sábado, maio 05, 2007

Prof. José Manuel Silva A Bastonário!

Subscrevo integralmente.

Este homem merece ser Bastonário.

"Michael Porter e Correia de Campos
Artigo do Prof. José Manuel Silva*

Não, não se preocupem que não confundo as duas personalidades!

Michael Porter é um reconhecido e laureado economista, especialista em estratégia competitiva e profundo conhecedor da Saúde; em co-autoria com Elisabeth Teisberg escreveu um livro notável -- Redefining Health Care. Creating Value-Based Competition on Results.

Um pequeno resumo das ideias veiculadas nessa magnífica obra, cuja leitura recomendo vivamente, em particular aos responsáveis nacionais e locais da Saúde, foi agora publicado (JAMA, 2007; 297: 1103-11). Vale a pena salientar algumas frases:

- Embora as propostas de reforma da Saúde difiram, têm isto em comum: todas examinam o sistema actual e perguntam que modificações, impostas de fora, podem efectivamente controlar os custos, que são elevados e aumentam continuamente. Esta abordagem do problema falhará, porque começa com uma falsa premissa. O objectivo do sistema de Saúde não é minimizar os custos mas fornecer valor aos doentes, ou seja, mais saúde por cada dólar gasto.

- É necessária uma maior liderança dos médicos, agora. A única solução real para o problema nacional da Saúde é aumentar dramaticamente o valor dos cuidados de saúde prestados com o dinheiro que está a ser gasto. Isso nunca será conseguido do exterior, remendando esquemas de pagamento e incentivos. Aumentar o valor dos cuidados é algo que apenas pode ser conseguido pelos médicos.

- A competição na Saúde é disfuncional quando cada interveniente no sistema ganha não porque aumenta o valor para os doentes mas porque rouba valor de outros (diminuir tempos de consulta, esmagar salários, restringir serviços, transferir custos, etc.). Nenhuma destas medidas melhora os resultados da Saúde por cada dólar gasto -- de facto, muitas vezes tem o efeito inverso.

- A competição pelos resultados (melhor saúde por dólar gasto) produziria múltiplos vencedores: os doentes, que receberiam melhores cuidados, os médicos, que seriam recompensados pela excelência, e os custos, que seriam contidos.

- Um sistema baseado em valor fundar-se-ia em três princípios simples: 1) o objectivo é o valor para os doentes; 2) os cuidados de saúde devem ser organizados em redor de condições médicas e dos seus ciclos de cuidados, não em serviços de especialidades que obrigam o doente a percorrer múltiplos departamentos; 3) os resultados são medidos e divulgados (na cirurgia de by-pass coronário, a mortalidade em New York diminuiu 41% nos primeiros quatro anos de comunicação de resultados).

Tudo ao contrário

Basta olhar para a política de Correia de Campos para percebermos que tudo está a ser feito ao contrário. Os objectivos são exactamente os de esmagar salários, restringir serviços, transferir custos para os doentes, asfixiar instituições, substituir recursos públicos por privados… Nada que um qualquer coveiro de um qualquer cemitério deste país não conseguisse fazer. É o caminho mais fácil e o que exige menos conhecimento, experiência e inteligência.

Nestes dois anos de mandato do actual ministro da Saúde, apenas duas medidas são, de facto, de elogiar: a diminuição do preço dos medicamentos e o tímido início da criação de economia de escala com centrais de compras. Há muitos anos que defendo uma moderna e funcional central de compras do Ministério da Saúde para consumíveis, incluindo medicamentos; a poupança seria de milhares de milhões de euros! Mas talvez afectasse alguns interesses…

Todas as restantes medidas visam o racionamento cego, as pseudo-grandes reformas estão encalhadas, as nomeações continuam a ser maioritariamente de carácter nepótico e os «pequenos poderes» exercem-se de forma discricionária, liquidando totalmente a microeconomia do SNS (será esse o objectivo oculto?...).

A reforma dos cuidados de saúde familiares, a mais importante e determinante reforma da Saúde (cujo êxito se deseja e se exige!), caminha a passo de lesma e prenhe de problemas e indefinições. O que tem reflexos graves para todo o sistema de Saúde, nomeadamente para as Urgências hospitalares. Começando com uma excelente ideia, a filosofia das USF, colocou-se o carro à frente dos bois. Pela admirável generosidade e idealismo de muitos, interesses particulares de alguns e pressões sobre outros, constituiu-se pouco mais de meia centena de USF, claramente aquém das expectativas e das necessidades, e sem o devido enquadramento jurídico. Entretanto, induziram-se mais elevados níveis de organização e responsabilidade, o aumento das listas de utentes e maiores cargas de trabalho, mantendo o mesmo acanhado vencimento base dos médicos e com alguns colegas, inclusivamente, a perder dinheiro (o sonho de qualquer ministro! Por isso, o ministro quer mais USF modelo A, sem definir as respectivas regras e compensações…)!

Reforma subvertida

A reforma das Urgências está a ser totalmente subvertida pelas sucessivas decisões ministeriais. Até se inventa a sandice da «valência peculiar» da «Ortopedia a quente» para justificar o não cumprimento do relatório da CTRAPU no que respeito ao Curry Cabral (como é que alguém pode produzir estas atoardas e continuar ministro da Saúde?!).

