terça-feira, junho 23, 2009

Os contrastes chocam !


De um nosso leitor devidamente identificado recebemos, a proposito do post anterior sobre a HIDROMASSAGEM, um email que aqui se reproduz:


Este é verdadeiramente um país com vários sistemas:Uns têm cabine de duche com hidromassagem, presume-se que para retemperar do esforço; outros fazem Consulta, dita Aberta, em cubículos sem arejamento, amarrando com uma ligadura a porta à parede para servir de janela...

Nos períodos de maior afluência com gripes, nenhum profissional escapa a uma viremia a sério e no dia seguinte sentimo-nos cansados...

Se juntarmos uma sala de espera com 9 m2 apinhada de utentes com 3 horas de atraso no atendimento, não há que desejar melhor meio de disseminar doenças respiratórias. Não contem a ninguém pois se o H1N1 descobre, vem a correr direitinho para aqui...

Informo que as instalações são no antigo serviço de urgência do Hospital da Régua.

segunda-feira, junho 22, 2009

Um país...pelo menos dois sistemas...

No site da internet do Sindicato Independente dos Médicos respinga-se uma notícia no mínimo curiosa


OS EFEITOS DA HIDROMASSAGEM

Palpita-nos que este dado não terá entrado no estudo recentemente publicado sobre a satisfação dos profissionais das USFs. E não só porque não acreditamos que tal benesse seja generalizada como também a USF Lusitana que dela beneficia ainda não está a funcionar oficialmente.

Mas por certo que o conhecimento de que as instalações daquela USF foram apetrechadas com uma cabine de duche com hidromassagem para que o pessoal de enfermagem dela possa beneficiar, retemperando-se apos um esgotante périplo de visitas domiciliárias, muito teria contribuido para essa satisfação. Está de parabéns pois o seu Coordenador, ex-coordenador da ex-Subregião de Saúde e ex-deputado da Nação!

Chegou ao conhecimento de Simedicos que inclusive há já uma lista de espera para a sua utilização por enfermeiros e demais profissionais necessitados das outras unidades prestadoras de cuidados de saúde da cidade. Apesar dos tempos de crise, não seria mais prático e rentável sob o ponto de vista da produtividade, dotar as instalações das outras USFs e, já agora das UCSP, da linda cidade museu de Viseu deste equipamento, lutando contra as listas de espera?E porque não em todas as USFs? Quanto mais não fosse com os incentivos institucionais a que algumas USFs têm direito, ainda que apenas no papel até agora…

Claro que nas unidades ditas remanescentes, de 2ª categoria, isso nem se fala… quando muito uma mangueirinha ligada à torneira e rezando-se para que a pressão seja suficiente…

Magalhães pode fazer rastreio visual das crianças


22.06.2009 - 07h10 Margarida Gomes Público


"O que é que o computador Magalhães pode fazer pelas crianças com doenças invisíveis como a ambliopia (síndrome do olho preguiçoso), por exemplo?


Mais do que imagina.


Um grupo de engenheiros biomédicos e médicos oftalmologistas ligados à empresa tecnológica Blueworks, especializada na área da oftalmologia, está a desenvolver um software didáctico para ser aplicado ao Magalhães, permitindo o rastreio visual a todas as crianças em idade escolar.


O pai da ideia é o médico de Coimbra António Travassos, que preside à Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) e foi desenvolvida na empresa, da qual é um dos fundadores.


A investigação partiu da cruel realidade dos números. "Todos os anos cerca de cinco mil crianças perdem entre 10 e 70 por cento da sua visão", um problema, dizem os especialistas, que "está a ser descurado em detrimento de outros, como a cirurgia das cataratas".


Atento à realidade de que as doenças como a ambliopia, que podem não ter sintomas, mas que têm de ser tratadas com urgência, porque depois são irreversíveis, e tendo em conta que todas as crianças do ensino básico e secundário têm uma plataforma computacional homogénea disponível, os investigadores lançaram-se na criação de um software que funciona essencialmente como um jogo onde vão aparecendo figuras com combinações diferentes.


