quinta-feira, abril 03, 2008

DEPURALINA ...o poder da publicidade e da crendice



Em apenas três meses, foram vendidas 165 mil embalagens de Depuralina, o suplemento alimentar publicitado como coadjuvante de emagrecimento e retirado do mercado depois de reportados três "episódios tóxicos graves".
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Hoje, a distribuidora do suplemento - que garante ter cumprido a legislação sobre a matéria - decide se vai processar o Ministério da Agricultura, por alegadamente ter ordenado a suspensão do produto sem fundamentos.
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Neste negócio milionário - os portugueses compraram 850 mil unidades de produtos de emagrecimento num ano -, importa saber até que ponto estes produtos são eficazes e seguros.Para se introduzir no mercado português um suplemento alimentar - seja para emagrecer ou para qualquer outra aplicação - basta comunicar essa intenção ao Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP), do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. Não é necessário uma autorização nem estudos clínicos que comprovem a eficácia porque, em rigor, não é um medicamento. À Autoridade de Segurança Alimentar e Económica compete a fiscalização do produto, mas não se trata de uma condição prévia à sua comercialização.
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Como não são medicamentos, os suplementos alimentares não carecem de autorização da Autoridade do Medicamento (Infarmed) nem são sujeitos ao mesmo tipo de controlo de qualidade. Isso não significa que os suplementos alimentares não estejam regulamentados. Há legislação sobre a matéria, em transposição de directivas comunitária, que determina quais as substâncias autorizadas e as regras de rotulagem.O que não existe é qualquer controlo sobre quem os usa ou em que condições são tomados. Ou seja, como são de venda livre, qualquer pessoa pode comprar os suplementos que desejar, abusar das doses e misturar à medida da sua ignorância.
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Outro perigo - porventura o mais comum - é o da ineficácia total. Porque numa coisa os especialistas convergem sem alterar o estilo de vida (alimentação e exercício o), não há emagrecimento saudável e duradouro.

Apetece perguntar: e quem processa o Estado português e o Ministério da Saúde por deixar que isto seja possível?

E quem controla a publicidade paga nos orgãos de comunicação social escrita e falada, que estimulam a venda a e crendice? Não são só anúncios, não são só spots publicitários radiofónicos...são inclusive entrevistas pretensamente científico-médicas!

2 comentários:

Anónimo disse...

Vi hoje na TV mais um caso de uma provável reacção adversa de um das dezenas de componentes da Depuralina (depura mas é o caraças...), parece que "linhaça do Canadá" ou qualquer coisa do género. Mas o que mais me impressionou foi a consumidora pensar que estava a "desintoxicar pela pele" quando lhe começaram a aparecer as pápulas, pústulas e nódulos cutâneos. É a prova provada de que a iliteracia científica é um facto. Embora nenhum de nós queria queira reconhecer.

Anónimo disse...

Devemos entao ter cuidado com este produto...