segunda-feira, setembro 27, 2004

O Meu Blogue É Sério ...

... mas não resisto a contar uma anedota dita pelo dr José Eduardo Moniz e que o blogue Jornalismo e Comunicação publicita neste bilhete assinado por Manuel Pinto:


"Os portugueses não acham que a TVI é sensacionalista."


(O Médico Explica descobriu a ficha técnica: inquérito telefónico realizado aos telespectadores da TVI e à hora do seu jornal da noite.)

Viva. Sou Jornalista,

"... leio o seu blog há bastante tempo e tem-me ajudado a perspectivar o meu trabalho de outro ângulo. Faço muitas vezes trabalhos sobre ciência e esforço-me muito por perceber bem os assuntos para não cometer erros.
Perguntando muito, essencialmente, porque escrever textos jornalísticos sobre ciência é fazer acima de tudo uma tradução da linguagem científica para a linguagem corrente.
.../...
Foi uma boa recompensa para a luta anti-especulação que tive aqui na redacção em relação ao uso da palavra "epidemia" ... Levar com uma das suas críticas impiedosas seria arrasador e, confesso, sentir-me observada aumenta o alerta anti-erro!..."

Mais não transcrevo para não se identificar a origem, embora não fosse pedido anonimato.

Mas o e-mail desta(e) jornalista só demonstra que existe uma luta nas redacções entre especulação e obscurantismo e ciência.
É pena, porque desde os tempos do Galileo Galilei a ciência continua com dificuldade em impor-se.

domingo, setembro 26, 2004

Neste Tempo ...

... pediatras, médicos de clínica geral, cirurgiões, barbeiros, farmacêuticos, médicos em geral lutavam por um bem comum: a pessoa humana.

Não sei se não será melhor voltar atrás...


A Falta De Preparação Dos Pediatras Confessada Pelos Próprios

O dr Libério futuro ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatra, nas vésperas do seu congresso criticou tudo e todos os seus outros colegas, referindo que tudo o que se relacionasse com as crianças, era dele e dos seus colegas pediatras. Está no seu pleno direito democrático de afirmar o que bem entender.
Se é seguido ou não pelos seus colegas, não sei!

Mas fiquei a saber que, de acordo com o que foi discutido no VII Congresso de Pediatria:
  • "os pediatras são poucos em Portugal" - porquê invadir os centros de saúde?
  • "querem ser no futuro muito mais que um médico" - porquê invadir outras profissões!
  • "um dos imperativos éticos da pediatria do futuro é prevenir a violência" - é um imperativo ético de toda a sociedade.
  • "o pediatra saberá responder às mudanças." - portanto ainda não está preparado!
  • "O pediatra terá de saber lidar com novas doenças provocadas por novos hábitos, como o fumo do tabaco" - mas há quantas décadas há fumo do tabaco!
  • "... consumismo..." - das consultas de pediatria nos consultórios privados, de acordo!
  • "... competirá "zelar" pelo bem-estar de crianças portadoras de doenças crónicas, que os avanços da ciência lhes permitiram salvar." - mas ainda não aprenderam a zelar pelas doenças crónicas? Isso é falta de formação...
  • "Mas hoje temos os "bernardos", com direito a pediatras, e os "zés", crescendo "por sua conta e risco" - de acordo. Em cada dia nos consultórios lisboetas ou portuenses ou de outra qualquer grande cidade, poderiam oferecer gratuitamente consultas para os "zés". Ou será que os "bernardos" continuariam a ser seguidos com todo o conforto nos consultórios do Hospital Cuf Descobertas ou Clipóvoa e os "zés", ao monte, nos centros de saúde com os pediatras a consultarem por atacado?
  • "Os pediatras não têm formação oncológica" - foi afirmado pela pediatra inglesa, Jillian Mann.
  • "Temos de fazer tudo para que o diagnóstico seja o mais precoce possível, para atingirmos taxas de cura de 100 por cento" - formação oncológica para todos os pediatras, foi exigido por um pediatra oncológico.
  • "sublinhou, igualmente, a necessidade do diagnóstico precoce e lembrou que o cancro é a segunda causa de morte das crianças" - isto acontece porque os pediatras não têm formação suficiente em oncologia.
  • "Todos os pediatras deveriam ter uma formação mínima em oncologia. Essa foi a tese defendida pela inglesa" - significa que ainda a não têm.
  • "Congresso Pediatria: Médicos mal preparados para ajudar pais prevenir acidentes" - uma especialista alertou hoje para a falta de preparação dos pediatras.
  • "77 por cento dos pediatras tinham noção da importância do seu papel nesta matéria, mas que mais de metade reconheceu não ter conhecimentos teóricos para esta abordagem" - de acordo com Elsa Rocha.
  • "foram "apenas 28 por cento" os que afirmaram ter a noção de saber como intervir junto dos pais" - e querem ser pediatras de família.
  • "Portugal é o país da União Europeia com maior taxa de morte por acidentes e é o segundo que menos tem reduzido esse número nos últimos 20 anos" - segundo Helena Menezes, secretária-geral da Associação para a Promoção da Segurança Infantil. É a permanente falta de preparação adequada dos pediatras para a educação para a saúde.
  • "sendo que apenas 35 por cento dos pais transportava as crianças de forma correcta com base nas normas e dispositivos de segurança adequados, actualmente em vigor." - resultado de um inquérito a frequentadores de consultas de pediatria. Continua a não haver tempo para educar as maezinhas.
  • "A urgência hospitalar continua a servir como primeira linha de tratamento da doença aguda na criança, o que prejudica o atendimento e distorce o princípio deste serviço" - se os pediatras continuarem a depreciar os médicos dos centros de saúde, nunca mais se livram do povo que vai às urgências e não aos seus consultórios?
  • "mais de um quinto da população estudada teve mais de quatro consultas na urgência em seis meses, apontando para uma clara predominância do recurso ao serviço de urgência, em detrimento dos serviços de apoio permanente" - pois é. Não há dinheiro para as consultas privadas por causa do vómito, do pingo no nariz, do galo na cabeça e como "os médicos de família não têm preparação", o povo vai ao hospital.
  • "Por outro lado, o orçamento familiar é hoje cada vez mais curto, levando muitos pais a cortar as consultas periódicas nas clínicas privadas de Pediatria" - isto foi afirmado por um pediatra!
  • "Um pediatra é um conselheiro do doente e da família. Tem de estar disponível 24 horas por dia, incluindo no Natal, no Ano Novo, nas férias." - quantos telemóveis ficam desligados quando os pais mais precisam!
  • "E aí ninguém nos ouve. Falta fazer muito" - com dislates destes, quem os quer ouvir?
  • "Ser pediatra é uma vocação e uma trabalheira." - trabalheira, foi a palavra empregue por um pediatra. Mas na Cuf descobertas ou no Restelo, a trabalheira deve compensar.
  • "Tem de saber um pouco de todas as especialidades e estar sempre disponível para toda a família." - especialidade generalista.
  • "Caso contrário, torna-se num passador de receitas e não é um aliado na prevenção de problemas" - afirma Octávio Cunha.
  • "... e os poucos (novos) pediatras preferem ficar, em exclusividade, nos hospitais, onde há responsabilidade partilhada" - e umas consultitas por fora, nas grandes cidades. A exclusividade é para ser cumprida.
  • "O preço elevado das consultas privadas também se deve à diminuição de oferta." - a medicina mercantilizada.
  • "Um pediatra que abre um consultório paga , por cada consulta, 40% de impostos e cerca de 30% das receitas é gasto na manutenção das instalações" - resta uma margem de lucro de 30%, nada mal.
  • "Os pediatras referem a solidão das crianças como uma "dos maiores preocupações da sociedade actual" - de acordo. A solidão é transversal na sociedade.
  • "... criando gerações de egoístas, que não sabem (nem querem) ouvir os outros." - exactamente. O dr Libério também demonstrou egoísmo.
  • "E em termos de natalidade, .../... seremos cada vez menos e dependentes dos imigrantes que têm mais filhos do que nós"- avisa Marques Valido. Será uma costela racista? Os médicos têm que se dedicar por igual a todas as pessaos independentemente da raça, religião ou nacionalidade.

Seara Ou A Epidemia do Ódio Disseminada Pelos Jornais

Os jornalistas são licenciados. Têm um nível académico e cultural superior à média da população.
Os jornalistas têm escolas superiores de jornalismo, de comunicação, públicas e privadas.
Há óptimos jornalistas, sérios, competentes, honestos. De cor cito dois que representam (para mim, CLARO!) o que de melhor há na seriedade do jornalismo português: Adelino Gomes e Joaquim Furtado. Outros haverá, mas este bilhete não é para falar de nomes.

