sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Voto SIM Porque Há Médicos Ainda Mais Demagógicos Do Que Eu!

No Primeiro de Janeiro de 01/02/07:


"Quatro especialistas cardiotorácicos contra a Interrupção Voluntária da Gravidez
Cirurgiões opõem-se ao fim de vida a pedido


Quatro cirurgiões cardiotorácicos “de prestígio” declararam ontem, na Ordem dos Médicos, apoiar o voto no «Não» no referendo ao aborto porque está em causa “se é ou não possível terminar uma vida individual, a pedido de um cidadão”.

Manuel Antunes, director do serviço de cirurgia cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra, afirmou que, no que toca ao Serviço Nacional de Saúde e caso vença o «Sim», o principal problema que se coloca é a escassez de recursos humanos para responder a “esta necessidade”.

A pergunta a referendar “não invoca qualquer razão médica e estabelece um prazo destituído de qualquer fundamento científico”, afirmam Manuel Pedro Magalhães, também director clínico do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa,

João Queirós e Melo, director do serviço de cirurgia cardiotorácica do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, e José Roquete, também director clínico da unidade privada Hospital da Luz.

Integrados no movimento informal «Somos médicos, por isso não», os quatro cirurgiões, acompanhados pelo director de cardiologia pediátrica Hospital de Santa Cruz, Fernando Maymone Martins, sublinharam, porém,

que não apoiam a condenação das mulheres que praticaram aborto. “Se estivéssemos a falar a favor de despenalizar, eu era a favor dessa lei”, explicitou Queirós e Melo, mas “o objectivo é liberalizar”.

Para sublinhar que se está a falar já de “vida humana” no período de gravidez até às dez semanas, Queirós e Melo apresentou um vaso minúsculo, com uma pequena planta, que “parece sem vida, mas vai ser um rododendro, com frutos e flores”.

26 comentários:

naoseiquenome usar disse...

Quer fazer o favor de explicitar em termos ontológicos, axiológicos e biológicos em que consiste a demagogia denunciada?

Obrigada

Anónimo disse...

Será que os engenheiros não querem também fazer um movimento informal? "Somos engenheiros,por isso não". Tem tudo a ver...

Médico Explica disse...

"termos ontológicos, axiológicos e biológicos"

Só em termos parasitológicos.

naoseiquenome usar disse...

Profundamente esclarecedor!

Médico Explica disse...

A minha resposta tem um segundo sentido. Em particular posso esclarecê-la, NSQNU.

naoseiquenome usar disse...

Eu conheço o sentido da sua resposta e até concordo com ele.
Mas não é isso que está em discussão, lamento.

osso disse...

a demagogia não é discutir quando começa a vida mas sim singir a questão do referendo apenas ao seu primeiro terço.

Médico Explica disse...

Vá lá, NSQNU ainda há qualquer com que concorda comigo...

naoseiquenome usar disse...

Há muitas coisas em que concordo consigo.
Especialmente quando tem bons argumentos e as sabe fundamentar.

Destination disse...

Não acho que o principal argumento tenha de ser onde começa a vida, porque nesse aspecto ambos o sim e o não têm telhados de vidro... a questão está na hierarquia de valores e se a vida não é um valor sempre totalitário e absoluto, o certo é que são muitas poucas as situações onde se poderá justificar que outros valores a ultrapassem. Não considero que a liberdade de escolha das mulheres por si seja um deles. Eu até percebo que para as pessoas fora da área médica, um embrião ou uma célula lhes seja algo abstrato... não consigo compreender como é que para os médicos que cresceram profissionalmente a lidar com células e com a vida biológica isso tenha perdido qualquer sentido. E sinceramente choca-me que pediatras e ginecologistas atribuam tão pouco valor e respeitam tão pouco aquilo que supostamente deveriam defender todos os dias.

Mónica (em Campanhã) disse...

ana, eu explico-lhe: no meu caso, é porque acima da vida simples, valorizo a vida das pessoas. e, para mim, um embrião de 10 semanas, cheio de vida, não é sempre uma pessoa: pode sê-lo, se estiver na barriga de uma mãe que o invista de afecto e de projectos. na barriga de outras mulheres, será só um embrião.

mas o referendo não é sobre isto. é sobre isto: acha que devo ir presa por pensar assim e agir de acordo?

naoseiquenome usar disse...

M de campanhã:
Quanta falácia!
Acredite que se agir assim, depois das tais 10 semanas, se a lei se aplicar, vai presa na mesma.

Presa :) ... que raio de conversa... estude os n.os!


E já agora, a minha posição: acho que sim, se depois de julgada, se concluir que agiu com culpa!

