segunda-feira, março 31, 2008

INEM ainda não chega a 32 concelhos

INEM ainda não chega a 32 concelhos.
Bombeiros afirmam que rede de ambulâncias discrimina interior do país
31.03.2008 - 14h30 Lusa

"A actual rede de ambulâncias discrimina os cidadãos do interior do país, denuncia a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que hoje entrega ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) um memorando sobre as necessidades dos serviços de socorro."Todas as situações gravosas nos serviços de emergência médica conhecidas nos últimos tempos têm acontecido em zonas de menor densidade populacional", observou Duarte Caldeira, presidente da LBP.

O responsável realça que existem actualmente 32 concelhos do país onde não existe qualquer ambulância do INEM e que "quem vive nestes concelhos está dependente da disponibilidade de tempo e da disponibilidade financeira da corporação local".

De acordo com Duarte Caldeira, sem um acordo com o INEM, o qual permite ter uma "ambulância completamente equipada, com uma tripulação de bombeiros completamente qualificados", não há apoio financeiro e é a corporação que assume toda a responsabilidade pelo socorro.O presidente da LBP lembra que "o cidadão tem os mesmos direitos, quer viva numa aldeia recôndita em Vila Real, quer viva em Lisboa", pelo que defende uma rede equilibrada de modo a garantir "a mesma qualidade e prontidão de resposta" a todos os cidadãos.

Para tal, diz serem necessárias mais 50 ambulâncias e 200 tripulantes qualificados.Um dos 32 concelhos que não tem ambulâncias do INEM é Alijó, onde um telefonema do INEM para os bombeiros locais após o pedido de assistência de uma família de Castedo divulgado pelos meios de comunicação social revelou algumas deficiências da rede de socorro.

Em Alijó, segundo anunciou o presidente da LBP, já está em curso um processo de qualificação de operadores de central e de tripulantes, em parceria com a câmara municipal. A definição de uma rede nacional de ambulâncias que cubra todo o país, assegurando a existência de pelo menos uma ambulância do INEM em cada concelho, é a principal proposta de um memorando que a LBP vai entregar hoje sobre as necessidade dos bombeiros para melhorar a qualidade do socorro.

O documento a entregar ao INEM, que sugere uma "ampla reestruturação do socorro pré-hospitalar, estruturado em 1981", propõe também aprovar com urgência um plano para a formação de tripulantes de ambulâncias, para colmatar o défice de tripulações qualificadas. A LBP propõe ainda a criação de uma nova formação: a de técnico de emergência médica. Sem afastar a importância da presença do médico no socorro, Duarte Caldeira lembra que "há actos que são interditos aos tripulantes, que recebem uma formação de apenas 210 horas", como a utilização de desfibrilhadores para a reanimação.

O memorando entregue hoje surgiu no âmbito do trabalho iniciado em conjunto pela LBP e pelo INEM sobre as necessidades de pessoal e ambulâncias no socorro, no âmbito do qual foram constituídas equipas de missão para identificar problemas e definir soluções para serem propostas ao Ministério da Saúde."

Este problema da criação de uma rede de ambulâncias de socorro a nível nacional, parece simples de resolver, no entanto torna-se deveras dificil de implementar devido a interesses instalados, com os quais a saúde não devia ter nada a ver com eles.

  • Existe um Instituto Nacional de Emergência Médica, que como o próprio nome diz devia ter implantação nacional.
  • Os efectivos deste Instituto devem ser profissionalizados e não voluntários.
  • Devem ter a formação necessária e contínua, para as aptidões que irão desempenhar.
  • Este Instituto deveria tratar do socorro e transporte de todos os tipos de doentes.

Partindo destas quatro premissas, parece ser simples resolver os problemas mas, eis que o mesmo surge quando, a bem de uma economia de escala, se misturam funções não miscíveis, bombeiro voluntário com técnico de emergência médica.

3 comentários:

Paulo Ferreira disse...

Não sei se sabe, não é da função do INEM ter meios na área do Pré-Hospitalar, mas sim coordenar o sistema e fiscalizar os intervenientes do SIEM, basta ver que o INEM não tem VMERs, são dos hospitais e as tripulações não tem qualquer vinco legal com o INEM.

Em relação ao transporte de ambulancia as coisas são diferentes, o INEM tem ambulâncias de socorro com tripulante de ambulância de socorro TAS e os TAE que o senhor que se refere são TAS, com menos formação que os TAS que a ENB forma para os Bombeiros.

Existem ambulâncias de socorro e tripulantes de ambulância de socorro suficientes, o problema é que não existe capacidade financeira para ter tripulações constituídas por TAS, e a grande maioria das tripulações dos Bombeiros são profissionais, mas a grande maioria são TAT e não TAS, o que é grave.

O dilema de sempre é quem suporta os custos, pelos vistos ninguém, mas toda a gente gosta de ser servida quando necessita.

naoseiquenome usar disse...

Acrescente-se ao comentário anterior que os BV têm por missão servir toda a população abrangida. Conta dos seus estatutos. Assim, das duas uma: ou T~em capacidade para cumprir a sua missão, como ou sem protocolos com o INEM ou fecham. Contudo, o que se vê é a proliferação de corporações a belo prazer de um presidente de junta ou de câmara ou de meia dúzia de amigos que acham "giro" ou querem alguma "projecção social".

Paulo Ferreira disse...

O proliferação de corpos de Bombeiros, “conta-se por uma mão os que foram criados nas ultimas décadas” são criados pela necessidades da população, quando o estado não faz o que compete, e o povo tenta criar as suas próprias estruturas, como e se actualmente se um corpo de Bombeiros fechar ninguém colocara meios, os meios viram de outras áreas, e a sua chegada de nada adiantara para quem necessita de deles, como tem acontecido em muitas zonas do pais, mas pelo vistos ninguém se preocupa, basta ver a quantidade de óbitos passados pelas VMERs , um segredo inconveniente.

O Ideal é dotar as identidades pertencentes ao SIEM de capacidade financeira para terem meios humanos e mecânicos suficientes, e depois a existência de coordenação e fiscalização, como apostar na formação, em vez se bloquear o conhecimento e desenvolvimento dos elementos do pré-hospitalar.

Podes passa no meu blog para ver outros pontos de vista..