Confirma-se aquilo de que já se suspeitava, o ministro apenas queria um relatório descartável, que pudesse usar a seu bel-prazer e lhe permitisse fechar SAP indiscriminadamente. Assim, poupa nos anéis e corta os dedos! Nada faz para cumprir o relatório da comissão pela positiva, mas vai fechando toda a assistência médica de proximidade em situações de urgência, ainda antes da implementação das imprescindíveis alternativas.

O que se passa no distrito de Bragança é vergonhoso e perigoso, mas traduz fielmente os objectivos do actual Governo: encerrar progressivamente o Interior do País. A rede de Urgências ainda não está implementada, a rede e o equipamento de emergência pré-hospitalar são uma miragem, a VMER de Bragança está frequentemente INOP, não há um regulamento das consultas abertas, mas os SAP já vão ser encerrados. Porém, como o ministro até reconhece a necessidade de «qualquer coisa», porque as populações ficam demasiado desprotegidas, transforma os SAP em SEP, ou seja, serviços de enfermagem permanente (ao aceitar esta caricata situação, a Ordem dos Enfermeiros evidencia a sua visão distorcida da equipa de saúde e que a sua prioridade não é a qualidade dos cuidados prestados aos cidadãos)!

O mesmo ministro que teve o despudor de dizer que um médico com estetoscópio num SAP não oferecia confiança (não obstante a presença de enfermeiro e auxiliar e os recursos técnicos e físicos existentes), agora já acha que um enfermeiro oferece confiança e segurança às populações?! Não representa esta medida uma profunda hipocrisia? O senhor ministro, quando está gravemente doente, recorre a um enfermeiro e depois pede-lhe para chamar um médico que pode estar até meia hora de distância? O ministro da Saúde está a insultar a inteligência e a brincar com a vida dos portugueses! E pretender que uma linha telefónica ineficiente (24 Horas, 30/04/07), milionária, espartilhada e burocratizada, independentemente das informações úteis que dispense, pode substituir o atendimento médico urgente presencial é raiar a insanidade e o cinismo!

Até quando?

Vai morrer gente no distrito de Bragança em situações de urgência/emergência por falta de assistência médica, é inexorável. Mas claro, lá iremos ter o INEM a lavar as mãos e o senhor ministro a orgulhar-se de não abrir inquéritos. Mas deve estar todo contente porque vai poupar mais uns euros em horas extraordinárias… Até quando?...

Alguns médicos, mesmo não sendo sequer obrigados a concordar com o regime de chamada, vão aceitá-lo, inclusive permanecendo em presença física durante a noite. Por consideração para com os doentes. Mas o ministro não merece essa consideração. Parece-me chegada a altura de os sindicatos dos médicos pegarem frontalmente na questão dos vencimentos base dos médicos, que são inaceitavelmente baixos, como até este ministro já reconheceu. Vamos dignificar o preço/hora dos médicos, lutando pela sua duplicação (no mínimo!), e aceitar a diminuição do valor das horas extraordinárias para metade. Os benefícios para os médicos e para as suas reformas são evidentes.

Quanto ao senhor ministro, finalmente deixará de andar obcecado com as horas extraordinárias dos médicos, deixará de agitar publicamente recibos de horas extraordinárias, deixará de condicionar a política de Saúde e a assistência aos doentes em função das mesmas, e deixará de as poder usar como arma de arremesso quando lhe convém (basta recordar o elucidativo e cirúrgico título de primeira página do JN de 23/04/07, com óbvia origem ministerial: «Médicos travam mudança dos centros de saúde para manter horas extras»…).

Fica este forte e sério desafio aos sindicatos; curiosamente, era um favor que faziam aos médicos, aos doentes e às obsessões do senhor ministro da Saúde…

*Presidente do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos

Subtítulos e destaques da responsabilidade da Redacção

TM ONLINE de 2007.05.03
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44 comentários:

naoseiquenome usar disse...

Trata-se do mesmo sujeito que disse no "prós e contras" que as queixas ditadas em arigo jornalístico publicado e muito lido, acerca do funcionamento do "seu" SU nos HUC, se queriam referir a apenas um dia, não é? :)

naoseiquenome usar disse...

(è que, desculpem lá, eu, que sou "marginal" :), continuo a achar que a honestidade, mormente intelectual e a coerência têm de continuar a "valer")

Anónimo disse...

"marginal" :) srª Inspetora, tenha dó sim!!!

naoseiquenome usar disse...

Dó??? Só se fôr de mim, uma simples marginal que por acso tem de aturar estas retóricas todas! ... Ai essas adivinhações, credo! ... serei das Finanças?!... Não, podeia ser... da PJ? ... Não... então? Do ensino Superior?... Bom, se calahr também não... Bom exercício! :)

Anónimo disse...

Excelente artigo!

Anónimo disse...

Caro futuro colega,

venho por este meio informá-lo que a sua pessoa, o seu blog(mais propriamente este post) e os médicos estão a ser cobardemente críticados e insultados no blog de um sr. enfermeiro o qual lhe deixo o link http://doutorenfermeiro.blogspot.com

Não é a primeira vez que a classe médica é atacada neste blog (aliás, até me arriscaria a dizer que é uma constante), como poderá perceber quando o visitar.

Cumprimentos,

Um aluno de medicina

naoseiquenome usar disse...

