sábado, junho 30, 2007

O Ministro Da Saúde Está JOCOSAMENTE Doente

O jocoso está a dar. E para o torto.

Tudo o que é jocoso é susceptível de exclusão, demissão, investigação, etc.

O País está a ficar cinzento...

"SIM - Sindicato Independente dos Médicos Jornal Virtual do SIM


NOJO
Ao Ministro da Saúde, não lhe chega demitir. Não lhe chega que o faça sem motivo sério, revelando autoritarismo, défice democrático e intolerância. Não. É preciso, para além da autoritária demissão, ofender, achincalhar e massacrar.
É claro que a Senhora Directora, ora demitida, estava no cargo por vontade política, que não era médica, que estava ligada a um Decreto do anterior Ministro que já nem está em vigor. Também é claro que todos os Directores continuam a ser nomeados pela lapela e que devem lealdade a quem os nomeia politicamente.
Mas a Senhora está a ser demitida porque se recusou a levantar um processo disciplinar ao médico que, voluntariamente, logo se identificou como o autor da aleivosia e da imprudência. E recusou-se porque advertiu o médico e retirou o cartaz logo que dele teve conhecimento, sanando um incidente, necessariamente menor.
Mas não chega. O Ministro queria a cabeça do malandro e, como a não teve, ficou com a cabeça da chefe do malandro. Alegando deslealdade. E porque é proibido falar ou ousar tecer qualquer comentário, mesmo que com salutar humor, do Ministro da Saúde e do Governo.
E, claro, quer que todos esqueçam o que disse: nunca fui a um SAP nem nunca irei. Frase que ofende milhares de médicos e que causa insegurança nos doentes que recorrem aos mesmíssimos SAP que o Ministro da Saúde mantém abertos e para onde, ainda hoje, o próprio INEM drena as suas emergências (sim está escrito emergências).
O despacho, conhecido desde Janeiro, viu agora a luz do dia no elucidativo Diário da República. E este, para a história, dita o que toda a gente vê: prepotência, excesso, autoritarismo. À perplexidade pública da leitura do Despacho de Sua Excelência, diligentemente assumido por um subalterno leal, o Ministro acrescenta sal na ferida justificando a confusão em conferência de imprensa. Porque quer ter razão. Porque não percebe que o que fez nunca lhe pode dar razão. Porque só lhe dará razão quem o bajula e quem perdeu o discernimento da vida, da democracia e da tolerância.
Inevitavelmente, Correia de Campos, o Ministro da Saúde, há-de tropeçar na sua própria língua.
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