quinta-feira, março 13, 2008

O Polvo da Indústruia Farmacêutica!

Diz o Prontuário Terapêutico (oficial, científico e não comercial):

"Estão disponíveis no mercado várias preparações contendo lisados

bacterianos, dotados de antigenicidade capaz de induzir resposta imunitária.

São propostos fundamentalmente como profilácticos de infecções várias,

sobretudo do tracto respiratório. Apesar de existirem alguns trabalhos

publicados com resultados favoráveis, são necessárias provas adicionais,

para se poder tirar ilações conclusivas sobre a sua utilidade clínica. Uns

podem ser utilizados por via oral e outros por via injectável (IM e SC). A via injectável pode dar origem a sensibilização."

Diz o Correio da Manhã, de 5 de Março de 2008 (popular, iliterato e obscurantista, comercial, omitindo a posição oficial). Que estará o Correio da Manhã a preparar. Conluiado com quem?


"Saúde: Prevenção de infecções respiratórias. Gotas infantis esgotadas

Pedro Catarino
clip_image001
Um frasco que custa 3,71 euros, a uma ou duas gotas por narina, duas vezes ao dia, chega para cerca de dois meses

O medicamento de uso infantil Biopental, que actua como profiláctico de constipações, gripes e outras infecções das vias respiratórias, está “esgotado há imenso tempo”, segundo apurou o CM junto de várias farmácias de Lisboa. Todas as farmácias abordadas disseram ao CM estar o medicamento esgotado e não serem capazes de prever a possível retoma da comercialização.

Em compensação, António Jordão, director-geral da OM Portuguesa – Laboratório de Especialidades Farmacêuticas, titular dos direitos de comercialização do Biopental, admitiu ao CM que “o medicamento esteve esgotado” mas por um prazo inferior a 15 dias, afirmação contraditória com o “há imenso tempo” dos farmacêuticos, incluindo o “mais de duas semanas” dito por um deles.


Segundo o responsável da OM Portuguesa, a ruptura do ‘stock’ deveu-se a “um erro de cálculo” na produção, uma vez que “o Inverno este ano chegou mais tarde” e a OM já não contava vender mais lotes de um medicamento “muito sazonal”.


O erro de cálculo levou a que a empresa tivesse de “produzir um lote não previsto”, o qual, segundo o responsável, “foi entregue aos armazenistas na sexta-feira, devendo chegar às farmácias hoje [quarta-feira] ou amanhã”.


Confrontado com a diferença entre esta versão e a resposta das farmácias que garantiram desconhecer quando é que o produto capaz de prevenir infecções respiratórias em crianças voltaria a ser reposto, António Jordão remeteu para os armazenistas, que “agora fazem a distribuição do medicamento e informar as farmácias”. O CM confirmou ontem que “o medicamento está esgotado” e “não se sabe quando chega”.


Questionado sobre a coincidência de um produto não comparticipado, acessível (3,71 euros por frasco de 25 mililitros) e profiláctico (preventivo) ‘desaparecer’ do mercado quando mais falta faz, o responsável da OM Portuguesa garante que “para uma fábrica pequena todas as receitas importam”, negando “qualquer coincidência suspeita” como a interferência dos maiores laboratórios farmacêuticos.


MEDICAMENTO COM RESULTADOS
Alguns dos mais conceituados pediatras nacionais, como o ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria, Gonçalo Cordeiro Ferreira, defendem, ao CM, a utilidade do Biopental “como adjuvante de uma estratégia profiláctica”.


Recusando alarmismos, o pediatra entende que “não é por haver uma ruptura de ‘stocks’ que irá haver um surto de epidemias”, sugerindo “soluções alternativas”.


Já outra pediatra, que solicitou o anonimato, confessou ao CM ser adepta de um medicamento que diz “receitar com regularidade” e “bons resultados”.
A mesma médica acrescenta que “as rupturas nos ‘stocks’ fazem por vezes parte de uma outra intenção, em especial quando os remédios estão entre os mais baratos”.


“O medicamento está esgotado e os médicos deixam de o receitar, e depois é um círculo vicioso: não há procura, não se faz, e o medicamento desaparece”, explica.


Questionada pelo CM acerca do possível desaparecimento das gotas preventivas, a pediatra lamenta--o, por se tratar “de um produto de eficácia comprovada”.
INFARMED NÃO FOI INFORMADO
Segundo decisão do INFARMED (Instituto da Farmácia e do Medicamento), em Março de 2005, “sempre que um titular de AIM [autorização de introdução de medicamentos no mercado] saiba que não é capaz de abastecer o mercado durante 15 dias deverá notificar o facto na ‘Ruptura de Medicamentos’ do site do Infarmed, ao mesmo tempo que indica o prazo da reposição”.
A verdade é que a ruptura do Biopental não consta do referido espaço e também nada se sabe quanto à reposição. António Jordão, responsável da OM, alega que a ruptura não chegou aos 15 dias (no mesmo site há medicamentos, como o Persantin, em Junho de 2006, que notificaram o Infarmed de uma ruptura de dois dias).
Ao CM, fonte do Infarmed “informa não ter sido o instituto notificado de nenhuma ruptura relativa ao referido medicamento”.
SAIBA MAIS
3,71 euros é o preço de venda ao público destas gotas preventivas (vacina oral) das infecções respiratórias. O medicamento não é comparticipado pelo Estado.
2 meses é a média de duração de cada frasco de 25 mililitros, à posologia de uma ou duas gotas por narina, duas vezes ao dia (de manhã, em jejum, e ao deitar).
VACINA BACTERIANA
As gotas são compostas por bactérias enfraquecidas. A sua toma aumenta as defesas imunitárias.
GRIPE E PNEUMONIA
Os agentes vão do Haemophilus influenzae (gripe) ao Klebsiella pneumoniae e ao Diplococcus pneumoniae, potenciais causas para a pneumonia, passando por Neisseria catarrhalis (tosse), Staphylococus aureus e Streptococcus pyogenes.
MILHÕES
Cada mililitro da solução tem entre 200 a 400 milhões de unidades de agentes patogénicos.

Rui A. Chaves"

Sem comentários: