Eu Que Não Sou Leigo Fico Confuso!
Ao ler a telenovela da morte do amigo do Dino cada órgão de informação conta a sua história.
A Visão de ontem refere que o amigo do Francisco Adam "foi operado ao fígado, aos intestinos e à coluna" sic, pressupõe-se que no dia do acidente, 16 de Abril de 2006. Segundo o mesmo órgão de informação foi transferido para o Hospital Garcia de Orta no dia 28 de Abril, isto é, 13 dias depois das cirurgias, período durante o qual esteve internado e vigiado no Hospital de Santa Maria.
Segundo se lê, saiu estabilizado. 13 dias são suficientes para avaliar o pós-operatório imediato e as suas previsíveis complicações.
Podia ter havido má comunicação entre os hospitais (o habitual), mas não me parece que a sua morte esteja relacionada com a transferência.
Poderia ter acontecido em qualquer local.
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1 comentário:
No fundo, o que falta é fazer-se a pedagogia que as pessoas continuam a poder morrer.
Quando são anestesiadas, na convalescença de um acidente, na sequência de doença grave.
Julgo que a população, cada vez mais, acha inaceitável que tal suceda. E como a regra é, felizmente, cada vez mais conseguir-se fazer o impossível, o destino final inapelável não é mais admissível.
Isso compreende-se, são sinais dos tempos, e não se pode pedir a familiares e amigos em pleno processo de luto a serenidade que este processo não permite ad initium.
O que se devia exigir, em prol desta pedagogia que faz falta, é que os meios de comunicação social esperassem o final das averiguações antes de adiantarem "conclusões" ou sentimentos de quem está em luto, por definição, precipitadas e irracionais, e susceptíveis de perpetuarem esta ilusão que é a de ser inaceitável morrer-se na sequência de doença grave, neste caso politraumatismo.
A autópsia vai elucidar a causa de morte. A investigação vai dizer se houve negligência grave, face aos dados clínicos presentes na periferia do evento.
Até prova em contrário, todavia, foi um exitus em consequência de uma complicação do politraumatismo do qual o Sr. terá sido alvo.
Quanto ao resto, para já, é conversa para vender papel.
AV
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