A Insustentável Gravidade Das Medicinas Ditas Alternativas
Quando se discute a problemática das "medicinas ditas alternativas ou complementares" a Ordem dos Médicos afirma sempre que todos os doentes só deveriam frequentar as chamadas "medicinas alternativas" ou melhor, terapêuticas complementares após uma observação médica com uma referenciação posterior.
A Ordem dos Médicos, como se sabe, aceitou a osteopatia, a acupunctura e a quiropraxia como técnicas terapêuticas complementares condicionando sempre uma consulta médica anterior e impedindo que os doentes fossem consultados, diagnosticados e tratados por estes profissionais.
Agora com um caso em mãos, compreendo esta imposição da Ordem dos Médicos.
O doente x, já passado dos 65 anos, inicia um processo de lombalgias de características mistas, de aparecimento recente e que o próprio supõe tratar-se de um mau jeito.
Instituido primeiramente um simples tratamento conservador, que não mostrou resultados apreciáveis, requisita-se posteriormente uma radiografia da coluna lombar.
As queixas vão continuando, diminuindo a qualidade de vida do doente e perante um resultado normal da radiografia, avança-se para uma tomografia computorizada da região lombar.
Três semanas durou este processo, quando o doente me mostrou o TC o diagnóstico não poderia ser mais desanimador. Segundo o radiologista as imagens sugeriam uma metástase de um tumor.
Expliquei ao doente que era necessário requisitar novos exames porque havia um problema provavelmente grave a descobrir.
Em três dias o sistema de saúde agendou-lhe uma cintigrafia óssea e outros exames para esclarecer a sua situação.
Perante a sua não comparência, investigamos e concluímos: o doente encontrava-se já há 2 dias em tratamentos osteopáticos numa clínica da sua rua e afirmava que só quando acabasse os tratamentos (um mês) iria pensar em voltar SNS!