terça-feira, junho 17, 2008

Há 2.800 médicos e enfermeiros espanhóis em Portugal

As unidades de saúde de Portugal integram actualmente cerca de 1.800 médicos e de 1.000 enfermeiros espanhóis, números que estão «praticamente estabilizados» desde 2005, depois do «grande boom» registado nos anos anteriores, garantiu hoje um responsável associativo, Xóan Gómez, presidente da Associação de Profissionais de Saúde Espanhóis em Portugal, disse à Lusa que entre 2003 e 2004 se registou o «pico» de profissionais de saúde de Espanha a trabalhar em território luso, com 2.400 médicos e mais de 1.500 enfermeiros.«A partir de 2005, esse número estabilizou nos cerca de 2.800 profissionais de saúde [1.800 médicos e 1.000 enfermeiros], mantendo-se até hoje, embora nos últimos tempos sejam ligeiramente mais os espanhóis que regressam ao seu País do que os que procuram Portugal para trabalhar», acrescentou.«Entram menos do que os que saem, mas nada de extraordinário. Não há uma debandada geral nem pouco mais ou menos. É claro que num pequeno centro de saúde com 10 ou 12 médicos na sua maioria espanhóis, quando saem dois ou três já se nota uma grande diferença. Mas a verdade é que continua a haver médicos de Espanha a procurar emprego em Portugal», disse.
A título de exemplo, apontou o caso do distrito de Viana do Castelo, que desde Outubro de 2007 viu partir 16 médicos de Espanha, uma realidade «compensada» com a chegada de igual número de clínicos do mesmo país.«Nas unidades de saúde mais do interior, pode-se notar bastante diferença, mas, no cômputo geral do País, a situação está praticamente estabilizada», reiterou.
No entanto, admitiu que a «fuga» dos profissionais de saúde espanhóis para o seu País pode acentuar-se nos próximos tempos, «se Portugal não lhes voltar a oferecer estabilidade laboral e contratual». «Actualmente, Portugal apenas oferece contratos precários aos médicos espanhóis que vêm para cá trabalhar, e depois acontecem situações caricatas, como a que se regista onde eu trabalho. Eu, que sou quadro, ganho o dobro de um colega que está a contrato e que faz o mesmo trabalho que eu e que tem o mesmo número de doentes que eu. Ora isto é injusto e desmoralizador», referiu Xóan Gómez, médico galego que trabalha em Ponte de Lima. Sublinhou que, em Espanha, o Governo, ao deparar-se com a «crescente» falta de médicos, começou a oferecer «melhores condições» de trabalho aos profissionais de saúde, o que pode levar os espanhóis que laboram em Portugal a regressar ao país de origem. Um dos maiores «fornecedores» de profissionais de saúde para Portugal tem sido a Galiza, região autónoma de Espanha que, por causa dessa emigração, regista actualmente um dos menores rácios de clínicos por habitante - 430 por cada 100 mil, quando em Espanha a média é de 459 por 100 mil.
Também em número de enfermeiros a Galiza fica abaixo da média, com 487 por 100 mil habitantes, menos 49 do que a média nacional.
Lusa/SOL

Cada lado tem a sua opinião.

É um facto que médicos portugueses e espanhois que estão integrados nas carreiras médicas, têm de fazer os concursos públicos que lhes dão a categoria e grau para progredir na carreira.

Através destes concursos o seu conhecimento é também avaliado e são remunerados de acordo com as tabelas salariais correspondentes à sua categoria (em anexo ver em tabelas salariais), enquanto médicos indiferenciados espanhois ou de outra nacionalidade, estão a receber valores/hora/mês compatíveis com Chefe de Serviço em fim de carreira, com horário completo.

A lei do mercado começa a funcionar e no SNS as mãos dos responsáveis estão atadas para compensar/remunerar os seus melhores quadros médicos e para cúmulo benificiam que "assenta praça logo em general"!

De acordo com Rui Sousa Santos, ( presidente do conselho de administração do CHB) reage, dizendo "não ter condições financeiras para corresponder às exigências que estão a ser colocadas pelos médicos espanhóis, que tentam fazer valer as enormes dificuldades resultantes da falta de médicos na região alentejana. "Pagamos 3000 euros para os aguentar", enquanto os da carreira "têm se suar a estopinhas" para ganhar o equivalente."

Xoan Gomes tem outra opinião, como podemos comprovar pela notícia acima transcrita.

Mas o MEMAI sabe, por trabalhar com médicos espanhois do quadro e indiferenciados, que é verdade o que se passa no Baixo Alentejo, assim como em outras regiões!

3 comentários:

shaun the sheep disse...

ALGUMAS REFLEXÕES:
Como é possível que se formem tantos médicos em Espanha e em Portugal não? como é que se faz um bom médico? é aquele que consegue tirar as melhores notas durante o curso apesar de ser uma pessoa sem grande vocação? ou aquele que tem vocação mas não consegue as notas brilhantes?

Existem alguns técnicos tanto na área da saúde (como noutras), que simplesmente não tem qualquer vocação para desempenhar as respectivas tarefas. Ás vezes parece até que se esquecem que á sua frente tem PESSOAS!

No caso concreto da medicina, quantos estudantes ficam á porta, independentemente da sua possível dedicação ou competência para exercerem "a profissão"? certamente alguns, não?
Mas mesmo assim, Portugal continua a importar médicos de outras nacionalidades, sem tomar uma medida de investimento na formação dos seus proprios profissionais!

com este comentário não quero de FORMA ALGUMA criticar os médicos no geral! Há bons e maus profissionais em todas as áreas! E INDEPENDENTEMENTE DA SUA NACIONALIDADE (porque não tenho nada contra os profissionais espanhóis!)

Em relação à afirmação de Xóan Gómez:"Portugal apenas oferece contratos precários aos médicos espanhóis", alguém tem que lhe explicar que isto dos "contratos precários" é o Portugal da maioria dos portugueses!

e nem me vou pronunciar sobre os 3000 €!

Anónimo disse...

A vocaçao é uma coisa muito vaga e dificil de avaliar.. vocação é ser muito simpatico e carinhoso para os doentes e não interessa se é incompetente? É que na hora do perto entre escolher um suposto medico com vocação com más notas ou um medico com boas notas e vocação duvidosa... eu acho que não tinha muitas duvidas. O ter boas notas só confirma a capacidade de trabalho e de aprendizagem, um dos factores mais importantes para um medico, ao contrario do que muitos leigos pensam porque desconhecem a profissão. É como aqueles doentes que tiveram o melhor tratamento hospitalar mas ficaram muito insatisfeitos porque o pequeno almoço não veio a horas ou o medico nao foi muito simpatico. E ficam deslumbrados com os senhores professores que parecem ser muito importantes mas são muitas vezes uns incompetentes...

Anónimo disse...

o melhor médico é o mais "marrão"?
lol