A filosofia, segundo explicou ao PÚBLICO um dos engenheiros biomédicos que está a desenvolver o projecto, Paulo Barbeiro, consiste na existência de um jogo que, quando a dimensão do objecto vai mudando, permite fazer a avaliação da acuidade visual das crianças.


Este processo é feito primeiro num olho e repetido depois no outro.


O presidente da SPO considera que "o facto de termos em todas as escolas um computador com características de ecrã uniformes é uma oportunidade de ouro para lançar uma campanha de rastreio visual de muito baixo custo, mas cujo impacto na saúde infantil é muito elevado".


Entusiasmado com o desafio, Paulo Barbeiro realça a vantagem de haver um equipamento standard. "Todos os estímulos têm de estar calibrados para a dimensão e para o brilho dos vários monitores e o facto de o Magalhães ter o mesmo hardware para todas as crianças permite-nos criar um software em que nós recebemos a informação fidedigna", faz notar.


A informação é depois "enviada de uma forma encriptada para o sistema central onde depois é analisada".


Paulo Barbeiro revela que o projecto está "numa fase adiantada de desenvolvimento", mas não está ainda concluído.


"Mas, se tivéssemos hoje o ok do Ministério da Saúde para avançar, em dois ou três meses conseguíamos ter tudo distribuído em todos os computadores", assegura Michael Bach, professor universitário, que preside à Sociedade Internacional de Eletrofisiologia da Visão, e que é considerado com um dos grandes especialistas nesta área específica de testes electrónicos, está a colaborar no âmbito académico deste projecto inovador.


E o que faz dele um projecto singular não é o facto de os dispositivos que avaliam a acuidade visual serem electrónicos, "mas sim a utilização de uma plataforma computacional homogénea distribuída a todos os alunos, aplicando-a uma iniciativa concertada de saúde pública", revela o engenheiro biomédico.


Já o presidente da SPO prefere realçar o facto de este projecto possibilitar (através do Magalhães) uma distribuição online da ferramenta, possibilitando a existência de acções concertadas de rastreio de saúde visual a toda a população escolar, "com vantagens óbvias na detecção precoce de algumas patologias que quando tratadas adequada e atempadamente permitem que haja uma recuperação da função visual".


A equipa que está a operacionalizar o programa já teve contactos com os responsáveis pelo Plano Tecnológico da Educação (composto por três eixos de actuação: tecnologia, conteúdos e formação), mas as negociações encontram-se, aparentemente, num impasse, o que, de alguma maneira, pode comprometer o arranque do projecto no início do próximo ano lectivo.


O projecto foi apresentado como uma solução economicamente "muito eficaz" para o controlo da saúde ocular das crianças portuguesas.


"O computador Magalhães é um veículo de excepcional qualidade, representando uma oportunidade de ouro para lançar uma campanha de rastreio visual", defende o presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.


António Travassos salienta que o projecto vai ao encontro das orientações estratégicas 2004-2010 do Plano Nacional de Saúde.


O relatório do Ministério da Saúde (MS) a que alude refere que "a prevenção primária e a redução de risco, o rastreio e a detecção precoce, anteriores à manifestação dos primeiros sintomas (...), constituem as medidas eficazes e determinantes na redução das taxas de incidência e morbilidade das doenças da visão".


Os números revelados pelo MS indicam, entre outros dados, que "cerca de um terço de todas as novas cegueiras poderiam ser evitadas, se as pessoas tivessem acesso atempado à tecnologia oftalmológica existente no país" e que "20 por cento das crianças e metade da população adulta portuguesa sofrem de erros de refracção; mais de 5.000.000 de pessoas usam óculos ou beneficiariam com o seu uso".