:)))
ó sr. Dr: eu bem lhe digo, mas de que vale?! :)
Ponha-me estas "tretas" destes artigos em itálico, homem e com aspas bem gtoras, a ver se de uma vez por todas quem lê (será que lê?), percebe3 qual a opinião que subscreve e a opinião escrita de outros que publica b(claro, claro... estando fundidas, obviamente, mas isso não interessa nada... ).

Garanto-lhe que me ri...

Anónimo disse...

Sr. "aluno de medicina":

A blogosfera ainda oferece liberdade de expressão. Efectivamente o blog desse enfermeiro tem uma posição crítica face à classe médica como pude ver. Mas repare, criticar não é crime. Aliás, penso que nem sequer é feita cobardemente, na medida em que identificou claramente o blog e o post em questão.
É óbvio que o autor desse blog tem um discurso agressivo e até cegamente defensor dos enfermeiros, contra tudo e todos. Não acho que esteja correcto, mas é um direito de liberdade que lhe assiste.
Não lhe fica bem a si é estar a fazer este papel de "queixinhas", parecido com o "pai, vai-lhe bater porque ele chamou-me nomes"...intervenha no blog do sr. enfermeiro em questão. Confronte-o e mostre a sua posição. É assim que se "fica por cima".

Médico Explica disse...

Ainda bem que há quem faça "queixinhas". Vivemos com o fantasma da pide. A liberdade também existe nas "queixinhas".
Eu concordo com muito do que o prof José Manuel Silva diz. A situação de Bragança é e complicada porque nada está regulamentado. Não está definido quem faz o quê. Sabemos que há muitos enfermeiros que falam em querer diagnosticar e prescrever. Que o façam! Estou farto de ver médicos no jornais. Se os médicos, que são médicos falham, que se dirá dos enfermeiros a fazer aquilo para que não foram preparados. Nessa altura a IGS terá que duplicar os seus quadros.

Anónimo disse...

Existem estudos no Reino Unido, nomeadamente publicados na prestigiada revista "The Lancet" que demonstram que os Enfermeiros têm uma qualidade prescrita igual à dos médicos! Não sou eu quem afirmo, basta procurar na referida revista!
Mais, de acordo com um estudo recente, os Enfermeiros são responsáveis pela detecção de 86% dos erros de medicação!
Não o disse inicialmente, mas penso que saberá que os Enfermeiros não podem receitas tantos fármacos como os médicos, apenas um lista de algumas centenas, que favorecem o exercício autónomo dos enfermeiros e a agilização dos sistemas de saúde!
A bomba caiu no Reino Unido, quando um estudo demosntrou que em unidades de cuidados intensivos, os Enfermeiros apresentavam menos erros e decidiam melhor comparativamente aos médicos!
Acrescento ainda, a existÊncia de um estudo americano, penso eu, que demonstra peremptoriamente que a actuação do médico anestesista é igual à do enfermeiro anestesita nos vários paramentros avaliddos!
Relembro que os enfermeiros prescritores têm formação avançada em prescrição, farmacologia, entre outras, e as suas competências são devidamente certificadas... ou seja, o enfermeiro só inicia o poder prescritivo depois de muita formação!

naoseiquenome usar disse...

... Bom, deixem-se de acirrar corporativismos bacocos quando o objectivo deve centar-se nos melhores cuidados a prestar ao doente, onde entram equipas pluridisciplinares, devendo todas em colaboração, de forma integrada (discutindo embora, gerando consensos, claro)preconizar um ambiente que permita o desenvolvimento e enriquecimento de todos, com benefício evidente para quem está no centro.

Vamos lá trabalhar nesse sentido!

Médico Explica disse...

Caro Ribeiro:
Estou plenamente de acordo consigo. Depois de formação específica avançada, os enfermeiros podem e devem prescrever. Há listas de medicamentos para auto-prescrição, há verá listas de medicamentos para prescrição pelos enfermeiros, pelos farmacêuticos, há listas de medicamentos para prescrição pelos médicos generalistas, há listas de prescrição inerentes a especialidades específicas, há listas de medicamentos só para uso hospitalar. Na prática não é isso que se vê! Vê-se uma ansiedade em alguns enfermeiros em fazerem o mesmo que os médicos. Até já há enfermeiros enfeudados a laboratórios de material de pensos, de material para feridas, de dispositivos médicos, e sabe-se lá que mais...

Anónimo disse...

Caro anónimo que me apelidou de "queixinhas":

Se reparar bem, eu antes de meter aqui este post puibliquei um no blog do "doutorenfermeiro" e só mais tarde coloquei este aqui, já que estava à espera que o "doutorenfermeiro" viesse aqui debater este post. Na minha opinião, a atitude de não ter comentado aqui foi uma atitude cobarde e por isso decidi fazer a "queixinha" (como você lhe chama). Também porque acho que um blog deve servir para discutir ideias, não só para as "mandar para o ar". Por isso achei que a melhor maneira de discutir ideias seria avisar o MEMI do que se estava a passar, já que de outra maneira ser-lhe-ia dificil "defender-se".

Cumprimentos,

Um aluno de medicina

Anónimo disse...

