Para A Filipa Carvalho, Futura Médica
... mas com interesse para todos.
Pediu-me a Filipa se poderia postar sobre a "relação médico-paciente".
Esta relação é a base de todo o acto médico.
Para a sua investigação deixo-lhe aqui dois livros e um link português (haverá milhares na Internet!)
- Médicos com Emoções. Autores: John Salinsky, Paul Sackin.
- "O Médico, o seu Doente e a Doença" (trad. Port./ed. Climepsi/98).
- Grupos Balint
10 comentários:
Bom link
Recomendo ainda um livro: "A consulta" - Uma abordagem à aprendizagem e ensino, de David Pendleton, Theo Schofield, Peter Tate e Peter Havelock. Trata-se de um clássico, que foi traduzido por Alexandre Sousa Pinto da Fac de Medicina do Porto e publicado em 1993.
De Michael Balint, já referido pelo MEMI, a obra fundamental é "O médico, o paciente e a sua doença", que é mencionado no sítio da Grunenthal. O dinamizador da tradução, aliás, é médico de família e está ligado à empresa.
Boas leituras!
e que tal um comentario à actuação dos medicos de guimarães que passaram atestados falsos a 900 alunos?
Exmo Satanucho
Não confunda médico com polícia, como o resto do mundo que se refere a essa questão. Se chega um "utente" (como soi dizer-se nos dias que correm) a dizer que tem insónias, náuseas, mal estar geral, dores no corpo todo, febre ou outras mazelas que tal, não cabe, nem nunca caberá no âmbito de uma consulta de ambulatório, ao médico atestar da veracidade das queixas. Cabe-lhe fazer o diagnóstico provisório (de acordo com os dados que o doente lhe comunica e o exame físico) e tratar em conformidade, dando baixa se no seu entender a patologia (provável) assim o justificar.
Se o doente mente, a culpa é dele e não do médico, era só o que faltava que este último desconfiasse sistematicamente do que os doentes comunicam em consulta, já que em princípio há uma relação de confiança, sobretudo a bem do doente.
Trata-se pois de um caso de polícia, e os vilões são os que mentiram.
Basta pensar até que ponto é difícil provar-se em consulta que um doente não se encontra com ideação suicidária, ou que de facto não está cheio de dores de cabeça e insónias....
O que se devia questionar era até que ponto cabe ao médico decidir se um doente pode trabalhar ou não.
Apesar das baixas por simulação (e das fraudulentas, que também as há, minoritariamente...), acho que ainda assim, a situação actual é um mal menor.
AV
AV: e será que ninguém puxou um pouco pela massa cinzenta para se interrogar como é que 900(!) pessoas, todos estudantes, ficaram subitamente doentes...
Não, parece que não.
sem duvida, totalmente de acordo consigo, só que neste caso não foi um utente a queixar-se, foram centenas e sem nenhuma evidencia de epidemia ou intoxicação alimentar ou coisa que a valha, assim vinda do nada 250 pessoas e todas da mesma idade lembram-se de adoecer na mesma altura e sem razão aparente e olhe que não é assim tão dificil de ver quando uma pessoa está a contar estórias da carochinha numa consulta...
Como dizia um dos arguidos (médico) : »isto não veio da cabeça dos putos veio dos pais.«
Ele lá saberá de onde é que veio a ideia, e já agora deixe que lhe diga que 100 contos de multa por um atestado falso , sem inqueritos e sem responsabilizar os clinicos e abafando o caso , a meu ver não é um procedimento correcto, toda a gente se calou, os media incluidos os alunos pagam multas de 100 euros e os médicos de 500.
não sei se passar falso atestados medicos é crime ou não mas devia ser...
peço perdão pelha falha, não foram 900 pessoas que ficaram doentes de repente, foram SÓ 250. 900 foram os atestados passados pelos medicos
as minhas desculpas pela falsa informação
Cada um vemde-se pelo preço que quer... no Centro de Saúde é um quebra-cabeças arranjar um atestado... no consultório privado, até têm modelos pré-definidos para o efeito... contrastes de que "as verdinhas" gosta mais!!
p.s. Parabéns ao Eng. Rui Furtado pela conquista do prémio secil, pelo desenvolvimento estrutural do estágio do braga... uma bela obra! Um hino à engenharia/física!
Não, não é fácil, ao contrário do que julgam, ter a certeza que a história do doente é da carochinha. E quais entre as 900 são histórias da treta.
O Santanucho não está a ver a dinâmica de uma consulta de ambulatório, em que a decisão sai da sala, e não há possibilidade imediata de internamento ou investigação complementar analítica ou outra.
E julgo não ter sido o mesmo médico a passar os 900 atestados, mas enfim.
Para que fique claro, postas essas dificuldades práticas "a limpo", e que são as dificuldades no terreno dos intervenientes, claro que se houve dolo deve haver punição.
Só espero que seja exemplar, e acima de tudo bem dirigida.
Mas não se esqueçam dos mais culpados de todos: os mentirosos.
AV
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