quarta-feira, abril 01, 2009

ANF acima da Lei...ostensivamente...e pode?


Ordem dos Médicos vai queixar-se ao MP
Farmácias vão começar a substituir medicamentos receitados por genéricos mesmo contra vontade dos clínicos
01.04.2009 - 14h48 Lusa



As farmácias começam hoje a substituir medicamentos receitados pelos médicos por genéricos mais baratos, mesmo quando os clínicos se oponham à troca, confirmou o presidente da ANF, uma medida que a Ordem dos Médicos promete denunciar ao Ministério Público.




A medida constava do programa eleitoral de João Cordeiro, que hoje tomou posse, em Lisboa, como presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF) e que no seu discurso garantiu que esta é uma medida para responder à crise. "Existem já cerca de 230 mil doentes portugueses que foram forçados, devido à crise económica, a abdicar da terapêutica recomendada", disse João Cordeiro, lembrando outros que "apenas mantêm os seus tratamentos porque as farmácias lhes concedem crédito".




Em resposta ao "estado de crise que afecta grande parte dos doentes portugueses", a ANF decidiu avançar com a medida, que consiste na possibilidade dos doentes escolherem o medicamento mais barato. Na prática, o doente chega à farmácia com uma receita passada pelo médico e é esclarecido de todos os outros medicamentos que existem à venda com a mesma substância activa e que custam mais barato. Se o utente quiser comprar mais barato, pode levar esse medicamento genérico para casa, mesmo que na receita o clínico tenha expressado a sua oposição à substituição do fármaco prescrito. Nestes casos, o utente terá de assinar o receituário.




Para João Cordeiro, que foi reeleito para a função de presidente da ANF, "esta iniciativa tem um profundo interesse social e económico", porque "todos os medicamentos disponíveis nas farmácias são garantidos pela Autoridade Nacional do Medicamento" e porque "proporciona poupanças significativas" aos doentes. Os doentes "vão poder pagar três ou quatro vezes menos do que pagam actualmente pelo mesmo princípio activo", disse.




A Ordem dos Médicos considera um "crime" a medida promovida pela ANF e promete denunciá-la ao Ministério Público (MP).

3 comentários:

Anónimo disse...

João Lobo, disfarçado de Cordeiro no seu melhor!
E os "totós" da Ordem a verem o balão!
A ANF, consegue criar um monopólio à custa dos médicos e ainda passa por santinha.

Farmacêutico disse...

Lisboa: 15 farmacêuticos não vão substituir receitas por genéricos
01.04.2009 - 18h03 Lusa
Quinze directores técnicos de farmácias disseram hoje que não vão substituir as receitas médicas por genéricos mais baratos, uma medida promovida pela Associação Nacional de Farmácias (ANF).

Segundo Maria Paulo Noivo, farmacêutica e directora técnica, "não faz sentido nenhum alterar aquilo que o médico prescreve, embora se deva ter em atenção o que o utente pede". "Cada caso é um caso, mas devemos dar sempre ao doente aquilo que consta na receita médica que nos é apresentada", contrapõe.

O director técnico Vítor Calado partilha da mesma opinião e defende que "jamais uma receita médica pode ser alterada, por muito que o utente peça um genérico mais barato". Num conjunto de 18 farmacêuticos da área de Lisboa ouvidos hoje pela, 15 defendem que no caso da receita médica vir "trancada", isto é, em que há uma vontade expressa do médico para proibir a substituição do medicamento por um genérico, essa vontade deve ser cumprida e não alterada.

Contudo, quando o médico não se pronuncia nesse aspecto, os farmacêuticos costumam informar os doentes acerca de alternativas mais baratas, neste caso, genéricos. Apesar disso, há quem defenda, como a ANF, que pode sempre ser dado como alternativa um genérico, "porque não se está a alterar a receita médica, mas sim o tipo de medicamento administrado".

Falta de dinheiro

"Há cada vez mais pessoas que cortam nos medicamentos por falta de dinheiro, por isso, não faz sentido que nós, farmacêuticos, não tenhamos sempre um genérico alternativo, mais barato, para sugerir", defende Pedro Mendes Martins, director técnico.

Esta medida constava do programa eleitoral de João Cordeiro, que hoje tomou posse como presidente da ANF, em Lisboa, e que garantiu no seu discurso que se trata de uma iniciativa para responder à crise, com a possibilidade dos doentes escolherem o medicamento mais barato. Na prática, o doente chega à farmácia com uma receita passada pelo médico e é esclarecido de todos os outros medicamentos que existem à venda com a mesma substância activa e que são mais baratos.

Se o utente optar por essa via, independentemente da vontade do médico, leva o medicamento genérico, mas terá de assinar o receituário. A Ordem dos Médicos (OM) considera um "crime" a medida promovida pela ANF e promete denunciá-la ao Ministério Público (MP).

Também a Associação de Farmácias de Portugal (AFP) já demonstrou que está contra esta medida, destacando que "vai contra a legislação e que o farmacêutico não deve, em momento algum, substituir o médico no acto de recomendar ou prescrever um medicamento". "A AFP demarca-se veementemente da proposta apresentada pela ANF e não há razão para lançar uma campanha deste género sobre uma questão que está legislada", avança a AFP em comunicado.

Farmacêutico disse...

como farmaceutico, só posso ser contra. Alterar prescirções sem ter os detalhes clinicos? Uma coisa é ajustar uma dose letal (como já tive de fazer), ou corrigir interacções medicamentosas como acontece todos os dias. E quando detectadas contacta-se o médico para tentar obter mais detalhes. Outra é alterar uma prescrição sem conhecimento de causa. querem Farmacêuticos a prescrever medicamentos? Tudo bem. Fiz muitas em Farmácia hospitalar, onde os colegas médicos me apresentavam um caso e pediam a minha opinião quanto à terapêutica farmacologia a adoptar, e possíveis resultados, ou simplesmente me apresentavam uma patologia, e pediam-me que lhes formula-se uma farmacoterapia. Mas o ambiente que se vive na farmácia hospitalar nada tem a ver com o ambiente que se vive na farmácia comunitária. Portanto se querem farmacêuticos a alterar prescrições, forneçam-lhe todos os dados clínicos, e enquadrem essa pratica na lei! Até lá, este farmacêutico continuará a respeitar os demais colegas médicos, tal como estes o respeitam quando, os alerta para enganos ou lapsos nas suas prescrições.

P.S.- é impressão minha ou anda tudo doido? ora vejamos, farmacêuticos a alterar prescrições, enfermeiros que acham que so servem para administrar vacinas e com medo que os farmacêuticos lhes roubem o trabalho, Veterinários a quererem ser farmacêuticos veterinários, cursos de medicina de 4 anos... bem isto só falta padres a querem falar de sexo... oops!

Saudações