Tenho Dúvidas Sobre O Que Se Está A Passar.
Publicado no Diário de Aveiro, hoje, dia 10-02-2007.
Esta notícia sobre o Hospital de Aveiro tem sido repetida desde há 3-4 dias em Portugal.
Motivou um comunicado do Ministério da Saúde com a medida inédita de abrir administrativamente e por imperativo legal os centros de saúde fora-de-horas devido ao excesso de procura dos serviços de urgência hospitalar.
Tenho dúvidas sobre o que se está a passar.
Será só uma consequência do encerramento anterior dos SAP e de outros serviços de atendimento ou uma antecipação de algo que se prevê que aconteça em breve?
"Hospital de Aveiro: Urgências «sem capacidade» para «procura anómala» de doentes
As urgências do Hospital de Aveiro não têm «capacidade de resposta» para fazer face à «procura anómala» de doentes nos últimos meses. Por isso, o director do serviço defende que o Centro de Saúde devia alargar o seu horário de atendimento
As urgências do Hospital Distrital Infante D. Pedro, em Aveiro, estão preparadas para receber, «no limite», uma média de 340 doentes por dia, mas pelo serviço tem passado um número muito superior de utentes.
Em Janeiro deste ano, aquela unidade hospitalar tratou uma média de 422 doentes, o que correspondeu a um aumento de 23 por cento. O dia 29 foi o mais congestionado, com 564 pessoas a recorrer ao serviço.
Os primeiros dias de Fevereiro foram ainda mais agitados, uma vez que foi prestado atendimento a 476 doentes diários, com um pico de 604 utentes tratados no dia 5. O aumento de casos foi, este mês, de 52 por cento.
O aumento da afluência às urgências do Hospital Infante D. Pedro começou a verificar-se no último trimestre do ano passado, revelou ao Diário de Aveiro o director do serviço. José Luís Isidoro refere que em Outubro, Novembro e Dezembro de 2006, as urgências receberam em média mais 67 doentes do que nos anteriores meses do ano, o que representou uma subida de 20 por cento. O dia com maior número de casos registados foi 26 de Dezembro, com 509 doentes.
Este crescimento deve-se essencialmente, segundo José Luís Isidoro, ao fecho do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Aveiro.
De acordo com o clínico, outro factor deve ser tido em conta, especialmente este ano, no acréscimo de atendimentos nas urgências: as gripes. «Em Janeiro e Fevereiro, a razão para o aumento de doentes são também os síndromas gripais», declarou ontem ao Diário de Aveiro.
Tudo somado, José Luís Isidoro conclui que, de Outubro a Fevereiro, se observa em relação a anos anteriores um «desvio padrão anómalo» no número de utentes tratados naquele serviço do estabelecimento de saúde aveirense.
Apesar do «enorme esforço e dedicação» dos profissionais que trabalham nas urgências, é «difícil» responder à «grande sobrecarga de doentes» que se tem registado nos últimos meses, adverte o director do serviço, lembrando que em alguns dias é atendido «quase o dobro» de utentes do que a capacidade instalada.
José Luís Isidoro conclui, por isso, que as urgências não dispõem de «capacidade de resposta» para fazer face à «procura anómala» de pessoas. Também por isso, o médico defende que o Centro de Saúde de Aveiro devia «dar uma ajuda» e alargar o seu horário de atendimento.
Aumento de doentes não justifica alargamento de horário
A gripe tem sido responsável por um aumento de doentes a recorrer às unidades de saúde de Aveiro, mas nada que justifique o alargamento do horário de funcionamento do centro de saúde local, como já sucedeu noutras regiões do país.
Os centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, por exemplo, vão alargar o horário de funcionamento até às 22 ou 24 horas para responder a um acréscimo na procura de urgências que se tem verificado nos hospitais da região.
Em Aveiro, o afluxo às casas de saúde é agora maior, mas a «procura crescente» de cuidados médicos ainda não é suficiente para recomendar mais horas de actividade no centro de saúde, disse João Terrível.
O director do estabelecimento de saúde aveirense reconhece que o número de doentes com «sintoma gripal» subiu nos últimos dias, mas «nada de diferente em relação a anos anteriores». «Os números não são excepcionais» para justificarem o alargamento do horário do centro de saúde, afirmou ontem ao Diário de Aveiro.
Apesar disso, João Terrível e o delegado de saúde de Aveiro, Vieira da Silva – ambos responsáveis pela elaboração do plano de contingência local para a gripe das aves e para a gripe sazonal –, chegaram a admitir a possibilidade de alargar o número de horas de funcionamento do Centro de Saúde. «Mas os números ainda não nos obrigaram a isso», declarou o director da unidade de saúde.
Até ontem, João Terrível não tinha recebido «nenhuma indicação» para proceder ao alargamento de horário, estando a «aguardar ordens superiores» da Sub-Região de Saúde de Aveiro.
Na quinta-feira, o ministro da Saúde, António Correia de Campos, anunciou que os centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo vão alargar o horário de funcionamento a partir de hoje e até ao final do mês, medida que deverá alargar-se a todo o país conforme as necessidades detectadas em cada uma das cinco regiões de saúde.
Além de alargarem o horário de funcionamento, os centros de saúde passam também a fornecer gratuitamente, após a consulta e sempre que necessário, medicação para a febre e a dor em quantidade suficiente para 48 horas de tratamento.
O governante salientou que a actividade gripal em Portugal não está a ser mais intensa do que em anos anteriores, mas começou na segunda-feira passada a registar uma tendência de crescimento que as autoridades prevêem que venha ainda a aumentar.
Rui Cunha"
Esta notícia sobre o Hospital de Aveiro tem sido repetida desde há 3-4 dias em Portugal.
