sábado, março 31, 2007

Patético!

Lembram-se dos fenómenos do Entroncamento?

Pois agora temos as grávidas da Figueira da Foz!

Esta da garagem é mesmo patética. Não o acontecimento, que pode acontecer a qualquer grávida (relapsada?), mas fazer disso uma notícia, uma "caixa".

Nem com uma maternidade no rés-do-chão desse edifício, este parto era hospitalar.

Os leitores que pensem quantas localidades de Portugal não têm maternidades, há dezenas, centenas de anos e nunca se afirmou que, após um parto numa ambulância, se reivindicasse uma maternidade local.

Tenham dó!

Nesta matéria das maternidades estou com o CC e contra a demagogia de toda a oposição.

domingo, março 25, 2007

Patética!

A Júlia Pinheiro é a Júlia Pinheiro. Está tudo dito!

Habituou-se a estupidificar os portugueses através dos seus programas, e nós habituámo-nos a vê-la como a personificação desta televisão estupidificadora.

Escreveu umas patéticas linhas no jornal 24 horas de 23 de Março, com o título "Patético."

"Patético

No futuro, algumas crianças portuguesas vão ter dificuldade em assumir a sua identidade geográfica. Dentro de uma década e meia, adolescentes perturbados vão perguntar: “Será que o facto de eu ter nascido numa autoestrada fez de mim este ser errante, sem raízes, sem futuro?”

O retrato está um bocadinho carregado e tem um tom anedótico, mas verdade é que, desde que fecharam algumas maternidades do País, os bebés começaram a nascer em ambulâncias embalados pela sirenes do veículo e por um cheirinho a escape e combustível, que os prepara logo para um mundo marcado por terríveis alterações climáticas."

Quem quiser ler mais pode ir ao site do 24 horas.

A Júlia Pinheiro só agora descobriu uma realidade que já existe há décadas, desde que há ambulâncias, bombeiros e grávidas. Os bombeiros até têm os seus "especialistas" em partos...

O mundo rural é uma realidade e uma óptima realidade, e sempre as grávidas tiveram os seus filhos longe, nos antigos hospitais distritais e muitas vezes no trajecto.

Nunca se falou e quando se falava era em tom factual sem qualquer carga político-jornalística. Até em aviões já nasceram crianças...

Mas a Júlia Pinheiro só agora descobriu que há um país para além dos estúdios da TVI... paciência.

Talvez essas grávidas sejam apoiantes fieis dos seus programas e desconheçam o que são "sinais de parto" que aparecem muito antes do período expulsivo.

Talvez a Júlia Pinheiro possa usar os seus programas e aproveitá-los para um pequeno serviço público, divulgando:

SINAIS DE PARTO
  • Expulsão do Rolhão Mucoso, que consiste na eliminação, pela vagina, de muco gelatinoso, rosado ou acastanhado. A sua expulsão pode ocorrer dias ou horas antes do parto e significa que o nascimento estará para breve.
  • Rotura da Bolsa de Águas, que é a saída de líquido amniótico pela vagina, devido à rotura das membranas que envolvem o bebé. Pode sair lentamente ou de repente, em grande quantidade. Normalmente, é claro e transparente. Nesta situação deve dirigir-se ao hospital da sua área de residência o mais rapidamente possível.
  • Contracções Uterinas Regulares - no início do trabalho de parto, as contracções são irregulares (isto é, os intervalos não são certos) e são pouco frequentes. Começa por sentir que a barriga fica rija, podendo não haver dor. Progressivamente, vão-se tornando mais regulares, mais intensas e mais próximas. Quando as contracções forem regulares, com intervalos de dez minutos, deve dirigir-se à maternidade.

O trabalho de parto dura em média de 6 a 12 horas!

Neste site (de onde foram retiradas estes sinais de parto) da Universidade de Aveiro há informações interessantes com desenhos bem elucidativos.

Mas os culpados, presumo, já estão encontrados: os médicos e os enfermeiros que não informaram detalhadamente as gestantes, os bombeiros e o INEM que não foram rápidos, as maternidades que fecharam (e ainda bem!), enquanto estas perdiam tempo a assistir às patetices da Júlia Pinheiro.

