sábado, março 26, 2005

A Saúde É Uma Marca Que Vende

Escrevia-me há dias um jornalista com J, que a Saúde vende. Acrescento eu, como vendem sempre umas fotos mais arrojadas ou como em tempos vendeu o Benfica, ou outra marca qualquer. Tem saída. Vende-se. Publica-se!

Mas como a saúde vende, o que interessa é falar sempre de Saúde, dar conteúdo sério ou desenvolver as notícias para melhor se compreender,é um objectivo menor.

O que interessa é contar um caso (e para isso é necessário encontrá-lo, utilizando-se os olheiros, como no futebol), em que haja uma vítima que jaz na cama de um hospital e um familiar da vítima, por ordem de preferência filha, filho, conjuge, pais. Os honorários dependem muito do grau de parentesco entre o entrevistado e a vítima.

Os olheiros abordam as pessoas que saiem tristes ou a chorar dos hospitais.

Mas, se todos compreendessem um pouco de Medicina, muitas notícias passariam da secção Sociedade dos jornais, directamente para a secção de Humor

Lendo esta notícia do JN de fico sem saber qual é a notícia, qual é a negligência ou o motivo pelo qual a "Justiça poderá intervir num caso de alegada negligência médica" como postula o JN.

Imagino como surgiu a notícia:

- Tá lá! É do JN?

- É sim. Com quem deseja falar?

- Eu não quero falar com ninguém, mas é para porem aí no jornal que o meu pai depois de fazer um exame ficou pior do que estava. O meu pai foi vítima de negligência médica, é assim que se diz, não é?

- Eu sou de Chaves.

- Oh minha senhora, não desligue que atrás de si já está o nosso correspondente em Chaves com uma máquina digital e amanhã já está tudo no jornal com foto e tudo!
- Mas eu não quero foto porque não tenho tempo de ir ao cabeleireiro...

E a comprovar que este diálogo é verdadeiro está a notícia intitulada: "Exame ao pâncreas envolto em polémica" sem foto da filha da vítima de 76 anos que está entre a vida e a morte, embora não sei o que isto quer dizer: estará em coma? teve uma paragem cardíaca? Ou é para enfeitar a notícia?

Oh Amiga Ivone (que ficou muito chateada comigo por a ter incluído nos "jornalistas pespegantes"), isto que vai ler não é quebrar a privacidade?

Não é pespegar no jornal o que ouvem da boca dos outros? - "O paciente queixava-se de "dores de estômago" e "má disposição" frequentes".

"No entanto, a família garante que o hospital não informou a família nem o doente dos riscos do exame. E, por isso, prometeu recorrer à Justiça para responsabilizar o hospital pelo estado do doente. "Se tivessem informado dos gravíssimos riscos de vida que corria ao fazer o exame, ele teria consultado a minha mãe. O meu pai nunca assinou nenhum documento a autorizar o exame", assegurou Maria Teresa Esteves, filha do doente."

Oh senhora dona Maria Teresa Esteves, até uma simples injecção tem riscos que podem ser fatais.
Mas, se tivesse assinado o consentimento informado, já não era notícia, nem negligência.

Sendo assim, vou passar a pedir uma assinatura a todos os doentes à entrada para cada consulta, informando de todos os riscos que duma consulta e da terapêutica instituida podem resultar.

Ai vou, vou.

14 comentários:

Anónimo disse...

O seu comentário é de uma ignorância atroz!Se deconhece os pormenores do
caso,cale a sua boca imunda!Está a tentar ridicularizar uma situação dramática com o objectivo de desculpabilizar a irresponsabilidade dos seus congéneres!O CONSENTIMENTO INFORMADO É MESMO OBRIGATÓRIO,CASO NÃO SAIBA! Está previsto no Código Deontológico da Ordem dos Médicos,nomeadamente,para o caso do Senhor falecido (Exames complementares de Diagnóstico e Terapêutica, no qual se inclui a C.P.R.E).O SEU INCÓMODO DERIVA DO FACTO DE HAVER PESSOAS BEM INFORMADAS QUE DENUNCIAM A VOSSA IRRESPONSABILIDADE!Em vez de se por a imaginar(de uma forma lamentável!) o que se terá passado para o facto se tornar notícia,deveria tentar ser um profissional melhor e ter algum sentido ético! Só agora é que está a pensar em solicitar aos seus pacientes uma assinatura antes da realização de um exame que o justifique? Por aí se vê o seu profissionalismo!E vá ridicularizar O SEU PAI QUANDO ESTE MORRER!

Anónimo disse...

Em primeiro lugar,não o conheço de lado nenhum,nem você a mim. Não o autorizei a utilizar o meu nome nos seus devaneios ficcionais repugnantes (falta-lhe muita imaginação doutorzinho!),uma vez que,de facto,não se deu ao trabalho de se informar devidamente sobre o caso em questão. A única coisa que lhe interessa é opinar irresponsavelmente no sentido de desresponsabilizar a incompetência e inobservância de sentido ético que assola a classe a que pertence.Já me pus a seguinte questão:quantos pacientes em situação idêntica à do meu pai não terão falecido por incúria vossa sem sequer saber que tinham o direito de ser informados sobre os procedimentos médicos a que são submetidos e suas consequências,sem saber que teriam o direito a pedir uma segunda opinião a outro profissional e,porventura,recusar o tratamento?Se as pessoas fossem devidamente esclarecidas,alguns deles poderiam estar vivos hoje!Infelizmente,não foi o caso do meu pai!A vossa classe é de uma arrogância digna vómitos compulsivos!Caso o doutorzinho ainda não se tenha apercebido,há pessoas que se dão ao trabalho de se informar e conhecer devidamente os seus direitos ou os direitos dos seus familiares. Há pessoas muito esclarecidas por este país que não se limitam a ouvir sentenças defraudadas e desculpas esfarrapadas da boca de quem seria suposto respeitar o Juramento de Hipócrates. O doutorzinho sabe e eu também que a vossa classe é altamente corporativista, a Ordem que vos representa é uma figura de estilo.Foi instituída mais para defender os vossos interesses do que propriamente para defender os direitos dos pacientes.O doutorzinho sabe de tudo isto e de muito mais e eu também!Caso desconheça,o Consentimento Informado(processo de informação que atinge o seu fim com a concordância-documentada e, se possível, com duas testemunhas-do paciente com o tratamento que lhe é administrado.Para sua informação,é um Direito internacionalmente reconhecido desde1957,está consignado na Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes. Além disso, a Ordem que vos representa,lembrou-se de considerá-lo.Vá consultar o art. 157º do C.P. relativo ao DEVER DE ESCLARECIMENTO! Além disso,é do conhecimento geral de que "o consentimento informado" é obrigatório,tendo essa notícia sido veiculada recentemente pelos principais órgãos de comunicação social!Ao meu pai não foi prestado esclarecimento nenhum,não foi pedido o seu consentimento para a realização da C.P.R.E(diagnóstica) a que foi submetido. Para cúmulo,gozava de boa saúde,mas o matadouro no qual alguns dos seus congéneres exercem a arte da incompetência encarregou-se logo de lha retirar. Para além de haver erro médico e como o meu pai não deu o seu consentimento,procederam à falsificação da sua assinatura,fora os pormenores macabros a que eu própria assisti!Fora as informações que eu recolhi,mas que não lhas revelo!Estão nos organismos adequados!Portanto,não fale daquilo que desconhece!A minha família denunciou o caso sim e não foi a um tablóide qualquer. Foi denunciado a instituições que,certamente,não lhe passam pela cabeça!Como o doutorzinho pode verificar, o esclarecimento não é monopólio da sua classe discutível!Como se achou no direito de fazer comentários dignos de um a trasado mental em relação ao caso e em relação a mim própria,também tenho o direito de lhe dizer o seguinte: o doutorzinho tacanho que você é está muito preocupado com o seu umbigo,na medida em que afirma que passará a pedir a assinatura,como diz, aos seus pacientes antes de proceder a uma consulta e ao respectivo tratamento. Essa afirmação apenas prova que está muito mais preocupado em lavar a sua bata "branca" e as suas mãos de cor discutível.Foi preciso alguém morrer para chegar à conclusão de que deve esclarecer e informar os seus doentes? Que tipo de médico é você? Que tipo de pessoa é você que se põe a fantasiar estupidamente sobre um caso clínico que desconhece(que põe em causa a vossa classe)só porque se tornou notícia?Está incomodado? Tome um laxante e defeque as barbaridades que profere!MATÉRIA FECAL NÃO LHE DEVE FALTAR PORQUE OS COMENTÁRIOS QUE FEZ REVELAM INDUBITAVELMENTE QUE VOCÊ É UM SER HUMANO DE MERDA!!!

Anónimo disse...

Há duas situações distintas neste caso:uma delas é criticar a forma como os órgãos de Comunicação Social procedem em relação ao tratamento da informação.Outra coisa é um médico pôr-se a divagar sobre a origem da informação de uma forma irresponsável e menosprezar a situação do(os) envolvidos para, no final,rematar, desculpando-se desastrosamente pelo facto de,pelos vistos,nunca ter tido o hábito de informar os seus doentes...Tal como há jornalistas com J, também há médicos com m(bem minúsculo). O médico em causa parece inserir-se na última categoria!

Anónimo disse...

O autor(médico) deste comentário deve explicar medicina por meias palavras. A outra metade que fica por dizer é que cheira muito mal!

Anónimo disse...

Passo a lançar um desafio ao doutorzinho em questão:avise-me quando um familiar seu morrer, de preferência, se for,ironicamente,nas mãos de um dos seus colegas. Eu prometo-lhe que irei tentar imaginar como se passou a história e farei uma descrição hilariante do caso!

Anónimo disse...

Aqui estou eu a responder-lhe e de imediato a pedir-lhe desculpa se alguma das afirmações a feriu. Também já perdi familiares antes do seu pai. Acredito na justiça e na Inspeção-Geral da Saúde. Não acredito na comunicação social e na publicidade gratuita das nossas perdas. O luto faz-se intimamente e não nas páginas dos jornais. Mas se se provar que houve negligência ou erro grosseiro, sou o primeiro a apoiá-la. Quanto ao consentimento informado, não compreendeu, eu referia-me às consultas, sem qualquer procedimento, mas mesmo assim era uma figura de estilo. Renovo os sentimentos pela perda do seu familiar e esqueço os seus insultos. Compreendo-os, porque sei que de facto há médicos com m muito pequenino...

Anónimo disse...

Devo dizer-lhe que também não concordo com a forma como a Comunicação Social procede ao tratamento da informação na maior parte dos casos. Tal como você,tenho um sentido crítico apuradíssimo!Há,de facto, um aproveitamento mercantil relativamente à maior parte das informações,sobretudo,as que se referem a casos idênticos aos do meu pai(incluindo o meu pai especificamente!),que,por desconhecimento seu,mereceram o seu sarcasmo!Independentemente disso,há situações graves que têm de ser denunciadas!Se o Jornalismo que se faz é de má qualidade, isso é outra questão. Apesar do insuficiente e precipitado tratamento da informação que é feito em relação a determinados factos, há sempre qualquer coisa que é transmitida, o cerne da questão e,se isso for suficiente para despoletar uma maior consciência cívica, esclarecimento e desmistificação dos "senhores doutores" por parte das pessoas que são o alvo da vossa profissão, terá valido a pena. Você diz que acredita na Justiça e na Inspecção Geral de Saúde. Espero que a sua crença seja imparcial. Eu acredito na Justiça se esta se concretizar! E outro pormenor: não me venha dizer a mim nem aos meus familiares como devemos fazer o nosso luto.Do nosso luto você não percebe absolutamente nada! Além disso, compreendi perfeitamente a sua ironia quando afirmou que iria passar a pedir uma assinatura aquando da realização de uma consulta e respecticva terapêutica.Eu percebi perfeitamente: foi no sentido de desvalorizar a questão do Consentimento Informado!Chama-lhe figura de estilo? Para mim tem outro nome.É uma questão de leitura!Pelos vistos, a sua aplicabilidade neste país é realmente escassa, se não for nula! Sabe qual é o problema? Reside no facto de haver pessoas com uma óptima capacidade de interpretação! Sabe, eu é que vou esquecer os seus insultos. Eu compreendo-os...Tal como há jornalistas com j sedentos de vender a notícia, também há outros profissionais minúsculos sedentos de protagonismo para vender o seu peixe! Tudo é compreensível neste mundo ,menos aqueles que compeendem realmente...

