Eu não queria desistir, mas por aquilo que vou lendo a motivação vai-se reduzindo.
Vejam o que nos diz o senhor comandante dos bombeiros e que a senhora jornalista Natália Ferraz, do Correio da Manhã de hoje, transcreve sem qualquer visão crítica: (sublinhado meu)
"... disse ao CM Amaro Lopes, comandante da corporação de Benavente.
“Os bombeiros seguiram o protocolo e, ao depararem-se com uma paragem cardiorrespiratória solicitaram apoio diferenciado, nomeadamente uma VMER do INEM”, revelou ao CM o porta-voz do instituto, Pedro Coelho dos Santos. E esclarece: “A VMER foi pedida às 17h15 e chegou às 17h30.”
Segundo o CM apurou, a vítima alegadamente ainda teria pulso quando os bombeiros que o foram socorrer começaram a tentar contactar o CODU."
Se tinha pulso, não poderia estar em paragem cardio-respiratória... se estava iniciavam a reanimação até à chegada da VMER, demorasse o tempo que demorasse...
A notícia completa:
Benavente: Idoso morreu de paragem cardiorrespiratória
Problema de linhas atrasou socorro
Natália Ferraz
Foi nesta casa de Coutada Velha, em Benavente, que o septuagenário viveu nos últimos 12 anos
O CM apurou que na tarde de quinta-feira os Bombeiros de Benavente tiveram dificuldades em entrar em contacto com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), com sede em Lisboa, sendo necessárias oito tentativas (e mais de 12 minutos) para alguém atender e enviar socorro para a zona industrial de Vale Tripeiro, onde o septuagenário António Manuel Martins faleceu vítima de paragem cardiorrespiratória.
Em causa estará uma alegada mudança de sistema de linhas do CODU, o que dificulta o atendimento das emergências. Terá sido essa a razão do alegado atraso do INEM no envio de uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER).
Eram quase 17h00 de quinta-feira quando o septuagenário se sentiu mal na sua carrinha Renault Express. Foram os populares que deram o alerta. “Os bombeiros receberam o alerta pelas 16h56 e levaram dois a três minutos a chegar”, disse ao CM Amaro Lopes, comandante da corporação de Benavente.
“Os bombeiros seguiram o protocolo e, ao depararem-se com uma paragem cardiorrespiratória solicitaram apoio diferenciado, nomeadamente uma VMER do INEM”, revelou ao CM o porta-voz do instituto, Pedro Coelho dos Santos. E esclarece: “A VMER foi pedida às 17h15 e chegou às 17h30.”
Segundo o CM apurou, a vítima alegadamente ainda teria pulso quando os bombeiros que o foram socorrer começaram a tentar contactar o CODU.
“Estamos à espera das conclusões do relatório. Existem rumores de alegados atrasos ou falhas na comunicação, mas sem o documento não nos podemos pronunciar”, explicou ao CM o comandante Joaquim Chambel, do Comando Distrital das Operações de Socorro (CDOS) de Santarém.
A vítima – que vivia no local da Coutada Velha, nos arredores de Benavente – faleceu três dias depois de ter sido assistida de emergência no Hospital de Vila Franca de Xira.
HOSPITALIZADO TRÊS DIAS ANTES
“Na segunda-feira à tarde, pelas 17h00, uma ambulância dos bombeiros de Benavente transportou-o de casa ao hospital. Estava a sentir--se mal e tinha vomitado. Saiu pelo seu pé pelas 02h00”, disse ao CM uma fonte ligada ao processo.
ERA UM HOMEM DE POUCAS PALAVRAS
António Manuel Martins mudou-se da aldeia da Barrosa para Coutada Velha, ambos em Benavente há 12 anos. “Há uns anos que ele frequentava o café, geralmente sentava-se a ler o jornal e trajava sempre um chapéu e óculos de sol, mas era um homem de poucas palavras”, disse ao CM António Manuel Castanheira, funcionário nas bombas contíguas ao café na zona industrial de Vale do Tripeiro.
Também no snack-bar Miclas, no Local da Coutada Velha, os populares revelam que a vítima não era muito sociável: “Costumava andar com uma máquina fotográfica e sempre de chapéu e óculos. Até lhe demos a alcunha de fotógrafo, mas não conversava muito.”
Era reformado e, segundo os populares, “esteve no Ultramar e depois envolvido noutras guerras”. “Recebia uma reforma como ex-combatente”, acrescentam.
Já Carlos Durães, seu senhorio, remata: “A profissão dele era a fotografia, para mim era um fotógrafo. A filha e o genro visitavam-no com regularidade.”
ERRO ASSUMIDO EM SAMORA CORREIA
Um cirurgião morreu na noite de 27 de Fevereiro em Samora Correia, também no concelho de Benavente, esvaído em sangue, devido a uma hemorragia. Não sobreviveu à demora do socorro, superior a 45 minutos, voltando a pôr em causa a eficácia de resposta do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O possível erro partiu do operador do Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM, que chamou ao local do pedido de socorro uma ambulância de Almeirim, a cerca de 57 quilómetros, ignorando os bombeiros de Samora Correia, cujo quartel dista 400 metros da casa de onde partiu a chamada. Mais perto ficam corporações de Benavente, Vila Franca de Xira ou Salvaterra de Magos. Os vizinhos de Jorge Bento só conseguiram alertar os bombeiros de Samora Correia às 00h10. O cirurgião do Hospital de Vila Franca de Xira estava em recuperação de uma cirurgia em que lhe foram removidos tumores na língua e traqueia. A sua mulher, Verónica Bento, ignora a causa da hemorragia fatal.
APONTAMENTOS
DISTÂNCIA
Em situações de trânsito regular, uma VMER de Vila Franca de Xira levará cerca de dez minutos até ao local onde a vítima se sentiu mal, uma vez que a distância não chega aos 20 quilómetros.
FILHOS
António Manuel Martins tinha uma filha que reside em Alcácer do Sal e um filho que vive em África. Os familiares deverão recolher os pertences da vítima durante o dia de hoje.
SEM MÉDICO
O septuagenário não tinha médico de família atribuído. Após ter estado nas Urgências de Vila Franca de Xira, três dias antes de morrer, iria esta semana pedir médico de família.
EXAMES
Nas Urgências de Vila Franca de Xira a vítima terá feito análises e um electrocardiograma. No dia seguinte queixou-se de dores de estômago.