quinta-feira, novembro 19, 2009

Vacina da gripe A - lucidez ou paranóia? A escolha é sua

 

Excelente artigo de um excelente pediatra, dr Mário Cordeiro. 

No Público, que nos oferece os extremos: a Ciência e a Crendice lado a lado, mas como a Crendice vende mais, é a ela que as empresas de mass media se ligam para aumentar os seus lucros.

E escrevo excelente pediatra, porque tenho assistido a pediatras de consultório prescreverem qualquer nova vacina, caras, não comparticipadas, tipo hepatite A ou rotavirus e desaconselharem a vacina para a gripe A, gratuita.

Para este blog trata-se de uma traição aos valores éticos da medicina.

Outro crime é o da comunicação social. Não desisto de apelidar esta comunicação social generalista de retrógrada, vendida, acientífica, especulativa, sensasionalista, e o mais grave, actualmente sem excepções. O patrão quer lucros, não se olham a meios.

Almoçava calmamente, quando a SIC generalista se ligava directamente à frontaria do Hospital de Leiria para repetir umas quinhentas vezes que um terceiro feto tinha morrido, apenas por acaso a jornalista não estava de luto, apenas por acaso não tinha um decote generoso e até era morena, mas, porquê uma ligação directa ao hospital se nada de novo aconteceu, até pensei, vem aí o quarto feto! Já não deve haver em Portugal caixões para tanto feto morto…..

Só depois desta aparição e da manipulação dos sentmentos apareceu um porta voz da DGS, GRAVADO, A DIZER AQUILO QUE SABEMOS: NÃO HÁ PARA JÁ QUALQUER RELAÇÃO CAUSA EFEITO. HÁ MILHARES DE GRÁVIDAS VACINADAS.

O artigo na íntegra:

“1. A "ministra" da Finlândia
Mesmo antes de se iniciar o Programa de Vacinação contra a Gripe A, já circulava na Internet um "famoso" vídeo da autoproclamada ex-ministra da Saúde da Finlândia, denunciando várias conspirações e maroscas que, resumidamente, davam a vacina contra a gripe A como um produto feito pelos americanos, destinado a extinguir a população de várias zonas do globo.

O vídeo circulou, mas poucos se deram ao trabalho de questionar tamanho disparate. Pois a senhora Rauni Kilde era médica e directora-geral da Saúde quando, em 1986 (há mais de 20 anos), teve um acidente de viação e ficou, digamos, com uma diminuição acentuada da sua lucidez. Por essa razão, foi declarada inapta e passou a ser uma entusiasta da ovnilogia, ou seja, o que trata de discos voadores e ET, tendo publicado inclusivamente um livro em que afirma ter sido salva três vezes por extraterrestres.
Infelizmente, este tipo de argumentação - que nada tem de científico nem de lógico - tem grassado na sociedade, promovido pela circulação de e-mails e pelo sensacionalismo de alguma imprensa (é tão fácil mistificar títulos de artigos ou "cachas"!).
2. A vacina anti-gripe A
A vacina da gripe A é uma vacina segura e eficaz. Repito: segura e eficaz. E é bom que as pessoas assumam isto como um facto científico. Os efeitos colaterais que pode ter - como qualquer vacina - não a tornam insegura e resumem-se a febre baixa, dores musculares, inflamação no local da vacina e, nos adolescentes, sensação de desmaio. Os casos de reacção grave são raríssimos (menos de um caso para um milhão de vacinas!), e apenas em pessoas que tiveram reacções anafilácticas ao comer ovo (não são as inofensivas alergias da pele, mas ao verdadeiro choque "de cair para o lado").
Uma das questões que muita gente levanta é a "pressa" com que a vacina foi feita. Pois a dita "rapidez" (entre aspas) foi a necessária e suficiente, semelhante a todas as vacinas antigripais. Não houve, portanto, qualquer pressa e tudo foi feito com o controlo de qualidade adequado. Outro argumento: as multinacionais andam a ganhar muito dinheiro com as vacinas; ao que eu contesto: então os vendedores de lenços de papel também ganham com as constipações e com a gripe, o que não quer dizer que estejam envolvidos em qualquer teoria da conspiração ou de manipulação.
Mais um argumento: o adjuvante, de seu nome tiomersal, que causaria autismo e outras coisas mais. Não é verdade, e tal já foi bastamente clarificado quando da polémica, aqui há alguns anos, sobre a vacina do sarampo. O facto de alguns países retirarem estas vacinas tem a ver com pressões ambientalistas referentes ao uso de mercúrio, mas as alternativas ainda são muito escassas. Obviamente que, um dia que haja capacidade de produzir vacinas em massa sem tiomersal, serão estas que ocuparão o espaço vacinal em todos os países.
3. As grávidas e a morte fetal tardia
No nosso país, ocorrem todos os anos, em média, 300 mortes fetais após as 22 semanas de gestação. Em muitos destes casos não é possível encontrar uma explicação. Como o número de grávidas vacinadas com a vacina anti-gripe A está felizmente a aumentar, é natural que os casos como os relatados nestas duas últimas semanas - morte fetal em grávida vacinada - sejam cada vez mais frequentes, sem que isso permita extrair qualquer relação de causa-efeito.
Relembro também que a gripe A pode ter efeitos mais desastrosos na grávida do que na população em geral, devido às alterações do sistema imunitário que ocorrem na gravidez.
4. Em conclusão
As doenças matam, as vacinas não. Em Portugal, centenas de milhares de pessoas estão vivas e de boa saúde graças às vacinas. A gripe A, apesar de ser uma variante benigna e "mansa" da gripe, pode ter consequências graves, designadamente nas grávidas e noutros grupos de risco acrescido, bem como (segundo os dados da monitorização da pandemia que vão chegando) nas crianças de menos idade. Por outro lado, a contenção da pandemia passa por travar a transmissão entre as crianças, que têm sido, provadamente, as maiores disseminadoras da doença.
É tempo de optar: independentemente do que viermos a fazer (só se vacina quem quer!), há dois tipos de atitudes: a que é lógica, científica, lúcida e isenta, ou a que é sensacionalista, mal informada e não fundamentada... como os ovnis e extraterrestres da ex-ministra que nunca foi ministra...
Mário Cordeiro, Pediatra e professor de Saúde Pública - Faculdade de Ciências Médicas (Universidade Nova de Lisboa)”

3 comentários:

Anónimo disse...

Pena é que não saiba que o tiomerosal não é adjuvante de coisa nenhuma. Mas compreende-se, pediatras a falar de produção de vacinas como se fosse sua competência é para rir, mas enfim... É no que dá falar, pretensiosamente, do que não se domina.

continuando assim... disse...

e os franceses??? que segundo o meu filho, qie foi para lá estudar , encomendaram vacinas que sobram aos milhões depois de vacinar toda a gente

mas afinal que ganha com estas vacinas ...que eram duas dises e agora uma

???????????

bj
teresa

www.Pararir.com disse...

Nao liguem tanto á gripe... á conta de as pessoas estarem a dar tanto credito é k os grandes lobbis das farmaceuticas e outros k mais se estao a encher de dinheiro á conta do ZÉ POVINHO...

espreitem este post comico da gripe e discontraiam um pouco :D

http://pararir.com/verdadeiro-segredo-gripe-h1n1/