É para falar da epidemia de ódio que os jornalistas veiculam nos jornais que os contrataram (talvez seja este o problema: nas licenciaturas ensina-se uma vertente do jornalismo, nas empresas de comunicação exige-se o lucro, o despudor, a iliteracia, o "quanto pior, melhor"!)

Estavam os médicos de família da zona, os médicos de saúde pública locais, regionais e nacionais, os epidemiologistas, os médicos infecciologistas hospitalares, os veterinários, os patologistas, os bacteriologistas e virulogistas, os farmacêuticos, os analistas, os técnicos de laboratório, e todo o pessoal de apoio e manutenção desses locais em conjunção de esforços a tentar descobrir um agente infeccioso letal para duas pessoas e correndo também os riscos inerentes ao contacto com um agente patogénico ainda desconhecido.

Da conjugação do saber de todos estes técnicos, particularmente usando as teorias básicas de epidemiologia, uma certeza se ia impondo: tratar-se-ia de um agente infeccioso restrito a um local e de pouca contagiosidade e infecciosidade.

Mas a comunicação social tratou de o transformar em mais uma epidemia, a da incompetência e da negligência.
Ouvi com as minhas membranas timpânicas, que transmitiram pelo martelo, pela bigorna e pelo estribo aos meus massacrados neurónios (para os senhores jornalistas ficarem com um melhor conhecimento da fisiologia da audição, e perceberem que martelo, bigorna e estribo não são instrumentos de ferreiro, mas sim uns minúsculos ossículos que permitem que enormes calinadas e impropérios - não os permitindo censurar - invadam o nosso cérebro , aconselho esta leitura ligeira), um jornalista de uma tv de referência afirmar que já havia mais casos espalhados pelo país e com os de Seara relacionados!

Li com os meus globos oculares em vários jornais a afirmação: "Como é que podem dizer que não existem novos casos se o agente infeccioso não foi ainda identificado?" - Era um facto que depois do dia 14 não deram entrada NOVOS casos.

Mas nada impedia que após o dia 14 outras doenças pudessem ter aparecido: sífilis com o seu complexo primário, proctites, balanites, onfalites, vaginites, vulvites, vulvo-vaginites, cervicites, endometrites, ooforites, dip, etc, outras doenças infecciosas das partes menos simpáticas do nosso corpo, e mesmo diarreias, pústulas, abcessos, antrazes, panarícios, tudo doenças infecciosas, estas, geralmente exalando mau cheiro!

Alguns dias depois, começam as habituais perseguições e inquéritos à ciência e ao saber, transformando afirmações de rua em importantes declarações de princípio, bombásticas, acusatórias, exigindo inquéritos, punições, perseguições, insultos, e, repare-se, enquanto nos laboratórios afincadamente se procurava descobrir o agente causador da doença. Parece que foi uma carraça.

Ficamos a saber que Seara tinha carraças rurais espalhadas pelo seu espaço geográfico, com as quais a junta de freguesia nunca se preocupou. Naqueles dias a aldeia foi também invadida por outras carraças, estas urbanas.

Também ficamos a saber que a junta de freguesia comprou 1.000 garrafões de água, por sua iniciativa. Sabemos que os bombeiros têm camiões cisternas próprios para abastecer água a populações carenciadas!
Só não soubemos a quem foram comprados e a quem foram distribuídos esses 1.000 garrafões. Que foram comprados com o dinheiro dos contribuintes, foram de certeza.

Mas isto não interessa aos jornais, só se o presidente da junta fosse médico, farmacêutico ou veterinário é que era notícia!

- "... um inquérito à actuação das entidades hospitalares e da DGS." - Luís Henrique Oliveira - Jornal de Notícias.

- "Revolta: população de Seara exige responsabilidades. Queixa em tribunal contra a Direcção-Geral de Saúde." - Rui Filipe Moreira, Correio da Manhã.

-"Um grupo de moradores de Seara, em Ponte de Lima, vai pedir ao Ministério Público que abra um inquérito à actuação da Direcção-Geral de Saúde (DGS) perante o surto que provocou duas mortes e o internamento de sete pessoas." - Rui Filipe Moreira, Correio da Manhã.

- "... mas condena a actuação dos responsáveis da DGS"

- "Isto é brincar com as pessoas. Se não sabem o que causou as mortes, como é que podem afirmar que não há motivo para alarme?",

- "... mas as declarações, ontem, de Francisco George, subdirector-geral de saúde, à RTP, tiveram o efeito da gasolina na fogueira."
- "Populares estudam a possibilidade de avançarem com uma queixa contra os hospitais e a DGS."
- "Um morador de Seara, que preferiu manter o anonimato, diz que a intenção de alguns populares é "avançar com um processo de inquérito à actuação" daquelas instituições, "em relação à forma como foi conduzido o processo".
- "a Direcção-Geral de Saúde (DGS) continua sem encontrar uma resposta para o caso e os populares de Seara vão exigir um inquérito à sua actuação."
- "Dois novos casos suspeitos do surto infeccioso em Seara, Ponte de Lima, deram ontem entrada no serviço de urgências do Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM), em Viana do Castelo" - Público com uma mentira descarada.
Mas também houve boas notícias, como uma publicada no Comércio do Porto em 24/09/04 e assinada por IVONE MARQUES e DORA MOTA.
Diz a Catarina Azevedo num bonito e-mail que me enviou, que os médicos entristecem, porque são pessoas.
E os jornalistas, Catarina?
Serão também pessoas?

sábado, setembro 25, 2004

Tou Triste!

Morreu alguém que eu não esperava!
Era apenas um meu doente a quem me habituei ouvir.
Morte súbita e inexplicada.
Procurou-me na véspera por assuntos de outrem.
Os médicos também entristecem!

quinta-feira, setembro 23, 2004

As Televisões Deram Voz A Uma Assassina!

E já pediram desculpa?

Segundo esta notícia (das 20h às 8h paga à IOL para ler a notícia.) do Portugal Diário foram presas duas pessoas que confessaram um crime.

As nossas queridas televisões fizeram Portugal chorar (eu não chorei porque não vi!) mas quem viu chorou.

As televisões deram voz a uma assassina. E já pediram desculpa? Pediram desculpa aos seus clientes pelo logro em que caíram?
Foram negligentes!
Quem as julga?

Os Pediatras Ao Ataque!

Depois da sua demissão dos bancos dos hospitais lisboetas, em que milhares de criancinhas ficaram sem assistência médica, depois das lutas intestinas nos hospitais centrais de Lisboa, depois das polémicas do Centro Materno-Infantil do Porto, depois da desestabilização das crianças com cancro no Porto, depois de terem os seus consultórios cheios, os pediatras ainda querem mais!

Querem invadir os Centros de Saúde e começarem a medir as criancinhas com uma fita métrica, uma balança e uma craveira! Provavelmente pensam que o Estado lhes vai pagar o mesmo que pagam as mães das criancinhas por essas medidas e por ouvir a frase sagrada:
- "O seu bebé está muito bem!"

Mas não querem só invadir os centros de saúde e serem médicos de família! Também querem passar a ser psicólogos, pedopsiquiatras, terapeutas familiares, assistentes sociais, e sei lá que mais!

O presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria descobriu isso e tem-se multiplicado em entrevistas aos jornais afirmando isso mesmo:

- "Queremos ser tudo. As crianças são nossas que ninguém lhes toque! São nossas! São nossas e prontos!" (citação de cor).

Aguardo com invariavel alegria e espanto, ver os meus colegas pediatras a reivindicarem serem também os enfermeiros das criancinhas.

Por cada aplicação de mercurocromo vulgo betadine nas arranhadelas das ditas criancinhas propriedade da pediatria, quanto levarão? Se por medir e pesar é o que se sabe....

E fica uma pergunta: se os pediatras querem vir consultar crianças saudáveis para os centros de saúde, será que vão abandonar os seus consultórios? Os hospitais, parece que estão em vias de o fazer.

E fica mais uma pergunta dura e propositada: De que gostam mais os pediatras? Das criancinhas ou daquilo que as mãezinhas têm dentro da carteira?

E uma terceira pergunta: que tem a dizer a Comissão formada para o desenvolvimento da Saúde Infantil (actividade dos médicos de família regulada em Lei).

Será que não concluiu já o contrário?

Peço desculpa a todos os pediatras que conheço e não conheço pela dureza deste bilhete, mas irritei-me ao ler várias entrevistas a bater na mesma tecla: nós somos os melhores! As criancinhas são nossas! os outros são todos incompetentes.

terça-feira, setembro 21, 2004

Dislates Soltos

São tantos os dislates que se ouvem nos nossos media que tudo indica que a iliteracia científica está a aumentar...

Também se vai criando uma rede de informadores informais e não solicitados, que vão perscrutando o éter, plasmas ou tintas da nossa comunicação social. Assim:

Alguém me disse que a RTP inventou uma nova classe de bactérias: "as bactérias crónicas"!

O mesmo alguém também me disse noutra ocasião que a SIC continua a insistir no virus da tuberculose.

O Jornal de Negócios troca Serviço Nacional de Saúde por Sistema Nacional de Saúde e em título gordo. As duas terminologias existem, mas o Sistema Nacional de Saúde é composto pelo Serviço Nacional de Saúde, por todos os subsistemas de saúde (ADSE, SAMS, ADME, etc) e por todas as entidades privadas. Conclusão o jornalista é uma abécula.

A SicNotícias interrompe o seu jornal da noite para afirmar em notícia de última hora: "duas pessoas morreram, uma está em coma e três crianças internadas vítimas de uma infecção desconhecida". Só depois dizem que uma faleceu em 31 de Agosto, outra uns dias depois e os internamentos aconteceram há alguns dias! Para notícia de última hora não está nada mal. O jornalista até insinua na entrevista com o homem do queijo limiano (o verdadeiro!) que a infecção se alastrava por Portugal.
Ai SicNotícias!
Até tu enveredas pelo sensacionalismo bacoco e fácil. Eu confesso que fui dormir arrepiado, acordei várias vezes cheio de comichões e tive pesadelos. Sonhei que tinha tido um caso com a bactéria assassina que alastrava em Portugal, o preservativo tinha rompido e a bactéria tinha sido presa por ter feito um aborto clandestino num hospital SA (pagou bem!).

O O Comércio do Porto como não sabia mais que inventar para falar sobre a infecção misteriosa, entrevistou a Florbela, profissão - mãe, actividade - acompanhante da filha num internamento. Com medo da infecção misteriosa decidiu retirar a sua filha do hospital.
É assim: os jornais lançam o pânico sobre as pessoas, desestabilizam-nas e depois entrevistam-nas. É o chamado jornalismo dois-em-um.

O Veterinário anónimo e responsável, informa-me:
"MEU CARO MÉDICO. Não é com facilidade que, com uma frequência inusitada, nos vemos confrontados, já nem falo da iliteracia científica, mas da mediocridade intelectual de certos jornalistas e também com a estreiteza mental de quem com eles, por vezes, fala. Não sei se "as luzes dos holofotes" são capazes de bloquear algumas sinapses nervosas mas certo, certinho, é que muito boa gente quando colocada à frente duma câmara acaba por se baralhar, de tal maneira, com a linguagem que utiliza (entre o cientificamente pretensioso e a "banalidade" inteligível pelo cidadão comum), com a colocação no "ângulo mais favorável" (como se o perfil físico tivesse alguma coisa que ver com o "parceiro" intelectual), com o reconhecimento das capacidades e competências (que por ser auto-focada é geralmente distorcida), que na pior das hipóteses deixa tolhido qualquer mortal, quando não suscita um riso a bandeiras despregadas".
E esclareço o vet clint que estou de acordo com as suas críticas ao delegado de saúde da zona.
O resto pode ler-se aqui e aconselho.
E respondendo a alguns e-mails, digo que não posso falar daquilo que não sei. Não posso, nem quero especular.
MAS O QUE SEI É QUE NÃO É UMA EPIDEMIA MAS UMA SITUAÇÃO LOCALIZADA.

domingo, setembro 19, 2004

Sexo Com Preservativos Ou Com Seringas? Que Escolher?

O Letras com Garfos II irritou-se com a minha afirmação sobre a distribuição de preservativos nas escolas. Tem o seu direito. Tem mesmo todo o direito em não concordar, em não utilizar, em não comprar, em não aceitar se alguém lhe oferecer.

Eu, na altura certa ofereci à minha filha um preservativo. Mas não lhe disse: leva-o e utiliza-o já. Disse-lhe: utiliza-o quando entenderes, mas UTILIZA-O!

E sabem porquê? Não porque me preocupasse que ela trouxesse para casa um neto.
Não porque me preocupasse que ela trouxesse para casa uma gravidez.
Até podia trazer um genro!
O que eu não queria era que ela trouxesse para casa a SIDA, a hepatite B, a sífilis, a blenorragia, a Chlamydia trachomatis, o cancro mole, as verrugas genitais ou condilomas, o herpes genital ou mesmo tricomonas, como muitos maridos levam para casa...
Só não podia evitar com o preservativo os chatos dos namorados!

Mas o vizinho intelectual das Letras confundiu preservativos e seringas. Sexo com droga. Prazer com horror! Provavelmente pensou que eu seria apologista de que se organizasse em cada escola e durante os recreios, bancas para distribuição de preservativos para umas rapidinhas nos intervalos.

Oh meu caro, não me entenda tão ingénuo. Tudo faria parte de intervenções planeadas e programadas.

Não sou nem quero ser tão ingénuo como muitos pais que apenas sabem que a filha está grávida quando pare! E olhe que é verdade! Ou que se façam os famosos diagnósticos de meninomas nos bancos dos hospitais, quando a filha até é uma santinha...
O amigo Orlando no seu post diz que outros o julgarão. Provavelmente. Mas fica a saber que, quer se distribuam ou não preservativos nas escolas, eles vendem-se nos cafés que as rodeiam, vendem-se nas farmácias sem receita médica e até nos supermercados qualquer adolescente os pode comprar. Então, porque não os oferecer de uma forma pedagógica, orientada e saudável, por técnicos formados para o efeito?

E, caro Orlando, ainda hoje não sei quando a minha filha teve as suas primeiras relações sexuais, nem penso em perguntar.

Para Que Não Haja Dúvidas...

... sou a favor da despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Como médico, como pessoa e como amante da vida.

Por isso forneço esta ligação: Dano colateral.

E também sou a favor do planeamento familiar, da educação sexual, da distribuição de preservativos nas escolas e volto a dizer da educação sexual.

Sou a favor das paixões. Sou contra as depressões. Sou a favor do amor, livre ou não.

E volto a dizer: sou a favor da educação sexual dirigida aos professores. Até proponho que o Ministério da Educação inicie um programa financiado pela Comunidade Europeia, em que os alunos dêem aulas de Educação Sexual aos professores.

Sou contra a mentira. Sou a favor da verdade. Sou a favor da livre escolha, do parceiro, do método anticoncepcional, do sexo, dos afectos, das mãos.

Sou contra a mentalidade retrógrada, contra os valores impostos pelas instituições que controlam os afectos, os sentimentos, as escolhas individuais.

Sou contra o uso de imagens manipuladas de fetos na barriguinha da mãe. Muito retocadas, muito luminosas. Muitas das que foram distribuídas eram falsas.

Sou contra a propaganda fácil ao aborto. Sou a favor da livre escolha das mulheres.

Sou contra a opressão.
Sou "contra" as gravidezes nas jovens adolescentes, pois nunca são desejadas.
E volto a repetir sou a favor da distribuição de preservativos nas escolas, sou a favor da educação sexual nas escolas.
O sexo não se pode evitar! A atracção sexual é química. As hormonas e as ferormonas são um facto. Não se podem reprimir.
A psique só amplia e por vezes desencadeia a química.

sábado, setembro 18, 2004

Esqueci-me da Desassossegada!

Diz a desassossegada que (e pedindo-me ajuda):


"É que fazer um aborto não é a mesma coisa que ir ao cinema ou ir almoçar fora. Não sou a pessoa indicada para explicar em que consiste uma intervenção destas, só um profissional de saúde o poderia fazer com rigor. Talvez o blog Médico Explica Medicina a Intelectuais o possa fazer por mim, mas acho que também ninguém deve estar interessado em ler descrições de raspagens uterinas e todas as complicações que isso pode acarretar, pois não? Bem me parecia. O que eu sei é que, mesmo que não haja danos maiores a nível físico, interromper a gravidez é um processo que deixa sempre sequelas a nível psicológico. Só uma mulher completamente pedrada a tempo inteiro poderia tomar tal opção de ânimo leve. É que, de facto, abortar não deve ser uma coisa nada agradável e revolvem-se-me as entranhas quando ouço alguém insinuar que uma mulher possa praticar uma violência tão grande contra o seu próprio corpo sem ter sérias razões para o fazer..."


E disse muito bem. Quem ouve de um lado e do outro, fica com a ideia que um abortamento, mesmo quando espontâneo, é uma situação tão banal como dar um espirro.

Mas enganam-se. As perturbações do foro psicológico existem e podem ser graves.

Manual Da Manipulação ou A Susana Caravana É Jornalista?

Esta senhora, ao que tudo indica residente em Barcelos escreve para o Comércio do Porto. Escreve mal. Inventa e manipula. Objectivo: só ela sabe.

Essa senhora, provável jornalista debutante, titula uma notícia assim:


"Causa de morte desconhecida no Hospital de Barcelos".


