Estou a Sorrir Entre Dentes ... (2ª versão)
Viva a jornalista Carla Sofia Martins! Dezenas de vivas por uma história bem contada!
Melhores dias para os jornalistas pespegantes. (pespegam o que ouvem e chapam no jornal)
Melhores dias para os jornalistas pespegantes. (pespegam o que ouvem e chapam no jornal)
Tou a ser agressivo?
Tou sim senhor.
Tou furibundo!
Tou irritado, chateado, deprimido por ver a minha profissão ser denegrida constantemente por jornalistas incultos, desonestos, iliteratos e manipuladores, e ainda todos os adjectivos que os dicionários comportem como sinónimo de incompetência e manipulação.
Quando li a notícia pela primeira vez, postei aqui as minhas dúvidas a uma história sem lógica, com pouco nexo e ao aproveitamento da dor da morte, ao aproveitamento de uma morte aparentemente inesperada e agora já parcialmente explicada por uma provável pneumonia.
Mas só a notícia do Público, da jornalista Carla Sofia Martins nos elucida convenientemente:
"Director clínico garante que mulher assinou termo de responsabilidade e recusou qualquer tratamento".
A prova documental: "que apresenta o termo de responsabilidade assinado pela jovem na mesma noite e ainda o documento que comprova que esta teve "alta contra parecer médico"."
"... a jovem, ... , possui um longo historial clínico no CHAM e era já conhecida naquele hospital. "A mulher era conhecida porque era utente do regime de consulta externa, já que era toxicodependente. Era também seropositiva, tinha sífilis e possuía também antecedentes de bronquite crónica""
"Na unidade hospitalar, e no último dia de entrada no SU, salientou ainda o clínico, foram efectuadas radiografias ao tórax, abdómen e coluna e feitas análises sanguíneas, "tendo o médico concluído que a imagem pulmonar era compatível com o quadro de pneumonia". Só que "a doente recusou fazer a gasimetria [exame aos gases arteriais do sangue] ou ser submetida a qualquer outro tratamento", tendo abandonado a unidade hospitalar com "alta contra parecer médico" e com termo de responsabilidade, documento a que o PÚBLICO teve acesso".
Haja mais respeito pelos médicos e pelo seu trabalho. Todos nós, médicos, tratamos diariamente doentes de alto risco, como esta doente toxicodependente.
Perante um toxicodependente, sei que nenhum médico reage como reage a maior parte das pessoas: para nós um toxicodependente "não é um viciado", "não está a fazer aquilo, porque quer", repito, nós encaramos sempre, como um doente com uma doença crónica e grave. Arriscamos a nossa vida, como os médicos do CHAM arriscaram ao tratar uma doente com alto potencial de contagiosidade. Não nos limitamos a gravar uns bitaites de uma cunhada e a fazer umas chapas para telenovela dramática.
"Director clínico garante que mulher assinou termo de responsabilidade e recusou qualquer tratamento".
A prova documental: "que apresenta o termo de responsabilidade assinado pela jovem na mesma noite e ainda o documento que comprova que esta teve "alta contra parecer médico"."
"... a jovem, ... , possui um longo historial clínico no CHAM e era já conhecida naquele hospital. "A mulher era conhecida porque era utente do regime de consulta externa, já que era toxicodependente. Era também seropositiva, tinha sífilis e possuía também antecedentes de bronquite crónica""
"Na unidade hospitalar, e no último dia de entrada no SU, salientou ainda o clínico, foram efectuadas radiografias ao tórax, abdómen e coluna e feitas análises sanguíneas, "tendo o médico concluído que a imagem pulmonar era compatível com o quadro de pneumonia". Só que "a doente recusou fazer a gasimetria [exame aos gases arteriais do sangue] ou ser submetida a qualquer outro tratamento", tendo abandonado a unidade hospitalar com "alta contra parecer médico" e com termo de responsabilidade, documento a que o PÚBLICO teve acesso".
Haja mais respeito pelos médicos e pelo seu trabalho. Todos nós, médicos, tratamos diariamente doentes de alto risco, como esta doente toxicodependente.
Perante um toxicodependente, sei que nenhum médico reage como reage a maior parte das pessoas: para nós um toxicodependente "não é um viciado", "não está a fazer aquilo, porque quer", repito, nós encaramos sempre, como um doente com uma doença crónica e grave. Arriscamos a nossa vida, como os médicos do CHAM arriscaram ao tratar uma doente com alto potencial de contagiosidade. Não nos limitamos a gravar uns bitaites de uma cunhada e a fazer umas chapas para telenovela dramática.
Nós estamos lá.
Nós queremos ajudar, mesmo aqueles que recusam a ajuda.
Mas o internamento compulsivo, só um Tribunal o pode fazer.
Nós só podemos exigir que o doente assine um termo de responsabilidade.
Não será a cunhada, a tia, a prima, o marido, o filho ou a vizinha que imporão os internamentos. Mas sim um Juíz de Direito.
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