terça-feira, abril 26, 2005

Acordar Ao Som Da Música "Negligência Médica"

Está nos tops.

Até a TSF me acorda com a "caxa": 4 mortes 4, 4 mulheres 4, em 4 anos 4.

Isto é: a "negligência médica" agora é por grosso e retroactiva. Para a TSF, com uma reportagem e uma jornalista fazem 4 notícias 4.
"No poupar é que está o ganho", lá diz o nosso povo.

Não me pronuncio sobre se houve ou não negligência ou erro porque não tenho qualquer dado: apenas uma dor numa perna, um enfarte, uma provável peritonite e um feto morto "in-utero".

Pronuncio-me sobre os métodos. Agora entrevista-se o senhor presidente da câmara sobre as 4 mortes 4, 4 mulheres 4, em 4 anos 4.

Acreditem que me custa falar na morte.
Há 4 famílias de luto, a comunicação social explora desbragadamente estes sentimentos. Subiu-se de nível e entrevista-se, agora, o presidente da Câmara sobre se há ou não negligência médica.

Como o caso parece muito grave eu proponho ao senhor presidente que, até esclarecimento total se tomem as seguintes medidas:

1) encerramento imediato do Centro de Saúde de Cabeceiras de Basto até conclusão do inquérito e como medida preventiva.

2) impedimeto de todo o corpo clínico do referido centro de saúde de exercer quaquer acto médico até esclarecimento total, por um período nunca inferior a três anos.

3) aproveitar este período de três anos para facultar cursos, simpósios, congressos, jornadas credíveis aos médicos.

4) pagar de imediato e sem necessidade de receita médica, a cada habitante de Cabeceiras "uma restonância magnestética", "um taco ao corpo todo", "análises a tudo", "um antibiótico forte preventivo contra tudo" e "uma ida ao hospital de Braga, Guimarães ou Penafiel para todos os doentes que mostrem interesse nisso".

5) iniciar rapidamente a substituição de todos os médicos do referido Centro de Saúde por homeopatas, osteopatas, acupunctores, especialistas em musicoterapia e azinoterapia, florais de Bach, médicos tradicionais da China e África. As vagas restantes podem ser preenchidas pelas bruxas, endireitas e meninos-santos da região.

6) Ao fim destes três anos reformar compulsivamente a totalidade dos médicos do Centro de Saúde de Cabeceiras de Basto com o ordenado integral.

7) Propor à Ordem dos Médicos, por indicação da Inspeção-Geral de Saúde e da Associação da Imprensa Diária a proibição do exercício de Medicina a todos os médicos licenciados entre 1910 e 2005.

8) Alargar o "acto médico" a todas as pessoas que provem não serem médicos.

Com estas medidas irradiava-se a praga devastadora de negligência médica em Portugal e ninguém mais morreria no País.

Sem comentários: