terça-feira, julho 19, 2005

Vou Comprar Um Colete À Prova De Bala

Depois de ler a introdução a esta notícia do Diário de Notícias, tremi, chorei, e interroguei-me se amanhã deveria ir ou não trabalhar ou solicitar protecção para todos os médicos que, cada vez mais têm uma profissão de risco.

Não será esta notícia um incentivo ao crime? Ao assassínio? À justiça popular?

Que me diz a isto Ivone Marques, uma jornalista de quem gosto?


"O processo de Aida Edite dos Santos

"No outro dia, liguei para a TVI para dizer que percebo aquele homem que deu o tiro no médico para vingar a mulher. Se tivesse feito isso, já tinha saído da cadeia" O HCV não esclarece se houve inquérito interno para apurar responsabilidades "A actual Administração é absolutamente alheia à questão"


Em 21 de Outubro de 2004, o Tribunal da Relação de Lisboa anulou a sentença de absolvição de dois médicos arguidos no processo de crime de homicídio por negligência de Aida dos Santos, morta em 25 de Novembro de 1995 devido a sepsis. A nulidade, suscitada por recurso dos filhos de Aida, assentou na inexistência de um exame crítico das provas que, nas palavras dos juízes da Relação, permita que "qualquer pessoa siga o juízo e presumivelmente se convença como o julgador". Ou seja, a absolvição não está fundamentada.

De facto, mesmo para um leigo, [deve ser o jornalista com saudades da Inquisição] a sentença evidencia aspectos contraditórios.

Pela leitura retiro uma conclusão: se até para os doutos juízes houve dificuldade em atingir as mesmas conclusões, o que compreendo, porque na realidade a Medicina não é bruxaria e nunca se adivinha o minuto seguinte a um qualquer procedimento, para o jornalista tudo se resolve com tiros e mais tiros.

A jornalista chama-se Fernanda Câncio.

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