domingo, agosto 17, 2003

Médicos Bons, Médicos Maus

1) Médicos Maus – Diz o JN de 31/07/03, baseado numa notícia d'As Beiras, que ”70% das amputações do pé diabético são evitáveis". No artigo, sobre a inauguração de um Centro de Estudos do Pé, na Casa de Saúde Santa Filomena faz-se uma grande reportagem sobre a diabetes, o pé diabético, etc. Só não explicam o que me explicaram: os mesmos médicos, dentro do hospital, pouco criaram! A ser verdade ...

2) Médicos Bons – No Expresso de 05/07/2003, sobe o título Urgências Fatais, um médico denuncia que "está tudo mal na assistência dos hospitais aos sinistrados graves" através de um estudo inédito por ele conduzido. É o presidente da Sociedade Portuguesa de Trauma (SPT) e professor da Faculdade de Medicina de Lisboa. Mais se afirma: " estes resultados estão relacionados com «o mau funcionamento nas múltiplas áreas da cadeia do trauma», desde que acontece o acidente até à chegada do doente ao hospital, e entre serviços de urgência e internamentos."

3) Médicos Maus – Segundo a TVI (2003-08-14 20:30), "Dezenas de médicos acusados de corrupção" e "Laboratórios farmacêuticos ficam livres devido à lei da amnistia." Desenvolve depois: "Dezenas de médicos em todo o país estão a ser acusados pelo Ministério Público de corrupção continuada com a indústria farmacêutica. Há médicos que vão ser julgados e podem ser condenados a dois anos de prisão..
Mas também se cai no ridículo: "Um grupo de especialistas dos Hospitais de Santo António, no Porto, de Viseu e do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foi acusado por causa de um fim-de-semana pago pela Roche numa herdade alentejana."

4) Médicos Bons – No Público de 11/08/03, um artigo de um médico (Presidente da Sociedade Portuguesa de Senologia) preocupado com os doentes com cancro: "Direitos dos Doentes com Cancro" Afirma: "Há sempre algum desconforto por parte dos profissionais de saúde quando se fala de "direitos dos doentes", nomeadamente de foro oncológico. Todos dizem que os direitos são imensos e os deveres diminutos ou quase inexistentes."
"Se estes direitos não podem ser cumpridos por deficiências legais, por incapacidade dos governantes, por pressões dos "lobbies", por carências em recursos humanos ou económicos, por gestões menos correctas ou até danosas - há o dever e o direito de as denunciar."
Os direitos: "Será admissível que um doente com cancro diagnosticado espere três ou quatro meses pelo tratamento adequado?
"Será admissível que o tratamento instituído não esteja de acordo com o "estado da arte" da doença?"
"Será justo que haja administrações que não propiciam ao doente o tratamento de "última linha" (nas diferentes especialidades) unicamente por critérios economicistas altamente discutíveis? "
"Será aceitável que haja desperdícios, sobreposições ou omissões no tratamento do doente oncológico?"
"Será de admitir que o doente não seja tratado com a dignidade e o humanismo que merece?"
"Tem o direito de ser tratado com a maior dignidade e direito à igualdade dentro das diferenças. Tem direito à preservação da sua integridade mental e física, ao respeito pela sua privacidade, à não discriminação sob o ponto de vista moral, cultural, ideológico e religioso.
"Tem o direito a uma adequada acessibilidade aos serviços de saúde, bem como ao diagnóstico e tratamento adequado e atempado. O doente oncológico tem o direito de exigir o tratamento mais eficaz para a sua doença, bem como escolher livremente a instituição em que deseja ser tratado. "
"Tem sempre direito a uma segunda opinião."
"Tem o direito de mudar de instituição e, se o seu estado o permitir, receber cuidados na sua casa."
"... ser garantida a melhor qualidade de vida, que passa pelo desaparecimento de sintomas, nomeadamente da dor."
"Tem direito a ser informado e a colaborar activamente nas eventuais opções que lhe são oferecidas em relação ao não tratamento, ao diagnóstico e tratamento, ao prognóstico e à evolução da doença".


5) Mellos suspeitos - No DE 05/08/03 e sobre o Hospital Amadora/Sintra, diz-se: Tribunal Arbitral rejeita relatórios e elogia gestão hospitalar dos Mellos.
O acórdão do Tribunal Arbitral sobre as divergências na interpretação do contrato de gestão do Amadora/Sintra é um documento que responsabiliza principalmente o Estado pelo litígio e que critica os organismos estatais, em especial a Administração Regional de Saúde de Lisboa (ARS), elogiando a gestão da José de Mello Saúde (JMS) isto é: um parecer de administrador da CUF prevaleceu sobre tese do Estado .
Nesta questão do Hospital Amadora-Sintra, necessito eu que alguém me explique o que se passa. Apenas sei que o Ministro da Saúde, foi gestor da Mello Saúde e que estão em jogo milhões de euros!

6) Médicos Bons - "Os meus sinceros parabéns pela sua página na net - pela militância bloguista e, fundamentalmente pela excelente ideia subjacente á página. É prioridade melhorar a cultura médica deste país: são tantos os disparates que se ouvem e vêem. Vim parar à sua página por acaso, sou agora fã incondicional. Sou seu colega de profissão internista e intensivista no H. V. Parabéns! F.F.

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