sábado, fevereiro 28, 2009

Governo quer acabar com antigos centros de saúde

"A meta é ter 80% do sistema de cuidados primários de saúde assentes em unidades de saúde familiar (USF) nos próximos cinco anos, disse ao DN o presidente do Conselho Consultivo para a Reforma daqueles serviços.
Actualmente já existem 160, abrangendo 3000 profissionais.
O Governo quer acabar com o modelo antigo de gestão dos centros de saúde e expandir cada vez mais o número de unidades de saúde familiar.
Estes serviços são considerados a pedra basilar da reforma dos cuidados primários de saúde, tal como refere o primeiro relatório, que hoje será apresentado pelo grupo consultivo de apoio à reestruturação do sistema.
O objectivo é que estas unidades venham ser responsáveis por 80% dos cuidados primários prestados aos utentes dentro de cinco anos, disse ao DN o presidente do grupo de apoio à reforma dos cuidados de saúde primários, Constantino Sakellarides.
Hoje já existem 160 unidades familiares, responsáveis por 20% do espaço dos cuidados personalizados e abrangendo cerca de 3.000 profissionais, dos quais 1126 são médicos, 1148 enfermeiros e 902 funcionários de apoio administrativo.
"Este mesmo número de profissionais a funcionar pelo regime dos centros de saúde atenderia 1,7 milhões de doentes, enquanto em regime de unidades de saúde familiar (USF) atenderam 1,9 milhões de doentes", de acordo com números que constam do relatório.
O que se traduz em ganhos significativos para os utentes, sublinha Constantino Sakellarides.
Contudo, para que o objectivo de expansão das unidades familiares seja cumprido é necessário que haja um envolvimento da comunidade cientifica e tecnológica neste projecto de reforma e convergência política para a sua continuidade, sublinha aquele responsável.
Aliás, o responsável receia que com as mudanças em ano eleitoral possa haver atrasos na reforma, o que já aconteceu entre 1999 e 2005, em que o seu processo de desenvolvimento foi completamente interrompido.
A diferença entre as unidades familiares e os centros de saúde é que as primeiras são constituídas por equipas que se auto-ofecerecem para prestar cuidados primários de saúde de forma solidária e em regime de intersubstituição e têm uma autonomia de gestão, embora controlada através da avaliação de desempenho, explica o presidente do conselho consultivo.
Assim, se o médico de família de um utente não está e este necessitar de recorrer a outro médico qualquer, está autorizado a ir ao seu ficheiro e verificar a situação da pessoa e atendê-la.
Ou seja, o doente não fica sem ser atendido.
Além disso estas unidades funcionam com horários mais alargados, adaptados às necessidades dos grupos populacionais que servem.
Em contrapartida, em função do desempenho, estes profissionais também auferem remunerações superiores.
Um factor que também ajuda a estimular os profissionais para o sistema.
Na próxima semana entra em vigor a implementação do novo modelo organizacional dos cuidados de saúde primários , assente em cinco regiões de saúde e 74 agrupamentos de centro s de saúde, que em média têm 154 734 utentes inscritos e 387 profissionais.
Estes agrupamentos deverão integrar USF, unidades de saúde pública, unidades de cuidados comunidades, entre outras."
Ana Tomás Ribeiro - Diário de Notícias - 28-02-2009
Afinal Sr.ª Jornalista, há mais que uma diferença entre as USF e os "remanescentes", não é só a organização como também a remuneração!

3 comentários:

Anónimo disse...

bonito, há tantos médicos como enfermeiros. é uma vergonha. não é assim que se fazem cuidados de saúde primários. isto serve para aumentar o ordenado dos médicos, mais nada. vão trabalhar e ganhem vergonham, ladrões

Anónimo disse...

Não serão os enfermeiros que estão a mais? Até já há desempregados. E a Ordem pede para parar a sua formação! Por isso o esquizo Azevedo quer correr com os médicos dos centros de saúde.

Anónimo disse...

definitivamente não são os enfermeiros que estão a mais. se existem 1126 médicos parece-me ridículo apenas 1148 enfermeiros. o trabalho dos médicos é essencialmente intelectual, o trabalho dos enfermeiros é essencialmente técnico, parece lógico que esta proporção não está correcta