sexta-feira, outubro 24, 2003

O Público Esclarece a Boa Vontade ...

"Televisão nas Farmácias Terá Publicidade a Medicamentos
Por JOANA FERREIRA DA COSTA
Sexta-feira, 24 de Outubro de 2003

O programa "Farmácia TV", que em Março de 2004 começará a ser transmitido em ecrãs de televisão em 500 farmácias do país, prevê que cerca de 20 por cento dos conteúdos sejam publicidade a medicamentos que não precisam de receita e a champôs ou cosmética. Este projecto da Associação Nacional das Farmácias (ANF), avaliado em 3,7 milhões de euros, passa ainda por informação ao consumidor e conselhos de saúde, alargando às montras as promoções pagas pelos laboratórios.

O "Farmácia TV", anteontem apresentado, instalará ecrãs de plasma de grande formato no interior dos estabelecimentos aderentes, que passarão, num sistema interno de vídeo, três tipos de conteúdos: filmes de promoção da saúde e informação ao doente, mensagens institucionais e publicidade a produtos e medicamentos não sujeitos a receita médica.

A informação será transmitida ao longo das 24 horas, prevendo-se que as farmácias disponham de um outro monitor de TV, que seja visível do exterior e que durante a noite dará indicações úteis, como a lista das farmácias de serviço.

Os vídeos informativos não terão som. O projecto arrancará com 100 filmes de um minuto cada, calculando-se que a publicidade venha a ocupar 20 por cento da programação. O peso promocional poderá, no entanto, estar sujeito a alterações, apurou o PÚBLICO junto de fonte da ANF. De qualquer modo, o principal objectivo é que esta TV seja "um importando veículo de formação e informação dos utentes no espaço da farmácia", diz a associação.

Custos suportados pela ANF

Na fase de arranque, o "Farmácia TV" deverá funcionar em 500 farmácias. Os custos do projecto serão totalmente suportados pela ANF, que também elaborará os conteúdos. As estimativas apontam para um custo de 7500 euros por estabelecimento, num total de 3,7 milhões nesta primeira fase. Mas a longo prazo, com o alargamento da rede de farmácias aderentes, os custos passam a ser totalmente suportados pelos laboratórios e empresas anunciantes.

A ANF já contactou cerca de 40 laboratórios e fabricantes de produtos de higiene e bem-estar, para que aderissem ao projecto, que também prevê a publicidade nas montras das farmácias. "A ideia é que as montras sejam uma réplica dos módulos de publicidade do 'TV Farmácia', funcionando esta promoção em simultâneo em redes de 100 farmácias".

A participação dos laboratórios e fabricantes de produtos cosméticos vai ser feita mediante a assinatura de um protocolo com a ANF, que definirá "a contribuição financeira de base anual e as respectivas contrapartidas", diz a associação.

A elaboração dos conteúdos institucionais e técnicos ficam a cargo da ANF, que criou um conselho consultivo que validará a informação. Dele farão parte, não só farmacêuticos e um representante da Ordem da classe, mas também um representante dos consumidores e outro da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) . Ao que o PÚBLICO apurou, o presidente do Instituo Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) mostrou interesse em obter publicidade institucional gratuita no "Farmácia TV", tendo em vista a promoção do uso racional dos medicamentos."


Até nem acho mal.
Só me custa é ouvir que é em prol do doente. Que é uma medida para educar as massas, de base científica, etc.
Será uma nova aliança entre a Apifarma (que representa os laboratórios corruptores dos médicos) e a ANF (que rerpresenta as farmácias).

Será que a ANF se irá esquercer dos genéricos?

As farmácias são um negócio que tem que ser rentável. E isto será uma forma de se promoverem os chamados medicamentos OTC, medicamentos de venda livre e que na língua anglo-saxónica significa: over the counter (por cima do balcão).

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