Anónimo disse...

Boa Noite.
Lendo e relendo quer o meu post, quer as suas respostas, uma conclusão posso já tirar: você não aparenta ser o estereotipo daquelas pessoas que aparecem nos jornais a falar (com todo o direito, ressalve-se!) sobre alegados casos de negligência médica. Você é culta e sabe do que fala. Mais uma vez lhe peço desculpa se se sentiu magoada com o que escrevi. Quando escrevo, os casos são públicos e não me move qualquer animosidade em relação às pessoas em si, trato-os mais como case study. Em relação ao seu pai, o "consentimento informado" não iria influenciar o resultado ou as consequências do exame. O "consentimento informado" (e será que por mais infromado que seja há uma compreensão exacta do que se passa? Eu, médico, será que perceberia se um engenheiro me explicasse detalhadamente as técnicas de construção de uma ponte? Será que eu ficaria informado conscientemente para decidir passar por cima dela ou não? Há sempre pontes que caiem, quando menos se espera...) funciona muitas vezes para ilibar o médico, não para protejer o doente. É um direito do doente, mas penso que existe mais para proteger o médico do que facilitar a vida ao paciente.

Anónimo disse...

Como sabe,todo o conteúdo do Código Deontológico da Ordem dos Mádicos foi criado com o objectivo de ilibar esta casta profissional. Resume-se no seguinte:há um princípio ou cláusula que,aparentemente, parece defender(também) os direitos dos pacientes e, a seguir, outra cláusula afim a desresponsabilizar os médicos. O "Consentimento Informado" não é excepção como é óbvio:se um elemento da casta comete um erro tem sempre a desculpa de que obteve o consentimento informado do paciente e pode refastelar-se no comodismo lodoso da sua inconsciência.Mas isso apenas funciona quando é solicitado!Apesar da tendenciosidade do consentimento informado e do fim a que se presta, ele está lá!E quando a classe médica comete um erro e não se lembra de pedi-lo é que começam a surgir as complicações.É uma faca de dois gumes!Como sabe, o consentimento informado baseia-se no princípio da autonomia, um dos princípios da Bioética."Implica a competência do doente para decidir, tanto no plano físico como no plano mental...""A compreensão, por parte do doente, varia muito de pessoa para pessoa e assegura que a informação seja compreensível e bem compreendida. Para tal, será útil deixar passar algum tempo entre a informação e a decisão, para que o doente medite ou se possa aconselhar".O senhor, como médico,pode não comprender os meandros técnicos da construção de uma ponte, mas tem o direito de ser informado sobre eles e, se não os compeende, pode requerer a ajuda de outro engenheiro de sua confiança que lhe explique os mesmos por outra palavras , juntamente com outros técnicos e , assim, ponderar sobre o risco e o benefício de passar pela ponte. O problema é quando um dos de sua caste diz inadvertidamente:"passe pela ponte"!O paciente, de boa fé, passa então pela ponte sem ter a menor noção da fragilidade da sua estrutura e a ponte CAI...O paciente não decidiu livremente atravassá-la sendo induzido a tal!Ao contrário do que o senhor tão pomposamente afirma apoiado na sua douta sabedoria sem conhecimento de causa, o consentimento informado poderia ,sim, influenciar as consequências do exame, uma vez que, se fosse profissionalmente bem aplicado, ou seja, se houvesse um esclarecimento digno do nome ao meu pai ou à minha mãe ou ao meu irmão ou a mim, no mínimo íriamos pedir o parecer a outros especialistas e, muito provavelmente, o pai jamais o daria(como não o deu e,por isso mesmo, foi falsificado, para cúmulo!)e, então,teria rejeitado a terapêutica, não teria atavessado a ponte, não teria caído e estaria de pé momento.Não sei se lhe interessa, mas o meu pai não padecia de doença nenhuma! Apenas foi ao Centro de Saúde de Chaves, acompanhado pela minha mãe, fazer uma consulta de rotina. Queixava-se de dores abdominais esporadicamente, tendo,pelo que foi apurado, uma dispepsia, o que é muito comum em pessoas a partir dos 50 anos. O médico de família prescreveu-lhe um TAC e uma Ecografia. Analisou os resultados e disse: "isto nem é carne nem é peixe...Vamos fazer um exame mais aprofundado...(sem explicar sequer que exame era, claro). Indicou-lhe uma C.P.R.E.(diagnóstica), visto que não tinha chegado a conclusão nenhuma.Resultado:passado pouco tempo após a sua realização,surgem as complicações; adquire uma pancreatite aguda como resultado do risco(não informado) de uma lesão durante a sua realização(quer por meio do contraste quer por meio da técnica) que evolui para uma pancreatite necrotizante, culminando na morte!Os seus colegas carniceiros do Hospital de Chaves impossibilitaram, até enquanto puderam, a sua transferência para o Hospital de Santo António, no Porto, visto que seria incómodo para os mesmos terem que partilhar os ficheiros clínicos com os colegas depois da grande merda que fizeram. Eu e a minha família tivemos que nos desesperar para que fosse transferido, e foi, sob pressão, mas foi,TARDE!A atitude dos seus colegas labregos do Hospital de Chaves é impossível de descrever!A minha mãe, após verificar o agravamento do estado de saúde do meu pai, perguntou a um médico o que se passava e este apenas disse: "é grave", sem dizer o que era... O meu irmão telefonou do Brasil para o referido matadouro vezes sem conta e foi deixado pendurado ao telefone... Apareci eu e os seus colegas fugiam de mim como do Diabo da cruz. Houve um que me disse que eu estava a fazer-lhes a vida negra...Pedimos, entretanto, o tal consentimento informado que, alegadamente, tinham e disseram que estava com o médico de família...Fui ter com o referido e este disse que estava no Hospital...Indicaram-me o gastroenterologista que, supostamente,teria o documento e nunca o encontrava. Cheguei a fazer plantão em frente ao seu gabinete vezes sem conta!Nunca o vi, nunca mostraram a alegada assinatura!Após o meu pai atravessar a ponte com o empurrãozinho dos seus colegas labregos e pressionados pela Provedoria Geral da República, o Hospital lá desencantou uma falsificação da assinatura do meu pai e que falsificação!Absolutamente grosseira, cuja origem já sabemos de onde provém...Como o senhor já deve estar cansado de saber, é muito fácil falsificar assinaturas por parte da classe médica para encobrir erros nunca assumidos, claro.É uma questão de honra! Certo dia, após saber do falecimento do meu pai, um colega seu aproximou-se de mim e perguntou-me como estava o meu pai. Eu respondi:"o meu pai morreu!"" Posso ser útil em alguma coisa?"-perguntou."Não!O senhor é absolutamente inútil!"-respondi-lhe.Eu vou dizer-lhe uma coisa-disse o seu colega-,mas ficará entre nós; se disser a alguém, eu negarei!"Diga""Sabe, a Ordem dos Médicos não quer que haja médicos neste país, quer que haja mafiosos e as elites deste país são altamente corruptas e interagem entre si com o objectivo de se protegerem"."Grande novidade"-disse-lhe eu ."Mas com um bom advogado, vocês os fodem!"-disse o seu colega!!!A ilação a retirar desta conversa é ofuscantemente óbvia...O senhor pertence a uma casta entre as muitas castas deste país e parece-me defendê-la com unhas e dentes, independentemente dos seus muitos flagrantes delitos, escamoteados ou não.Nota-se que é avesso à publicidade, boa ou má, dos erros cometidos, muitas vezes ridicularizando alegados ou flagrantes erros cometidos pela camada fragrantemente carniceira da sua casta.Já reparei que tem o hábito de fazer "humor" em relação aos intervenientes da notícia, quando se torna notícia,desconhecendo os pormenores objectivos que a envolvem e baseando-se no que foi veiculado, muitas vezes, mal, pelos órgãos de comunicação social e tornando-se também num dos "olheiros" que tão veementemente critica.Dá a entender que despreza a intervenção mediática de familiares quando estes denunciam suspeitos actos de negligência médica,catalogando-os como "zé povinho" que não sabem o que dizem. Alguns estão esmagados pelo desespero e a informação que passam pode ser realmente atabalhoada sem falar na forma incorrecta como certos "media" transcrevem os factos e os seleccionam, sedentos da notícia. Lembre-se que a maioria ou a totalidade das pessoas intervenientes nestes processos(que envolvem uma elevada dose de sofrimento) certamente não têm vontade de mostrar-se e, quando o fazem, é por sugestão dos profissionais dos "media",não estão nem um pouco preocupados, creio eu, em "ir ao cabeleireiro" ou "vestir factos domingueiros"(como li em um dos seus infelizes comentários) para aparecer.A minha percepção é a de que, embora haja muita "iliteracia científica" como diz, o "o zé povinho" está atento e já não reverencia como antes "os senhores doutores". Cabe-lhe a si e aos de sua casta fomentar a literacia científica de forma mais humana,natural,sem arrogâncias.Não se esqueça que o "zé povinho" representa o material humano da vossa profissão e deposita em vós a própria vida. Trate-os com mais consideração e cuidado. Afinal, você não é melhor que eles, apenas foi galardoado pela sorte(ou não)de pertencer a uma casta ainda sobrevalorizada neste país, mas cuja observância ética está a anos luz do desejável em muitos casos, como sabe.Lembre-se que você, do alto do seu pedestal,não é eterno e, um dia, irá para onde vamos todos.Não terá regalias e será nivelado,sem contemplações,ao "zé povinho".Deixe-se de pedantismos. É inútil e você sabe disso. Você tem um poderoso instrumento para fazer a diferença se o quiser. Não seja mais um do rebanho, embora seja conveniente segui-lo.