Mas logo no primeiro parágrafo afirma: "Um homem de 51 anos morreu anteontem à noite na unidade de internamento do hospital de Santa Maria Maior em Barcelos ao que tudo indica vítima de fibrose pulmonar idiopática."


Então a causa da morte é desconhecida ou não?
Ou é só para vender mais uns jornais.

os jornalistas já andam a cocar (devem pagar a alguns informadores) as enfermarias com internamentos dos hospitais à espera de encontrar algumas notícias espalhadas pelo pavimento.


apesar de ter um diagnóstico preciso, a Susaninha diz que os familiares dizem que deve ser do legionário ou das aves. Ouviram na TV.


depois vai à enciclopédia que comprou na véspera à porta de casa a um casal de marroquinos com um filho português deficiente e debita uns bitaites sobre a respectiva doença.


assim está feita a notícia. Aliás quase que decalcada de uma outra assinada pela mesma jornalista (?) sobre uma morte de uma jovem com uma ricketsiose (vulgo febre da carraça!).


e nessoutra notícia diz que estão a pensar processar tudo e todos por negligência, embora afirme que o diagnóstico só foi possível recorrendo a testes serológicos sofisticados.


segundo fontes muito bem informadas, a Susaninha Caravaninha tentou encontrar no Alentejo o mosquito ou a carraça assassina para uma entrevista e poder processá-los também por negligência.


segundo familiares que eu ouvi em off, parece que a Susana foi para o Alentejo acompanhada pelo director ou outro alto responsável do Comércio. Repito, segundo fontes fidedignas da redacção (eu conheço uma pessoa que é amiga da prima de um jornalista do Comércio) levantou algumas suspeitas a ida dos dois para o Alentejo, para um hotel rural em Monsaraz, para tentar caçar o mosquito, pois não levaram nenhuma rede.

sexta-feira, setembro 17, 2004

O Cromossoma Estúpido!

O triplo amigo Dupont também descobriu a iliteracia científica dos nossos jornalistas, nossos porque são de Portugal.

Este post intitulado Lost in Translation sobre um notícia do Diário Digital é esclarecedor.

A iliteracia científica dos nossso media tem que ser combatida.

Afirmar que a tuberculose é originada por um virus (ver O Vírus do Jornal Tísico) é tão hilariante como afirmar que foi descoberto o quinto cromossoma.

Provavelmente foi o cromossoma da estupidez!

quinta-feira, setembro 16, 2004

Sr Dr Juíz Conselheiro, Conhece Os Seus Tribunais?

O Sr Dr Juíz Conselheiro, Artur Costa, também decidiu escrever uma breve crónica sobre as nossas Urgências.

Nossas porque são do Povo.

Só o povo é que recorre às urgências e por tudo e por nada, porque nas grandes cidades não tem outra alternativa.

Tanto vai por causa das varizes ou do hemorroidal, ou porque lhe dói a cabeça ou as costas, porque decidiu empurrar o guarda-fatos ou se chateou com a mulher. Tudo isto cai nas Urgências.
Será que um enfarte, uma apendicite, um AVC, um acidente ou até mesmo um corte com a faca da cozinha ou a lixívia que se ingeriu, porque a própria vítima se lembrou de encher a garrafa de água do luso, não terão prioridade?

Mas o que me alarma é que é a segunda vez em quinze dias que há borburinho porque alguém não concorda com o internamento de um familiar.
Para a próxima terei de dizer solenemente: "V. Ex concorda com a decisão médica de internar este seu familiar ou tem que reunir a família toda para uma decisão colectiva. Quanto tempo prevê V. Exª que a vossa família tome uma decisão?"

Mas o que me revolta é que o sr juíz conselheiro não deve conhecer os seus tribunais!

Conhecem por acaso os leitores deste blogue as salas de espera de muitos tribunais? E quando não há sala de espera, onde esperam as testemunhas? Em sofás? Bem instaladas, com afectividade dos oficiais de diligências? E quando nem cadeiras há? E se quiserem beber uma aguita passadas que foram 8 horas de um julgamento e nem sequer se foi ouvido? E quando se marca nova data e nova data e nova data e não nos perguntam nada? E nova espera, nova penitência, novo jejum? Ou será que os tribunais agora servem um lanchito às testemunhas? Pelo menos nas urgências há diversas máquinas de vending ...

Eu próprio já passei pelo vexame de ter que ir fazer xixi e cocó ao café da esquina, porque naquele tribunal só havia casas de banho para os senhores juízes, advogados, oficiais de diligências e outras personagens da casa. As pobres testemunhas, tal qual os doentes nas grandes urgências, não têm direitos. NENHUNS.

Como a crónica do sr dr juíz conselheiro é pequenina, vou fazer um exercício e substituir a problemática hospitalar e clínica pela problemática da justiça, dos tribunais, etc

Audiências (Urgências)

por Médico Explica MEDICINA A INTELECTUAIS (Artur Costa JUIZ CONSELHEIRO)

Agora que a questão da justiça (saúde) está na ordem do dia, por via dos advogados oficiosos (das taxas moderadoras diferenciadas), talvez fosse de bom aviso fazer uma excursão pelas audiências dos tribunais (urgências dos hospitais).
Talvez ficássemos aterrados com algumas cenas frankensteinianas.
Contaram-me peripécias de uma longa jornada de espera numa dessas audiências dos tribunais (urgências hospitalares), que me tiraram o sono. Coisas que fazem lembrar os velhos tempos que em teoria foram sacudidos pelo 25 de Abril. Pessoas que aguardam horas e horas, de pé, encostadas às paredes, jejuando, penitenciando, até serem ouvidas (atendidas) ou até verem os seus problemas atendidos (resolvidos).
Pessoas, isto é, testemunhas ou queixosos (doentes) que são obrigados a prestar declarações (se socorrem da urgência), que de sala de espera (urgência) só tem o nome, visto que esses locais parecem concebidos para desafiar a capacidade de resistência de quem, por má sina ou por desdita, lá vai parar. Testemunhas (Doentes), ou seja, pacientes, na verdadeira acepção da palavra.
Pacientes que aturam tudo com uma santa paciência - a arrogância, quando não mesmo a brutalidade de quem ali tem o poder, porque é de um poder que se trata; a humilhação e o desdém -, porque, infelizmente, a maior parte dos que lá estão à espera não tem cultura, não tem posses, não tem relevância social e desconhece, por isso mesmo, os seus direitos. Pode-se tratá-los com indignidade e sem consequências. Até (porque se trata de um poder com a sua coerção) chamar um polícia de serviço, como me asseveraram que aconteceu nessa tal audiência (urgência), para pôr em ordem uma jovem mulher que acompanhava uma parente (talvez a sua mãe) e que entrou em pânico, por ver que essa sua parente tinha de ficar presa ( internada), e vir o polícia, de urgência, e malhar-lhe desapiedadamente, ante a passividade dos circunstantes.

Serviço Nacional de Saúde, 25 Anos

CIPRIANO JUSTO, no Público de 15 de Setembro de 2004, fala da história passada e do futuro incerto do nosso SNS.


SNS constantemente posto em causa directa ou indirectamente, por dentro, por fora, pelos lados, pela sua tutela, pelos seus profissionais, pelos seus utentes, pelas têvês, etc, mas que ainda há bem pouco tempo foi considerado um dos melhores dos mundo, aparecendo em 12.º lugar no ranking mundial da Organização Mundial da Saúde surgindo à frente de países como os EUA e o Reino Unido.


Alguns excertos para reflectirmos:


"Completam-se hoje 25 anos sobre a aprovação da Lei do Serviço Nacional de Saúde, realizada durante a vigência do V governo constitucional, de Maria de Lurdes Pintassilgo, mas que teve em António Arnaut o seu principal inspirador enquanto Ministro da Saúde do II governo constitucional. Para além do seu simbolismo, constitui um dever cívico celebrar esta data pelo impacto positivo que aquele serviço tem tido na saúde de todos os portugueses."


"Mas nesta data também deve ser relembrada a importância histórica da legislação aprovada em 1971, nomeadamente a criação dos centros de saúde, percursora do que veio a ser a Lei do Serviço Nacional de Saúde. E aqui cabe uma homenagem a três personalidades de vulto que deram o seu inestimável contributo para a elaboração e aprovação daquela legislação: Gonçalves Ferreira, Arnaldo Sampaio e Aloísio Coelho."


"Não obstante, há aspectos da sua organização e funcionamento que carecem de melhoria, nomeadamente o acesso, a coordenação entre serviços e a gestão dos recursos, cujas soluções podem ser encontradas e satisfeitas dentro do quadro da administração pública. Mas é dos cuidados de saúde primários e dos centros de saúde que neste momento vale a pena concentrar a nossa atenção, porque sem eles não teremos Serviço Nacional de Saúde para celebrar nos próximos anos."


