Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) – Porque Não Se Dedicam SÓ A Fazer Meninos ?
Em defesa do Dr. João Goulão. "Folhetos antidroga foram distribuídos em bares e discotecas e não nas escolas 09.10.2007, Isabel Leiria Famílias Numerosas mantêm as críticas à campanha do IDT e dizem que João Goulão é um "erro de casting" Ao contrário do que foi dito este fim-de-semana pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), e não esclarecido na altura pelo presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência, João Goulão, os postais que alertam para os efeitos das diferentes drogas e que dão instruções muito práticas para minorar as consequências do consumo, como a importância de não partilhar os "tubos usados para snifar [cocaína]", não foram distribuídos em escolas.
"A campanha foi preparada com base em conteúdos nossos e cedidas a duas empresas de distribuição destes postais [gratuitos] para serem entregues em locais de diversão nocturna. Houve uma distribuição massiva na altura da Queima das Fitas (em Maio) e dos festivais de Verão (em Agosto)", esclareceu ontem João Goulão.
"Não houve nenhuma distribuição em escolas do ensino básico ou secundário. Os postais destinam-se a jovens adultos, que têm o mínimo de condições para fazer as suas próprias escolhas", reforçou, admitindo que possam ter chegado a estabelecimentos de ensino por via dos alunos que os levaram de outros locais.
No domingo, questionado pelo PÚBLICO, João Goulão não tinha negado a informação da APFN de que a campanha era dirigida às escolas do ensino não superior e disse mesmo que este era o "tipo de mensagens usadas noutros países europeus".
A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), por seu lado, quis saber em que contexto estava a ser feita a campanha. Esclarecida a questão, António Amaral, vice-presidente da Confap, acabou por considerar tratar-se de uma informação "perfeitamente legítima", se dirigida a um público mais adulto.
Já a APFN mantém todas as críticas, com o seu presidente, Fernando Ribeiro e Castro, a dizer que a nomeação de João Goulão para dirigir o IDT foi um "erro de casting".
Os postais (distribuídos por empresas que detêm expositores em teatros, restaurantes, bares, discotecas, universidades e cinemas) têm todo o mesmo mote - "Energia usa só a tua" - e informam sobre os efeitos, consequências do consumo continuado e medidas para minorar os riscos da utilização de 11 drogas diferentes - do álcool aos cogumelos mágicos, passando pela cannabis ou pela ketamina.
Em relação à cocaína, por exemplo, avisa-se que é susceptível de causar depressões e problemas cardíacos e alerta-se para a necessidade de, em caso de consumo, "alternar a narina que se utiliza para snifar". No caso do LSD, escreve-se: "É bom que esteja presente alguém com experiência de consumo, pode ajudar no caso de bad trip".
João Goulão explica que a campanha é preventiva, mas que não deve ignorar que há pessoas que consomem drogas e que devem ter a informação apropriada.
Quem continua em total desacordo é a APFN, que considera a campanha "perfeitamente idiota." "O facto de não ter sido feita nas escolas faz apenas com que não seja tão grave. Mas continua a ser horrorosa", critica Fernando Ribeiro e Castro, que quer saber qual a opinião do ministro da Saúde e pede a intervenção do Parlamento. Para Ribeiro e Castro, a campanha promove o consumo de drogas e, ao contrário do que tem sido feito no plano do tabagismo ou da prevenção rodoviária, não previne.
Goulão explica que a campanha é preventiva, mas que não deve ignorar que há pessoas que consomem drogas. "
8 comentários:
Duas homenagens hoje a dois Homens com H, independentemente da sua côr partidária.
Um partiu hoje. Fausto Correia. Foi meu prof. de Jornalismo ainda no Secundário.
Outro, graças a deus ou outra entidade de nome diverso mas com igual significado, continua entre nós. João Goulão. Tem uma noção da realidade arrepiante. É assim a verdade.
Sou da opinião que não se "deve ignorar que há pessoas que consomem drogas", mas também não se deviam fazer determinadas campanhas, que possam "aliciar" ao consumo das mesmas
/PB
pois.... e a politica de minimização de danos calculo que não lhe diga nada....
pôr palas nos olhos não impede que se vejam as pedras na beira da estrada caro /PB, mas eslas continuam lá. Como sexo sem preservativo....
CF
ainda bem que vivemos num país democratico, em que me parece que AINDA se pode ter pontos de vista diferentes, não é?
São só opiniões, caro CF!
/PB
Eu acho tudo isto de uma tal hipocrisia... que até me custa organizar as ideias para comentar...
Prevenir o quê?...
Pois se a droga (a par do armamento e da escravatura humana) é a mercadoria que mais dinheiro faz girar no planeta...
Prevenir o quê?...
Estragar o negócio, a quem?...
por em causa a sacro-santa iniciativa privada... e a enormíssima sabedoria do mercado?...
Não suporto puritanos da treta que pregam a abstinencia (todo o tipo de abstinências claro!) e depois resfolegam de lúxuria no primeiro canto escuro para onde conseguirem arrastar os desprotegidos deste mundo!!!
Desculpem-me a franqueza, mas se ninguém quer atacar os comerciantes porque não deixam ao menos os consumidores andar mais informados?...
Ai... tanta hipocrisia e esquizofrenia colectiva das sociedades ocidentais actuais dá-me...RAIVA!...
Bom... venha de lá essa campanha...
os cães ladram a carruagem passa....
ninguém está contra a livre expressão de pensamento. o Sr /PB tem direito ao seu, eu ao meu.
E pronto. Agora que não coincidem, não. Felizmente. AINDA não sou obrigada a concordar consigo. Nem o Sr. comigo.
CF.
nisso estamos os dois de acordo!
/PB
Séculos e séculos de combate ao consumo de drogas com o mesmo paradigma: desinformar para que não haja acesso informação sobre as mesmas, desse modo prevenindo o acesso a elas. A que nos levou? A rigorosamente nada.
Até digo mais, é uma guerra perdida à partida: as drogas fazem parte da história da humanidade, em todas as culturas ao longo da história e, em todas as culturas que as conotam como algo natural, o seu consumo está controlado. Não é possível erradicar o seu consumo,mas não o é impossível mantê-lo dentro de limites socialmente aceitáveis. A política moderna de combate ao consumo falhou! Porque não adoptar um novo paradigma? Informar! Para que a curiosidade(afinal a principal motivação para o primeiro consumo) não seja "às escuras", e que antes de pensar em experimentar saber os riscosque está a correr( às vezes a antecipação da dor pode ser mais dissuasor que a própria dor).
Em última análise(muito radical e politicamente incorrectíssima)porque não ser o própeio estado a produzir e regulamentar o comércio da "droga". Se não se consegue resolver o problema porque não ganhar com ele? Consumidores existirão sempre, legalmente ou não...
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