terça-feira, maio 27, 2008

Os ratos que a montanha pare...

É o que apetece dizer ... muito se ouve falar do descontentamento dos portugueses relativamente ao SNS, mas quando se vai analisar o relatório da Inspecção Geral Actividades de Saúde relativo às reclamações chegadas aos Gabinetes do Utente em 2007, verifica-se que elas correspondem a 1,38 reclamações por cada mil actos assistenciais dos Hospitais e a 0,35 nos Centros de Saúde, actos assistenciais estes que são vários milhões por ano...

Os detractores do sistema virão dizer já a correr que os portugueses estão pouco habituados a reclamar e a usar os seus direitos... também...mas será que aquelas permilagens subiriam muito, mesmo assim?

5 comentários:

Unknown disse...

Convinha até esclarecer a natureza das reclamações: dividi-las entre as pertinentes e as "curiosamente irrelevantes e despropositadas". Chegar-se-ia a conclusões interessantíssimas sobre o tipo de perfil do utente que reclama.

Mas não posso deixar de discordar com o nosso anfitrião quando ele diz:

" Os detractores do sistema virão dizer já a correr que os portugueses estão pouco habituados a reclamar e a usar os seus direitos... também...mas será que aquelas permilagens subiriam muito, mesmo assim?"

Honestamente... Acha mesmo que que as pessoas reclamam tanto como devem? Eu trabalho numa Urgência e posso garantir-lhe que caso fosse utente iria reclamar sempre que a demora prevista para o meu atendimento fosse ultrapassada.

Estaria a agir incorrectamente? Estaria a prejudicar o trabalho dos profissionais? Enfermeiros, médicos, administrativos, auxiliares? Talvez até estivesse a ajudá-los... A minha reclamação como utente até vale mais do que uma reclamação de um profissional. Agora imagine se fôssemos muitos(como utentes) a reclamar? Existiria uma maior força, uma maior pressão para mudar as condições de trabalhoque nos beneficiaria a todos, profissionais e utentes

Não teremos as nossas expectativas niveladas por baixo e já nos teremos habituados a condições de mau atendimento (por ex a demora excessiva)?

Anónimo disse...

Também há outro aspecto curioso em relação às queixas de demora no atendimento.. é que se demorarem a atender no SNS, cai o Céu e a Trindade - os médicos andam é a passear, não prestam, ninguém liga nenhuma, isto funciona mal, etc.. se a demora for a mesma ou até superior no privado... "este senhor doutor trabalha mesmo muito, temos que esperar 3 horas e tudo! é porque é muito bom!"
ou seja, qdo as pessoas vão ao SNS entram já com um preconceito, com todas as pedras na mão e tornam-se muito mais intolerantes a qualquer coisa que corra menos bem. Já qdo entram no privado vão tão (mal) convencidas que tudo corre ás mil maravilhas, que mesmo as faltas mais graves são desculpadas!

Anónimo disse...

lol... o comentário anterior é certamente uma opinião generalizada! E eu concordo!
Mas o que as pessoas ainda não perceberam que tanto o público como o privado tem coisas boas e más....

Médico Explica disse...

Caros comentadores anónimos: uma achega. É que no SNS a consulta é gratuita e tem de ser para já, enquanto que na Privada é bem paga e por especial favor é que é atendido

shaun the sheep disse...

O sistema de saúde, que se encontra dependente do Ministério da saúde, visa a efectivação do direito à protecção da saúde e é TENDENCIALMENTE GRATUITO para os utentes,tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos. O Ministério da Saúde e as administrações regionais de saúde PODEM CONTRATAR COM ENTIDADES PRIVADAS A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAUDE AOS BENEFICIÁRIOS DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE, sempre que tal se afigure vantajoso.(informação retirada da lei de bases da saúde) dúvidas:
- é gratuito, mas não para todos certo?
- porque não para já se se fala da saúde das pessoas? mais ainda quando o ministério pode contratar com entidades privadas? o problema é que a partir do momento em que vai para o privado deixa de ser gratuita, certo?

e afinal em que ficamos? existe uma lei de bases para k? não era baseado nestes procedimentos que o sistema deveria funcionar?
onde vai ter um país que define linhas estratégias para se seguirem e depois não passam de um monte de papeis?