Curiosamente lembro-me dos livros que a minha mãe comprou há mais de cinquenta anos para, já nessa altura, não ser surpreendida nas suas gravidezes.

Sempre foi uma mulher previdente... porque não são estas mães agora?

sábado, março 24, 2007

A Tuberculose VIP

Post intitulado O PORTO E A TÍSICA, assinado por e retirado do blogue Rerum Natura (espero que autorizem!):


"O que têm em comum (por ordem alfabética, estando entre parêntesis a respectiva idade quando morreram): Lorde Byron (36 anos), Frédéric Chopin (39 anos), Bento Espinosa (45 anos), Franz Kafka (41 anos), John Keats (26 anos), D. H. Lawrence (45 anos), George Orwell (47 anos), Edgar Allan Poe (40 anos) e Anton Tchekov (44 anos)?

São todos eles nomes das artes e das letras, mas não só. Estará o leitor confuso? Então acrescentemos uma lista de nomes portugueses, todos eles ainda da área das artes e das letras: António Aleixo (50 anos), Amadeo de Souza-Cardoso (31 anos), Júlio Dinis (42 anos), António Nobre (33 anos), António Soares dos Passos (34 anos) e Cesário Verde (31 anos)?

Não, não é apenas a data da morte, que em todos esses casos ocorreu precocemente. É a causa da morte, que foi a mesma em todos eles: a doença que o povo chamava tísica e a que a ciência deu o nome de tuberculose. A tuberculose, causada pela terrível bactéria que dá pelo nome de Mycobacterium tuberculosis (ou bacilo de Koch) foi uma das enfermidades mais letais para as artes e para as letras. Paradoxalmente, como se pode avaliar pelas obras dos autores listados, marcadas em grande medida pela fatalidade, e ainda por obras como “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann (que descreve a estada de Hans Castorp num sanatório suíço para tratar a tísica, uma história inspirada pela doença da mulher do escritor), ou a “A Dama das Camélias” de Alexandre Dumas (baseado num facto real e mais tarde adaptado a ópera por Giuseppe Verdi: no final de “La Traviata”, a jovem Violeta esvai-se, completamente tísica), que teria sido das artes e das letras sem essa doença? Também em “Crime e Castigo”, Fedor Dostoievski conta uma morte por tuberculose inspirado provavelmente na morte similar da sua mulher. E até o famoso quadro “O Grito” de Edvard Munch pode ter sido influenciado pela morte, por tuberculose, da mãe e da irmã do artista.

Também a ciência sofreu com a tuberculose. Dois dos maiores matemáticos de todos os tempos: Niels Hendrik Abel (26 anos) e Georg Bernhard Riemann (39 anos) morreram de tuberculose. O mesmo sucedeu, embora em idades bem mais avançadas, com Julius Mayer (64 anos), um físico tísico que foi um dos criadores da termodinâmica, e com Erwin Schroedinger (73 anos), um dos criadores da teoria quântica. Um outro físico quântico, Richard Feynman, escreveu cartas comoventes à sua primeira mulher, Arline, quando ela estava a morrer de tuberculose e ele trabalhava no projecto Manhattan, em Los Alamos, de construção da bomba atómica.

Em Portugal, a doença conheceu particular incidência na cidade do Porto. Em 1899 o médico portuense Ricardo Jorge chamava-lhe “a sua cidade cemiterial”. E ainda hoje o Porto é uma cidade com uma taxa de casos de tuberculose que ultrapassa largamente a média nacional (infelizmente, Portugal também neste índice ocupa um lugar na cauda da Europa). A doença espalhou-se devido às más condições sanitárias, em particular as que existiam nas chamadas “ilhas” do Porto, que no século XIX e ainda no século XX tinham condições de promiscuidade inimagináveis. Eram verdadeiros “pastos” para a bactéria!