Caro MEMI,
de facto a lista de fármacos dos enfermeiros não é, como seria lógico, igual ao dos médicos especialistas. Assemelha-se "grosseiramente" a um clínico geral.
O erro de muita "boa gente" é presumir que os Enfermeiros começam a prescrever independentemente após o términus do curso. Isso não é verdade! Nem para os enfermeiros, nem para os farmacêuticos, nem para os médicos.
Logicamente é admnistrada uma formação para a prescrição, pois nem todos os enfermeiros são prescritores.
Na internet facilmente terá acesso à lista de fármacos disponíveis para receita por enfermeiros.
Todos sabemos que não é lógico, esperar pelo médico para prescrever um aspegic, um nolotil, antibióticos para infecções simples, insulina, vacinas, anti-inflamatórios, anti-histamínicos.
Não referi, por ser lógico, mas qualquer situação que ofereça dúvidas ou que seja considerada para estudo, deverá ser encaminhada para médicos.

Caro médico, como saberá os enfermeiros administram uma multiplicidade de fármacos não prescitos quando é necessários, suturam e intubam quando é necessário, fazem gessos e infiltrações inclusivé, ajustam doses de insulina, enfim, um rol de acções que são realizados há muito tempo por enfermeiros, mas sem reconhecimento legal.
Há instituições onde os enfermeiros fazem requisições analíticas e ajustam medicação por protocolo...
Bom, por este país fora, existe muitas situações que muitos sabemos....
Os enfermeiros não o querem fazer pelo gozo (pois como imagina isto acarreta responsabilizade e exposição ao erro!), querem é dinamizar a máquina da saúde, com as vantagens inerentes que todos conheçemos para os utentes envolvidos!

Anónimo disse...

Publiquei este comentário no blog http://doutorenfermeiro.blogspot.com. Publico-o também aqui para leitura dos interessados.
Os melhores cumprimentos, Rui.

Sou leitor assíduo deste blog e do blog do MédicoExplica.
O MédicoExplica é um autor com provas dadas, parece-me um homem sensato e com uma visão abrangente do quotidiano. É médico, certamtente que defenderá a sua classe. Em relação aos enfermeiros já demonstrou ter total respeito e valorização do seu trabalho, especialmente pelos licenciados.
Em relação a esta temática da prescrição parece-me óbvio colocar dúvidas (como qualquer um) em relação à segurança e aplicabilidade na prática.
Eu já fui totalmente contra a prescrição farmacológica dos enfermeiros, sobretudo porque considero que a maior parte dos enfermeiros desconhece o que é a Enfermagem e o enorme potencial terapêutico que possuem. Sou sincero, na minha licenciatura apenas encontrei um "prof" que me mostrou o que verdadeiramente um enfermeiro faz e pode fazer e de que forma se pode demarcar das outras profissões, demonstrando a sua imprescindibilidade. Claro que é preciso investir e, obviamente, consultar enfermeiros experts para crescer como profissional. Para mim o Curso de Licenciatura em Enfermagem ainda não prepara os alunos para exercerem a actividade autónoma de forma satisfatória e claro que não os prepara para serem prescritores farmacológicos. Porém, como não sou um dinossauro do tempo, consultei os estudos realizados no RU e a verdade é que ficou provada a eficácia e segurança da prescrição dos enfermeiros.
Assim, com formação avançada e num modelo semelhante ao do Reino Unido, apoio totalmente a prescrição farmacológica pela classe a que orgulhosamente pertenço.
Parece-me que os médicos e os enfermeiros nada têm a ganhar com a guerra aberta que me parece estar a chegar. Lutemos em conjunto por melhores condições para todos. Relaciono-me extremamente bem com os médicos com os quais trabalho. Eu respeito o seu trabalho, eles o meu. Fazêmo-lo em conjunto e penso que somos formamos uma excelente equipa multidisciplinar.
Em relação ao colega DoutorEnfermeiro, autor do blog, sei que é um excelente profissional e um lutador pelos direitos da classe. É "agressivo" nas afirmações, mas quem não gosta não lê. Eu gosto do blog, especialmente pela qualidade da informação relativa à enfermagem e aos enfermeiros que fornece. Ainda é coisa rara na "net"...
Um abraço a todos.

Médico Explica disse...

Muito Bem, Caro Ribeiro.

É assim que eu trabalho com alguns enfermeiros. Com outros não trabalho.

Subscrevo linha a linha o que escreveu.

Médico Explica disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Médico Explica disse...

Medico Explica said...

E também subscrevo o que o Rui disse.
Na minha unidade de saúde, tenho enfermeiros 100% autónomos naquilo que fazem e fazem muitos actos considerados médicos. Mas confesso que há outros enfermeiros cuja preocupação é "diagnosticar" tout-court. Ainda hoje uma enfermeira não licenciada, contradisse uma afirmação minha em frente a um doente. Apenas respondi: é a sua opinião, não a minha! E eu sei o que digo!

Anónimo disse...

Por todos estes motivos aqui expostos e discutidos, ainda não percebi qual o motivo da "fúria" de alguns médicos, espelhando mesmo no seu discurso uma secreta esperança que este projecto "corra mal" como forma de provar o seu ponto de vista!
Os enfermeiros não querem ser médicos, ponto final. Querem mais autonomia na equipa de saúde e continuaram a exercer em interacção com o médico.
Ah, e querem ver regulamentado aquilo que há muitos anos fazem "secretamente"...