"Nestes dias em que se faz sentir a ofensiva neoliberal sobre os serviços públicos de saúde, ..."


"Estes centros de saúde foram determinantes para a criação e viabilização do Serviço Médico à Periferia, em 1975, e constituíram a infra-estrutura organizacional mais importante para o lançamento das bases do Serviço Nacional de Saúde."


"Quando em 1977, a Conferência de Alma-Ata sublinha o lugar estratégico dos cuidados de saúde primários nos sistemas de saúde nacionais para alcançar o objectivo de Saúde para Todos, ..."


"... o sistema de saúde evoluiu de um dispositivo assistencialista e hospitalocêntrico para um sistema organizado em torno das problemáticas da pessoa, dos agregados familiares e do ambiente."


"A actual tutela do Ministério da Saúde percebeu que a chave para desarticular os serviços públicos de saúde era capaz de não estar exclusivamente na abertura dos hospitais públicos à gestão privada, era-lhe necessário ir às suas raízes, aos centros de saúde. Porque é para aí que converge a quase totalidade das necessidades em saúde da população e é a partir daí que ela é referida para os serviços hospitalares."


"Com a "caixificação" dos centros de saúde iria verificar-se um recuo de algumas dezenas de anos, à organização da produção de cuidados dos anos 60, ..."

terça-feira, setembro 14, 2004

O Comércio (Ou A Indústria?) Das Crónicas

A imbecilidade de numerosas afirmações que se produzem nas diversas crónicas que alastram pelos jornais será indício de que estas agora são produzidas por atacado ou para cumprir o estipulado nos diversos contratos?

Vem isto a propósito de uma afirmação interrogativa de ANTÓNIO BARRETO numa crónica do Público, em 14 de Setembro de 2004 e intitulada "A Falta de Enfermeiros."

Então não é que o sr Barreto se interroga com uma frase de valor afirmativo:

"Será que os médicos não querem mais enfermeiros por que isso lhes daria motivos para trabalhar mais?"

É que não consigo compreender a relação causa-efeito entre o maior número de enfermeiros e mais trabalho médico. O inverso ainda aceitaria.

Se o senhor Barreto trocasse a palavra enfermeiros por doentes, ainda compreenderia:

"Será que os médicos não querem mais doentes por que isso lhes daria motivos para trabalhar mais?"

Esta teria lógica!
Mas valha-me Deus. De que seremos mais acusados?

segunda-feira, setembro 13, 2004

"Só uma dúvida: Está a ser sincero ou está a dar-me bailinho?"

Como poder ver, cara P. quem nos dá bailinho (aos portugueses) são médicos incompetentes (que também os há, mas só os outros médicos é que reconhecem essa incompetência) e pseudo-jornalistas estagiários em jornais populistas manipuladores de sentimentos.

Enviada: sexta-feira, 10 de Setembro de 2004 18:22
Assunto: Artigo 24 Horas sobre a doença de Crohn alarmista!

Boa tarde,
tenho sido uma leitora assídua do seu blog e prestei bastante atenção à referência que fez à doença de Crohn e ao caso da Filomena. Tenho uma grande amiga que sofre dessa doença e que tem uma qualidade de vida "invejável" por isso não pude conter a raiva que senti quando li um artigo publicado hoje, dia 10 de Setembro, no 24 Horas sobre este mesmo caso.
Vergonhoso e mentiroso!
Liguei e consegui falar com a jornalista que redigiu o artigo: uma vergonha. Escudou-se por de trás de um médico que supostamente lhe terá dito que a doença de Crohn era mortal e que aos doentes só lhes resta esperar pela morte!
Peço-lhe que não deixe passar isto em branco e que volte a focar este assunto!
Eu que já fui jornalista digo-lhe que é com orgulho que me distanciei dessa àrea e que é com mágoa que sou forçada a dizer que de facto o jornalismo em Portugal está uma miséria!
M. S.

sábado, setembro 11, 2004

1 de Setembro, 2 de Setembro, 3 de Setembro, 4 de Setembro, ... 10 de Setembro, 11 de Setembro, 12 de Setembro, ... 30 de Setembro

Todos os dias são onzes de Setembro.
No Iraque já morreram 1/3 dos mortos do verdadeiro onze de Setembro, só em militares norte-americanos. Quanto aos iraquianos, não são contabilizados.

Na Rússia, numa semana morreram cerca de 1/4 dos mortos do verdadeiro onze de Setembro.

No resto do mundo, não sei.

Não a todas as formas de terrorismo!
Não ao terrorismo fanático dos islamistas!
Não à política fanática americana anti-árabe!
Não às monarquias do Golfo, grandes aliadas, quer dos islamistas, quer dos americanos.

Não ao terror suicidário! Não ao terror de estado!

Não à morte!

Viva a vida!

sexta-feira, setembro 10, 2004

O Vírus do Jornal Tísico

Segundo um jornal o vírus da tuberculose avança.
ERRO!
ERRO de palmatória!
E logo num título com letras gordas! (não identifico porque tenho dúvidas sobre o nome do jornal, mas se algum leitor confirmar o título, publico-o.)

Que chamem micróbio ao nome do "bicho", ainda se tolera e assim não se enganam pois sob o abrangente nome não científico de micróbio tudo se esconde, sejam bactérias, vírus, protozoários, até alguns fungos, e porque não os candidatos a seres vivos, os priões.

O jornalista mostrou-se mais incompetente e ileterato que os alunos da Escola Secundária Manuel Cargaleiro que nos dizem aqui, que desde 1882 Robert Kock sabe que não é um vírus que provoca a tuberculose, mas sim uma bactéria que vem infectando a humanidade, talvez desde a pré-história, tendo sido descobertas múmias egípcias e peruanas que apresentavam sinais da doença.

Tudo isto os alunos adolescentes da Escola Secundária Manuel Cargaleiro sabiam, só não sabiam que um jornal importante iria descobrir um novo agente para uma velha doença, induzindo todos os seus leitores em erro.

Será que esse jornal pretende voltar aos tempos em que a tuberculose se tratava em hospitais especiais (sanatórios) onde podiam recuperar com ar fresco, descanso, uma dieta saudável e também prevenir a transmissão da doença a outras pessoas.
E isto porque só no em 1944 se descobriu o primeiro antibiótico – Estreptomicina – para “matar” o Mycobacterium tuberculosis também conhecido por bacilo de Kock e que é um "bicho" de uma família de bactérias aeróbias, da ordem das Actinomiatales, do género dos Mycobacterium, espécie Mycobacterium tuberculosis.
No nosso dialecto, dizemos BK, lendo-se "bêcapa".

Mas rapidamente apareceram as resistências e foi necessário juntar quatro antibióticos (!!!).
E agora temos o problema da tuberculose multirresistente.

Tudo isto se disse num trabalho realizado por um grupo de putos espertos da Escola Secundária Manuel Cargaleiro. Esperemos que todos sigam jornalismo.

Tuberculose, tísica, peste branca ou mal proletário durante muito tempo vitimou preferencialmente os mais jovens e os oriundos das classes trabalhadoras.

Hoje democratizou-se, espalhou-se pelas várias classes sociais e intelectuais, incluindo jornalistas, médicos, políticos, etc e esta forma multirresistente (aos antibióticos tradicionais) apareceu nos EUA, em Miami e em Nova Iorque, em comunidades marginais. O abandono do tratamento, por parte dos doentes, é um dos múltiplos factores que permitiu aos bacilos da TB ganhar força e resistência.


Portanto senhor jornalista, mais respeitinho pelos leitores e pelo Mycobacterium tuberculosis

quinta-feira, setembro 09, 2004

Manipular

Falam os proprietários de diversas farmácias nos seus robots, em não sei quantos mais aviamentos por hora, em aumento de lucros (obviamente que quanto mais se aviar, mais se ganha), e aumento de empregado (?!), tudo explicado aos jornais pelos próprios.
Para que servirá então uma farmácia?
Se até para facultar os medicamentos já não são necessários farmacêuticos...
Estou a ser exagerado propositadamente, mas é uma pergunta que se colocará.
E quando estes robots forem instruidos a receber dinheiro ou utilizar os terminais POS, a farmácia despovoa-se.
Totalmente não, porque continuará a ser necessário vender perfumes, brinquedos e outros produtos éticos.
Um robot nunca dispensaria um produto médico a uma estrangeira sem receita médica.
Isso posso garantir.

É dentro deste contexto que transcrevo um artigo de Mário Nicolau em As Beiras de 25/08/04, sobre a tradição da manipulação.

