segunda-feira, novembro 24, 2008

Ordem dos Farmacêuticos desaconselha recurso ao Saúde 24


24 de Novembro de 2008, 15:38
Lisboa, 24 Nov (Lusa) - A Ordem dos Farmacêuticos (OF) desaconselhou hoje o recurso à Linha Saúde 24 porque não reconhece a validade das informações prestadas pelo serviço em matéria de medicamentos.
"Desaconselhamos o recurso da população a este serviço enquanto a entidade gestora não proceder à contratação de profissionais com formação e competências adequadas", lê-se num comunicado hoje divulgado.
A linha Saúde 24 foi criada em 2007 para dar assistência em cuidados de saúde, fazendo triagem e aconselhamento dos utentes, tendo em vista evitar que estes se desloquem aos hospitais e centros de saúde sem necessidade.
A OF alerta que este aconselhamento terapêutico não tem sido supervisionado por um farmacêutico e que "é efectuado por colaboradores sem qualificações para o efeito", o que constitui não só uma infracção ao Estatuto da Ordem, como ao próprio contrato de concessão estabelecido entre a Direcção Geral da Saúde e a Linha de Cuidados de Saúde, SA.
De acordo com aquele estatuto (decreto-lei 288/2001) é da exclusiva responsabilidade dos farmacêuticos a informação e consulta sobre medicamentos de uso humano e veterinário e sobre dispositivos médicos, sujeitos e não sujeitos a prescrição médica, junto de profissionais de saúde e de doentes.
"As recentes notícias vindas a público sobre o funcionamento deste serviço, e os testemunhos de alguns colegas farmacêuticos que nele trabalharam, reflectem, aliás, alguma desorganização no serviço e comprovam os receios da OF em relação às informações que são disponibilizadas à população", acrescenta no comunicado.
A OF adianta que já solicitou uma reunião com a entidade gestora do serviço para analisar este "incumprimento do acto farmacêutico" e resolver um problema que considera "grave" e que "poderá inclusivamente colocar em causa a saúde e qualidade de vida" dos doentes e as terapêuticas que lhes formam prescritas.
"Até ao regular funcionamento deste serviço, a OF sugere aos doentes que dissipem as suas dúvidas em matéria relacionadas com medicamentos junto dos cerca de seis mil farmacêuticos que diariamente se encontram nas farmácias portuguesas", anuncia.
A ordem anuncia ainda a intenção de se manter "vigilante" em relação a informações sobre medicamentos que são disponibilizadas ao público em geral "neste como em outros serviços".
VP.
Lusa


Portugal no seu melhor e vamos assistindo a este medir de forças!

Mais uma vez sem se saber, quem é quem? e quem faz o quê?

10 comentários:

Anónimo disse...

Importa-se de explicar melhor o que quer dizer com "Mais uma vez sem se saber, quem é quem? e quem faz o quê?"

Anónimo disse...

"é da exclusiva responsabilidade dos farmacêuticos a informação e consulta sobre medicamentos de uso humano, sujeitos e não sujeitos a prescrição médica, junto de profissionais de saúde e de doentes"... isto quer dizer que qdo receitar medicamentos aos doentes, devo enviá-los ao farmaceutico para ele explicar a sua indicação e uso? É que me alivia muito o trabalho!

Anónimo disse...

Caro anónimo de 25/Nov. É verdade. Pode (e deve) fazê-lo. Ficava mais aliviado e os doentes percebiam melhor, do q uma explicação às pressas numa consulta.

Anónimo disse...

do que COM uma explicação, leia-se

Anónimo disse...

Parece-me que a explicação "às pressas" numa consulta, num consultório fechado, numa conversa entre medico e doente, onde o médico que prescreve sabe por que é que está a prescrever aqueles medicamentos, é bem mais eficiente que uma explicação às pressas num balcão, com uma fila de pessoas atrás à espera para serem atendidas... o que acha? Aliás, como é que podem explicar as indicações de um fármaco se nem sabem o que o doente tem?

Anónimo disse...

Já só cá faltava este. As farmácias (nomeadamente os farmacêuticos, que são quem sabe) têm a obrigação de "explicar" o que o doente questionar relativamente à medicação no acto da dispensa. Nem que a vila dê a volta ao quarteirão. Embrulhe e guarde bem guardado esse seu comentário.

Anónimo disse...

Onde se lê "vila" deve ler-se "fila".

Anónimo disse...

PS - Se o prescritor encaminhar o doente ao farmacêutico para obter mais informação/informação adicional sobre os medicamentos que irá tomar, certamente que em qualquer farmácia encontrará um farmacêutico disponível para o esclarecer.

Anónimo disse...

Era só o que faltava. Ando muito satisfeita com a linha saude24. Só vou ao posto de saúde se eles me aconselharem a tal.Como não estão a "ver" fazem imensas perguntas para o diagnóstico e arrisco-me a dizer que isso juntamente com o tempo que dispôem permite "ver" melhor a situação que o próprio médico do posto de saúde. Quanto às fármacias, não têm a formação que as pessoas do saúde24 têm.

Anónimo disse...

Cara Mia, o que é dito é o seguinte: "Até ao regular funcionamento deste serviço, a OF sugere aos doentes que dissipem as suas dúvidas em matéria relacionadas com medicamentos junto dos cerca de seis mil farmacêuticos que diariamente se encontram nas farmácias portuguesas".

Quanto às farmácias, se quiser esclarecer dúvidas sobre medicação e/ou terapêutica, com a certeza do conhecimento técnico e científico, pede para falar directamente com o farmacêutico, que tem uma formação superior universitária de 6 anos.