Anónimo disse...

"continuarão". peço desculpa pelo lapso.

Anónimo disse...

"Apenas respondi: é a sua opinião, não a minha! E eu sei o que digo!"

Estragou-se meu caro doutor.
A vida ensina-nos, e mostra quem nem sempre temos a razão do nosso lado, e por isso motivo é que existe o chamado "trabalho em equipa"!
Sou enfermeiro há "largos anos", embora neste momento o meu cargo não esteja ligado à prestação directa de cuidados, por lá já passei.
Sempre respeitei todos, desde do porteiro aos elementos das várias direcções onde exerci, mas sempre exigi que respeitassem a mim, e sem dúvida o meu trabalho.
Não sei em que contexto a minha colega fez tal afirmação, mas de forma alguma o senhor deveria ter respondido da forma como diz ter feito. Demonstra desrespeito.
Ao longos dos meus tempos de exercício profissional, várias foram as situações em que não estava de acordo com o médico. A realidade mostrou-me que por vezes tinha a razão do meu lado, outras, nem por isso.
Os profissionais com quem trabalhei sempre formaram equipa comigo e eu com eles. Doutra forma não sei trabalhar, nem aceitaria fazê-lo.
Certa vez (deixe-me contar-lhe eeste pequeno apontamento), tive uma quezília entre a equipa médica e a equipa dos enfermeiros. Os médicos não concordavam com a administração de fármacos pelos enfermeiros sem a sua prescrição, fosse em que situação fosse. Resolvi tudo de uma forma diplomática e célere.
Comuniquei à equipa clínica que os meus enfermeiros deixariam de administar um paracetamol que fosse, sem a VINDA do médico ao serviço (a prescrição por telefone foi rapidamente colocada de parte!) e a sua precrição e registo no processo clínico.
Como deve imaginar, a resolução de tão intrincado caso foi breve. Todos os clínicos concordaram com a liberdade total dos enfermeiros. A equipa de enfermagem por sua vez sabe quando activar o médico, administra o que acha ser necessário, ajusta, suspende, enfim...
Mas a cultura da responsabilização reina no serviço.
Nos dias de hoje uma nova era desponta: a do "empowerment"!
Desta forma defendo a formação, e a prescrição de certos fármacos por enfermeiros.
Peço desculpa, se o aborreci com este longo e fastidioso comentário.

M Ribeiro

Médico Explica disse...

Obviamente que o Caro Ribeiro não sabe de que enfermeiro falamos. Mas eu digo-lhe. Conheço-a há 26 anos. Ex-auxiliar de enfermagem, foi fazendo não sei o quê. Nunca frequentou qualquer Escola Superior de Enfermagem. Nunca tirou qualquer curso de reciclagem (apenas quando passou de auxiliar de enfermagem a enfermeira) e só diz disparates. Mas é ENFERMEIRA e portanto só por o ser já pode contraditar o médico em frente ao doente (só isso já está errado! Quão confuso não ficará o paciente!) e a cereja em cima do bolo: o cartãozinho da Ordem dos Enfermeiros, mostrou-mo hoje, sempre pronto para mostrar. Portanto, caro Ribeiro, quando falo de enfermeiros, gosto de falar de enfermeiros licenciados de raiz. Quando a vossa profissão só tiver enfermeiros com este nível académico, poderemos conversar e discutir.

Anónimo disse...

Cumprimentos a todos
Intervenho pela primeira vez neste blog para lhe dizer que estou em perfeita concordância com o post anterior. Neste momento não deve existir classe profissionalmente mais heterogénea que a de Enfermagem. Encontramos no mesmo "barco" os topos de gama aos quais confiaria de bom grado a minha vida, trabalhando lado a lado com outros cuja formação se resume a uma progressão duvidosa em termos de habilitações académicas e profissionais. É o que me parece neste momento colocar a fasquia ainda baixa para que as ambições (provavelmente fundamentadas)de uns poucos sejam atingidas. Se visitarmos UCI's, blocos, alguns SU e outras unidades diferenciadas, provavelmente a visão que colhemos será a de uma Enfermagem eficiente, competente, dinâmica e rica em conhecimentos na minha opinião completamente sub-aproveitados. Mas não esqueçamos que basta visitar a maioria dos serviços de internamento de medicina, cirurgia, ortopedia, centros de saúde e tantos outros para contatar que aqui a realidade não é a mesma. E se migrarmos um pouco dos centros urbanos para a periferia e interior então a realidade é mais gritante. Abunda a falta de conhecimentos por vezes básicos em saúde, desempenho de tarefas mecanizadas, rotinadas, sem qualquer fundamentação teórica ou técnica para argumentar a sua intervenção quando assim é requerido. A componente relacional com o doente então nem se fala... Assim, penso que efectivamente a classe está desaproveitada de uma forma geral, mas em relação a prescrição, diagnósticos, autonomia e outras questões, há primeiro que não confundir o topo da pirâmide da classe de enfermagem com a sua base... e fazer para que esta rapidamente se torne homogénea na fasquia mais alta. Então sim.

Anónimo disse...