"A farmácia de oficina continua a resistir. A maioria dos medicamentos manipulados é para a área da dermatologia. Mas o progresso não perdoa."
"A farmacêutica Inês Cardoso da Costa, da Farmácia Figueiredo, disse ... que “a maioria das farmácias ainda faz manipulados”. Na conversa com o jornalista a jovem farmacêutica revela–se uma defensora dos produtos da farmácia de oficina, que a “Farmácia Figueiredo já fez e vai continuar a fazer depois das obras de remodelação”. “Foi ai que tudo começou, é dai que viemos”, afirma."
"... a ligação ao doente por parte do farmacêutico era muito diferente, sendo marcada pela proximidade - e, nalguns casos, por amizades de muitos anos. Inês Cardoso da Costa lembra que a farmácia de oficina resolve o problema dos manipulados que “não existem no mercado” e que nalguns casos, com a colaboração da faculdade e o acompanhamento “dos antigos professores”, é possível produzir, excepcionalmente, nos laboratórios destas entidades, segundo receita médica , “várias soluções orais”.
"... a suspensão de Trimetropin , da área da Pediatria, que “se faz imenso” e as vaselinas saliciladas que colocam ponto final nos calos de muito boa gente."
"A farmacêutica Joana Andrade, ao serviço na Farmácia Universal, aponta os cremes e as pomadas como os manipulados “mais frequentes”. “As tinturas eram outro dos manipulados que as pessoas solicitavam. Agora, já vêm embalados”, conta. Aliás, a actividade das farmácias a este nível “depende em grande parte do mercado”, existindo “uma certa nostalgia” quando se pensa no futuro."
"... Paulo Matos, da Farmácia Taveiro, .../... “São cada vez mais raros”, garante."
"... “gosto de os fazer” sempre que há receitas. Recentemente, o ajudante de farmácia viveu mais um desafio na carreira, com um manipulado que “deu enorme prazer produzir”. Depois de embalado o medicamento manipulado, além de resolver os males do corpo de quem o usa, faz bem ao espírito de quem o produz. O reconhecimento, pelo trabalho do farmacêutico, vem depois, sendo o bálsamo da amizade."

terça-feira, setembro 07, 2004

Menopausa: Essa Terrífica Doença.

Segundo a nossa querida RTP 1, ex-RTP, há uma doença que alastra em Portugal: a menopausa.

Presumo que a RTP também já entrou na menopausa e por isso também está muito doente!

Presume-se que a Radiotelevisão Portuguesa inicie um programa intensivo para impedir que as mulheres portuguesas contraiam a menopausa.

Sugere-se mesmo o aparecimento da vacina anti-vírus da menopausa.

Segundo os últimos dados epidemiológicos 100% das mulheres portuguesas serão atingidas por esta doença, no decorrer da sua vida. Parece que a percentagem é sobreponível aos países mais desenvolvidos do mundo.

O Lino, deste blogue é que leu na RTP: "MENOPAUSA: a doença está a aumentar em Portugal"!!!, (interjeições minhas) segundo um rodapé da dita.

Um Título Anti-Médico

O Correio da Manhã, de 2004-09-06, afirma em ante-título e título:

"PSP teve de reforçar dispositivo
FAMÍLIA PROTESTA JUNTO A HOSPITAL DA AMADORA
"


Porquê?

"A entrada de um idoso nas urgências do Hospital Amadora-Sintra não parecia, à partida, ser motivo de problemas. No entanto, mais de duas dezenas de familiares do doente resolveram protestar contra o internamento, obrigando a um reforço policial."

Porquê?

"O indivíduo, de 65 anos, e residente no Bairro do Zambujal, foi levado para o Hospital Fernando Fonseca, anteontem de manhã, tendo-lhe sido diagnosticada uma trombose
."

Foi-lhe diagnosticado. Porquê?
Foi-lhe diagnosticado ou tinha a doença?

"Este facto obrigou ao seu internamento no Serviço de Observações do estabelecimento hospitalar. Assim que souberam da notícia, inúmeros familiares do doente concentraram-se à porta das urgências do ‘Fernando Fonseca’, discordando do internamento."

Porquê?

Ao princípio da tarde de sábado eram quase três dezenas. Levantaram a voz, e apesar de nunca ter havido agressões, foram enviados para o local quatro agentes da esquadra de Alfragide”, referiu fonte policial."

Porquê?

"À hora de fecho desta edição ainda se mantinham no local algumas pessoas, mas sem causar distúrbios."

Porquê?

Porque é que o sr jornalista Miguel Curado não nos explicou por que é que os familiares protestaram?

Como o sr jornalista sabe, não há internamentos compulsivos com esta facilidade, só é internado quem aceita ou seus responsáveis directos concordam.

Mas da notícia apenas sabemos que uns médicos diagnosticaram uma trombose, prenderam o doente no hospital e a família protestou!

E se à hora de fecho da edição ainda se mantinham no local algumas pessoas, mas sem causar distúrbios, porque é que o Correio da Manhã não as entrevistou?
Recusaram?

Pela notícia, quem são os maus da fita, quem são?

segunda-feira, setembro 06, 2004

O Que Eu Sei E Não Sei Sobre o Menino Azul

1) É portador de tetralogia de Fallot, uma cardiopatia congénita, com quatro anomalias (comunicação interventricular, estenose da saída do ventrículo direito, artérias pulmonares pequenas e artéria aorta grande e está por cima da CIV e, portanto, ligada aos dois ventrículos), que provoca crises de cianose e cujo tratamento é cirúrgico, caso as anomalias principais não regridam com o crescimento.

2) É portador de síndrome de alagille, uma doença hepática congénita, com diminuição dos ductos biliares, que provoca crises de hipercolesterolemia e prurido, entre outros sintomas.

3) "What is the treatment? There is no cure for alagille syndrome. Management of the disorder is aimed at preventing complications, increasing the flow of bile from the liver, maintaining normal growth and development and reducing blood cholesterol levels. Medications: Medicine may be used to increase bile flow and to relieve severe itching caused by buildup of bile in the blood and skin. These same medicines may be used to treat high cholesterol levels that cause the hard, whitish nodules that develop in the skin in alagille syndrome patients; Vitamin supplements: Reduced bile flow can lead to difficulty digesting fat and vitamins from a child's diet; Baby formula rich in triglyceride; High-calorie diet; Liver transplantation. A small percentage of patients will develop cirrhosis (severe damage to the liver). Liver transplantation is the only option for these patients.A liver transplant also may be the last resort for patients with severe itching, portal hypertension (high blood pressure) and severe growth failure that is not responding to medication. Liver transplantation has been used successfully in these cases".

4) "What is the long-term prognosis for alagille syndrome patients?
Prognosis depends on the severity of the bile flow obstruction and scarring of the liver, and the severity of other problems that may develop -- such as heart or lung problems or problems related to poor nutrition. A typical course of liver disease with alagille syndrome patients is worsening cholestasis (decreasing bile flow) for several years, and then some improvement after that time
".

5) "Children with alagille syndrome generally have a better outcome than children with other liver disorders at the same age. Many adults with alagille syndrome lead normal lives".

6) Não sei porque é que "...a mãe tem que dar 57 injecções por dia no seu Menino,..." segundo afirma Manuel Queiroz (Subdirector do Jornal Correio da Manhã).

7) Sei que o "Estado vai ajudar", que "...a Segurança Social vai passar a suportar a totalidade das despesas com os medicamentos do pequeno Emanuel, que rondam os mil euros por mês". Filomena Bordalo, directora do Centro Distrital de Segurança Social de Braga, "...garantiu que "mediante a abertura de um processo, a Segurança Social passará a custear a totalidade dos medicamentos do Emanuel...".

8) Sei que a Segurança Social, mostrou-se disponível "... para ajudar esta mãe a pagar as dívidas que contraiu devido aos elevados gastos com o tratamento do seu filho, mas ela recusou qualquer apoio específico, pois quer pagar as dívidas com o produto da venda dos seus quadros

9) Não sei qual foi o papel do Serviço Nacional de Saúde neste caso.

10) Sei que tem um sítio na Internet com uma store.

11) Sei que tem vendido muitos quadros por Portugal inteiro.

12) Conheço muita gente que já comprou quadros.

domingo, setembro 05, 2004

Doutores Enfermeiros

Doutorismos é um novo blog. De um enfermeiro que quer ser enfermeiro e recusa ser médico.

Que quer praticar enfermagem e não medicina.

O País precisa de bons enfermeiros e bons médicos.

Precisa de enfermeiros licenciados, com alto nível cultural, académico e com uma prática de enfermagem de excelência.

Precisa de médicos licenciados, com alto nível cultural, académico e com uma prática médica excelente.

