Autarcas: Um Exemplo Flagrante De Iliteracia Científica.
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"Tanto dislate se ouve e lê, por vezes publicado inconscientemente, que decidi esclarecer quem me procurar, para que os jornalistas (e outros intelectuais!) sejam um meio para os 'media' fomentarem a literacia científica."
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Publicada por Médico Explica à(s) 15:14 2 comentários
Há muito que não subscrevo os editoriais do José Manuel Fernandes no Público.
Mas este, do dia 23/02/07, subscrevo-o integralmente!
"Da Patuleia a Chaves, a Valença, a... etc., etc.
Não se pede aos cidadãos que compreendam por que é melhor ter menos urgências, mas melhores - mas exige-se dos autarcas que não incendeiem o bairrismo e procurem, ao menos, compreender os argumentos da racionalidade.
Duas histórias curtas. Primeira: há quase 20 anos, os médicos de uma miúda que sofria de otites crónicas sugeriam aos pais que era melhor levá-la a um hospital francês. Os pais podiam pagar, levaram a filha e o diagnóstico surgiu num ápice: estava-se perante uma infecção rara mas fácil de curar. O médico francês, perante o desalento da família, sossegou-a sobre a qualidade dos médicos portugueses: "Aqui, observo destes casos várias vezes ao ano.
Lá, tenho colegas que se calhar vêem um ou dois na vida. Para mim o diagnóstico é mais fácil."
Segunda: há uma dúzia de anos, pouco tempo após a abertura de um novo grande hospital, o responsável pelo serviço de neurocirurgia pedia à respectiva administração para não lhe darem mais cirurgiões. Esta, porém, queria que houvesse sempre um neurocirurgião de turno nas urgências. O médico contra-argumentava: "Com mais cirurgiões, nenhum deles vai fazer o número de operações suficiente para ser realmente um bom profissional, e com a equipa que tenho consigo colocar um especialista no bloco operatório a tempo caso exista uma verdadeira urgência." A administração, ao que parece, tinha medo do que poderia um dia sair na comunicação social...
Estes dois episódios mostram como para haver excelência nos cuidados médicos, os médicos têm de ter experiência, ter visto muitos casos, ter operado muitas vezes. Isso não se consegue espalhando os profissionais por centenas de centros de atendimento, por muitas maternidades ou, também, por um número exagerado de urgências onde passam muitas horas inactivos.
Isso implica antes uma rede racionalizada que minimize a possibilidade de os médicos ficarem noites e noites de braços cruzados para depois, perante um caso mais complexo numa urgência "descentralizada" e pouco utilizada, acabarem a reencaminhá-lo para as urgências diferenciadas.
A verdade, contudo, é que nem sempre os argumentos de racionalidade ultrapassam o que por natureza é irracional. E não há que temer as palavras: é irracional pretender ter serviços de urgência abertos 24 horas por dia ao virar da esquina pois tais serviços, mesmo que fosse possível pagá-los, prestariam pior serviço que unidades especializadas, competentes, experientes e, por isso mesmo, raras.
Por isso, quando ontem se olhava para a imagem da primeira página do PÚBLICO, era quase impossível deixar de recordar imagens idênticas de revoltas antigas como as da Patuleia, essa quase guerra civil que se seguiu à revolta da Maria da Fonte.
E que levou Maria da Fonte à revolta? Uma medida menor e de elementar higiene pública: a proibição dos enterros dentro das igrejas. Também então a irracionalidade saiu à rua.Nos dias que correm já não se exige que se enterrem os mortos nas igrejas, mas da mesma forma que não se deseja ter lixeiras no quintal, reivindica-se um médico ou uma parteira em cada esquina. E nada disto mudará se, localmente, os eleitos não souberem passar da irracionalidade de quintal à discussão séria das alternativas.
Por exemplo: há discriminação do interior? Não: em 15 urgências que fecham, só três são no interior. Há discriminação política? Também não: dos 15 concelhos afectados, oito são governados pelo PSD, seis pelo PS e um pela CDU. Há menos serviços com um mínimo de qualificação? Não, pois se fecham 15 urgências, abrem 26.
Há ausência de critérios objectivos? Não, basta ler o relatório do grupo de trabalho.
