sábado, julho 11, 2009

A Medicina Não Faz Milagres!

Segundo o Correio da Manhã, somos imortais.

A morte foi erradicada por vontade dos jornalistas do Correio da Manhã!

Ou como se exploram (ou vendem) os sentimentos!

Ou como se faz jornalismo em Portugal!

Pontos fortes: 84 anos, enfarte miocárdio, caquexia, Alzheimer, informação errada ao IMEM, “deram-lhe alta para vir morrer a casa”.

Os meus sentimentos ao filho.

Eu quando morrer quero que isso aconteça em casa e rodeado pela família, sem jornais e fotos!

clip_image001

“José da Silva diz que a mãe, Rita Silva, ainda podia estar viva se tivesse sido assistida com maior rapidez

11 Julho 2009 - 00h30

Faro: Esperou uma hora pela chegada do médico, que já só certificou o óbito

“Mãe morreu por demora do INEM”

A demora na chegada do INEM foi fundamental para que a minha mãe morresse", acusa José Idalécio da Silva, filho de Rita Filipa da Silva, 84 anos, que faleceu no passado dia 2 na sua residência, em Faro, no Algarve.

José da Silva explica que a mãe, que tinha tido, na véspera da morte, alta do Hospital de Faro – onde terá contraído uma pneumonia – começou a gemer com dores, febre, e a desfalecer cerca das 14h00. "Liguei para o INEM, expliquei a situação, e mandaram--me chamar uma ambulância dos bombeiros", garante o filho da falecida. "Quando fui novamente ver a minha mãe, assustei-me, pois já respirava com dificuldade. Tive então que pedir a um amigo que activasse de imediato o INEM, o que, a custo, conseguiu."

Com o tempo a passar e o estado de saúde da mãe a agravar-se, José da Silva viveu momentos de grande angústia. "Só às 15h00 chegou uma viatura do INEM, mas a minha mãe já não respirava. Fizeram-lhe manobras de ressuscitação, durante vários minutos, com um desfibrilhador, mas já nada puderam fazer", afirma José da Silva, revoltado com a demora de uma hora no socorro. "Se tivessem vindo logo e não empurrado para os bombeiros a minha mãe ainda poderia estar viva", acusa.

O INEM justifica o atraso com a falta de dados sobre a gravidade dos sintomas da vítima na primeira chamada. José da Silva também não aceita a alta dada no Hospital de Faro. "Contraiu uma pneumonia na Medicina II e deram-lhe alta para vir morrer a casa, sem qualquer tipo de assistência", reclama.

INEM E HOSPITAL EXPLICAM

O Gabinete de Comunicação e Imagem do INEM explicou que "a chamada, efectuada às 14h15, informava que a senhora estava consciente, só gemia, e que tinha Alzheimer, pneumonia e que saíra do hospital ". Mediante este quadro, "não estavam preenchidos os critérios de emergência, devendo ser transportada numa ambulância dos bombeiros, tendo sido facultado o número de telefone. Posterior chamada, às 14h35, informa, pela primeira vez, que a vítima tem falta de ar e febre", diz a responsável do INEM, que garante ter sido "imediatamente accionada uma ambulância e uma VMER com um médico, que constatou o óbito".

O porta-voz do Hospital de Faro disse que a utente teve alta "clinicamente melhorada" e que "os serviços não registaram qualquer reclamação dos familiares da vítima".

SAIBA MAIS

AUTÓPSIA

Autópsia a Rita da Silva, de 84 anos, apurou um enfarte de miocárdio como causa da morte. Pneumonia bilateral e caquexia foram outras causas.

11h15 foi a hora que o médico do INEM certificou como a da morte. O clínico chegou a casa da falecida pouco depois das 15h00, garante a família.

25 dias esteve Rita da Silva inter-nada no Serviço de Medicina II do Hospital de Faro. Segundo o filho, terá contraído ali uma pneumonia que a debilitou ainda mais.

ALTA

A falecida queixava-se de fraqueza e dores no corpo, pelo que a família recorreu ao hospital. Teve alta no dia 1 de Julho e faleceu no dia seguinte.

Teixeira Marques”

2 comentários:

Anónimo disse...

Antigamente as pessoas pediam exactamente para ir morrer a casa... agora os familiares dizem-nos "se tiver que morrer, que seja no hospital, não queremos ver morrer em casa!" Interessante como em tão pouco tempo as mentalidades e valores se inverteram por completo.

Catsone disse...

Gostava de ver, esses mesmos jornais, uma reportagem sobre o abandono dos idosos nos serviços de medicina dos hospitais exactamente nesta época do ano.
Eu entendo que as pessoas queiram culpar alguém quando um ente querido morre, então que culpem Deus, pois Ele é quem decide em última instância.
Com toda esta parafernália patológica crime será fazer o idoso penar até que o último
suspiro advenha.
A medicina, hoje, deve estar contra a perseverança médica que tenta, por todos os métodos, prolongar a vida quando ela já tem sentido. O que esta família faria se ao voltar para casa a S. Dª Rita estivesse em estado quase vegetativo? Esqueciam-se das outras responsabilidades e tratariam da senhora? Procurariam um lar? Enfiariam a parente nos cuidados continuados?
Quando perceber que a vida da minha avó de 89 anos está a esvair-se procurarei o que é melhor para ela, e o melhor não é, definitivamente, o prolongar de uma vida decrépita...
Peço desculpa pelo coment tão longo, mas fico irado quando utilizam estes golpes baixos para venderem jornais.
Keep up the good work!