Motivou um comunicado do Ministério da Saúde com a medida inédita de abrir administrativamente e por imperativo legal os centros de saúde fora-de-horas devido ao excesso de procura dos serviços de urgência hospitalar.
Tenho dúvidas sobre o que se está a passar.
Será só uma consequência do encerramento anterior dos SAP e de outros serviços de atendimento ou uma antecipação de algo que se prevê que aconteça em breve?
"Hospital de Aveiro: Urgências «sem capacidade» para «procura anómala» de doentes
As urgências do Hospital de Aveiro não têm «capacidade de resposta» para fazer face à «procura anómala» de doentes nos últimos meses. Por isso, o director do serviço defende que o Centro de Saúde devia alargar o seu horário de atendimento
As urgências do Hospital Distrital Infante D. Pedro, em Aveiro, estão preparadas para receber, «no limite», uma média de 340 doentes por dia, mas pelo serviço tem passado um número muito superior de utentes.
Em Janeiro deste ano, aquela unidade hospitalar tratou uma média de 422 doentes, o que correspondeu a um aumento de 23 por cento. O dia 29 foi o mais congestionado, com 564 pessoas a recorrer ao serviço.
Os primeiros dias de Fevereiro foram ainda mais agitados, uma vez que foi prestado atendimento a 476 doentes diários, com um pico de 604 utentes tratados no dia 5. O aumento de casos foi, este mês, de 52 por cento.
O aumento da afluência às urgências do Hospital Infante D. Pedro começou a verificar-se no último trimestre do ano passado, revelou ao Diário de Aveiro o director do serviço. José Luís Isidoro refere que em Outubro, Novembro e Dezembro de 2006, as urgências receberam em média mais 67 doentes do que nos anteriores meses do ano, o que representou uma subida de 20 por cento. O dia com maior número de casos registados foi 26 de Dezembro, com 509 doentes.
Este crescimento deve-se essencialmente, segundo José Luís Isidoro, ao fecho do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Aveiro.
De acordo com o clínico, outro factor deve ser tido em conta, especialmente este ano, no acréscimo de atendimentos nas urgências: as gripes. «Em Janeiro e Fevereiro, a razão para o aumento de doentes são também os síndromas gripais», declarou ontem ao Diário de Aveiro.
Tudo somado, José Luís Isidoro conclui que, de Outubro a Fevereiro, se observa em relação a anos anteriores um «desvio padrão anómalo» no número de utentes tratados naquele serviço do estabelecimento de saúde aveirense.
Apesar do «enorme esforço e dedicação» dos profissionais que trabalham nas urgências, é «difícil» responder à «grande sobrecarga de doentes» que se tem registado nos últimos meses, adverte o director do serviço, lembrando que em alguns dias é atendido «quase o dobro» de utentes do que a capacidade instalada.
José Luís Isidoro conclui, por isso, que as urgências não dispõem de «capacidade de resposta» para fazer face à «procura anómala» de pessoas. Também por isso, o médico defende que o Centro de Saúde de Aveiro devia «dar uma ajuda» e alargar o seu horário de atendimento.
Aumento de doentes não justifica alargamento de horário
A gripe tem sido responsável por um aumento de doentes a recorrer às unidades de saúde de Aveiro, mas nada que justifique o alargamento do horário de funcionamento do centro de saúde local, como já sucedeu noutras regiões do país.
Os centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, por exemplo, vão alargar o horário de funcionamento até às 22 ou 24 horas para responder a um acréscimo na procura de urgências que se tem verificado nos hospitais da região.
Em Aveiro, o afluxo às casas de saúde é agora maior, mas a «procura crescente» de cuidados médicos ainda não é suficiente para recomendar mais horas de actividade no centro de saúde, disse João Terrível.
O director do estabelecimento de saúde aveirense reconhece que o número de doentes com «sintoma gripal» subiu nos últimos dias, mas «nada de diferente em relação a anos anteriores». «Os números não são excepcionais» para justificarem o alargamento do horário do centro de saúde, afirmou ontem ao Diário de Aveiro.
Apesar disso, João Terrível e o delegado de saúde de Aveiro, Vieira da Silva – ambos responsáveis pela elaboração do plano de contingência local para a gripe das aves e para a gripe sazonal –, chegaram a admitir a possibilidade de alargar o número de horas de funcionamento do Centro de Saúde. «Mas os números ainda não nos obrigaram a isso», declarou o director da unidade de saúde.
Até ontem, João Terrível não tinha recebido «nenhuma indicação» para proceder ao alargamento de horário, estando a «aguardar ordens superiores» da Sub-Região de Saúde de Aveiro.
Na quinta-feira, o ministro da Saúde, António Correia de Campos, anunciou que os centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo vão alargar o horário de funcionamento a partir de hoje e até ao final do mês, medida que deverá alargar-se a todo o país conforme as necessidades detectadas em cada uma das cinco regiões de saúde.
Além de alargarem o horário de funcionamento, os centros de saúde passam também a fornecer gratuitamente, após a consulta e sempre que necessário, medicação para a febre e a dor em quantidade suficiente para 48 horas de tratamento.
O governante salientou que a actividade gripal em Portugal não está a ser mais intensa do que em anos anteriores, mas começou na segunda-feira passada a registar uma tendência de crescimento que as autoridades prevêem que venha ainda a aumentar.
Rui Cunha"
1 comentário:
Olhe que não é dificil...
1º acrescimo sezonal de doentes que não tem alternativa, dado o encerramento e redução de horarios dos SAPs, senão recorrer aos SU hospitalares
2º è nos locais onde ocorreram tais modificações que isso se faz sentir mais
3º oeração ridicula pomposamente chamada de Plano de Contingência para disfarçar o erro
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