a recertificação dos médicos. conheço demasiados colegas que não sabem o princípio activo do que estão a prescrever, que fará o seu mecanismo de acção, e a cascata de prescrição para cada situação clínica. todos conhecemos demasiados colegas que apesar de saberem que a maioria das infecções respiratórias altas são víricas, espetam com um antibiótico a qualquer criatura que se lhes apresente com febre, odinofagia, etc. quantos colegas conhecemos que medicam uma ITU baixa com 3 dias de cipro 250 (como é recomendação consensual), em vez de 7 dias a 500? etc etc etc

o mal não é o lucro da IF, o mal é a sua distribuição ser feita de acordo com estratégias de marketing e não com critérios clíncios.

caro MEMI, essa de não valer a pena ser diferente dos outros colegas é um pobre argumento. costuma deitar lixo para o chão na rua? mas todos deitam e haverá sempre varredores da câmara a limpar o que deitou.

à falta de alguma vigilância institucional, isto tem de começar por cada um de nós: impedir que seja o seu doente a pagar o seu almoço supostamente grátis.

Médico Explica disse...

Cara Colega:

Inteiramente de acordo com esses princípios:
- a IF merece ter lucro,
- não são instituições de solidariedade social
- é legítimo fazer a publicidade.
- a prescrição se baseasse na evidência e não na publicidade.
- teria de começar por haver guidelines,
- auditorias aos perfis de prescrição,
- a recertificação dos médicos.
Eu sou diferente, mas não sou ingénuo, já passei essa minha fase de "querer mudar o mundo", "de demonizar os DIM", quando terminei o curso, éramos contra os "barões da Medicina", mas eles continuam, apadrinhados pelo sistema, os seus consultórios continuam a ser publicitados pelos media. A minha luta foi inglória, mas não estou arrependido. Quanto aos problemas da prescrição, basta um simples decreto ou um despacho até para inverter a situação. Mas talvez não interesse. Gosto de saber que há jovens médicas com valores morais tão elevados.
A influência das multiacionais da IF já não se mede pelos almoços. As "gifts, treaps and meals" começarão a perder influência para os estudos, as guidelines (quantas destas não terão já o dedinho da IF?
Fico satisfeito por nos meus 50 anos, saber que há jovens na minha profissão que me merecem todo o respeito!

Anónimo disse...

"conheço demasiados colegas que não sabem o princípio activo do que estão a prescrever, que fará o seu mecanismo de acção, e a cascata de prescrição para cada situação clínica. todos conhecemos demasiados colegas que apesar de saberem que a maioria das infecções respiratórias altas são víricas, espetam com um antibiótico a qualquer criatura que se lhes apresente com febre, odinofagia, etc. quantos colegas conhecemos que medicam uma ITU baixa com 3 dias de cipro 250 (como é recomendação consensual), em vez de 7 dias a 500? etc etc etc"


Hum... e quer resolver este tipo de questões com DIM's? Penso que não será a melhor solução. A incompetência não se colmata ou irradica dessa forma.