Não admira por isso que um médico pneumologista do Porto, António Ramalho de Almeida, tenha escrito um livro intitulado “O Porto e a tuberculose” e subintitulado “História de 100 anos de luta”. Ele conhece bem o problema por dentro, uma vez que trabalhou mais de 30 anos no Sanatório de D. Manuel II depois de se ter licenciado em Medicina na Universidade do Porto. O livro descreve a vida e a morte na cidade do Porto ao longo dos dois últimos séculos. Começa por falar do Cerco do Porto e de D. Pedro IV, um dos tísicos mais célebres. Porque vem a talhe de foice, acrescente-se, que Salazar, embora não tenha morrido da doença, foi outro tuberculoso célebre, tendo chegado a ser tratado no Caramulo (hoje, no Museu do Caramulo, pode ser visto um retrato dele na serra, da autoria de Eduardo Malta). Esse facto, que não foi muito divulgado, levou Winston Churchill a definir Portugal de uma maneira muito violenta, que só encontra eco no modo como Lord Byron nos tratou (“Com tal gente, / Ó Natureza! Por que desperdiçaste os favores?”):

“É um país de tuberculosos governado por um tuberculoso”.

O livro fala depois do Porto de Júlio Dinis, que apesar de médico doente não escreveu muito sobre a sua doença. Já o mesmo não se passou com António Nobre, também natural do Porto e o autor de “Só”, o livro mais triste que jamais houve em Portugal. São dele e desse livro os versos muito tristes (poema “Canto do Lume”):

“Mês de Novembro! Mês dos tísicos! Suando,
Quantos, a esta hora, não se estorcem a morrer!
Vê-se os padres as mãos, contentes, esfregando...
Mês em que a cera dá mais e a botica, e quando
Os carpinteiros têm mais obra p’ra fazer”.

E também são tristíssimos os versos do poema “Pobre tísica”, que começa assim;

“Quando ela passa à minha porta
Magra, lívida, quase morta,
E vai até à beira mar,
Lábios brancos, olhos pisados:
Meu coração dobra a finados,
Meu coração põe-se a chorar”.

A obra do Dr. António Almeida trata principalmente da longa luta travada contra a tuberculose no Porto, que incluiu, depois da chamada da atenção para a insalubridade nas “ilhas” do Porto por Ricardo Jorge em 1899, a criação pela Rainha D. Amélia nesse mesmo ano da Liga Nacional contra a tuberculose. Essa luta incluiu a angariação de fundos, como a venda do selo anti-tuberculoso, e a construção do Dispensário do Porto, da Colónia Sanatorial Marítima da Foz do Douro e do Sanatório Marítimo do Norte, na praia de Francelos (tal como os ares da montanha, os ares marítimos faziam bem à doença e houve quem fosse tratar-se para a Foz do Douro, assim como houve quem fosse – muitos deles nomes famosos – para a ilha da Madeira). O livro fala de outros sanatórios nortenhos como o de Montalto, no cimo da serra de Valongo, e o já referido Sanatório de D. Manuel II, que foi construído em 1933 no cimo do Monte da Virgem.

A tuberculose foi muito reduzida, em todo o mundo e também no Porto, com a descoberta da bactéria em 1882 pelo alemão Robert Koch (Prémio Nobel da Medicina em 1905). O primeiro sucesso de vacinação anti-tuberculose deveu-se aos franceses Albert Calmette e Camille Guerin em 1906. Foi a vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guerin), usada pela primeira vez em seres humanos em 1921 (quem não se lembra dessa vacina no tempo da escola?). Mas só em 1946, com a preparação do antibiótico estreptomicina, o tratamento da doença se tornou possível. O norte-americano de origem russa Selman Waksman foi o autor da proeza, que lhe valeu o Prémio Nobel da Medicina de 1952.

No entanto, a luta com a doença está longe de estar terminada. A SIDA veio modernamente fazer recrudescer o velho mal. A tal ponto que o Dr. António Almeida termina o seu livro com um grito de revolta:

“Enquanto durar este tipo de mentalidade, enquanto as pessoas não forem informadas com verdade do poder da tuberculose, enquanto nas Universidades não se ensinar devidamente a realidade da tuberculose nas suas múltiplas facetas clínicas, enquanto a comunicação social não fizer uma campanha exigente, consertada e continuada no tempo, e enquanto a tuberculose não der votos, ou por outra, não sensibilizar os políticos, o Porto será a cidade portuguesa com maior número de casos de tuberculose, apesar de tudo o que atrás foi dito com verdade, com história e com alguma glória. Sinceramente não somos merecedores daqueles antepassados que tudo fizeram para que o mal não fosse maior”.