Convicto de que o Governo não deixará escapar esta oportunidade de efectuar um "rastreio visual exaustivo, único na Europa, por um custo que é uma fracção de uma campanha tradicional de rastreio", o médico oftalmologista revela que a Blueworks já foi contactada por outras entidades que se mostraram interessadas no projecto.


O Governo anunciou no sábado que já foram entregues 370 mil computadores Magalhães a alunos das escolas do continente, públicas e privadas, estando 3000 já pagos e em vias de serem entregues.


31.600 alunos inscritos no programa de distribuição não receberam o equipamento por incorrecção de dados ou falta de pagamento.


De fora ficaram também cerca de 50 mil alunos do primeiro ciclo, que os responsáveis afirmam serem "sobretudo alunos do 4.º ano de escolaridade que optaram por aguardar inscrever-se no programa e-escola no próximo ano lectivo, quando frequentarem o segundo ciclo do ensino básico"."


quinta-feira, junho 11, 2009

Calma Pessoal: Pandemia Não É Sinal de Gravidade!

Agora que a OMS aumentou o nível de alerta para 6, isto é, pandemia instalada, é OBRIGATÓRIO passar a mensagem de que "pandemia" não é sinal de "gravidade", mas sim sinal de que o virus desta gripe se instalou num número maior de países e com transmissão independente do país inicial.

A gravidade define-se pela mortalidade e morbilidade que determinada doença possa causar. Por enquanto a gripa sazonal (a do nosso Inverno) ainda causa mais mortes do que esta.

Contudo, apesar de não ser necessário entrarmos em pânico (para isso teremos os media a martelar-nos as células cinzentas), é necessário mantermo-nos todos, técnicos de saúde e população em geral atentos a todos os sinais de uma possível infecção.

domingo, junho 07, 2009

Oh caríssimo Luis com Ana ! Sem ser atendido ... ou porventura deficientemente atendido e orientado?

Bebé morreu sem ser atendido
Monção

Ministério da Saúde averigua para saber se houve ou não negligência médica
Ontem
LUÍS HENRIQUE OLIVEIRA *


Após ter estado por duas vezes no Centro de Saúde de Monção, um bebé de 29 dias viria a morrer no colo do pai, na sala de espera da Urgência do Hospital de Viana do Castelo. Causa da morte é ainda desconhecida. Ministério está a averiguar.

O Ministério da Saúde está a averiguar as condições em que se verificou a morte de um bebé de 29 dias, ocorrida ao princípio da noite da passada quarta-feira, em plena sala de espera da Urgência do Hospital de Viana do Castelo.

Segundo fonte do ministério, a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde solicitou ao Centro de Saúde de Monção e ao Hospital de Viana do Castelo que a informassem "de imediato" sobre o que se passou com o recém-nascido. Visa o procedimento apurar se houve ou não negligência, observou a mesma fonte. As causas da morte permanecem, ainda, desconhecidas, tendo o Gabinete de Medicina Legal de Viana do Castelo comunicado à família da criança que os resultados da autópsia só devem ser conhecidos dentro de dois meses.

De acordo com pessoa próxima da família, os pais do bebé levaram-no ao centro de saúde concelhio no final da manhã da passada quarta-feira, uma vez que "aparentava ter muitas dores". Aí, o clínico que assistiu o recém-nascido terá dito que o bebé teria cólicas, dando-lhe, depois, alta. Porém, segundo a mesma fonte, "como as queixas e o choro da criança não paravam, os pais tornaram a levá-lo ao centro de saúde, durante a tarde".

Desta feita, o bebé ficaria em observações naquela unidade de saúde durante cerca de três horas, de onde só sairia por volta das 20.30 horas, "a pedido dos pais e no carro destes, a caminho do Hospital de Viana", onde o bebé viria a falecer. "Um dos médicos do hospital, que foi em auxílio do bebé, disse ao pai da criança que se tivessem chegado mais cedo poderia não ter acontecido o pior", indicou, afiançando que "nada na saúde do bebé fazia prever um tão trágico desfecho".