O que há, isso sim, é muito sangue quente e um secular bairrismo.
Pelo que, ou o Governo aguenta este embate, ou então nunca fará uma das reformas que prometeu e que toca ainda mais nas sensibilidades localistas: a da redefinição do mapa judiciário.
José Manuel Fernandes"
Publicada por Médico Explica à(s) 13:09 4 comentários
Portugueses entre os mais pobres da UE
20.02.2007, Isabel Arriaga e Cunha, Bruxelas
Estudo da Comissão Europeia revela que 14 por cento dos que trabalham vivem abaixo
do limiar de pobreza, num total de 20 por cento de pobres entre a população portuguesa
Portugal é um dos países da União Europeia (UE) onde o risco de pobreza é mais elevado, sobretudo entre as pessoas que trabalham, apesar de vários Estados-membros terem níveis de riqueza muito inferiores.
De acordo com dados ontem publicados pela Comissão Europeia, 20 por cento dos portugueses viviam em 2004 abaixo do limiar de pobreza - fixado em 60 por cento do rendimento médio nacional depois de incluídas as ajudas sociais - contra uma média comunitária de 16 por cento.
Entre os Vinte e Sete países da UE, apenas a Polónia e a Lituânia estavam em pior situação, com 21 por cento de pobres. Estes são, no entanto, países com níveis de riqueza particularmente baixos: o produto interno bruto (PIB) por habitante da Polónia ascendia no mesmo ano a 50,7 por cento da média comunitária e o da Lituânia a 51,1 por cento. Em Portugal, o PIB por habitante representava na mesma altura, 74,8 por cento da UE.
No extremo oposto está a Suécia, com 9 por cento de pobres, e um PIB por habitante equivalente a 120 por cento da média europeia.
A taxa de pobreza em Portugal confirma uma situação que se mantém relativamente estável desde o fim dos anos 1990, com uma curta excepção em 2003 (ver quadro).
Fraca consolação, o risco de pobreza em Espanha, Irlanda e Grécia, os antigos pobres da UE, está exactamente ao mesmo nível de 20 por cento que Portugal, apesar de os seus níveis de rendimento serem muito superiores: o PIB irlandês ascendeu, em 2004, a 141 por cento da média da UE, o espanhol a 100 por cento e o grego a 84,8 por cento.
Mas Portugal tem o pior resultado da UE num outro indicador, o dos trabalhadores pobres, o que significa que o salário não protege contra a precariedade: segundo os mesmos dados, 14 por cento dos portugueses com um emprego vivem abaixo do limiar de pobreza, contra 8 por cento no conjunto dos Vinte e Sete.
Na República Checa, cujo PIB é muito próximo do português (75,2 por cento da UE), os trabalhadores pobres são apenas 3 por cento da população.
Em Portugal, afirma Bruxelas, "o risco de pobreza após transferências sociais, e as desigualdades na distribuição dos rendimentos (rácio de 8,2 em 2004) são das mais elevadas na UE". As crianças - 24 por cento - e os idosos com mais de 65 anos - 28 por cento - "constituem as categorias mais expostas ao risco de pobreza", acrescenta.
Para a Comissão, o risco de pobreza é agravado com o aumento do desemprego - que subiu em Portugal de 4 por cento da população activa em 2000 para 7,6 por cento em 2005. Mas igualmente com a elevada taxa de abandono escolar (38,6 por cento em 2005 contra 42,6 por cento em 2000) - e o baixo nível de escolaridade dos jovens (48,4 em 2004 contra 42,8 por cento em 2000), dois indicadores em que Portugal está "muito abaixo da média da UE".
Bruxelas aconselha assim o país a garantir "a efectiva inserção social dos grupos de risco", através da adopção de medidas ligadas ao rendimento mínimo, e melhorar os níveis de qualificação dos desempregados, sobretudo dos menos qualificados e dos jovens.
Do mesmo modo, e tendo em conta que o envelhecimento da população será mais rápido em Portugal que em muitos outros Estados e que os seus custos com a saúde são mais elevados, Bruxelas aconselha o Governo a aplicar a reforma das pensões, melhorar a eficácia do sistema de saúde e resolver o problema do financiamento "regressivo" da saúde, incluindo através da redução dos custos financeiros com os grupos mais desfavorecidos.