É curioso ler as afirmações deixadas no último comentário. Curioso porque me parece que a própria classe pensa assim.
Mas não esqueçamos que há excelentes profissionais em todos os serviços.
Conheço colegas de Psiquiatria, uma especialidade "de segunda" para muitos enfermeiros, que de facto dominam a Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, contribuindo imenso para os ganhos em saúde dos seus doentes. É claro que também os há que apenas distribuem medicação e se fecham no gabinete...
Nas UCI´s há colegas que dominam as aminas e os nitritos, que "tiram daqui e põem ali", que alteram os parâmetros ventilatórios, etc. e tudo com a máxima segurança. Mas quanto a saber posicionar um doente crítico ou a executar exercícios de reabilitação são zeros autênticos. São portanto grandes médicos (sem o serem) e pequenos enfermeiros.
Um abraço.

João Pessoa disse...

Resposta ao último comentário

Caro anónimo,
A enfermagem é de facto uma classe profissional heterogénea, no que diz respeito à formação académica dos seus membros, pelo facto de ser a profissão que mais evoluiu nos últimos trinta anos, quer em termos de formação académica, quer em desempenho e competências. Acreditando que o desenvovimento da enfermagem mantenha o mesmo ritmo, essa carecteristica passará a fazer parte apenas do passado (a licenciatura em enfermagem e o complemeto de formação em enfermagem já existem há cerca de oito anos).
Não posso concordar com a globalidade do seu comentário, pelo facto de passar a ideia de que os enfermeiros que trabalham nas UCI’s, BO’S e alguns SU’S são mais eficientes e competentes, que os outros. E também pela ideia de que os enfermeiros que trabalham nos grandes centros urbanos são mais competentes que os outros.
Relativamente à autonomia profissional, só está ao alcance de quem fizer por isso; quanto à prescrição, se em Portugal se tornar realidade, é óbvio, só estará assecível a quem fizer a formação adequada.

Médico Explica disse...

Em relação ao complemento da formação em enfermagem, só desprestigia a enfermagem. Esse complemento existe na pura realidade para dar um canudo, não para aumentar o conhecimento dos enfermeiros. Só não o tira quem não quiser. Na teoria pode ter justificação, mas na prática é uma aberração.

Anónimo disse...

A heterogeneidade também existe noutras profissoes. A medicina por exemplo. Os médicos especialistas intensivistas e cirurgiões nada têm a haver com o médicos da aldeia e de regiões mais remotas do interior, onde os conhecimentos não são actualizados e ficam aquém dos outros profissionais. A própria formação em medicina é diferente: os médicos que se formaram antes e nas alturas do 25 de abril não têm a mesma formação dos actuais. Lembro quem não sabe ou já não se recorda que muitos médicos actualmente em exercício fizeram o curso em 3 anos, ou já se esqueceram??

Anónimo disse...

"Nas UCI´s há colegas que dominam as aminas e os nitritos, que "tiram daqui e põem ali", que alteram os parâmetros ventilatórios, etc. e tudo com a máxima segurança. Mas quanto a saber posicionar um doente crítico ou a executar exercícios de reabilitação são zeros autênticos. São portanto grandes médicos (sem o serem) e pequenos enfermeiros."

Não concordo em absoluto. Quem está numa UCI (e falo por experiência) o posicionamento e os exercícios de reabilitação são as primeiras bases assimiladas! O que acontece é que cada profissional, dependendo do serviço onde exerce, desenvolve capacidades e competências relacionados. Daí encontramos pessoas das UCI que domina na perfeição o conhecimento e as técnicas, pessoal da reanimação que são soberbos, etc....

Anónimo disse...

No entanto, é lógico que se encontre algumas diferenças nos profissionais da classe que mais evoluiu nos últimos 30 anos. Daqui a 20 anos, será bem mais homogénea!

Anónimo disse...

O Médico Explica tem toda a razão naquilo que afirmou no último comentário. O Curso de Complemento não faz com que quem o frequenta adquira competências valorizáveis.
Além disso alguns dos enfermeiros que o frequentam fazem-no apenas para "não ficarem para trás" e sei que são frequentes as quezílias com os professores. Aliás, já ouvi uma vez uma colega dizer "Quem são eles para me ensinarem seja o que for quando eu trabalho há 30 anos?".
Já agora, acho incrível que alguns dos colegas mais velhos se recusem a adoptar comportamentos e a realizar intervenções de acordo com os mais recentes estudos científicos. A postura do "isto comigo sempre resultou" deve ser abandonada e a uniformidade da prática deve ser uma realidade.
Um exemplo flagrante é a utilização de solutos. Em determinados serviços de cada vez que um utente lá vai recebe um tratamento diferente, com solutos que há muito deveriam ter sido abandonados, mas lá está, "comigo sempre resultou bem...". Que se lixe a ciência, viva o empirismo!
Um abraço.

Anónimo disse...

Abigail, falará concerteza do seu serviço. Eu falo do que já vi e vejo. Obviamente que algumas competências são fundamentais a quem trabalha nestes serviços.
Eu não digo que os enfermeiros não devem saber ajustar a terapêutica, digo é que devem saber obrigatoriamente cumprir o seu papel de enfermeiros. E se a colega nunca viu quem não o faça, pois eu vejo-o todos os dias.
Cumprimentos.

Anónimo disse...