Pode ler-se:

"Vou-vos falar dos "Doutores Enfermeiros", conhecem-nos? Aposto que sim, afinal de contas "eles andam aí"...em todo o lado.
Estes seres, em grande parte responsáveis pelo estado da Enfermagem em Portugal, podem ser facilmente encontrados num hospital ou centro de saúde perto de si e têm como marca de imagem os "inhos" ("vamos à piquinha?" "tá na horinha do banhinho" "já tomou o comprimidinho?"). São irritantes, invejosos, estúpidos, ignorantes, desmedidamente interesseiros e...incompetentes. Esquecem-se (ou nunca se lembraram sequer) da classe a que pertencem, da profissão que exercem, de quem são, do que são, do que devem e não devem fazer...
Não se dão bem com ninguém!!!São constantes os conflitos com colegas de trabalho, em especial médicos, por discordarem de prescrições. Afinal de contas, eles é que percebem disso não é? Afinal de contas, os médicos não percebem nada daquilo...os Doutores Enfermeiros é que sim!!!Poupem-me...
São bons Doutores Enfermeiros os que percebem (fazem-se de percebidos) das artes médicas, com maravilhosas "prescrições farmacológicas de Enfermagem" e fantásticos "diagnósticos médicos de Enfermagem". São, isso sim, uns imberbes...
Para que a luta que se tem desenvolvido de modo a que a Enfermagem conquiste o seu espaço enquanto ciência independente têm que desaparecer tais criaturas...para que a Licenciatura que tanto custou a adquirir por aqueles que sabem realmente estar na Enfermagem tenha frutos...para que se deixe de continuar na sombra e de praticar uma péssima Enfermagem..."


"Há que saber aquilo que realmente nos compete, há que investir ainda mais na formação dos Enfermeiros já formados e acima de tudo, há que saber o que é realmente a Enfermagem, para que deixem de existir os "pequenos médicos".

sábado, setembro 04, 2004

Até Tu, Bill!

Até tu, Bill Clinton, foste traído pelo colesterol (o ldl, não o hdl).
Ou melhor pela ausência de controle do teu colesterol.
Foste traído pelo Big Mac.
Ou melhor pelos milhares de Big Mac que ingeriste.

E talvez pela falta de assistência médica. Farás parte da percentagem do post anterior?

Tu e o Sousa Franco. E o Zé Carlos.
E os que se seguirão!

Se lesses o meu blog, informação não te faltava.
Vocês intelectuais brincam com a vida.

Recorram às agulhas para as dores, recorram à homeopatia para beber água, recorram às maravilhosas manipulações e massagens da osteopatia, do shiatsu, etc.
Recorram a Vilar de Perdizes. Recorram, que eu não!

Recorram a todos os alternativos.
Bebam chás, flores, folhas, ervas, troncos, árvores, tudo o que a herbal medicine vos oferece. Bebam, comam ou cheirem os aromas.
Ouçam música, pintem ou meditem para tratar as vossas doenças.

Eu não. Prefiro 100 mg de aspirina e uma estatina.
Mesmo só para prevenir.

Recorram e depois corram atrás dele.

Ei-lo, o colesterol a trabalhar para a vossa morte súbita:


BMJ 2004;329:530 (4 September)

Este artigo é científico, não é político!

Figures show more Americans do not have insurance
New York Janice Hopkins Tanne

"More Americans than ever before - 45 million - lack health insurance, and more are now living in poverty, show figures from the US Census Bureau last week.

The data, which are based on a comparison between 2002 and 2003, show that for the first time since 1995 womens average income fell and also that the ratio of womens earnings to mens earnings fell.
And the number of people living below the poverty level in the United States (based on an annual income of $18 810 (£10 500; €15 600) or less for a family of four) increased from 34.6 million to 35.9 million.

The number of people with health insurance actually increased by a million, mostly because they were covered through government plans such as Medicare, for elderly people, or Medicaid and childrens health insurance programmes for poor people.

But the percentage of the population without any health insurance rose 1.4 million, from 43.6 million (15.2% of the population) in 2002 to 45 million (15.6%) in 2003. And the percentage of uninsured children remained at 11.4%, or 8.4 million children.

The Census Bureau's report used information from its Current Population Survey, which surveyed 100,000 households­, who were randomly selected and geographically distributed, between February and April each year.
Dr Karen Davis, an economist and health policy analyst who heads the non-profit Commonwealth Fund in New York, called the bureaus report "troubling". She said, "The trends are in the wrong direction . . . The number of jobs has been going up since the recession bottomed out in August 2003, but there are more uninsured: 1.4 million is a big jump from 2002 to 2003."

On the same day that the Census Bureau issued its findings the New York Times reported that small businesses that try to provide health insurance for their employees are "bearing" the brunt of the problem. (2004 August 26; sect C: 6). It cited a study by the Kaiser Family Foundation and the Health Research and Educational Trust showing that insurance premiums for companies with fewer than 200 workers grew by 15.5% in 2003, compared with 13.2% for bigger companies.

New employees may have to wait up to six months before they are eligible for company health insurance. This could explain the rise in the number of uninsured workers between the ages of 25 and 34. And although new jobs have been created, they may not have the same benefits as before.
Premiums have risen as the cost of insurance has risen, and workers are also paying more in ?co-payments,? the portion of doctors? fees and prescription charges they have to pay themselves. This is particularly hard for those who earn less than $50 000 (£27 800, ?41 300) a year.
A recent report from the Commonwealth Fund, The Affordability Crisis in US Health Care, showed that 71% of working adults in the United States found it difficult to pay medical bills. Even 41% of people with insurance had problems with medical costs
".


Income, Poverty, and Health Insurance Coverage in the United States: 2003 is accessible at www.census.gov/hhes/www/income.html

Enquanto... Da Igreja ... A Posição Mais Moderada.

Enquanto todos disparataram, tentando tirar o maior número de dividendos, enquanto se assistia a uma guerra de grupos radicais (Pacheco Pereira), enquanto as mulheres continuavam a interromper voluntariamente a gravidez, enquanto as televisões promoviam programas libidinosos com o consequente aumento da líbido, já por si dilatada no Verão, enquanto forneci a uma gravidez indesejada o jornal Público com o seu anúncio amarelo, enquanto isto tudo, José António Lima fez um sintéticto resumo da situação:

"No meio da folclórica e enfastiante telenovela em que se converteu a vinda a Portugal do «barco do aborto», o bispo das Forças Armadas foi uma voz isolada de moderação e sentido das responsabilida­des.

Enquanto o ministro Paulo Portas se entretinha a brincar aos extremismos com os movimentos radi­cais pró-aborto,

enquanto a Oposição organizava visi­tas turísticas a um contentor a 13 milhas da costa,

enquanto o Presidente da República acordava para o magno problema ao fim de cinco dias (para um res­mungo sem quaisquer consequências)

e o primei­ro-ministro despertava ainda mais tarde (para se em­brulhar com as palavras, em recuos e contradições)

enquanto tudo isto se passava, o bispo disse o ób­vio.

Que se devia ter deixado entrar o barco, ter cum­prido a lei e ter evitado a radicalização artificial de posições. Há muito que o caso estaria reduzido à sua dimensão de uma simples campanha de propaganda".

In Altos & Baixos, Expresso, 04/09/2004

Seremos Todos Tímidos? Sofreremos de Fobia Social?

De acordo com uma notícia divulgada no sítio Médicos na Internet (MNI), "As pessoas que têm sites e se dedicam a cuidar da actualização das páginas web são mais introvertidos que aquelas que não têm uma página na rede mundial de computadores, afirmaram os psicólogos da Universidade de Chemnitz, leste da Alemanha".

"Depois de um estudo realizado com 300 donos de sites, os psicólogos chegaram à conclusão de que estas pessoas são mais inseguras no contexto social e não recebem bem as críticas".

"O estudo, que faz parte de uma ampla pesquisa sobre os actuais meios de comunicação, revelou, além disso, que a apresentação na internet é um campo actualmente dominado por homens. Apenas 13 por cento dos entrevistados eram mulheres e mais da metade dos donos de sites são empregados ou estudantes.Ao contrário, os desempregados ou aposentados não mostram qualquer interesse em ficarem conhecidos pela internet".

"Os motivos expostos pelos donos de sites na rede para assumir esta tarefa são diferentes. A maioria, segundo os psicólogos, «quer mostrar-se de forma autêntica, mas não o seu pior lado», e utilizam a página para melhorar os seus conhecimentos de informática ou para desenvolver a criatividade".

"Poucos são os que utilizam a página pessoal para encontrar um namorado ou namorada."

Traduzido e adaptado (na origem) por: Paula Pedro Martins, Jornalista, MNI-Médicos Na Internet)

sexta-feira, setembro 03, 2004

Olá ... estou de férias.

Uma simpática amiga deste blog(uer) enviou um e-mail com estas citações.

São citações e valem o que valem.

