Acreditem Que Gostava ...
... de escrever mais e relatar alguns episódios da minha vida.
Hoje trabalhei mais de 12 horas.
Trabalhar significa para nós, ouvir, intervir quando necessário, deixar ouvir, discorrer "placebamente", ouvir, ouvir, ouvir, intervir pouco, intervir muito, intervir intensivamente, intervir nos limites, ultrapassar os limites, ir buscar ao Além alguns, deixá-los partir também, sorrir às vezes. Ouvir sempre!
Passadas doze horas, às vezes é necessário descomprimir.
Desligar a televisão. Apagão.
Ficar só neste mundo que não nos compreende.
Desconfiar daqueles que só gostam da $aúde.
Trabalhar significa para nós, ouvir, intervir quando necessário, deixar ouvir, discorrer "placebamente", ouvir, ouvir, ouvir, intervir pouco, intervir muito, intervir intensivamente, intervir nos limites, ultrapassar os limites, ir buscar ao Além alguns, deixá-los partir também, sorrir às vezes. Ouvir sempre!
Passadas doze horas, às vezes é necessário descomprimir.
Desligar a televisão. Apagão.
Ficar só neste mundo que não nos compreende.
Desconfiar daqueles que só gostam da $aúde.
Há dias um colega confessou-me que gostava de me conhecer. Porquê? A maior parte dos médicos são anónimos como eu. Ninguém os conhece. Há generalistas e generali$$$tas. Há especialistas e especiali$$$tas. Desde o mais simples interno geral ao mais afamado chefe de serviço há uma plétora de homens e mulheres conscientes da sua profissão.
Fico com erisipela quando as televisões e outros media fazem passar apenas a nódoa e transformam-na em regra.
Há médicos amigos dos seus doentes, desde o médico de família que o conhece há 20 anos, ao intensivista que o observa apenas durante horas.
Há médicos amigos dos seus doentes, desde o médico de família que o conhece há 20 anos, ao intensivista que o observa apenas durante horas.
Hoje depois de 12 horas de trabalho assistencial diverso (é preciso ganhar a vida!) alguém me convidou para o primeiro aniversário da sua vida.
Gostei do presente do aniversariante: "para o meu querido médico!". Tocou-me fundo.
Mas sei que os médicos só são queridos quando as "coisas" correm bem. Que me perdoe o aniversariante, mas o médico tem sempre esta perspectiva.
Só espero que não leiam este post até repousar nas profundezas dos arquivos.
Mas sei que os médicos só são queridos quando as "coisas" correm bem. Que me perdoe o aniversariante, mas o médico tem sempre esta perspectiva.
Só espero que não leiam este post até repousar nas profundezas dos arquivos.
Mas, após doze horas no limiar da incerteza e do risco: É ou não é? Foi ou não foi? Será ou não será um enfarte? Evacuo ou não evacuo? Será só uma reação aguda ao stresse ou uma crise de hipertiroidismo?
Depois de doze horas deixei-me levar pelo sabor do champanhe.
Foi o que me ofereceram.
Foi o que bebi.
Foi o que excedi.
Fez-me bem.
O álcool pode ser um bom psicofármaco, quando prescrito ou auto-medicado com consciência.
Foi o que me ofereceram.
Foi o que bebi.
Foi o que excedi.
Fez-me bem.
O álcool pode ser um bom psicofármaco, quando prescrito ou auto-medicado com consciência.
Mas não abusem, por favor!
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