Indignados, amigos, vizinhos e, mesmo, o autarca local, José Emílio Moreira (ver caixa), apontam o dedo ao facto de não ter sido chamada uma ambulância para efectuar o transporte do centro de saúde para o hospital. Instado sobre a situação, o director do Centro de Saúde de Monção remeteu quaisquer esclarecimentos para a Unidade Local de Saúde alto-minhota, que abriu um inquérito para apurar responsabilidades.
Ao final da tarde de anteontem, o bebé foi a sepultar para o cemitério de Cortes, no concelho, cerimónia que constituiu profunda manifestação de pesar.
* com Ana Peixoto Fernandes

quinta-feira, junho 04, 2009

Novo regime legal da Carreira Médica


Novo regime legal da Carreira Médica

2009-06-03

O Ministério da Saúde e os dois sindicatos médicos – o Sindicato Independente dos Médicos e a Federação Nacional dos Médicos – assinaram um acordo sobre o novo regime legal da carreira médica.

O desenvolvimento técnico e científico dos profissionais do SNS é um factor crítico para o sucesso do serviço público de Saúde.
As carreiras médicas têm sido um requisito e um estímulo para um percurso de diferenciação profissional, marcado por etapas exigentes, com avaliação inter-pares e reconhecimento institucional.

Para o SNS, este processo tem possibilitado o desenvolvimento de um sistema de especialização e formação pós-graduada de sucessivas gerações de médicos, com repercussões comprovadas na qualidade dos cuidados de saúde e nos resultados medidos por vários indicadores de saúde populacional.

É, por isso, necessário preservar e aperfeiçoar este património – as carreiras médicas - em todas as instituições e estabelecimentos integrados no SNS, independentemente da sua natureza jurídica.
O Ministério da Saúde elaborou dois decretos-lei que regulamentam a carreira médica no SNS, sendo um respeitante às instituições do sector público administrativo e outro aos hospitais EPE, Unidades Locais de Saúde e hospitais do SNS que vão ser geridos pelo sector privado, no âmbito das PPP em desenvolvimento.
O estabelecimento de modos similares de valorização da qualificação e categorização dos médicos contribui para uma maior mobilidade dos profissionais entre instituições.
Com a nova legislação, passa a existir uma carreira médica única, organizada por áreas de exercício profissional (área hospitalar, da medicina geral e familiar, da saúde pública, da medicina legal e da medicina do trabalho, podendo vir a ser integradas de futuro outras áreas).

A carreira médica assenta em deveres funcionais comuns para todos os médicos e num conteúdo funcional que inclui funções de prestação de cuidados de saúde, de investigação e de participação na formação pré e pós-graduada.

A carreira médica passa a estruturar-se em dois graus (especialista e consultor) e três categorias (Assistente; Assistente Graduado e Assistente Graduado Sénior)

Sem prejuízo do disposto em instrumento de regulamentação colectiva de trabalho, o período normal de trabalho para os médicos que venham a ser recrutados em regime de contrato em funções públicas é de 35 horas semanais, à semelhança dos restantes profissionais da função pública.

O novo regime jurídico da carreira médica determina também que pode ser autorizada a frequência de cursos de formação complementar ou de actualização profissional, com vista ao aperfeiçoamento, diferenciação técnica ou projectos de investigação por um período não superior a 15 dias úteis por ano, ou nos termos que vierem a ser definidos por instrumento de regulamentação colectiva de trabalho.

A avaliação do desempenho relativa aos trabalhadores que integrem a carreira médica rege-se pelo regime da Lei n.º 66-B/2007, de 28 de Dezembro, com as adaptações que, nos termos previstos no n.º 6 do artigo 3.º da mesma Lei, forem introduzidas por instrumento de regulamentação colectiva do trabalho.

No prazo de 30 dias, a contar da data de entrada em vigor do presente decreto-lei são desencadeados os procedimentos de negociação dos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho.

Os dois decretos-lei vão ser discutidos brevemente em Conselho de Ministros.