segunda-feira, dezembro 15, 2003

E Não Se Pode Capturá-los, Também?

Mário Baptista, no Diário Económico, de 15/12/03:

Lisboa vai ter quatro hospitais num espaço de dois quilómetros



"Na linha dos hospitais de Santa Maria e da Cruz Vermelha deverão ser edificados mais dois hospitais privados.

Daqui a uns anos, a Avenida Lusíada bem pode passar a ser conhecida pela Avenida dos Hospitais. É que entre o centro comercial Colombo e o Estádio Universitário, os lisboetas e não só terão à sua disponibilidade quatro hospitais. Para além dos dois já existentes - o de Santa Maria e o da Cruz Vermelha - o Grupo Espírito Santo (GES) e a Caixa Geral de Depósitos, através da Hospitais Privados de Portugal (HPP), vão também edificar duas novas unidades de saúde.

"... o Hospital das Lusíadas. Isto, claro, se a Câmara Municipal de Lisboa licenciar a obra proposta pela empresa participada da Caixa Geral de Depósitos. Se isso acontecer, «o hospital começará a ser construído em 2005», revela ao Diário Económico o administrador da HPP. Luís Vasconcelos adianta que o investimento previsto «ronda os 30 milhões de euros» e mostra-se esperançado em «inaugurar o hospital em 2007».

O objectivo é «alargar a oferta a todos os clientes de todas as seguradoras», sejam eles clientes ou não da Fidelidade-Mundial, a empresa seguradora do grupo da Caixa.

.../...

Dois anos antes, já deverá ter aberto o Hospital Colombo, do Grupo BES. Com um investimento na ordem dos 85 milhões de euros, já noticiado pelo DE, o hospital terá cerca de 130 camas, com especial vocação para o tratamento de adultos. No mesmo local, «para além do hospital de agudos, haverá uma residência medicalizada e um conjunto de cerca de 100 residências assistidas destinadas primordialmente ao segmento da terceiro idade», disse ao DE a administradora da Espírito Santo Saúde, Isabel Vaz.

Para além da construção destes hospitais privados, estes dois grupos vão também concorrer ao Hospital de Loures, que será construído e gerido por um grupo privado, apesar de fazer parte da rede do Serviço Nacional de Saúde."


Muito se tem falado na promiscuidade publico/privado dos médicos (o que por vezes acontece, sem que se fale muito disso, depois, pois geralmente são médicos influentes nas várias esferas de poder...). O exercer medicina em dois locais diferentes, não é promiscuidade.

Mas o que dizer de empresas que se irão candidatar a construir e gerir hospitais públicos e privados? Não será promiscuidade do capital? Não haverá depois conflito de interesses? Para pensar!

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