Anónimo disse...

ok, não há mulheres presas.
Mas eu já vi mulheres em tribunal, humilhadas sem ser preciso irem presas. Já soube de investigações do MP (que falha em tantas investigações e não tem verbas) que duraram muito tempo (como o caso de Aveiro). Num país onde não faltam delitos para investigar, será preciso esta palhaçada?
Acha que ás mulheres não lhes chega estarem num tribunal com assistencia? Precisariam ainda de ser presas? Talvez lapidadas, não?
CF

naoseiquenome usar disse...

No caso de Aveiro9, atendendo ao tempo de gestação, foram e serão, mesmo com a apro9cvação da nova lei, a sê-la, julgadas!

E bem!

Anónimo disse...

A discussão acerca do aborto será sempre tumultuosa, mas temos de pensar objectivamente: vamos despenalizar a prática de aborto em condições seguras e não traumatizantes, o que não significa ser a favor do aborto, o que não significa favorecer aquela prática ou atentar contra a vida [e deixemos de lado os fundamentalismos de quando começa a vida e blábláblá]. As razões éticas, morais e filosóficas ficarão na consciência de cada indivíduo, pois é uma conduta moral que está subjacente e desse ponto de vista, é algo intrínseco que só a cada um/casal diz respeito e que ninguém pode modificar [isto quando “eles” não se demitem dessa função]. E quanto à “coisa” de que falavam há dias, não estranhem mulheres e homens que efectivamente quando se pensa estar grávida sem querer [por falha do método contraceptivo, por descuido involuntário] e porque não estão reunidas condições de estabilidade psíquico-afectiva, relacional e financeira, acreditem piamente que a primeira reacção é a de que “aquela coisa” traz consigo uma profunda alteração à própria identidade da mulher que se vê de repente assombrada por um terrível conflito interior, por não ter planeado ter dentro de si uma “coisa” que irá revolucionar a sua existência! Trata-se de ser mãe em plena consciência e com vontade própria. Não fiquem tão escandalizados quanto a esta questão!

Um pouco de sugar neste blog, que descobri há muito pouco, tão propenso a pirraças e picardias. Tenham calma e sobretudo escrevam e tratem-se bem.

Sugar

Anónimo disse...

Ao ultimo Anónimo, subscrevo integralmente a sua posição. CF

naoseiquenome usar disse...

Olhe "sugar", reveja o seu "c" e "s".


Sem mais...

Boa noite.

Mónica (em Campanhã) disse...

Ó nãoseiquenomeusar: quanta raiva nas suas palavras! é a vida acima de tudo: de tudo, mesmo.

Anónimo disse...

é a última falácia esgrimida pelo não: dizer que se ganharem, as mulheres até deixam de ir presas. já sugeriram trabalho comunitário, uma tal de ressocialização, etc.

naoseiquenome usar disse...

Tenham calma.
Pensem primeiro.
E ao menos assumam as deficiências, da escrita oa pensamento. Do paradigma, ao dogma, ao desejável.
Não sejais redutores e seres não pensantes!
Boa noite.

josnumar disse...

Voto NÃO.
Cidadão português que é confrontado com um referendo e uma pergunta para responder SIM ou NÃO à despenalização do aborto(IVG)por opção da mulher(o homem que se lixe, não é chamado a depôr!)e até às 10 semanas a mulher manda e pronto.
Mas que sociedade queremos nós deixar aos nossos rebentos?
O Planeta Terra está ameaçado com aumentos de temperatura e poluição e nós preocupados com os políticos que nos dão cabo das cabeças.
Meus caros, a Vida Humana é ou não é vital para nós continuarmos a ser sociedade de seres humanos?
Tanta papelada, tantos discursos, milhares de euros se gastam e o Ser Humano não deixa de ser incoçodado. Porra para isto tudo! Se todos dessem as mãos, todos se unissem com tudo e com todos os meios ao alcance dos profissionais as mulheres não necessitavam sequer de abortar. Basta que os nossos políticos se deixem de mesquenhices e façam aquilo que a sua mãe lhes fez: dexem viver quem quer viver. Promovam a Vida.
Promovam o Amor, promovam a educação,a saúde e a higiene para todos sem distinção.Portugal necessita de VIDAS e não de fetos ou embriões ou células...mortas por opção da mulher (até às 10 semanas, senão a pena continuará...). Acabem com tudo. Sejam transparentes e informem o país das vossas verdadeiras intenções.
Eu sou um simples e honrado cidadão português que ama a VIDA. Por isso vou votar NÃO para que a porra dos políticos façam o que é o seu dever:legislar respeitando a VIDA do ser humano desde o seu início até à sua morte(nascimentos e cuidados paliativos).