Tem uma correcção de um comentarista que refere que Amadeo de Souza-Cardoso (31 anos) faleceu em 1918 em consequência do surto pandémico da gripe espanhola.

sexta-feira, março 23, 2007

Em Portugal Passou-se O Mesmo Com Os Médicos Espanhóis.

Do blog Medicina Cubana:

martes, marzo 20, 2007

Médicos becados por Cuba causan conflicto en Honduras.

Los pobladores de las zonas rurales del país deberán seguir pagando las consecuencias de los conflictos entre la Secretaría de Salud y los médicos en servicio social. Hoy inicia la segunda semana en la que estos estudiantes de último año de Medicina se han declarado en asambleas informativas.
La razón del conflicto son los supuestos privilegios que Salud le ha otorgado a los estudiantes hondureños becados por Cuba, al permitirles hacer su servicio social sin cumplir el requisito de haber realizado un año de internado rotatorio.
Otra de las quejas es la pretensión de otorgarles un determinado número de plazas médicas directas sin que sean sometidas a concurso. Ángelo Murcia es uno de los médicos en paro y asegura que “las pláticas con la Secretaría (de Salud) ya iniciaron, pero hasta la fecha no hemos podido solucionar nada, esperamos que en el transcurso de la semana se logre resolver algo”, explicó.
LOS AFECTADOS
Salud desconoce la cantidad de pobladores que se han visto afectados por la medida de presión de los médicos en servicio social, pero sí se garantizó que son alrededor de 300 los centros de salud que se han visto perjudicados, la mayoría de ellos ubicados en la zona rural del país.

sexta-feira, março 02, 2007

A Menina Bonita Do Ministro Da Saúde, Queixa-se!

As Unidades de Saúde Familiar são a bandeira de luta do ministro CC e a solução para todos os males da Saúde, nomeadamente para a reestruturação das urgências.

Mas no site do jornal Médico de Família parece que a situação não é assim tão boa.

Eis o que diz um dos intervenientes (José Luís Biscaia) na formação de uma USF:

"Sem os meios necessários a reforma cai!

José Luís Biscaia, vice-presidente da APMCG, lança um aviso: a reforma dos Cuidados de Saúde Primários foi iniciada, mas ainda falta muita legislação de suporte, imprescindível à concretização do processo… Como também faltam muitas das ferramentas essenciais ao funcionamento e à avaliação do trabalho desenvolvido nas Unidades de Saúde Familiar.

A área das tecnologias da informação é, em campo de ineficiência, um exemplo pragmático, com a entidade responsável pelo sector, o IGIF, a revelar-se incapaz de resolver os muitos problemas que afectam o trabalho no terreno. Por exemplo, aponta o médico de família da Figueira da Foz, a sua USF está ligada ao CS por uma largura de banda de 512 kb. Este está ligado à SRS com uma largura de 1 mega… Que por sua vez comunica com o IGIF com uma capacidade de 2 mega.

Ora, não é preciso ser perito informático para perceber que basta que alguns profissionais estejam a utilizar a Internet em simultâneo para que o sistema bloqueie.

Isto, num país onde o Governo apregoa estar em curso um choque tecnológico. Atendendo ao que se passa no terreno, desabafa o médico, “fica a impressão de que na Saúde… Ainda não ligaram o disjuntor”.

Enquanto isso, a paciência dos milhares de profissionais que avançaram no terreno e dos muitos mais que aguardam por novidades para dar o primeiro passo, vai-se esgotando…

Sendo certo que em caso de colapso… A reforma será arrastada na queda!"

quinta-feira, março 01, 2007

Rupatadina, Ainda.

Um comentário anónimo reactiva os posts de 2005, aqui e aqui:

"Anônimo disse...
Além disso, o Rinialer NÃO está aprovado pela EMEA (Agência Europeia do Medicamento) nem pela FDA (Agência Americana de Comida e Medicamento). No que respeita à origem do fármaco, essa é Espanhola e o fabrico tb...
"