As Emoções Também Matam!
Não tenho dúvidas que, se António Sousa Franco não tivesse ido à lota de Matosinhos, ainda estaria vivo.
A deslocação à lota e a intensidade das emoções aí vividas foram o factor precipitante do enfarte do miocárdio num coração já doente. Obviamente que, no dia seguinte, ou noutro qualquer dia, um outro qualquer estímulo, ou mesmo o simples evoluir da doença, conhecida ou não, poderia evoluir para o enfarte.
Mas, basta ver as imagens televisivas, para nos aperceber que o seu estado já não era semelhante ao dos dias anteriores. Parece pálido, com um fácies de preocupação. Ou seria já dor? A respiração parece mais ofegante. São tudo congeminações subjectivas e compreendo que seja politicamente incorrecto afirmar o que afirmei.
Mas, as emoções matam. A reacção aguda ao stress pode matar.
Como refere o besugo do blogame mucho já vimos morrer muita gente à nossa frente, nas nossas mãos. Já vimos muitos cadáveres chegarem ao nosso local de trabalho. Muitos tentámos ressuscitar, outros não.
Mas, quando somos testemunhas presenciais da morte, sabemos que não "há duas mortes iguais" e há sempre algumas que nos marcam para sempre.
Há uns anos, assisti a uma dupla morte. Primeiro morreu ele de morte súbita, transportado para o banco a reanimação foi impossível. Avisada ela na sala de espera, disse que ia telefonar para o filho e que depois falariam comigo.
Decorrida quase uma hora chega o filho.
Abraçada ao filho, exclama: "O teu pai morreu!"
Foram as suas últimas palavras. Cai fulminada no chão.
Numa hora o filho perde o pai e assiste à morte da mãe.
Ela não resistiu à emoção da morte dele.
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