domingo, setembro 14, 2008

MILAGRES NO MARCO DE CANAVESES

Lá nas profundezas do interior Norte, prestando tributo ao isolamento ainda que arejado pela humidade do rio Douro, algo que não é novo ou caso isolado: utentes sem médico de familia, não porque a população tivesse aumentado mas porque quem lá trabalhava se aposentou e não há quem os substitua ( até pela falta de atractivos e compensação palpável).


Preocupação natural dos autarcas das freguesias do Marco de Canaveses: prover os seus concidadãos com médico de familia.

Solução miraculosa, fruto da publicidade enganosa de responsáveis locais e centrais: criar uma USF, como se uma estrutura organizativa de prestação de cuidados gerasse médicos

Contributo das juntas de freguesia: dar terrenos para erguer as paredes da tal USF de que brotam, cristalinos e frescos, médicos de família


Tabuado e Soalhães ficaram sem clínicos nos postos médicos. Formaram uma comissão para negociar com a ARS, mas a segunda freguesia adiantou-se com a oferta de um terreno para construir uma USF. Tabuado responde na mesma moeda.

O concelho do Marco de Canaveses está a passar por um gravíssimo problema de défice de médicos de clínica geral. A falta de clínicos levou, recentemente, ao fecho de portas de dois postos médicos: Soalhães e Tabuado.
Ao todo, são mais de seis mil utentes que ficaram, de um momento para outro, sem assistência clínica nas suas freguesias. Resta-lhes a consulta de recurso, no Centro de Saúde, ou as urgências do Hospital Santa Isabel, ambos na cidade.

O quadro clínico da extensão do Centro de Saúde em Soalhães está vazio. Dos quatro médicos que deveriam estar ao serviço não resta nenhum. Nas freguesias vizinhas de Tabuado, S. João da Folhada e Várzea de Ovelha e Aliviada, o cenário não é melhor. Neste caso, a extensão de saúde que os servia (Tabuado) fechou de vez.

O último médico que ali prestava serviço, já depois de se ter reformado, adoeceu e colocou um ponto final na carreira clínica.
Em resultado dessa falta de clínicos, o Centro de Saúde do Marco de Canaveses, que já não tinha mãos a medir, tem agora que atender mais de seis mil novos utentes oriundos das quatro freguesias.

Aquelas quatro localidades associaram-se, recentemente, numa Comissão Social Interfreguesias para, com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, negociarem a implementação de uma unidade Saúde Familiar (USF) que poderia pôr cobro ao problema da falta de médicos de família. Busca-se, no fundo, uma solução idêntica à implementada, e com sucesso, em Alpendorada. Porém, se em sede de comissão a maioria das freguesias terá entendido que a localização da USF deveria ser em Tabuado, alegando que seria "mais central", a Junta de Soalhães terá, junto da ARS, reivindicado a estrutura para si. "A proposta apresentada inicialmente por mim, como presidente da Comissão Social Interfreguesias, a que presidi, era que se construísse uma USF. Agora, já pedi a demissão porque concluí que nunca teria nada em Soalhães por vontade ou consenso. Nunca querem nada com Soalhães. Reunimos com a ARS. Tabuado apresentou uma proposta, nos terrenos da Casa do Povo, e Soalhães tem um terreno no Ramalhais. Será a ARS a decidir", explicou a presidente de Junta de Soalhães, Cristina Vieira.

A autarca socialista, em parceria com a concelhia local, promoveu, entretanto, uma palestra sobre saúde e cidadania, para a qual foram convidados António Arnault e Artur Melo e Castro, candidato do PS à Câmara no próximo ano.

1 comentário:

Anónimo disse...

Desde quando quando o Marco se situa nas profundezas do interior Norte, será concerteza a localização daqueles que não conhecem o nosso País, provabelmente algum Mouro...