A Morte em Frente E Os Centros Comerciais Ao Lado
A Morte de Frente, pode ler-se na Grande Reportagem de 27 de Março de 2004 (nº 168, ano XV, 3ª série). O artigo refere-se a uma reportagem em "directo", sobre a morte de um doente com SIDA.
Macabro. Macabro. MACABRO. macabro.
A exploração de sentimentos pelos media atinge proporções escandalosas.
Não sei para quem foram os honorários do personagem principal. Talvez para os herdeiros! O autor sei que os ganhou, como ganham todos os jornalistas e é um seu direito.
Mas o que me fez escrever esta mensagem, foi a última frase da introdução ao artigo, com a qual se pretende jusficar toda a reportagem: PARA AVISAR OS VIVOS.
Pois eu acho que a melhor frase será: PARA VENDER MAIS REVISTAS!
Não está em causa a qualidade, o empenho e o desempenho da jornalista Felícia Cabrita, o que está em causa são os temas escolhidos para que um (a) jornalista (a) se torne (também) conhecido e seja ele também notícia, deixando de ser o seu motor.
Shopping. Shopping. SHOPPING. Shopping.
São duas notícias indissociáveis na sua filosofia, a anterior e esta do Expresso de 27/03/04.
"'Shopping' liga a hospital
A URBAMINHO inaugurou a Galeria Comercial Campus São João com ligação directa ao edifício das consultas externas do Hospital de São João. Para o perímetro do hospital está ainda prevista a instalação de um hotel da cadeia Ibis."
No futuro veremos os médicos, enfermeiros e outro pessoal da saúde, com publicidade nas suas batas às lojas desses centros comerciais.
Os laboratórios farmacêuticos perderão a corrida.
Ninguém leva a mal que o médico tenho uma bata, onde se possa ler: "Visite BodyShop" ou "Compre na Batta".
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