Ora saudações!
Cá estou eu então a tentar explicar qualquer coisinha.
Meu caro administrador deste blog, o que é que o preocupa em ver enfermeiros a desenvolver investigação, quer seja no desenvolvimento do solutos, pensos ou outros?? Não acha natural (diria mesmo tão natural como a nossa sede)??
O que é que não compreende ou aceita neste facto?
Se há maus enfermeiros? Correcto e afirmativo. Na realidade, acho que alguns mereciam simplesmente serem banidos...mas mais uma vez, tal facto também se aplica (e de que maneira...) a colegas seus, cuja minha vontade é a de lhes apertar o "papo".
Está farto de ver médicos na televisão? Olhe então eu nem se fala, particularmente o seu bastonário (é simplesmente de bradar aos ceús - qual figura triste!).
Se os enfermeiros devem prescrever?
Tão só não acho que podem, como efectivamente penso que DEVEM. Também aqui creio ser uma inevitabilidade. Porquê? Creio que está mais que explicado em comentários anteriores.

Relativamente ao complemento do curso de enfermagem, concordarei consigo em algumas coisas.
Terá que ser revisto o plano de estudos, para efectivamente dar objectividade a esse complemento (que agora já é de base - eu próprio já saí como licenciado), portanto "mea culpa".

Bom, para já me despeço, não sem antes lhe deixar o convite de visitar e expressar o seu comentário no blog doutor enfermeiro. Teremos todo o gosto em o ter por lá.

Médico Explica disse...

Abigail, Abigail onde foi descobrir que houve médicos com um curso transformado de 6 para 3 anos? Desconheço por completo, mas explique-se mais. Noutro comentário a senhora enfermeira confunde os médicos generalistas - médicos de família, pediatras, medicina interna, de especialidades médicas. Na mais recôndita aldeia não irá encontrar um neurocirurgião, mas sim um generalista, médico de família, clinico geral, GP, etc. E quer o neurocirurgião, quer o clínico geral podem estar desactualizados...

naoseiquenome usar disse...

:::::::::
Parabéns!
Estas gurrinhas e ódios de estimação mais que corportivisas, não lograram tocar, sequer ao de leve, no tema do post, muito menos na "pesonalidade" do Prof. José Manuel Silva!!!!!!!!!!

Médico Explica disse...

Para Hugo Roque

Volte a ler os comentários e quem os escreveu. E para já digo, com o enfermeiro Rui faria uma óptima equipa cujo resultado não seria simplesmente 1+1...

João Pessoa disse...

Medico explica,
Aceito o seu comentário, mas não compreendo porque desprestigia a enfermagem. Concordo que o complemento não aumenta os conhecimentos dos enfermeiros, pelo menos de forma significativa, e que serve para a obtenção do canudo; mas se não o fizéssemos, certamente seríamos acusados de nos ser oferecido o grau académico de licenciados. Formei-me em 97, mais tarde fiz o complemento já com alguns anos de experiência profissional; posso dizer, que se não o tivesse feito hoje não seria menos competente; no entanto, gostei de o ter feito, pelo espaço de reflexão, sobre a prática, que constituiu.
“Só não o tira quem não quiser. Na teoria pode ter justificação, mas na prática é uma aberração.” É verdade que só não o tira quem não quiser, lembro que está inerente à sua criação que os bacharéis o façam e não apenas alguns; lembro também que a não detenção do grau de licenciado é condição suficiente para exclusão da progressão de estudos de pós-graduação, nomeadamente especialidade, e também mestrado e doutoramento. Preferia ter feito um estágio profissional numa área na qual tenho défice de conhecimentos e competências ou uma pós graduação…

Abigail,
Tem razão quando diz: “Os médicos especialistas intensivistas e cirurgiões nada têm a haver com o médicos da aldeia e de regiões mais remotas do interior” mas deixa de ter razão quando diz: “onde os conhecimentos não são actualizados e ficam aquém dos outros profissionais.” Eles tem é competências diferentes, não pode dizer que não actualizam os seus conhecimentos e que ficam aquém dos outros. Ou conhece todos os médicos de província?
E também é verdade que a formação dos médicos antes do 25 de Abril não é igual à dos de hoje; nem podia ser, aconteceram desenvolvimentos cientifico e tecnológicos importantes, em várias áreas do conhecimento, nomeadamente na pedagogia e medicina, e ainda bem. Certamente a formação de amanhã será diferente da de hoje.
Curso de medicina em três anos? Não sabia. Conte-nos mais acerca disso.

Rui,
Nem discordando, nem desvalorizando a sua intervenção,
Gostava de valorizar o conhecimento de muitos desses enfermeiros mais antigos, que constituem um verdadeiro poço de conhecimento, pena é que esse conhecimento não esteja estruturado e sistematizado. Cabe-nos, agora a nós faze-lo.
Relativamente aos posicionamentos e ainda aos senhores enfermeiros mais velhos; também já trabalhei numa UCI durante alguns anos, e posso dizer, que muitos deles embora não tenham um suporte teórico que lhes permita fundamentar algumas das nossas intervenções, cumprem-nas e assim evitam complicações e gastos em saúde. No entanto, observei jovens enfermeiros que sabendo, por exemplo: identificar e o que é um derrame pleural, sabendo que intervenções implementar para evitar sequelas e a dor, nunca o faziam.

