quinta-feira, julho 24, 2008

Lenitivo


Ensino
Novo curso de Medicina na Universidade do Algarve em 2009/2010

24.07.2008 - 08h06 Lusa



O Governo aprovou a criação de um novo curso de Medicina na Universidade do Algarve que deverá arrancar já no ano lectivo de 2009/2010, disse fonte governamental.

O novo curso de Medicina da Universidade do Algarve será o primeiro a destinar-se exclusivamente a alunos "já licenciados numa das ciências relacionadas com a saúde", explicou a mesma fonte.


Assim, o curso durará quatro anos, "na sequência de um 1º ciclo de três anos de licenciaturas em ciências relacionadas com a saúde".

O Governo aprovou em 2007 um regime especial de acesso aos cursos de Medicina para pessoas já licenciadas em áreas da saúde de forma a permitir a realização do curso em menos tempo. No entanto, actualmente, os candidatos a médicos já licenciados naquelas áreas só têm vagas disponíveis em faculdades de Medicina já existentes, nomeadamente nas Universidades da Beira Interior, de Coimbra, do Minho, Nova de Lisboa, de Lisboa e do Porto. Para o ano lectivo de 2008/2009, o Ministério do Ensino Superior abriu 125 lugares para estes alunos.


O Governo considera assim que o novo curso de medicina da Universidade do Algarve, que será hoje oficialmente apresentado e resulta de uma parceria com a Universidade Nova de Lisboa, "é totalmente inovador": além de ser o primeiro destinado a já licenciados, tem um modelo pedagógico "em regime tutorial totalmente experimental baseado em estudos de casos clínicos" e o "ensino da medicina clínica e familiar será praticado nos Centros de Saúde", destacou a mesma fonte. "O objectivo é formar médicos preparados para a prática da medicina desde o início do internato", afirmou.


Para o próximo ano lectivo, há um total de 1614 vagas nos cursos de Medicina das universidades portuguesas, mais 151 do que em 2007/2008. Existem actualmente cursos de medicina na Universidade dos Açores (ciclo básico), na Universidade da Beira Interior, na Universidade de Coimbra, na Universidade de Lisboa, na Universidade da Madeira (ciclo básico), na Universidade do Minho, na Universidade Nova de Lisboa, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Porto e no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar, também da Universidade do Porto.


Porque não?

Se temos falta de médicos e se temos tantos desempregados com licenciaturas nas áreas da Saúde, ainda por cima uma muito provavel esmagadora maioria como segunda escolha dado não terem conseguido ter acesso a curso de Medicina, eventualmente até frustrados nas suas aspirações ?

È pois uma consolação e uma nova oportunidade...


Mas atenção: o Estado e todos nós estamos a possibilitar, a alguns, mais um curso superior de custos elevados para o erário público... Não será de exigir que logo à entrada seja assumido o compromisso de serem encaninhados para as especialidades médicas carenciadas?

5 comentários:

CarLoS disse...

"Especialidades médicas carenciadas". Não resisto a uma provocaçãozita. Portanto será um curso pensado para formar cirurgiões, oftalmologistas, alergologistas, dermatologistas, otorrinos, ginecologistas, urologistas, cirurgiões vasculares, etc?

Anónimo disse...

Não concordo que pessoas já licenciadas tenham direito a um curso de Medicina qdo há tantos jovens que saem do secundario desejosos de ser médicos e que são obrigados a ir para espanha...o que dirá um jovem com nota de 18 que não entrou por decimas, ao ver um colega farmaceutico ou biologo com nota bem mais baixa ter acesso a medicina? E como é possivel dar equivalencia às mesmas cadeiras destes cursos se mesmo alunos trasnferidos entre universidades de medicina não têm equivalencias??? está tudo louco... não podemos resolver o rpoblema da falta de medicos com injustiças bem mais graves que as que já existem no acesso a medicina! Ana

Mónica (em Campanhã) disse...

caro MEMI: exigir a quem entra no curso que se comprometa a ir para determinada especialidade seria, além de inviável (no nosso país onde depois se dá a volta a tudo) uma tremenda injustiça e uma violação à liberdade individual e à livre concorrência.

Anónimo disse...

- Para que é que se estuda a fundo durante 6 anos? assim muito rapidamente, anatomia, fisiologia, histologia, microbiologia, etc. só para tocar na parte científica. queimei a merda das pestanas muitas noites (e hei-de queimar). a quantidade de coisas que tive que saber sobre estas cadeiras (tretas?!). Mas agora os iluminados (vocacionados?! afilhados?!) que não querem ser enfermeiros ou sei lá o quê devem obviamente ter direito a vagas que quem entra pelo seu trabalho e mérito sabem o que custa (para não entrar na injustiça, pelo menos para alguns, dos que não entram por décimas.
E obviamente não é preciso fazer o que se faz nos restantes cursos (clássicos)... Pra quê? Afinal os cadeirões só servem para dizer umas palavritas caras? O que é que vale o trabalho e o conhecimento?
Este país é, de facto, merda.
Vou emigrar. fds

Anónimo disse...

Acredito que não seja aumentando o número de Universidades e cursos de Medicina que irá melhorar a qualidade de atendimento a população. Acredito em dois fatores unicamente, primeiro as universidades com qualidade, ou seja, com toda a logística apropriada para preparar os futuros profissionais da saúde, com excelentes professores capacitados, e segundo na humanização dos médicos para com o atendimento a população, saindo do "Pedestal" que imaginam serem os Deuses da sabedoria, e terem o compromisso firmado com Hipócritas que é a humanização e respeito ao próximo, só assim chegaremos a um equilíbrio social dos mais aceito no mundo, onde as pessoas primeiro precisam serem respeitadas, sejam elas de que origem tiverem, seja pobre, rica, branca ou preta, enfim é o ser humano!!! Falo com propriedade por ser médico e ter tido minha formação em Portugal, vejo que até a presente data os médicos na sua grande maioria ainda ostentam aquela áurea de burguesia, achando-se os senhores da sabedoria e da razão, pois esquecem que são seres humanos como os seus próprios pacientes. Entretanto, tenho esperança que o tempo os ensinará a ter mais respeito com o próximo, acabando com a arrogância.