domingo, outubro 29, 2006

O Médico Explica Medicina A Intelectuais ...

... em determinadas curvas da vida também apela a todos os Santos... mesmo sendo agnóstico!



(foto de telemóvel)

8 comentários:

naoseiquenome usar disse...

Do meu lado poético, ficam, a propósito deste momento de reflexão, momento que todos alguma vez na vida experimentamos, dois poemas de José Régio (pois, podia ser "criativa", mas prefiro que não):


Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces

Estendendo-me os braços,
e seguros
De que seria bom que eu
os ouvisse

Quando me dizem: "vem por aqui!"

Eu olho-os com olhos lassos,

(Há, nos olhos meus, ironias
e cansaços)

E cruzo os braços,

E nunca vou por ali...


A minha glória é esta:

Criar desumanidade!

Não acompanhar ninguém.

- Que eu vivo com o mesmo
sem-vontade

Com que rasguei o ventre
à minha mãe


Não, não vou por aí! Só vou
por onde

Me levam meus próprios passos...


Se ao que busco saber nenhum de vós responde

Por que me repetis: "vem
por aqui!"?


Prefiro escorregar nos becos lamacentos,

Redemoinhar aos ventos,

Como farrapos, arrastar os pés
sangrentos,

A ir por aí...


Se vim ao mundo, foi

Só para desflorar florestas
virgens,

E desenhar meus próprios pés
na areia inexplorada!

O mais que faço não vale nada.


Como, pois sereis vós

Que me dareis impulsos, ferramentas
e coragem

Para eu derrubar os meus
obstáculos?...

Corre, nas vossas veias,
sangue velho dos avós,

E vós amais o que é fácil!

Eu amo o Longe e a Miragem,

Amo os abismos, as torrentes,
os desertos...


Ide! Tendes estradas,

Tendes jardins, tendes canteiros,

Tendes pátria, tendes tectos,

E tendes regras, e tratados,
e filósofos, e sábios...

Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder
na noite escura,

E sinto espuma, e sangue,
e cânticos nos lábios...


Deus e o Diabo é que guiam,
mais ninguém.

todos tiveram pai,
todos tiveram mãe;

Mas eu, que nunca principio
nem acabo,

Nasci do amor que há entre Deus
e o Diabo.


Ah, que ninguém me dê piedosas
intenções!

Ninguém me peça definições!

Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que
se soltou.

É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que
se animou...

Não sei por onde vou,

Não sei para onde vou

- Sei que não vou por aí!


***

Libertação

Menino doido, olhei em roda, e vi-me
Fechado e só na grande sala escura.
(Abrir a porta, além de ser um crime,
Era impossível para a minha altura...)
Como passar o tempo?...E diverti-me
Desta maneira trágica e segura:
Pegando em mim, rasguei-me, abri, parti-me,
Desfiz trapos, arames, serradura...
Ah, meu menino histérico e precoce!
Tu, sim! Que tens mãos trágicas de posse,
E tens a inquietação da Descoberta!
O menino, por fim, tombou cansado;
O seu boneco aí jaz esfarelado...

E eu acho, nem sei como, a porta aberta!

***

(perdão pelo abuso do espaço :) )

Anónimo disse...

Bem-aventurada seja NSQNU!
Realmente o outro de há não sei quantos postais atrás, tinha razão. Você não existe! É de uma casta única, raríssima, de excelência dividida entre rigor, inteligência e sensibilidade.
Tinha de comentar.


C.P.

Anónimo disse...

Todos buscamos a verdade.
Por isso a humildade é tão importante.

Anónimo disse...

you are the best!

MAR

Anónimo disse...

ALELUIA!
SARAVAH!

(extensível a todos, mas sem sombra de dúvida à NSQNU)

naoseiquenome usar disse...

QUe carago!
Tenho vindo mais aqui do que jamais supus, bem como à net em geral. Faço uma promessa a mim prória. Isso vai a acabar, não faz pate da minha natureza. A socialização passa por outras vetrenteS. ESta vertente é redutora, afirmo-o convictamente.
E mias: Der novo, não sou eu quem está em equação.
Já se esqueceram que eu "não existo"?
E já tentaram pensar num eventual "problema" de vida do autor?

Vamos agora"apoiar" o autor do blog num momento "fracturante"! Só isso!

naoseiquenome usar disse...

*digo:
quiçá fracturante.
E retiro-me...

Anónimo disse...

Que pena essa retirada.
Definitivamente você é um ser estranho, ou extraordinário, ou extraordináriamente estranho ou estranhamente extraordinário.
Quanta curiosidade, devo dizer.