Nem se pode dizer que sim, nem que não.

(Aqui está a minha opinião, simpática C.)

"Olá ... estou de férias.

Mas não resisto em lhe enviar 4 citações que li esta tarde e que penso estarem sujeitas a numerosos comentários."

Uma das causas mais comuns de todas as doenças é o diagnóstico. Kraus

No dia do Juízo Final, os médicos terão de responder por mais vidas do que os generais. Bonaparte

A morfina foi inventada para que os médicos durmam tranquilos. Rostand

A arte da medicina consiste em distrair o paciente enquanto a Naureza cuida da doença. Voltaire

quinta-feira, setembro 02, 2004

Plumas Caprichosas

A última PLUMA da Clara Ferreira Alves que caprichosamente pousa semanalmente no Expresso, embora se refira ao filme de Michael Moore sobre St Bush (coroado santo na Convenção Republicana) justifica muito do que aqui vou postando...

Com a devida vénia, transcrevo algumas suas afirmações:

"E se a ingénua opinião pública pensa que aquilo que lhe servem numa bandeja como jornalismo «imparcial» e «objectivo» não sofre manipulações, sugiro-lhe que pense outra vez. Vivemos na era da manipulação genial de imagens, uma indústria que centuplicou os seus créditos e lucros nas últimas duas décadas. Tudo o que nos servem está, mais ou menos rigorosamente, calibrado e calculado, sobretudo o que nos servem na televisão. Editar faz parte do ofício de informar e do de entreter."

"Nisto, Moore tem a companhia de muitos de nós, os que assistimos com preocupação e terror a um mundo com tontos à solta a fingir que o ordenam."

"Moore confronta-nos com aquilo com que nunca somos confrontados, o sacrifício de adolescentes americanos numa guerra sem fim e numa guerrilha que não podem ganhar, nem física nem moralmente."

"..., por mais manipulação que exista, ..., as imagens estão lá e documentam cenas e vozes que não vemos nas notícias. Se os americanos foram impedidos de ver certas cenas de guerra, e sobretudo o regresso dos caixões a casa, ou o hospital de estropiados e amputados, um impedimento de ordem censória, nós, na Europa, somos impedidos de ver a televisão americana, a do quotidiano, e o seu interminável desfile de deliquescências e delinquências."

"A Europa raramente entra nos ecrãs americanos como notícia, e quando entra, tem de ser terrível ou relacionada com a América. A América que recebemos nas nossas casas e nas nossas cabeças e corações é a América do American Dream, a inventada pela maior fábrica de sonhos do planeta, Hollywood. É um país em estado de jubilação e autocelebração permanente, o mais avançado e o mais criminoso. É o maior laboratório de liberdade humana, sem isto Michael Moore não existiria, e ao mesmo tempo o maior opressor de países na sua órbita de intervenção, e a sua órbita de intervenção não é da generosidade e do desinteresse do Estado."

"... e se a América conseguiu convencer o mundo de que invade países e mata inocentes para exportar a democracia e a liberdade, então fez um bom trabalho de manipulação, e os autores desta manipulação começam por estar, muitas vezes, na Casa Branca."

"... como a manipulação sentimental é a especialidade americana. Essa é a escola de Moore. A manipulação que utiliza a nossa fantasia idealista sobre uma nação que nós, europeus, amamos como nossa. Só quem não foi à América pode, verdadeiramente, não gostar da América. E da América, só quem não foi a Nova Iorque, o grande porto de embarque e de entrada das ficções americanas."

"A «nação idiota» coexiste com a admirável nação americana. Mas o mais interessante do filme não é isto, nem a conhecida relação da família Bush com o clã Bin Laden. O mais interessante é o relampejar dessa América apática e desconhecida, brutal e ignorante, que nunca vemos nos filmes nem na televisão, a não ser como «reality show», ou seja, como entretenimento."

"São os filhos dos pobres e remediados que morrem pela América fora da América, nas guerras de Washington, são eles que se alistam quando não têm emprego, universidade, dinheiro, futuro. A classe baixa americana, um grupo de «feios, porcos e maus» em que Hollywood nunca tocou nem tocará."

"De todos os membros do Congresso, várias centenas, só um tem um filho a combater no Iraque. Só um."

quarta-feira, setembro 01, 2004

É Este O Meu Mundo? Quem É O Culpado? Eu? Aprendi A Salvar Vidas!

01-09-2004 - 10h16
Internacional
Rússia: grupo armado toma de assalto escola com 240 pessoas;
Rebeldes ameaçam matar 50 crianças por cada terrorista abatido.

01-09-2004 - 08h14
Internacional
Paris apostada na diplomacia secreta para salvar reféns.

31-08-2004 - 22h16
Internacional
Brigadas Islambuli reivindicam autoria do atentado em Moscovo

31-08-2004 - 19h01
Internacional
Explosão de carro armadilhado em Moscovo faz oito mortos e 18 feridos.

01-09-2004 - 11h56
Internacional
Rússia: grupo que ocupa escola recusa-se a negociar com líder muçulmano.

01-09-2004 - 11h23
Internacional
Alto responsável egípcio da Al-Qaeda detido no Paquistão.

01-09-2004 - 10h42
Internacional
Milosevic nega crimes de guerra e diz que está a ser acusado sem provas.

01-09-2004 - 10h21
Internacional
Ahmed Chalabi sai ileso de um atentado quando viajava para Bagdad.

Internacional 31-08-2004 - 15h23
Braço armado do Hamas reivindica autoria de duplo atentado no sul de Israel.

Internacional 31-08-2004 - 14h26
Duplo atentado no sul de Israel causa 12 mortos.

Internacional 31-08-2004 - 13h12
Israel: dois autocarros explodem em Beersheva.

Internacional 31-08-2004 - 09h30
Milosevic acusa comunidade internacional de ter causado guerras nos balcãs

Internacional 30-08-2004 - 14h26
Al-Jazira condena raptos e execuções de jornalistas no Iraque

Internacional 30-08-2004 - 09h55
Termina hoje ultimato da ONU ao Sudão para travar as milícias do Darfur

Internacional 29-08-2004 - 19h07
Chirac pede libertação dos dois jornalistas no Iraque

Internacional 29-08-2004 - 17h23
Afeganistão: atentado com viatura armadilhada em Cabul causa pelo menos dez mortos

Internacional 29-08-2004 - 14h40
Afeganistão: atentado contra escola corânica causa dez mortos

Internacional 29-08-2004 - 13h08
Atenas: madrugada de confrontos entre grupo de anarquistas e polícia grega

Internacional 29-08-2004 - 11h38
Kremelin impõe um presidente pró-Rússia à Tchetchénia

Internacional 29-08-2004 - 10h33
FBI investiga suspeito espião israelita no Pentágono

Internacional 29-08-2004 - 09h18
Hierarquia xiita iraquiana rejeita resistência armada

Internacional 29-08-2004 - 08h55
Nova Iorque está em "pé de guerra" contra Bush

Internacional 28-08-2004 - 21h16
Dois jornalistas franceses reféns no Iraque

Internacional 28-08-2004 - 19h39
Irão disposto a dar garantias de que não produzirá armas nucleares

Internacional 28-08-2004 - 18h59
Sudão: Rebeldes de Darfur boicotam negociações durante 24 horas

Internacional 28-08-2004 - 16h26
Queda de dois aviões na Rússia: mulheres tchetchenas estavam entre os passageiros

Internacional 28-08-2004 - 14h43
ETA avisa polícia sobre bombas colocadas em Santiago de Compostela e Corunha

Internacional 27-08-2004 - 22h15
Dois reféns turcos encontrados mortos no Iraque

Internacional 27-08-2004 - 14h45
Eritreus expulsos da Líbia desviam avião

Internacional 27-08-2004 - 11h28
Tribunal proibiu comício no Central Park, mas organizadores mantêm marcha de protesto

Internacional 27-08-2004 - 09h53
Queda de aviões russos: pelo menos um dos aparelhos foi alvo de ataque terrorista

Internacional 27-08-2004 - 08h36
Ayatollah Sistani consegue acordo de paz em Najaf

Internacional 27-08-2004 - 07h39
Mais 1,3 milhões de pobres nos Estados Unidos em 2003.


E não falei na chacina dos pobres nepaleses. Ninguém fala do Nepal! Para quê? Só tem os Himalaias...

Redacção

Já jantei. Já jantámos.

Falou-se de juízes, médicos, benfica, futebol clube do porto, deco, mourinho, jogos olímpicos, naturalização, filhos, viagens, aqui e acolá, comeu-se, bebeu-se, disparatou-se.

Não se falou da doença de Crohn do meu amigo, nem na doença de ninguém.

Eu também não falei nas minhas doenças.

Não falámos porque não precisamos.