Publicada por Médico Explica à(s) 22:11 5 comentários
... que chegam ao consultório do médico (ou ao seu e-mail, cada vez mais frequente...):
"
.../...
... hoje é um dos dias mais tristes da minha vida: a ... foi viver com o pai, e agora não vou dar a volta atrás.
Pode ser que ela nunca mais me queira ver.
Mas a situação cá em casa era insustentável.
Espero que ela me queira ver nos fins de semana e férias.
.../..."
Publicada por Médico Explica à(s) 00:43 4 comentários
"Duas Realidades", publicado no jornal Tempo Medicina de 2007.02.12´.
"O grande acontecimento na Saúde, esta semana, é que um banal surto de gripe, causado por uma estirpe a que estamos já habituados, como disse o responsável da DGS, que em outro país europeu nem sequer mereceria notícia, em Portugal impôs a tomada de medidas de emergência — irónico desfecho de um raro episódio de perfeita consonância entre um povo e um governante.
Pois não estava o povo a identificar-se plenamente com o ministro, seguindo-lhe o exemplo, ignorando os vilipendiados e agonizantes SAP e acorrendo às Urgências em busca de uma sofisticada aspirina?
Um banal surto de gripe, aliás no início, bastou para desnudar uma sucessão de decisões precipitadas, sob a égide da poupança, que não poupou em conflitos e acrimónias escusados, que desmotivou profissionais de saúde cronicamente em luta contra a escassez de meios para assegurar o funcionamento do sistema, que cuidou da razia sem antes cuidar de alternativas, que fez orelhas moucas a todos os avisos, que fechou os olhos, por vezes, ao simples bom senso.
Aquilo que é a realidade para o ministro sobrepõe-se mal à realidade do País, o fato não se ajusta ao corpo; preparemo-nos para uma série de remendos, que é a solução para o resultado de medidas mal tiradas, se não se quer perder o pano todo."
Publicada por Médico Explica à(s) 00:22 3 comentários
Publicada por Médico Explica à(s) 01:35 1 comentários
Publicada por Médico Explica à(s) 19:11 24 comentários
Será que alguém que por aqui passou duvida do meu empenhamento no referendo e no SIM.
Só os cegos é que não viram!
No que não entro é em discussões para as quais sei que não estou preparado. E se ouço vozes científicas a opinarem contraditoriamente só me resta "escolher" aquela com que mais me identifico. Não sou parvo, nem hipócrita.
Como não sou cientista, vou dar a minha opinião sobre o quê, como querem a comentadora NSQNU (jurista) e a Maria João do "sutiãn" (mas que apesar dos seus títulos académicos nem sabe o nome correcto da sua peça de vestuário: sutiã, s. m. do Fr. soutien-gorge).
Dou a minha opinião do que sei. Agora se o feto tem dor às 10 semanas ou 9, se tem terminações nervosa, se sofre, não sei.
O que sei é que será sempre FETO até nascer e só depois será BEBÉ.
O que sei é que a palavra NASCIMENTO se refere ao DAR À LUZ.
O que sei é que quem tem dor é a mulher que decide interromper a sua gravidez porque não tem condições para a manter. E que sofre por ser penalizada duas vezes neste país de juristas e professorers, doutorados, mestres, licenciados, muitos upgradeados.
Dasse, dha, não me chateiem!
Mas, meninas, tenham calma e espero que nunca tenham uma gravidez indesejada. Já sabem, se ganhar o SIM têm o problema resolvido, se ganhar o NÃO, ou vão a Espanha ou vão ao vão de escada ou às clinicas proprietárias dos VIP, que se empenham pelo NÃO.
Opinei!
Publicada por Médico Explica à(s) 14:52 14 comentários
"Em artigos publicados em revistas científicas (e não meras opiniões não fundamentadas, em debates televisivos), alguns têm defendido que o feto nunca sente dor.
Nunca, até ao fim da gravidez. Muito provavelmente, isto não é verdade. Não é crível que assim seja. Às 24 semanas estão já estabelecidas as ligações entre o tálamo e o córtex que permitirão ao feto estabelecer contacto com o mundo exterior e sentir. Todas as mães (e muitos pais) sabem que o seu feto (bebé, criança é só quando nasce!) reage a estímulos nos últimos 3 meses da gravidez. Reage com movimentos ("pontapés") a carícias dos pais, tranquiliza-se com a voz de ambos, com música agradável.
Os receptores nervosos começam a formar-se logo entre as 8 e as 15 semanas, mas são como tomadas sem corrente num edifício em construção; a electricidade só é ligada quando passa ser habitado. Ou seja, depois das 24 semanas. Muito provavelmente só às 30, quando a EEG mostra que o feto já consegue estar "acordado".
A evidência científica actual é a de que a dor implica percepção e consciência do estímulo doloroso. A dor é uma experiência emocional e psicológica, resultado de activação cortical. A reacção a estímulos externos, às 8 semanas, é um reflexo primitivo, que pode existir com estímulos não dolorosos. Como a nossa perna salta quando o martelo bate no joelho. É resultado de um curto-circuito entre receptores e músculos, através da medula espinal, sem passar pelo cérebro. Sem vontade e sem consciência. Sem dor.
O feto de 10 semanas não tem dor, não tem vontade, não tem vigília, não tem consciência. As primeiras ligações ao córtex cerebral em formação, acontecem entre as 23 e as 30 semanas. Mas anatomia é diferente de função. A evidência mais precoce de actividade cortical é entre as 29 e as 30 semanas.
Numa área cientificamente controversa, em pleno calor de uma campanha, afirmações não comprovadas (pseudo-científicas) são tudo menos honestas e responsáveis. Não há argumentos científicos neutrais. O que há são dados científicas, que passam o rigor da comprovação, da revisão por pares antes da aceitação por revistas internacionais. E mesmo estes estão sujeitos a um escrutínio permanente por parte de novos estudos.
A Organização Mundial de Saúde aconselha mesmo que se não deve dar anestesia ao feto antes do 3º trimestre para cirurgia ou abortamento. Por não estar provado que o feto sinta dor nos seis primeiros meses (muito pelo contrário) e pelos riscos aumentados para a grávida. As afirmações em sentido contrário ao estado actual dos conhecimentos, são apenas poeira lançada aos olhos de quem já não quer ver. São convicções e crenças de quem toma partido.
Provada, essa sim, está a dor das mulheres que sofrem as complicações de saúde e as consequências legais dos abortamentos clandestinos. E há que tentar acabar com ela, como tem vindo a suceder em tantos outros países.
Aos dogmas o "não" acrescentou a fraude e a argumentação pseudo-científica. O papel da ciência é fazer perguntas e pôr dogmas em causa, desconstruir mitos e crenças e fortalecer as nossas convicções.
Pela minha parte, estou cada vez mais convicto. Por isso só poderei votar SIM."
JORGE SEQUEIROS
MÉDICO GENETICISTA, PROFESSOR CATEDRÁTICO ICBAS E IBMC (UP).
PRESIDENTE DO COLÉGIO DE GENÉTICA MÉDICA (ORDEM DOS MÉDICOS);
MEMBRO DO CONSELHO NACIONAL DE ÉTICA PARA AS CIÊNCIAS DA VIDA. MANDATÁRIO DO MPE.
Publicada por Médico Explica à(s) 00:00 11 comentários
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Publicada por Médico Explica à(s) 00:20 45 comentários
Comunicado de Imprensa - MÉDICOS PELA ESCOLHA
HONESTIDADE CIENTÍFICA: UNS TÊM, OUTROS NÃO!
O movimento MÉDICOS PELA ESCOLHA vem por esta via reagir peremptoriamente às declarações - ontem proferidas no programa da RTP Prós e Contras e hoje publicadas em alguns jornais - de Jerónima Teixeira, investigadora portuguesa na Inglaterra, sugerindo que um feto
sentiria dor antes das dez semanas de gestação.
Qualquer credibilidade científica que pudesse ser reconhecida a esta investigadora é obviamente maculada pela forma manipulatória como Jerónima Teixeira apresentou a sua argumentação, ao reconhecer ela mesma que "a sensação de dor no feto só está provada a partir das 22 semanas".
A primeira condição para se ser cientista é estar pronto a admitir o erro, que normalmente se apura através da avaliação dos pares: *no caso, é fácil verificar que não há consenso nenhum na comunidade científica de que um feto nas primeiras dez semanas sinta dor.