Anónimo disse...

Sabe, depois de ler este seu post, fico na dúvida sobre o que disse ontem. Que ainda lhe doa a perda, acredito, ainda mais tratando-se de uma perda evitável. Mas a forma como escreve, desgosta-me afinal. Afinal não tem sentido crítico. Tem apenas um sentido vingativo. Se um médico fez mal, todos fizeram mal. É contra isso que eu sempre lutarei, é contra essa generalização patega e populista que me revolto. Para que saiba, ainda há médicos que se preocupam com esses temas. Não sei qual é a sua casta, mas sinceramente desgostou-me muito o que li e sinceramente não sei se a continuação deste diálogo nos levará a algum sítio. Quando deixar de estar cega, este elemento da casta estará disponível para a ouvir. Enquanto cura a sua cegueira, pense que também há médicos iguais a si e preocupados: "Prevenção Quaternária: conjunto de acções que visam identificar pacientes em risco de sobremedicalização, protegê-los de manobras médicas invasivas e propor-lhes intervenções eticamente aceitáveis. (Jamoulle M, Roland M. "Quaternary Prevention" Paper presented at the Hong-Kong Meeting of the Wonca Classification Comitee, June 1995).
Adeus

Anónimo disse...

Caro senhor,
Tenha lá calminha porque não foi minha intenção catálogá-lo na sub casta dos carniceiros. Eu nem sequer o conheço e o senhor não me fez mal nenhum. Apenas estamos a trocar impressões.Seja "open -minded" homem. Ninguém está aqui para por em causa a sua reputação ou a sua sensibilidade. Se não a tivesse nem sequer estaria a falar consigo.Não é meu objectivo fazer generalizações.Não sei porque é que se sentiu tão ofendido!

Anónimo disse...

Vá lá, vá lá, caro senhor, tome um Xanax que isso passa-lhe!

Anónimo disse...

Chô dôtore num me lebe a male maz bêche mezmu qui o chô dôtore num gozta mezmu nada du pobo.

Anónimo disse...

Num U lebo a male, ma nun gósto de vrincar cum coisas chérias.