Hugo roque,
Não obstante, a importante evolução académica, científica, técnica e humana da enfermagem nas últimas décadas ser uma realidade, não nos podemos esquecer que estamos no início da sistematização e desenvolvimento do conhecimento enquanto ciência; e que para esse desenvolvimento continue não é necessário desvalorizar outras ciências, nomeadamente a medicina, que se encontram já num patamar bastante desenvolvido e sustentado, que merece todo o meu respeito, e nos super valorizarmos.
Aproveito para lhe dizer, que é sempre com enorme prazer que leio os seus comentários, que espero continuar a ler, que concordo com muitas das suas opiniões; e que me desagrada muito, tal como a todos os enfermeiros, ler comentários depreciativos, feito por médicos, à enfermagem.

Naoseiquenome usar,
Começo a gostar de si. Tem toda a razão.
Quem é o Prof. José Manuel Silva?
Vamos esperar que o administrador do blog nos conduza para outros temas.

Anónimo disse...

Caro João Pessoa:
Certamente que existem muitos enfermeiros mais velhos que possuem conhecimentos avançados e que exercem a sua prática de forma fundamentada e baseada no mais recente suporte teórico. Num comentário anterior falei nos enfermeiros experts. Pois estes experts são esses enfermeiros que sempre investiram na sua formação e que conjugam este investimento com os muitos anos de prática clínica, mais-valia inquestionável nos profissionais de saúde.
E é claro que temos colegas com formação mais recente e que não são de todo bons exemplos, mas é assim que funciona em todas as profissões.
Um abraço

naoseiquenome usar disse...

Virar de página:

Comentário meu no Saude SA.

De que têm valido as políticas da Saúde, nomeadamente as que deveriam ser implementadas pela DGS?! Veja-se o relatório preliminar da ERS sobre "cesarianas" (e não só no sector privado e privado não lucrativo).
O que fez a DGS até agora?
De acordo com o D.L. 13/93 de 15.01 e do D.R. 63/94, é á DGS que cabe licenciar, fiscalizar e encerrar se fôr caso disso.

Estamos em 2007!!!!!!!!!!!!!!!


Política?????!!!
Mais engodos?
Deixe-se disso.
Já percebemos que é bom retórico.
Agora deswça do pedestal. Vá ao terreno. Tenha como missão, solucionar os problemas....

E ... depois.... diga-me.

naoseiquenome usar disse...

Caro MEMI:
Nem ninguém me responde, vá-se lá saber porquê (talvez questão seja marginal para os leitores), nem Vª* Exª dá sinal de vida.

Placebo disse...

Não percebo a dúvida, NSQNU.
Não é uma questão de retórica?

naoseiquenome usar disse...

Não caro Placebo. É uma questão que tem de ter resolução, mas agora com o onús de nada ter sido feito nem no tempo certo, nem por quem tinha obrigação de o fazer.

Anónimo disse...

Bem, pelos comentários de alguns individuos dá impressão que este blog é visto quase exclusivamente por senhores enfermeiros... Se tivermos em conta o titulo do mesmo, não deixa de ser estranho... A não ser é claro que os senhores enfermeiros sejam (ou queiram ser)intelectuais. Seja lá como for toda a gente tem o direito a navegar nesta vasta internet á vontade e não é isso que está em causa...
Mudando de assunto, é mais que obvio que é um erro tremendo os senhores enfermeiros tomarem qualquer atitude na terapêutica farmacológica dos doentes, com a excepção de a administrar. Só não sabe isso, quem não quer saber. Acredito que hajam enfermeiros com capacidades para tomar algumas decisões simples, quer por conhecimentos adquiridos, quer por treino; mas asseguro-vos que 90% dos senhores enfermeiros estão muito, mas mesmo muito longe de estarem preparados para isso.
A titulo de exemplo, ainda hoje ouvi no hospital onde trabalho, no serviço de Medicina Interna, uma senhora enfermeira com os seus quase 30 anos, no auge da sua actividade de prestadora de cuidados de saúde, a perguntar a uma sua colega o seguinte: "o que é isto de "bormeto de ipartópio?"... "é para os pulmões" respondeu-lhe a colega... Exemplos como este podia dar-lhes imensos.
E ainda querem prescrever antibióticos? Uma das prescrições mais complicadas para um médico...
Provavemente corriam os doentes todos com quinolonas, já que "os antibióticos são todos iguais, apenas uns mais potentes que outros" - outra das bacoradas que já ouvi...
Para terminar deixo novamente a minha opinião de forma mais inflamada; se os senhores enfermeiros querem ser médicos (sim senhores enfermeiros, muitos de vocês querem ser médicos á força toda), então não é colocando posts despropositados num blog que explica medicina a intelectuais; mas sim entrando na faculdade de medicina, estudando livros de medicina e farmacologia clínica e ganhando experiência como médicos.
Cumprimentos

Anónimo disse...

SILVA SANTOS A BASTONÁRIO

Anónimo disse...

Para o enfermeiro Rui e os outros: quanto a esta de manipular aminas e NITRITOS? isto é tão ridículo quanto a vossa vontade de prescrever... ridículo... nem observam as enormidades que dizem... espectacular... Deusnos livre de enfermeiros a prescrever (é claro que há os de venda livre... bom proveito) - mesmo na classe médica há especializações porque ninguém todo o arsenal terapêutico (nem de perto)quanto mais... é de rir