Anónimo disse...

Ó nãoseiquenomeusar: quanta raiva nas suas palavras (subscrevo m de camapnhã, parece uma pessoa irritada e frustrada e vem aqui despejar a sua raiva contra o mundo). Não usemos a tela do monitor para nos escondermos atrás de conversas ocas, ideias vãs e confrontos sem charme! Penso que o seu tom destoa no meio da conversa que se quer sobretudo amena e cortês.
E explique lá os "c" e os "s"! Qual é mesmo o seu problema ao nível das deficiências da escrita ao pensamento???

Boa tarde.

Dra_Sugar

Anónimo disse...

O argumento de que se liberaliza o aborto para evitar a clandestinidade é para mim o menos aceitável, sobretudo quando depois se diz que se é contra o aborto.
Ou achamos que um acto deve ser legal e o liberalizamos pelo acto em si ou se achamos que nao é legal, não podemos liberalizá-lo só porque as consequencias do cometer na clandestinidade são muito nefastas!! Uma pessoa que pratica um acto ilegal tem de assumir as consequencias, ainda mais se implicam a sua morte... é ela própria que se coloca nessa situação!! Se eu andar a 200 Km/h e tiver um acidente não me posso queixar que a culpa é da estrada que não está preparada para eu andar a tal velocidade! E então mudo a estrada! Viver à margem da lei e cometer um crime não pode ser considerado aceitável ou pior ainda, só porque traz consequencias nefastas ser transformado em opção como se fosse uma fatalidade. Não é uma fatalidade e a prova disso é que a MAIORIA das pessoas pobres e desgraçadas não pratica actos clandestinos, é sensata e vive segundo as regras sociais, independentemente de todos os condicionalismos e agruras da vida. É essa a sociedade que deveriamos construir - a da responsabilidade e não a da ignorancia e da desresponsabilização das pessoas que são adultas e liberais para umas coisas e depois incapazes de assumir as consequencias dos seus actos. É isto que queremos perpetuar? Não podemos obrigar uma sociedade a alterar todas as regras porque uma MINORIA!!! de pessoas actua às margens da lei e pasme-se, têm maus resultados com isso! Porque em vez de integrarmos essa minoria e a trazermos de volta à sociedade, estamos a perpetuar a sua irresponsabilidade e ignorancia e pior, a dizer à maioria que afinal o erro e o crime é aceitável... o que não é aceitável são as consequencias do crime,,, isso não, não podemos aceitar que se morra a cometer um crime!!! E de tal maneira que em vez de evitarmos que se cometa o crime, vamos remediar a situação criando facilidades para o cometer e o tornar numa opção de vida! E esta sociedade, em vez de premiar os normais e cumpridores, rende-se completamente às únicas pessoas que não são capazes de viver segundo as suas normas, que colocam em causa as boas práticas, que defrontam a lei e ainda por cima recebem mérito por isso!

Anónimo disse...

Eu acho uma certa graça aos médicos que se opõem à despenalização do aborto porque eles próprios os fazem (desde sempre) nos hospitais públicos às amiguinhas deles, ou às mulheres que vão aos seus consultorios privados,inventando uma simples raspagem...Olhem que eu sei do que estou a falar!!!Não sejamos hipócritas, com ou sem despenalização os abortos continuarão a existir. Como mãe, como mulher,seria incapaz de deixar vir ao mundo um ser que à partida sei não ter condições para o criar...Dá-lo para a adopção, talvez fosse uma hipótese, mas quando penso no país de pedófilos e agressores de crianças, para esses que defendem que a célula é um ser vivo, então garanto-vos que preferia eu matar essa célula, mesmo que isso me traumatizasse o resto da minha vida, do que saber que uma criança gerada no meu ventre foi vítima dos mais horríveis horrores de gente sem escrúpulos.
Votem consoante a vossa consciência, pois a minha diz-me para votar SIM, apesar de neste momento ser mãe de dois filhos e ter 44 anos, não abortaria.
H.I

Anónimo disse...

Voto SIM, SIM, Sim
Porque quando as criançinhas vêm sem condiçoes socio-economicas e são mal tratadas e/ou retiradas ás familias e anadam de instituiçlão e instituição todos se preocupam mas ninguem faz nada.
Quando uma mulher por opção quer realizar IVG é considerada perante a lei portuguesa uma criminosa. Isso não é justo para as MULHERES, isso sim é igualdade, isso sim +e democracia.

naoseiquenome usar disse...

Igualdade em quê?
Em desproteger completamente um ser que não pediu para ser gerado?

Igualdade?
Democracia?

(ou comes a sopa ou levas na cara!)