Todas as considerações feitas por Jerónima Teixeira sugerindo que o mesmo fenómeno poderá ser estabelecido antes das 10 semanas de gestação conformam mera especulação politicamente orientada e naturalmente incompatível e descredibilizadora de qualquer discurso científico sobre a matéria.
O que Jerónima Teixeira esconde, na realidade, ao dizer que às 10 semanas de gestação um feto tem já em desenvolvimento os "receptores de dor" é que *nesta fase, apesar do feto ter os referidos receptores, ESTABELECIDAMENTE NÃO TEM OS MECANISMOS que lhe permitam a PERCEPÇÃO DE QUALQUER DOR, nomeadamente as ligações cerebrais necessárias para tal
sensibilidade , como foi aliás bastante comprovado, sem qualquer contestação, no recente congresso da Ordem dos Médicos sobre o início da vida.
O movimento Médicos Pela Escolha lamenta, portanto, esta manipulação grosseira de dados científicos* que na verdade constituem uma completa fraude destinada a confundir a opinião pública e descentrar o debate da verdadeira questão colocada no referendo: a despenalização para o fim do sofrimento causado pelo aborto clandestino.
OU NÃO SENTIRÃO DOR AS MULHERES FALECIDAS POR ABORTO CLANDESTINO OU OS MILHARES DAQUELAS QUE SOFREM TODAS AS COMPLICAÇÕES DE SAÚDE QUE SE
CONHECEM DERIVADAS DO ABORTO CLANDESTINO?
Movimento Médicos pela Escolha
Publicada por Médico Explica à(s) 23:57 3 comentários
Andy Warhol-Meyerovich Galley
Original antique Japanese color woodblock Kuniyoshi (1797-1861), Shunga (Spring picture). Date: c.1835. Chubon size: 10 1/2" x 8 2/3" inches. Fine impression.
"Mayan fellatio ritual" (da Internet)Arte radiológica.
Publicada por Médico Explica à(s) 19:19 7 comentários
No Primeiro de Janeiro de 01/02/07:
"Quatro especialistas cardiotorácicos contra a Interrupção Voluntária da Gravidez
Cirurgiões opõem-se ao fim de vida a pedido
Quatro cirurgiões cardiotorácicos “de prestígio” declararam ontem, na Ordem dos Médicos, apoiar o voto no «Não» no referendo ao aborto porque está em causa “se é ou não possível terminar uma vida individual, a pedido de um cidadão”.
Manuel Antunes, director do serviço de cirurgia cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra, afirmou que, no que toca ao Serviço Nacional de Saúde e caso vença o «Sim», o principal problema que se coloca é a escassez de recursos humanos para responder a “esta necessidade”.
A pergunta a referendar “não invoca qualquer razão médica e estabelece um prazo destituído de qualquer fundamento científico”, afirmam Manuel Pedro Magalhães, também director clínico do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa,
João Queirós e Melo, director do serviço de cirurgia cardiotorácica do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, e José Roquete, também director clínico da unidade privada Hospital da Luz.
Integrados no movimento informal «Somos médicos, por isso não», os quatro cirurgiões, acompanhados pelo director de cardiologia pediátrica Hospital de Santa Cruz, Fernando Maymone Martins, sublinharam, porém,
que não apoiam a condenação das mulheres que praticaram aborto. “Se estivéssemos a falar a favor de despenalizar, eu era a favor dessa lei”, explicitou Queirós e Melo, mas “o objectivo é liberalizar”.
Para sublinhar que se está a falar já de “vida humana” no período de gravidez até às dez semanas, Queirós e Melo apresentou um vaso minúsculo, com uma pequena planta, que “parece sem vida, mas vai ser um rododendro, com frutos e flores”.
Publicada por Médico Explica à(s) 22:57 26 comentários
Mas ninguém quer discutir quando acaba e porque acaba.
Encontros, seminários, congressos, prós-e-contras, televisões: discutir o início da vida para defender ou atacar a IVG às 10, 12, 14, 25 semanas.
Há tanta coisa mais importante para discurtir!
Publicada por Médico Explica à(s) 15:38 1 comentários
UBAR - União dos Blogs Anónimos Responsáveis