domingo, abril 25, 2004

A Manipulação da Comunicação Social: Não Estou Sozinho na Percepção do Mau Cheiro!

Quando numa noite de insónias iniciei este blog, pensava que podia lutar sozinho contra a manipulação dos media em relação a um grupo vasto de profissionais, que prestam um serviço público, quer em serviços do Estado, quer em serviços privados, mas sempre um serviço público. E um serviço para o grande público. Um serviço que o 25 de Abril massificou e democratizou.

Também pretendia "esclarecer quem me procurasse" e alguns jornalistas procuraram.

Por isso, lá por haver um Luís que é Salgado (entre outras epítetos) e Matos (Matos por parte do MRPP ou similar) que dá aulas de jornalismo, não critico todos os jornalistas.

Mas aprendi a protestar no silêncio, pois, (e desculpem-me os puristas da língua, esta minha brejeirice) sempre que um médico dava um peido, nos jornais podia ler-se "Os médicos peidaram-se" e logo um rol de conclusões precipitadas, todas relacionadas com o cheiro do dito.

Mas, nem todos os médicos expelem ventosidades pelo ânus, ruidosas ou não, como consequência de um problema (não é uma doença!) mais vasto e com vários nomes técnicos: aerofagia, aerocolia, meteorismo, flatulência, como resultado d' "A digestão de alguns alimentos pelas bactérias do intestino leva a maior produção de gás do que outros. A fermentação no intestino e que leva à produção de gás, pode ser a partir da lactose (contida no leite e derivados), da frutose (contida nas frutas), de certas fibras vegetais e de carboidratos contidos no trigo, aveia, milho e batatas. Geralmente o gás derivado da fermentação de vegetais tende a ser sem cheiro, enquanto aquele resultante da digestão de carnes, mal cheiroso." (Aqui a ligação da propriedade intelectual.)

E todo este tratado para me juntar à indignação do Aviz e do Miguel Sousa Tavares no Público sobre a manipulação dos media (para não generalizar aos profissionais, os jornalistas).

Podem ler pela pena do FJV com o título: "MAS A MANIPULAÇÃO, SENHORES":

"Mas a manipulação não é apenas privilégio da "imprensa desportiva". Para quem ouve os noticiários da rádio (com a montagem de peças cortadas à vontade de cada editor, ou a recolha de depoimentos de várias "personalidades" que estão todas do mesmo lado) ou vê os rodapés das televisões (com adjectivos multiplicados ao sabor de cada hora), por exemplo, a conclusão não é muito diferente. Mas preparem-se. Vem aí mais. É o triunfo do common-sense e das "verdades".

MST escreve na sua crónica "Apito Entalado"*:

"Consciente disso, ao terceiro dia de "Apito Dourado", a imprensa atirou-se, sôfrega, a uma nova pista lateral: Pinto da Costa. Já anteontem, auscultando o que se passava em algumas redacções de Lisboa, eu percebi a pergunta/desejo que andava no ar e em todas as cabeças: "Será desta que chegam ao Pinto da Costa? É que, se não chegam, nada disto tem verdadeiramente interesse." Ao terceiro dia, então, ultrapassando a questão central, todavia menor, da disputa entre o Gondomar e os Dragões Sandinenses, a imprensa lisboeta lá achou que já tinha terreno para explorar a "pista Pinto da Costa". Atente-se nas manchetes de ontem do PÚBLICO e do "Diário de Notícias"." e
"Mas não é só o envolvimento a ferros do nome de Pinto da Costa neste processo que caracteriza a cegueira da imprensa responsável. Levados por um entusiasmo que tem raízes patológicas na clubite desportiva que a todos toca".
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* ligação não permanente.

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